Covid-19: vacinas, o caso Oxford-AstraZeneca no Reino Unido

Hoje era suposto actualizar o artigo relativo às reacções adversas provocadas pelas vacinas segundo as estatísticas da EMA, a Agência Europeia de Medicamentos. Depois encontrei o presente artigo e fiquei curioso. A actualização fica para amanhã, por enquanto vamos ler este que parece mais um capítulo da nova guerra das vacinas.

Children’s Health Defense é uma organização sem fins lucrativos de defesa da saúde das crianças. Apesar duma posição que explicitamente não é contrárias às vacinas em linha de princípio, Wikipedia trata Children’s Health Defende quase como um grupo terrorista porque ousa duvidar da Verdade Absoluta (da qual Wikipedia é porta-voz). Normal.

Mas o que afirma o artigo? John Stone, o autor, analisa o caso do Reino Unido, apresentando dúvidas e também dados retirados dos órgãos oficiais (neste caso a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency, “Agência Reguladora dos Medicamentos e Produtos de Saúde” ou MHRA).

Os dados governamentais mostram que, em comparação com a vacina Pfizer, houve mais 43% de relatos de reacções adversas relacionadas com a vacina Oxford-AstraZeneca no Reino Unido, incluindo mais 77% de eventos adversos e mais 25% de mortes, mas sem alertas por parte dos reguladores britânicos.


Os dados do Reino Unido mostram 402 relatórios de mortes após as vacinas Covid

Entre 9 de Dezembro de 2020 (quando a primeira vacina Covid foi subministrada no Reino Unido) e 14 de Fevereiro de 2021, foram comunicadas 402 mortes como resultado de vacinas Covid ao YellowCard, o sistema governamental do Reino Unido para a comunicação dos efeitos secundários provocados por medicamentos, vacinas, dispositivos e produtos defeituosos ou falsificados relacionados com a Covid.

O regulador britânico, a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) que gere o YellowCard é o equivalente britânico mais próximo do Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas ou VAERS nos EUA.

Até agora, apenas as vacinas Pfizer-BioNTech e Oxford-AstraZeneca têm sido subministradas no Reino Unido. A vacina Pfizer foi distribuída durante a segunda semana de Dezembro de 2020 e a Oxford-AstraZeneca no início de Janeiro. (A vacina Covid da Moderna é aprovada para utilização de emergência no Reino Unido, mas o país ainda não obteve nenhuma vacina da empresa).

A MHRA não manifestou qualquer preocupação quanto ao número de relatos de eventos adversos relacionados com estes novos produtos, mesmo sem notar quão pior tem sido o produto Oxford do que a vacina Pfizer. Do mesmo modo, as centenas de mortes não suscitaram um vislumbre de preocupação da sua parte.

Em Janeiro, a morte de 23 idosos debilitados na Noruega fez manchetes internacionais e levantou questões sobre se as pessoas já próximas da morte deveriam ser vacinadas. Embora seja verdade que milhares de idosos frágeis morrem inevitavelmente todas as semanas, a falta de provas de uma tentativa activa na descoberta do que está a acontecer em casos individuais é preocupante.

A MHRA respondeu ao relatório norueguês afirmando que “não prevê quaisquer preocupações específicas neste momento”, uma declaração altamente prejudicial. Na altura o BMJ (o British Medical Journal) permitiu-me uma breve refutação intitulada Is the MHRA up to scratch?:

Mas a mesma MHRA não tinha detectado problemas com a narcolepsia e a vacina Pandemrix em 2009 e não se arrependeu nove anos depois nestas colunas enquanto Clifford Miller, revendo os dados disponíveis, encontrou nada menos que 178 relatórios potencialmente relacionados nos primeiros 67 dias. […] Mais recentemente, não previram problemas com PEG e a anafilaxia antes do lançamento da vacina Pfizer BioNTech, embora estes já tivessem sido identificados por outros. No entanto, é ainda mais preocupante que, mesmo depois de 400 mortes relatadas, o British Medical Journal não publique a minha carta a criticar os dados da MHRA.

Uma das maiores dificuldades é que o sistema MHRA decompõe os dados de modo a que seja impossível ligar estas mortes a acontecimentos adversos anteriores, embora a maioria dos relatórios inclua reacções múltiplas.

Contudo, é razoável supor que a preponderância destas mortes relatadas foi precedida por uma sequência de acontecimentos, caso contrário ninguém teria pensado em fazer um relatório. No entanto, o formato da YellowCard mascara esta informação.

Como em qualquer base de dados de relatórios passivos, somos confrontados com o paradoxo de que nenhuma morte por uma única vacina é confirmada (e qualquer médico que a confirmasse provavelmente daria um beijo de despedida à sua carreira no Reino Unido). Sabemos também que as lesões relacionadas com a vacina são geralmente sub-notificadas.

No entanto, os perfis de eventos muito distintos de dois produtos filtrados através do mesmo sistema após 15 milhões de vacinas subministradas sugerem que há algo a investigar e explicar.

O BMJ recusou publicar as minhas subsequentes cartas sobre o tema da investigação de lesões e mortes por vacinas Covid, mas aqui está a minha última carta (não publicada) para a revista:

Caro Editor,

Paul Thacker levanta importantes preocupações sobre a transparência e a vacina Oxford-AstraZeneca, mas penso que também haja questões sobre a segurança.

Em Janeiro, ficámos abalados com a notícia das 23 mortes de doentes noruegueses idosos em resultado da vacina Pfizer. Desde então, sentimo-nos como se tivéssemos chegado a uma distância perigosa.

Os dados da MHRA até ao momento listam 402 reacções fatais combinadas aos produtos Pfizer BioNTech (197) e Oxford AstraZeneca (205). De acordo com a publicação MHRA, os dados foram actualizados em 14 de Fevereiro, quando foram subdministrados aproximadamente 8.3 milhões de produtos Pfizer e 6.9 milhões de produtos Oxford AstraZeneca.

Também é notável como os dados Oxford-AstraZeneca se comparam desfavoravelmente com os dados da Pfizer. Os dados da MHRA mostram 26.823 relatórios relacionados com vacinas Pfizer, incluindo 77.207 reacções, e 31.427 relatórios relacionados com Oxford-AstraZeneca, incluindo 114.625 reacções.

Assim, os relatórios da Pfizer são de ~3.2 por 1.000, enquanto os da Oxford-AstraZeneca são de ~4.6 por 1.000: resultando em 43% mais relatórios associados à vacina Oxford-AstraZeneca do que a Pfizer.

Contudo, o Pfizer relata uma média de 2.9 reacções por relatório em comparação com 3.6 da Oxford-AstraZeneca (mais uma vez, Oxford mais elevada em 24%), pelo que a taxa de reacção relatada é na realidade 77% mais elevada em geral para a vacina Oxford-AstraZeneca.

Quando se trata de fatalidades, o produto Oxford-AstraZeneca reporta uma taxa de 3 por 100.000, enquanto o Pfizer reporta 2.4 por 100.000, o que é 25% mais elevado.

Cálculos, a partir de 14 de Fevereiro:

Pfizer BioNTech: 26.823 relatórios, 77.207 reacções e 197 mortes (para 8.3 milhões de doses).

Oxford Astra Zeneca: 31.427 relatórios, 114.625 reacções e 205 mortes (para 6.9 milhões de doses)

Pfizer BioNTech:

Relatórios 1 em 309.5 doses
Reacções 2.9 por relatório
Reacções fatais 1 em 42.131

Oxford AstraZeneca:

Relatório 1 em 219.5 doses
Reacções 3.6 por relatório
Reacções fatais 1 em 33.659

É importante reconhecer que estes dados não são de forma alguma aleatórios: os relatórios são filtrados através do mesmo sistema (embora seja passivo e provavelmente represente apenas uma fracção dos casos) e estes produtos têm perfis distintos.

O perfil de segurança Oxford-AstraZeneca também deve ser mantido em mente, considerando que a empresa está a planear realizar ensaios com crianças. Se for ético subministrar vacinas com questões de segurança não resolvidas é uma coisa, mas outra coisa é quando os dados de um produto parecem ser tão claramente inferiores aos do outro.

John Stone


Queria aqui realçar um aspecto que acho extremamente importante: estabelecer qual a verdadeira situação acerca das vacinas e das reacções adversas, incluídas aquelas fatais, é tarefa complexa e nunca coroada pela certeza absoluta de poder apresentar dados fidedignos.

No caso da EMA, como vimos nas actualizações, os cálculos são morosos e, sobretudo, não devidamente filtrados. Ou seja: é impossível saber se os casos apresentados constituem o total das reacções adversas (e é praticamente certo que assim não seja) assim como é impossível determinar com certeza absoluta se a vacina foi a única causa da eventual reacção adversa ou óbito.

Faz todo o sentido ter em conta o aspecto de “emergência” da actual situação, com as óbvias dificuldades em recolher, analisar e comunicar de forma completa e exaustiva os dados disponíveis. No entanto, não podemos esquecer como tal mecanismo tem funcionado de forma aparentemente exemplar (e nunca questionada) e incrivelmente célere na altura de relatar diariamente tanto os números de novos infectados quanto os eventuais óbitos provocados pela Covid.

O que aqui se pede é que as autoridades sanitárias apliquem no caso das vacinações os mesmos critérios e mecanismos utilizados nas contagens diárias, nada mais do que isso. Como é evidente, trata-se dum esforço assinalável, mas é sabido que situações excepcionais exigem respostas excepcionais. Tal resposta excepcional foi dada com aparente e incontestável sucesso durante mais dum ano: é altura não de parar mas sim de continuar também no âmbito das vacinações para que não possam surgir dúvidas.

Quanto ao caso específico do Reino Unido: 1 reacção fatal em 42.131 doses da Pfizer BioNTech e 1 em 33.659 doses da AstraZeneca? Mas estão a injectar o quê, veneno de cobra?

Lembro a incidência das reacções adversas graves tal como relatada pela Infovac, a plataforma suíça das vacinações. Aqui são relatados apenas as reacções muito severas, que podem incluir (ou não) óbitos:

  • HPV (vírus do papiloma humano): 0 (zero) casos por cada milhão de doses
  • Sarampo, Difteria, Haemophilus influenza (bacilo de Pfeiffer), Parotite, Pertússis, Rubéola: menos de 1 caso por milhão
  • Hepatite B: 1-2 casos por milhão
  • Meningococo, Pneumococo, Poliomielite, Varicela: 1 caso por 100.000 doses
  • Gripe: menos de 1 caso por 10’000 doses

Repito: estas são todas as reacções adversas, não apenas os óbitos.

 

Ipse dixit.

Acerca do artigo original e da imagem: UK Data Show 402 Reports of Deaths Following COVID Vaccines © 02 de Março de 2021 Children’s Health Defense, Inc. This work is reproduced and distributed with the permission of Children’s Health Defense, Inc.. Autor: John Stone

3 Replies to “Covid-19: vacinas, o caso Oxford-AstraZeneca no Reino Unido”

  1. Olá Max: Em vacinas aprovadas em menos de meia dúzia de meses, a questão parece ser determinar qual mata menos.
    Esqueceram que as tais vacinas foram feitas para impedir a morte? Provavelmente muito em breve tais anomalias entrem no conceito de efeitos colaterais admissíveis. O que não morre da doença, morre da cura.
    E convenhamos que as mortes elencadas são aquelas imediatamente após a vacinação. Provavelmente os “efeitos colaterais” apareçam também meses após, anos após ou na próxima geração.

  2. O cenário da “guerra” das vacinas é agora claríssimo. A vacina da J&J, produzida por empresa “amiga” foi aprovada com a rapidez agora tornada comum, para a vacinação do tipo experimental. Já as vacinas produzidas por terceiros (Russos, chineses, indianos, etc) aguardam na sala de espera pelo processo normal, relegadas ainda para o fundo da pilha burocrática e politizada.
    E a segurança? E a deontologia? E os efeitos adversos?
    Tratando-se de vacinar “gado”, tais considerações não têm lugar neste negócio.

  3. O meu comentário não está relacionado com o conteúdo do artigo, mas gostaria de fazer referência a esta movimentação geopolítica por parte do regime da Inglaterra e que se prende com a hipótese da sr.ª Markle se candidatar às próximas eleições Norte-Americanas.

    É interessante o que está por de trás de toda esta encenação do regime da Inglês que montou o seguinte cenário em que o sr. David e a sr.ª Markle renunciam aos títulos monárquicos, dando assim a falsa ideia de existir um conflito entre a família que governa o Reino Unido (UK pela sua sigla em inglês), e o casal David e Markle.

    O objectivo do regime Ingaterra é candidatar a sr.ª Markle às eleições Norte-Americanas de 2024, movendo assim o seu estado profundo (deep state pela sua sigla em Inglês) dentro dos Estados Unidos da América do Norte (EUA) numa tentativa de manter o domínio sobre esse país.

    Nesta ligação encontram-se mais pormenores sobre o interesse da sr.ª Markle em concorrer às eleições Norte-Americanas de 2024:

    – Meghan Markle estaria considerando concorrer à presidência dos EUA

    https://br.sputniknews.com/americas/2021031417127718-meghan-markle-estaria-considerando-concorrer-a-presidencia-dos-eua/

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: