O papel da Maçonaria na ascensão do Fascismo – Parte III

…e esta sim que é a última parte desta série.

Resumindo: nos primeiros dias de Junho de 1940, com a evacuação de Dunkerque, os Aliados já não precisam da mediação de Mussolini. Este percebe que arrisca perder em três frentes: naquela diplomática, onde já não é necessário; naquela bélica, por via da neutralidade; no que diz respeito ao Pacto de Aço pois o aliado alemão continua a arrasar pela Europa toda. Portanto, acha necessário actuar porque, como revela o Promemoria segretissimo 328, a Italia não pode continuar na neutralidade:

Sem se demitir do seu papel, sem se desqualificar, sem se reduzir ao nível de uma Suíça multiplicada por dez. […] Porque a Itália não poderá não entrar na guerra, é apenas uma questão de saber quando e como: é uma questão de adiar o mais possível, de forma compatível com a honra e a dignidade, a nossa entrada na guerra. […] Se a Itália mudasse de atitude e passasse armas e bagagem para os franco-ingleses, não evitaria uma guerra imediata com a Alemanha.

E em 1940 o Terceiro Reich acumulava vitórias uma atrás das outras. A hipótese duma guerra contra Berlim era sem dúvida mais assustadora do que um conflito com dois Países em plena crise como França e Grã-Bretanha. Assim, no dia 10 de Junho, é anunciada a entrada em guerra do País. A notícia foi recebida com entusiasmo por parte dos grupos industriais italianos, que viram o início do conflito como uma oportunidade para aumentar a produção e a venda de armas.

Não vamos tratar do desenvolvimento do conflito pois não é este o foco do presente artigo. Pelo contrário, vamos directamente para o dia 25 de Julho de 1943, data em que Mussolini foi destituído e preso. Poucos dias antes, em 21 de Julho, Mussolini encontrou Hitler em Feltre (região do Veneto) para anunciar que a Italia teria procurado uma saída do conflito. A reacção do Fuhrer foi avassaladora, ameaçando a imediata ocupação da Italia caso esta recusasse continuar os combates.

E é aqui que volta em cena a Maçonaria. Nos primeiros meses de 1943, um dos grandes nomes do Fascismo, Dino Grandi (maçom) contacta o Rei Vittorio Emanuele III (também maçom) para preparar a destituição de Mussolini. A ocasião apresenta-se após o encontro de Feltre, no Grande Concelho do Fascismo agendado para o dia 24 de Julho. A votação foi conclusiva: 19 votos a favor da destituição, 7 contrários, uma abstenção. E dos 19 votos favoráveis, 13 são da Maçonaria. É a queda de Mussolini.

Mas já cerca de dez dias antes da reunião do Grande Conselho do Fascismo, pessoas próximas do Marechal Pietro Badoglio (maçon) tinham organizado uma conspiração para declarar o Duce “louco”. E neste caso a fonte é um documento até pouco tempo atrás inédito preservado nos Arquivos Nacionais em Washington. O plano secreto deveria ter iniciado com o Professor Cesare Frugoni, conhecido clínico da época, médico pessoal de Mussolini e, obviamente, maçon: este deveria ter apresentado ao Rei (maçon) uma certidão de “irresponsabilidade mental” do ditador fascista “por causa de doença”. O plano tinha sido estabelecido no âmbito da Maçonaria italiana, a fim de promover a nomeação de Badoglio (outro maçon) como chefe do novo governo. O objectivo de Badoglio teria sido decretar “a abertura imediata de negociações de paz”.

O documento que demonstrava a conspiração foi entregue a Mussolini que, no entanto, considerou essas suspeitas como sendo o fruto de fantasia, limitando-se a passar o dossier ao chefe da polícia Carmine Senise. O qual, apesar de ser um polícia capaz, não prosseguiu a investigação pois ele próprio estava envolvido na conspiração palaciana. Após alguns meses, Carlo Del Re da OVRA (o serviço secreto do Fascismo) estava convencido de que a manobra estava prestes a ser desencadeada e em 19 de Julho de 1943 (dois dias antes da reunião em Feltre) enviou a Berlim a notícia das intrigas anti-Mussolini, solicitando a intervenção do Terceiro Reich.

Tarde demais e, com a queda de Mussolini, o Rei nomeia o Pietro Badoglio novo chefe do governo.

A morte de Mussolini

Última parte dedicada à morte de Mussolini, um episódio que ainda hoje está longe de ser esclarecido e que, mais uma vez, vê implicada a sombra da Maçonaria.

Há numerosos relatos e versões da morte de Benito Mussolini. Comecemos com a versão oficial.

A versão oficial

Às 7 horas da manhã do dia 28 de Abril, “Valerio” e “Guido” (nomes em códigos de “partigiani”, termo por aqui traduzidos como partisam/partisans) deixaram Milano para seguir até Bonzanigo, onde Mussolini encontrava-se preso.

Quando chegaram à casa da família De Maria, o local da prisão, exortaram Mussolini e a companheira Claretta Petacci a sair rapidamente de casa. Os dois foram obrigados a sentar-se nos bancos traseiros do carro Fiat 1100 e foram acompanhados até ao local previamente escolhido para a execução, não muito longe: um beco estreito, rua XXIV Maggio, numa posição muito abrigada em frente à Villa Belmonte em Giulino di Mezzegra. Aqui os dois são forçados a descer.

Dois partisans são enviados para bloquear a estrada em ambas as direcções, enquanto que Mussolini é avisado para encostar-se ao portão. “Valerio” empurra Mussolini para o portão e pronuncia a sentença: “Por ordem do Comando Geral do Corpo de Voluntários da Liberdade sou encarregado de fazer justiça ao povo italiano” e, voltando-se para Claretta que se agarrava a Mussolini: “Sai daí se não queres morrer também”. “Valerio” tenta prosseguir com a execução, mas a metralhadora encrava; pega numa pistola mas também esta não dispara. Finalmente encontra uma metralhadora que funciona e “Valerio” descarrega uma salva mortal de cinco tiros contra Mussolini. A Petacci, que se encontrava no caminho da metralhadora, também foi atingida e morta. Um golpe de misericórdia é então disparado ao coração de Mussolini com uma pistola. Balas de calibre 7,65, compatíveis com as da metralhadora francesa de “Valerio” foram mais tarde encontradas no local de execução. Eram 16:10 do dia 28 de Abril de 1945.

No livro “Em nome do povo italiano”, publicado postumamente, “Valerio” argumentou que as decisões tomadas no início da tarde de 28 de Abril eram equivalentes a uma sentença emitida por um organismo regularmente constituído nos termos do artigo 15º do documento CLNAI (Comité de Libertação Nacional Alta Italia). Nem todos concordaram com esta interpretação, uma vez que nesta ocasião faltou a presença de um magistrado e de um comissário de guerra: “Valério” foi portanto acusado de homicídio voluntário agravado e profanação de cadáver, acusações das quais foi mais tarde absolvido por um tribunal porque os factos tinham ocorrido durante uma acção de guerra partisan pela necessidade de lutar contra os alemães e os fascistas durante o período da ocupação inimiga e, como tal, não eram considerados puníveis.

A hipótese inglesa

Já em Dezembro de 1944 e em Janeiro de 1945 tinham tido lugar contactos secretos entre o Duce e emissários britânicos em Porto Ceresio, perto da fronteira suíça; além disso, o texto das interceptações telefónicas feitas pelos serviços secretos alemães em Salò (sede do governo fascista desde Outubro de 1943) sobre as conversas de Mussolini, sugere a existência de possíveis acordos secretos e uma troca de cartas entre o ditador italiano e o Primeiro Ministro britânico Winston Churchill, ainda que seja incerto definir o conteúdo de tal correspondência. A 27 de Abril de 1945, na altura da sua captura, Mussolini tinha consigo uma mala cheia de documentos, contendo, entre outras coisas, parte da sua correspondência com Churchill. No rescaldo imediato da guerra, Churchill e os serviços secretos britânicos diligenciariam no sentido de recuperar todas as cópias de tal correspondência.

O desaparecimento destes documentos particularmente secretos após a prisão de Mussolini, que ficou conhecida como a “correspondência Churchill-Mussolini”, estaria ligado a uma versão do assassinato do líder do Fascismo no livro de memórias do antigo comandante da divisão partidária formada pelas Brigadas Garibaldi “Giacomo”. Nesta publicação, o autor escreve que o assassinato de Mussolini, a 28 de Abril de 1945, aconteceu pouco depois das 11 da manhã, numa rua lateral em frente à casa dos De Maria, como parte de uma missão secreta dirigida por um agente britânico. O objectivo da missão teria sido impedir a divulgação do conteúdo da correspondência, recuperando-a e suprimindo Mussolini e Claretta Petacci, sendo esta última perfeitamente consciente da existência de tais relatórios.

De acordo com esta versão dos acontecimentos, “Giacomo” tinha sido contactado por um agente britânico no dia anterior em Milano às 16 horas e, para realizar a missão, tinha formado uma equipa de três outros partisans. O grupo teria sido informado da localização exacta dos prisioneiros por volta das oito horas da manhã do dia 28, graças a outro agente, chamado “Alpino”. Após um tiroteio para ultrapassar um bloqueio de estrada em localidade Argegno, onde um dos três partisans do “comando” teria perdido a vida, o esquadrão teria chegado até a casa dos De Maria e teria facilmente ultrapassado os guardas do casal. A execução foi levada a cabo com metralhadoras Sten. A correspondência Churchill-Mussolini não pôde ser recuperada, mas, após tirar algumas fotos dos cadáveres, o agente britânico teria concordado com o silêncio de “Giacomo” e dos dois partisans sobreviventes. Entretanto, em 1982, “Giacomo” encontrou o cônsul britânico em Milano e este lhe teria mostrado as fotografias tiradas na altura pelo agente secreto: “Giacomo” na altura assinou uma declaração que confirmava mais uma vez os acontecimentos.

Esta versão foi creditada por Peter Tompkins, escritor e antigo agente secreto dos EUA, e pelo historiador Luciano Garibaldi. Além disso, é apoiada pelas seguintes circunstâncias:

  • A documentado dos registos telefónicos e da correspondência entre Mussolini e Petacci, das quais é evidente que esta última tinha conhecimento tanto dos contactos entre Churchill e o líder fascista quanto da correspondência secreta.
  • A presença no local, no início de Maio de 1945, de um misterioso agente em uniforme alpino, certamente em contacto com espiões britânicos e provavelmente também com a partisan “Gianna”, uma das poucas pessoas que conhecia o local da prisão de Mussolini e da Petacci.
  • Foi efectivamente testemunhada a ocorrência de um tiroteio com mortes num posto de controlo partisan em Argegno, na manhã de 28 de Abril.
  • O tempo antimeridiano do homicídio, de acordo com a versão de “Giacomo”, é consistente com a circunstância, notada na autópsia, de que o estômago de Mussolini estava desprovido de restos de comida.
  • O testemunho de Dorina Mazzola, que declarou que Mussolini e Petacci foram mortos não em Giulino di Mezzegra mas ainda em Bonzanigo, sede da prisão, nas horas antimeridianas de 28 de Abril de 1945. Mazzola também recordou um homem que transportava “uma câmara de luxo sobre o seu ombro”. A Mazzola, na altura dos factos com 19 anos de idade, lembrou gritos e tiros por volta das 9:00 da manhã do dia 28 de Abril (aqui não há concordância com a hora descrita por “Giacomo”), vinda do pátio da casa De Maria, onde reparou numa pessoa careca com uma camisola a lutar; imediatamente a seguir a Mazzola ouviu uma série de tiros isolados e depois os gritos de Lia De Maria e de outra mulher.
  • “Valerio” não conhecia a casa dos De Maria onde estavam presos Mussolini e a Petacci, casa que succesivamente descreveu como uma “pequena casinha de montanha” quando na verdade era um prédio de três andares (ver imagem em baixo).
A “pequena casinha de montanha” de “Valério”

Segundo Tompkins, Luigi Longo, comandante-chefe de todas as brigadas Garibaldi, chegou ao local imediatamente após a dupla matança, planeou um falso tiroteio em Giulino di Mezzegra e a versão da matança da Petacci “por engano”, e depois vinculou ao segredo todos os partisans presentes. A este respeito, é importante ter em conta a reconstrução fornecida em 1993 por Urbano Lazzaro, o partisan “Bill”, vice-comissário político da coluna partisan responsável pela captura de Mussolini, na qual se afirma que a pessoa que apareceu em 28 de Abril de 1945, com o nome de batalha “Valerio” era Luigi Longo e não Walter Audisio, como vulgarmente se afirma.

Além dos pontos relatados antes, há mais um que vale a pena lembrar: em 1993, o historiador Alessandro Zanella, afirmou que o duplo homicídio ocorreu na manhã do dia 28 de Abril, dentro ou perto da casa de De Maria. Esta versão faz uso de um estudo produzido pelo Dr. Aldo Alessiani, médico judicial da magistratura de Roma, no qual atesta, com base no exame das fotografias tiradas das 11:00 às cerca das 14:00 do dia 29 de Abril sobre os corpos, que  Mussolini e a Petacci estavam mortos há cerca de trinta e seis horas, ou seja, muito antes das 16:00 do dia 28 de Abril de 1945.

Há muitas versões acerca da morte do Duce. Mas o que sabemos nós, além das versões contadas?

Sabemos que os furos das balas estavam no corpo de Mussolini mas nem todos estavam na roupa dele. O que confirma o testemunho da Mazzola, com um homem em camisola a lutar no pátio da casa dos De Maria.

Sabemos que houve mal-humor entre alguns partisans, tanto pela forma como Mussolini tinha sido morto, quanto pela ingerência britânica, quanto pelo facto dos documentos na posse do Duce não serem publicados. Por causa disso a já citada Gianna foi morta, assim como o Capitão “Neri” e um dos guardas de Mussolini na casa dos De Maria.

Sabemos que pouco tempo depois, Churchill veio para Italia para recuperar os documentos: em Saló também falou com o carpinteiro ao qual Mussolini tinha pedido para construir uma caixa estanque: a caixa, com cópias dos documentos, tinha sido foi depois imergida no Lago de Como, nas cujas margens surge Saló.

E há outro aspecto que deve ser considerado: a guerra estava praticamente acabada (ainda hoje em Italia festeja-se o 25 de Abril de 1945 como Dia da Libertação, três dias antes da morte de Mussolini), o mais lógico teria sido uma execução na praça pública, tal como foi feito no caso de muitas figuras fascistas, para celebrar a grande vitória partisan. Foi o caso das 16 altas patentes fascistas fuziladas em Saló, à beira do lago, sob o olhar de todos e com tanto de padre para o conforto espiritual.

A irmã de Mussolini publicou parte da correspondência com o irmão e numa das últimas cartas o Duce afirmou desejar um processo público, com a protecção do Rei, para demonstrar aspectos da história que antes não estava em condições de partilhar (é o caso das cartas com Churchill ou dos pedidos dos Aliados para que a Italia entrasse em guerra). Vice-versa, aquela falsa execução somaria, às escondidas, num beco lateral duma pequena aldeia, longe de qualquer testemunha, demonstra a pressa para evitar que Mussolini falasse.

Em 1945, já com a guerra terminada, o núncio apostólico de Pio XII em Londres, Mons. William Godfrey, visitou Winston Churchill e descreveu o encontro numa carta à sua família. As palavras do maçon Churchill não deixam dúvidas:

A Itália gozará de excelentes condições de paz e será prestada assistência concreta para a sua reconstrução. […]  A total liberdade política será a única coisa que faltará à Itália. A Santa Sé discordará em parte desta condição, que conduzirá a um estado permanente de discórdia e que causará fraqueza nos futuros governos italianos.

Não uma simples profecia mas um projecto apresentado por um dos maçons mais em vista, projecto realmente implementado ao longo das décadas. E não apenas em Italia. Ainda dúvidas acerca da utilidade da História?

 

Ipse dixit.

Relacionados:

Um agradecimento à obra de Marco Pizzuti: Biografia Non Autorizzata di Benito Mussolini

6 Replies to “O papel da Maçonaria na ascensão do Fascismo – Parte III”

  1. Olá Max: resumindo, mais um crime de Churchill. As cartas deviam revelar toda a astúcia e maldade da coroa britânica e ser vassalo mor: o “herói” da segunda guerra mundial – Churchill
    Já este final não me deixou de boca aberta, mas uma série realmente necessária.

  2. Mais um longo e excelente artigo de pura História, obrigado pelo seu esforço, Max.

    A partir daqui as pessoas ficam elucidadas da influência e ingerência na política internacional e nos assuntos internos de outros países, por parte do regime da Inglaterra e os seus tentáculos, ou como dizem os Chineses a «Mão Negra», ou então o «Estado Profundo» como foi denominado pelo ex-Presidente Donald Trump.

    Desconhecia o enorme papel da Maçonaria Italiana (e no geral) na ascensão do Fascismo em Itália.

    Em Portugal, a Maçonaria Portuguesa desempenhou um papel activo na consolidação da ditadura do Estado Novo de 1930 a 1945, trabalhando activamente para minar a oposição Republicana, que foi a única e verdadeira resistência contra o regime; os arquivos da temível e violenta Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (PVDE), são uma fonte riquíssima nesse aspecto.

  3. Maçonaria, Churchill, e o próprio Duce, peças de uma engrenagem belicosa patrocinada pelos verdadeiros donos do poder.que aqui neste blog em em tantos outros da dita mídia alternativa são aliviados ao limite do possível ou alinhados aos reptlianos…

    1. Olha, o regresso do “Anónimo”!

      Raciocinamos: porque será que a dita midia alternativa alivia a posição dos verdadeiros donos do poder?

      Algumas opções:

      – a midia alternativa ainda não entendeu quem são os verdadeiros donos. Improvável, não é?
      – a midia alternativa é ameaçada pelo poder. Podemos excluir também essa: pessoalmente nunca fui ameaçado.
      – a midia alternativa é parte integrante do processo da tomada de poder e de controle. E esta, sinceramente, parece a hipótese mais provável.

      Milhares de indivíduos espalhados pelo planeta todo com um único objectivo: distrair os Leitores, afastando-os cada vez mais da verdade. Por vezes com hipótese absurdas, outras vezes fingindo ser anti-semitas mas oferecendo ao Leitor falsos culpados.

      Dúvida: será por dinheiro? Será ideologia? Ou quê mais?

      No meu caso não tenho problemas em confessar: é por causa do dinheiro. Doutro lado, já recebia dinheiro dos Russos, boa parte do qual gastava em festas privadas na mansão de Putin, aquela que Navalny descobriu. Então porque não dinheiro dos Sionistas? Digo mais: se chegassem os Reptilianos também aceitaria o dinheiro deles.

      Mas reconheço que, tanto no caso dos Russos quanto no caso dos Sionistas, há algo mais: o meu nome não é Max, este não passa dum pseudónimo. O nome real, depis de tantos anos de Informação Incorrecta, vai ser revelado aqui: é Malkiel, que significa “Deus é o meu Rei” (Genesis 46:17). Malkiel Mario Rabinovich o nome completo. Portanto, sou um hebreu comunista, nascido casualmente em Italia de pais que fugiram da Alemanha nazista.

      Apesar das minhas crenças, não posso não sentir admiração perante a sua perseverança. O nosso trabalho feito nos bastidores para esconder as provas é enorme: como conseguiu descobrir a verdade? Posso perguntar quais as suas fontes? Receio que não poderá responder-me por medo que eu informe logo os meus donos. Entendo e não insisto. Mas quero realçar: perseverança e inteligência. Porque perante todas as falsas pistas espalhadas, perante evidencias que demonstram o contrário o que no mínimo deveriam fazer surdir dúvidas, o “Anónimo” consegue sempre separar o trigo do joio: foi assim que chegou à Pura e Absoluta Verdade. E nunca abala, o que é digno de louvor: a pessoa inteligente duvida mas a pessoas ainda mais inteligente nunca duvida e só tem certezas. Sem ironia, não hesito em defini-lo um mártir, pois deve ser triste ser um dos poucos donos da Verdade Absoluta no meio de multidões que negam ou até desprezam o que só um punhado de pessoas conseguem entender.

      Posso dar-lhe só três conselhos que, acredite, são totalmente desinteressados:

      1. não desista. O mundo que você construiu é a sua razão de vida: uma obsessão (no bom sentido, claro está) da qual não tem que livrar-se. Porque se o fizesse, entenderia ter desperdiçado anos atrás duma teoria patética capaz de tapar-lhe os olhos. Ambos sabemos que assim não é, obviamente a sua teoria é a única com sentido: estou só a avisar. Por isso, contrariamente ao que fiz no passado, agora já nem insisto: continue assim, percorra só o caminho da Verdade Absoluta porque mudar poderia só fazer-lhe mal.

      2, procure publicações que apoiam a sua magnífica teoria. Se conhece a língua inglesa, inscriva-se em Stormfront, por exemplo, e aí fique. Porque aqui, como já deve ter percebido, o meu único objectivo é defender russos e sionistas (sobretudo estes últimos que pagam mais e pro razões etnicas-religiosas) e já recebi algumas queixas dos meus superiores: “Porque não apagas aquele “Anónimo” que utiliza outro nick também? Não vês que ele entendeu tudo e está a revelar os nossos planos? É demasiado inteligente: queres seja cortado o teu rico subsídio?”. Acredite, eu tento resistir, finjo ainda não ter lido os comentários incriminados, mas a verdade é que a minha posição é cada vez mais insustentável e, mais cedo ou mais tarde, terei que intervir. Dói-me o peito só em pensar nisso, mas também eu sou constantemente controlado e tenho que respeitar o Supremo Plano.

      3. da próxima vez, lembre-se de mudar ao menos o seu endereço IP, caso contrário é demasiado simples para mim reconhece-lo. Em Informação Incorrecta há um guia acerca de como utilizar Tor, há até extensões para navegadores que podem fazer isso de forma ainda mais simples. Não se preocupe, ainda por esta vez vou manter o segredo perante os outros Leitores. Mas sabe como é: um dia poderia acordar mal humorado e enviar uns agentes do Mossad no Sul do Brasil para uma operação de “limpeza”, para silenciar um elemento perigoso para os nossos projectos de dominação mundial. E o “Anonimo” demonstrou ser particularmente perigoso.

      Bom, agora estou cansado de inventar baboseiras e vou dormir. Com licença.

  4. O que leva alguém aparentemente inteligente, ser tão patético? Te achas editor ou dono deste blog? Queres formar uma confraria de opiniaticos autorizados a divergir dentro do teu limite? Sente-se ofendido pela elite “hebraica”? Queres intimidar dando a entender que os nicks sejam algo imprescindível e estivessem acima do pensar. Ou não poderiamos ser todos anônimos acrescentando o 1 o 2 e assim sucessivamente? Ou buscamos nestes espaços novos e grandes amigos? O que muda pra ti se escrevo de um certo lugar ou de outro? Monitora isto também? E por qual razão? E como sempre faz, abusa da ironia como forma de folclorizar e descredibilizar o que te incomoda.

    1. Olá “Anónimo”!

      Vejo que continuas a não entender. Mas hoje tenho más notícias: decidi desistir de ti.

      Todavia, dado que mais uma vez não consegues evitar acusações dirigidas ao blog, vou ter que responder-te pela última vez de forma que todo os Leitores tenham conhecimento de certos aspectos, inclusive o funcionamento de Informação Incorrecta “nos bastidores”, não ficando assim com dúvidas devido às tuas alegações.

      “Te achas editor ou dono deste blog?”.
      Editor? Não: os editores são todos os que participam em Informação Incorrecta: autores, comentadores, estes últimos com comentários, pedidos, sugestões, aprovação ou não do que é publicado. Também tu és editor.
      Dono deste espaço? Não, tecnicamente o termo não é correcto: sou o arrendatário e o administrador destes espaço virtual concedido pela empresa open source Worpress, tal como explica o contracto.

      “Queres formar uma confraria de opiniaticos autorizados a divergir dentro do teu limite?”
      Se a minha intenção fosse aquela de formar uma confraria com autorizações limitadas, tu estarias fora disso há muito. O facto de poderes continuar, pelo menos até hoje, tem sido a melhor forma de demonstrar o contrário de quanto tu afirmas.

      “Sente-se ofendido pela elite “hebraica”?”
      Mais uma vez não entendes: o meu dever é evitar que estas páginas se tornem monopolizadas por um único assunto tratado do ponto de vista do fanatismo, o que é exactamente o que tu pretendes.

      “Queres intimidar dando a entender que os nicks sejam algo imprescindível e estivessem acima do pensar.”
      Os nicks são importantes, mais daquilo que tu pensas. O nick, com o tempo, forma um perfil na mente de quem lê: é assim que pode nascer o diálogo, ao confrontar ideias de diferentes personalidades ao longo do tempo. Quando um Leitor utiliza um nick “anónimo” simplesmente para esconder-se e poder desta forma exprimir ideias que não tem a coragem de apresentar de outra forma, está a mentir. Não a mim, mas principalmente a todos os outros Leitores: é uma grave quebra de confiança.

      “Ou não poderiamos ser todos anônimos acrescentando o 1 o 2 e assim sucessivamente?”
      Claro que poderiam. Mas aqui demonstras mais uma vez não entender a finalidade deste espaço: porque será que os outros Leitores não têm necessidade de apresentar-se como “Anónimos”? Porque não têm medo de apresentar as ideias deles, mesmo que estas não concordem com as minhas. E ainda bem.

      “Ou buscamos nestes espaços novos e grandes amigos?”
      Não sou eu que decido isso, a decisão é vossa. Querem encontrar amigos? Troquem os endereços e-mail. Não querem? Tanto faz, eu nada tenho a ver com isso.
      É claro que tu não procuras aqui amigos, o que é perfeitamente lícito: a tua única intenção é espalhar o fanatismo e se este espaço não de se dobra peranter a tua vontade, eis que te sentes autorizado a questionar a honestidade de fundo de Informação Incorrecta. É uma posição normal do ponto de vista dum fanático, é anormal do ponto de vista duma pessoa equilibrada que procure o debate.

      “O que muda pra ti se escrevo de um certo lugar ou de outro?”
      O lugar não tem importância nenhuma, no teu caso está relacionado à questão do nicks, explicada acima.

      “Monitora isto também? E por qual razão?”
      Vejo que não entendes como funcionam WordPress e todas as plataformas parecidas (por exemplo Blogger).
      Não é preciso monitorizar, pois os comentários são sempre acompanhados por alguns dados que identificam quem escreve (inclusive com os meus próprios dados). Obviamente não são dados privados, pois isso seria ilegal: são os dados de navegação, os mesmos que qualquer utilizador espalha simplesmente ao navegar na internet. Repito: funciona assim em todas as plataformas (Blogger, WordPress, Fóruns, etc.).
      Quando aparece um novo comentário, sou direccionado para a página onde estão reunidos todos o comentários de todos os Leitores e onde, ao lado do texto, estão os tais dados de navegação. É claro que se aparece um comentário dum nick conhecido e logo a seguir um comentário “Anónimo” com os mesmos dados de navegação, não é precisa muita inteligência para entender que se trata da mesma pessoa com dois nicks diferentes.
      Até expliquei como evitar ser reconhecido, com Tor ou extensões para navegadores: não conseguem “anonimizar” completamente quem navega (por isso é sempre melhor uma VPN) mas são suficientes para os dados recolhidos neste tipo de plataformas. Eu escrevo, mas se tu não lês…

      “E como sempre faz, abusa da ironia como forma de folclorizar e descredibilizar o que te incomoda“.
      Acreditas: não é precisa nenhuma ironia da minha parte para descredibilizar-te, é só deixar visíveis os teus comentários. Foi o que fiz até hoje.

      A má notícia é que cada teu comentário corresponde a saída de um ou mais outros Leitores. O que faz todo o sentido: as pessoas andam por aqui não para ler de fanáticos empenhados em fantomáticas cruzadas. O resultado é que, ao permitir-te publicar os teus devaneios, estou a recusar Leitores que presumivelmente são mais equilibrados do que tu (e o facto de fugir perante o teu fanatismo aponta para isso). E isso não é correcto em relação a mim e em relação aos outros Leitores, que estão aqui para trocar ideias, opiniões, debater…

      Considerado que ao longo dos meses foste repetidamente avisado e, mesmo assim, continuas com atitudes baseadas em acusações e ilações, chegando a pôr em causa a honestidade do trabalho desenvolvido aqui em Informação Incorrecta, ignorando os pontos de vistas dos outros e tentando impingir o teu fanatismo até em artigos que nada têm a ver com a questão hebraica, apesar das minhas tentativas para continuar a incluir-te, tenho que assumir a derrota. Por isso, a partir de agora, evita escrever ,seja como “Anónimo”, seja como Jk.

      Voltas, com o nick que preferires, só quando terás escolhido seguir o mesmo comportamento que todos os teus colegas Leitores seguem, baseado no respeito das opiniões do próximo e numa honesta troca de opiniões.

      Até lá, aconselho frequentar publicações mais em linha com a tua visão, como Stormfront por exemplo, e sê feliz.

      Adeus.

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