Os problemas das águas: o Mekong

Depois do Nilo, eis um outro grande rio fonte de sustentamento e de problemas: o Mekong.
Scienzeedintorni analisa o rio que nasce no Tibete e, depois de ter atravessado 7 Países, encontra o Mar Chinês meridional.

Um caso actualmente no centro das atenções é o do Mekong. Não se sabe bem quanto comprido seja o rio mais importante da Indochina, porque ainda não há acordo unânime sobre o seu braço principal do Tibete. Certamente, com mais de 4.800 km falta de pouco o Top Ten dos rios (é 11 °). Viaja pela China, Myanmar, Tailândia, Laos, Cambodja e Vietname.
As fortes variações sazonais nas precipitações contribuem para que o caudal varie muito. Nestes dias o Mekong está no centro das atenções porque entre a China e os Estados da Indochina há uma das muitas “guerras de água” que são travadas no nosso planeta: muitas organizações culparam a China para o baixo nível do rio, chegado nesta temporada aos mínimos históricos.

Assim, os governos indochineses estão aterrorizados pelos projectos chineses que têm a intenção de construir na parte superior do curso uma série de barragens, para além das já existentes, fazendo temer uma queda brusca nos recursos hídricos de 60 milhões de pessoas que do Mekong recebem não apenas água, mas também, em geral, uma boa parte da própria economia, energia e alimentos (a pesca neste rio é a maior do mundo na categoria): de acordo com as afirmações, as barragens que o governo de Pequim construiu e quer construir servirão, além de produzir electricidade, para extrair água e envia-la fora da bacia hidrográfica. Esses temores são realísticos, por causa do comportamento negligente do governo chinês em questões ambientais (especialmente no sector da água) e porque uma vasta região do sul da China está actualmente com muita pouca água.
Um primeiro sinal das dificuldade é a passagem de muitos habitantes do Laos da actividade de pesca para a agricultura.


Vietname, Tailândia, Laos e Cambodja, em 1995, formaram a “Mekong River Commission”, que recebeu a herança do Committeé Mekong criado pela ONU em 1957. Em 1996, a China e Myanmar tornaram-se parceiros externos, sem aderir formalmente à comissão. O objectivo desta organização é promover o desenvolvimento sustentável desta importante artéria fluvial, após décadas de conflito que tinha ensanguentado a região.

Entre os objectivos há a protecção do recurso-água não só no aspecto quantitativo mas também qualitativo, sendo o Mekong um rio altamente poluído, e energético. Quanto à poluição, é claro que a fraca regulamentação dos de resíduos industriais é um grande factor de risco e deu um contributo fundamental para as dificuldades na sobrevivência de várias espécies de animais, como golfinho do rio Mekong. Os valores de arsénio são impressionantes (e também de interessam, infelizmente, as águas subterrâneas) e dos metais pesados também. A situação piorou muito nos últimos 15 anos.

As quatro nações já tinham sublinhado que a região é uma das mais vulneráveis do mundo por causa das alterações climáticas, a elevada concentração de população, a fraca regulamentação na utilização da terra com os seus altos índices de poluição e a baixa capacidade dos governos em ter um impacto decisivo sobre a situação. Sérios riscos, tanto durante os períodos das cheias, com inundações frequentes, tanto durante a magra, durante a qual é difícil a navegação e a concentração de poluentes na água tem valores assustadores.

Estes dias foi realizada a primeira conferência do MRC, na Tailândia, que contou com os primeiros-ministros dos quatro Países e o vice-primeiro-ministro chinês. Durante a reunião, os chineses comprometeram-se a fornecer informações sobre as operações das barragens (especialmente durante a estação seca) e é a primeira vez que isso aconteceu: até agora nada tinha sido declarado sobre o assunto. É um facto muito importante. Esperamos que das palavras possam derivar factos e que o esforço internacionais servirá para neutralizar esta bomba, potencialmente devastadora para toda a Indochina.

O artigo acerca do rio Nilo pode ser encontrado aqui.

Fonte: Scienzeedintorni
Tradução: Massimo De Maria

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