Desde a Covid até a moeda digital

Sempre acerca das motivações económico-financeiras da Covid, o suíço Uncut News oferece uma retrospectiva histórica, analisando o que aconteceu após o final da Segunda Guerra Mundial, quando tinham sido tomadas medidas de política monetária muito dolorosas contra a inflação galopante e para enfrentar as dívidas de guerra.

Em 1948 houve uma reforma monetária, na qual o Reichsmark (a moeda do Reich) se tornou o D-Mark (Deutsche Mark, “Marco Alemão”), que permanecerá em função até 1990. No entanto, o novo Estado aproveitou imediatamente a oportunidade para se livrar de uma grande parte das suas responsabilidades através da reforma monetária, uma vez que estavam disponíveis apenas 6.50 Marcos por cada 100 Reichsmarks. As medidas aplicavam-se a tudo o que fazia parte do orçamento público: contas bancárias, títulos do Estado, obrigações, poupanças da sociedade construtora e até mesmo seguros de vida e activos de reformas. As responsabilidades, isto é, empréstimos e pagamentos correntes (rendas, pensões, etc.), por outro lado, foram convertidos 1:1 e assim permaneceram na sua totalidade. Durante a reforma monetária de 1948, os activos financeiros foram massivamente desvalorizados.

Uma vez que a reforma monetária tinha afectado particularmente as pequenas poupanças e, em vez disso, tinha poupado os proprietários imobiliários, em Agosto de 1952 foi 3  igualização dos encargos para os cidadãos com bens materiais, principalmente bens imobiliários. Foi paga ao Estado uma taxa de 50% sobre todos os bens. Este enorme encargo financeiro foi pago ao Estado durante um período de 30 anos em prestações trimestrais. Em 1982 a Lei sobre a Equalização dos Encargos chegou ao fim com as últimas prestações.

O que é que isto tem a ver com o Coronavírus e a prevista obrigação vacinal?

O actual sistema financeiro, com juros e juros sobre os juros, cria a sua própria armadilha. O capital move-se sempre ao longo dos anos para um grupo extremamente rico mas restrito. O resto dos cidadãos tem de pagar os juros sobre esta riqueza dos super-ricos através do seu próprio trabalho, mas isto está a tornar-se cada vez mais difícil porque os juros sobre o capital continuam a aumentar. Por conseguinte, este sistema necessita de um reset de tempos a tempos. No passado, as guerras eram muito populares devido a isso: a morte e o sofrimento eram aceites a fim de manter e expandir a riqueza. Porque deveria ser diferente hoje em dia?

Felizmente, ainda não houve uma Terceira Guerra Mundial (tendo em conta os grandes arsenais nucleares que seriam perigosos para as próprias “elites”), mas o problema do sistema financeiro persiste.

Desde os anos ’80, a desregulamentação dos mercados financeiros e o surgimento do mercado dos derivados altamente especulativos agravaram a situação, de modo que a formação de capital real continuou a perder terreno.

Depois veio a crise financeira em 2008. Os bancos e investidores foram ‘salvos’ pelos Estados. No entanto, a um preço muito elevado. Para além duma extrema dívida nacional (pela qual os contribuintes acabam por ter de pagar), vastos sectores da população, especialmente na Alemanha, foram parcialmente despojados através de taxas de juro negativas e fortes aumentos de preços devido a um excedente de dinheiro por parte do banco central [quantitative easings, ndt]. Os elevados preços dos imóveis não significam que a propriedade se tenha tornado mais valiosa. As moedas (especialmente o Euro e o Dólar americano) valem simplesmente menos por causa do excedente de dinheiro. Mais cedo ou mais tarde isto conduz inevitavelmente a uma queda. Quanto mais tarde isso acontecer, pior será.

Em 2019, parecia ter chegado o momento. Em Setembro houve quase outra crise nos mercados financeiros, que iria eclipsar a crise financeira de 2008. O assim chamado “mercado sombra” (a parte do mercado monetário através do qual os bancos e os chamados fundos hedge, ou seja, fundos de investimento altamente especulativos, emprestam dinheiro uns aos outros), com um volume mundial de cerca de 15 triliões de Euros, teve de ser salvo pelo banco central dos EUA, a Federal Reserve, com centenas de biliões de Dólares. Depois de toda a “prata” ter sido desperdiçada para salvar os bancos em 2008 e do extremo endividamento dos Estados daí resultante, outro colapso com efeito dominó global teria conduzido ao caos. O público, no entanto, quase não se apercebeu disso.

Foi isso que desencadeou a “pandemia”? Não podemos esquecer que há muito havia em cima da mesma havia o tema de como reanimar o sistema financeiro e económico mundial e, obviamente, proteger e aumentar ainda mais a riqueza das elites.

Em 2010, a Fundação Rockefeller descreveu no seu relatório “Cenários para o futuro da tecnologia e do desenvolvimento internacional” [Scenarios for the Future of Technology and International Development, ndt] o cenário de confinamento no caso de uma pandemia de gripe. Neste contexto, foi considerado quais as oportunidades e desafios políticos e sociais que poderiam surgir do medo induzido por uma pandemia. O resultado mostrou que um lockdown mundial combinado com medidas totalitárias permitiria instalar estados de vigilância na sequência da pandemia.

Outros elementos das nossas actuais vidas também foram preparados antes do Coronavírus, tais como o certificado de vacinação digital na UE a partir de 2018. A Cimeira Mundial da Vacinação em Bruxelas, a 12 de Setembro de 2019, sob o patrocínio da Comissão Europeia e da OMS, é também muito instructiva.

E não podemos esquecer o já várias vezes lembrado Event 201, o papel da Bill e Melinda Gates e o Great Reset do Fórum Económico Mundial (WEF).

Vacinas e leis

Depois o autor apresenta uma recente e interessante modificação na legislação alemã, introduzidas em Outubro de 2019, mesmo antes da crise da Covid, pelo Bundestag, Parlamento alemão:

As alterações ao artigo 21º da Lei de Regulamentação da Compensação Social de 12 de Dezembro de 2019, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2024, que podem ser encontradas aqui.

Nesta alteração, o objectivo do Welfare for War Victims (“Bem-Estar das Vítimas de Guerra”, ndt] para o qual foi criada a “Lei de Equalização do ónus” é substituído pelo termo “compensação social” e é feita referência ao Livro XIV do Código Social, que também tem sido alterado [alteração ao SGB XIV de 7 de Novembro de 2019 com efeito a partir de 1 de Janeiro de 2024, ndt]:

O novo XIV Livro do Código Social (SGB XIV) regula a compensação de necessidades relacionadas com o ferimento de … a pessoas que tenham sofrido danos à sua saúde através de vacinação ou outras medidas profilácticas específicas de acordo com a Lei de Protecção contra Infecções.

Portanto, vamos resumir brevemente: a partir de 01/01/2024, o Estado pode efectuar uma partilha de encargos (uma palavra simpática para “expropriação”) entre os bens de toda a população, com o objectivo de compensar as vítimas da vacinação.

E será bom lembrar que, segundo os contractos assinados entre as farmacêuticas e os vários Países, os produtores das vacinas não têm qualquer responsabilidade presente e/ou futura. A responsabilidade é, em primeira estância, dos vacinados que, ao darem o consentimento à “vacinação recomendada”, assumem o risco de participar nesta experiência médica. Em segunda instância temos os Estados, que por sua natureza têm que cuidar dos cidadãos mas que, em caso de vacinação obrigatória, tornam-se os únicos responsáveis.

Uma vacinação geral obrigatória é importante para o Estado, pois é a única forma de justificar a tal “partilha de encargos” entre todos os cidadãos. Mais um passo na direcção do pseudo-socialismo do Great Reset. Entretanto, a 23 de Setembro de 2021, foi também apresentado ao Parlamento da UE um pedido de criação de um fundo para as vítimas da vacina (aqui a versão portuguesa). Não é difícil imaginar quem irá financiar o fundo e com qual dinheiro.

A moeda digital europeia

Os Estados também precisam da riqueza dos seus cidadãos para uma nova moeda, o Euro digital, sobre o qual o BCE [Banco Central Europeu, ndt] tem estado oficialmente a trabalhar desde este ano. Os Estados europeus (como outros Estados ocidentais, especialmente os EUA) estão fortemente endividados e na sua maioria falidos. Os bens, por outro lado, pertencem aos cidadãos. Para que o Euro digital tenha qualquer valor, o BCE e os Países da Zona Euro têm de anular as suas dívidas. Neste contexto, não é surpreendente que a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von-der-Leyen, esteja agora a exigir uma obrigação de vacinação à escala europeia. Isto poderia então ser utilizado como pretexto para expropriações em toda a Europa.

Além disso, a China introduzirá em 2022 uma nova moeda digital apoiada por valor patrimonial, que já está a ser testada e será lançada a nível nacional em ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 [o e-Yuan, ndt]. No entanto, a China tem agora muito mais recursos do que os Países industrializados ocidentais, o que tornará a moeda muito forte e outros serão forçados a agir. De acordo com a vontade da liderança chinesa, o e-Yuan irá substituir o Dólar como moeda de reserva.

As pessoas na UE e noutros países ocidentais estarão também em breve prontas para a reforma monetária. A inflação actualmente alimentada artificialmente (causada, entre outras coisas, pelos estrangulamentos das entregas de matérias-primas) continuará a ganhar velocidade e levará os cidadãos gradualmente empobrecidos a exigir uma saída.

A nova moeda deve ser puramente digital e sem fisicidade, com base na tecnologia blockchain ou algo semelhante. Deve então estar ligada a uma carteira com identidade digital tal como previsto pela ID2020 [a ONG financiada, entre outros, por Microsoft, Bill Gates, Rockefeller Foundation, Cisco, ndt], cuja componente será também o passaporte de vacinação. Como moeda do Banco Central, já não estará ligada a uma conta bancária, como agora: cada cidadão, portanto, terá a sua própria conta na BCE. […].

Ao utilizar identidades digitais, os direitos básicos podem também estar ligados ao cumprimento de requisitos estatais, como na China com o seu sistema de pontuação social. Hoje em dia é necessário ser vacinados para ter acesso à vida pública. Amanhã? Mais experiências médicas para Big Pharma, medidas contra a superpopulação, blocos de carteira digitais para produtos e serviços que consomem demasiado CO2, tais como carne ou viagens? O cidadão é, portanto, completamente chantageável. Sem dinheiro e sem direitos fundamentais em caso de “mau comportamento”.

Lembramos o lema do Fórum Económico Mundial para o ano 2030: “Não possuirás nada, mas serás feliz”.

Repito o meu ponto de vista: atrás da Covid há essencialmente uma motivação económico-financeira. Que depois, como é evidente e não poderia a deixar de ser, tem também fundamentais recaídas sobre a estrutura política e social da nossa sociedade. Doutro lado, a implementação duma nova realidade político-social sem uma profunda redefinição do sistema económico e financeiro não teria cabimento.

 

Ipse dixit.

6 Replies to “Desde a Covid até a moeda digital”

    1. Krowler, é uma boa entrevista, sóbria , estruturada , fundamentada . Ainda assim continuo a sentir que havia a possibilidade de conseguir a mesma identidade digital com métodos fisicamente menos invasivos e consequentemente menos polêmicos . Como num puzzle …se uma peça não encaixa o defeito não está na peça, está na nossa percepção … e continuo a achar que uma das peças não encaixa .

  1. Grande Max,

    Eu acredito mais num aprimorar do controlo das pessoas do que em mais um jogo para os ricos ficarem mais ricos. Esta combinação inflação alta e juros baixos parece muito interessante se o sistema poder escolher muito bem aqueles a quem pode ser concedido crédito. Teríamos assim um crédito a custo muito baixo e um dissipar do património dos que virem negado os seus pedidos de empréstimos.

  2. Olá Max e todos: Que desgraça que o dito socialismo só se faz entre os pobres e falida classe média. Para os ricos continua vigorando o chamado capitalismo financeiro. São párias, nada fazem a não ser continuar acumulando e planejando a desgraça alheia.
    Olha Max, se o que dizes chegar aqui, ou existe revolução geral para eu também participar, ou fujo para uma toca escondida do mundo junto com quem eu gosto, para viver com tecnologias primitivas de sobrevivência, ou radicalizo e mudo de dimensão, deixando o planeta de corpo e mente.
    Eu não vou aguentar isso, absolutamente impotente, eu não consigo. Minha esperança é a revolução na Europa. É uma esperança pequeninha, mas ainda posso chamar de esperança. Se não der certo, viro-me para o plano B, e finalmente para o C, acima descritos.
    Há a remota possibilidade da Europa resignar-se e o Novo mundo dizer: CHEGA!!. Vamos ver.

  3. Já estava a pensar que os assuntos económicos tinham confinado sendo este o que está por detrás do palco!
    Uma questão nisto tudo que fica pendente é: Porque vacinar JÁ as crianças?

    1. Essa questão das crianças já foi respondida de muitas formas. O vídeo que partilhei acima também responde, e bem.

Obrigado por participar na discussão!

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