A palavra em destaque é: desinformação. Que depois é uma maneira elegante de dizer “mentira”.
Início de Abril, entrevista do Huffington Post ao Director do Centro Wiesenthal de Jerusalem, Efraim Zuroff:
Dr. Zuroff, do que precisa [a Europa, ndt]?
Da consciência de que o ódio racista e o anti-semitismo não só não foram erradicados, mas ameaçam tornar-se um câncer mortal que mina as sociedades democráticas. Vê, para nós do Centro Wiesenthal, a memória do que significava o ódio contra o judeu foi guardada, cultivada, porque acreditamos que sem memória não há futuro. Nas nossas mesas chegam de contínuo relatos de incidentes anti-semitas que marcam a vida diária na Europa: cemitérios profanados, lápides destruídas ou desfiguradas com símbolos nazistas, com frases depreciativas em relação aos judeus, crianças batidas só porque vão à sinagoga ou usam o kipá. […] O que deveria fazer reflectir todos, não apenas aqueles que têm responsabilidades políticas e institucionais, mas também os media e a opinião pública, é o contexto em que o ódio cresce e alimenta os velhos estereótipos e se disfarça com roupas novas.Quais seriam essas “roupas novas” do anti-semitismo?
O anti-sionismo. Após a morte da senhora Knoll [Mireille Knoll, cidadã francesa de origem hebraica, de 86 anos, assassinada no seu apartamento no passado mês de Março por dois jovens muçulmanos, ndt] apareceram nos muros de Paris escritas que louvam a liberdade da Palestina e a luta contra os “sionistas assassinos”. Este anti-sionismo mascara o anti-semitismo, porque no final o que se pretende acusar não é a política dum governo, mas a existência de um Estado e do seu povo. É precisa se não a coragem pelo menos a honestidade intelectual para definir as matrizes do anti-semitismo hoje, e uma delas é o radicalismo islâmico. Denunciar isso não significa apoiar a equação muçulmano = anti-semita, mas destacar como um clima de ódio contra os judeus cresce em ambientes marcados pelo fundamentalismo islâmico. Vemos isso ao monitorizar os sites dos grupos de extrema direita e extrema esquerda na Europa. As coisas e os símbolos mudam, mas a mensagem transmitida é sempre a mesma: sem os judeus, não apenas a Palestina seria livre, mas o mundo seria melhor.
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Efraim Zuroff |
Há outros “pormenores” em destaque. Por exemplo, o fluxo “contínuo” de “relatos de incidentes anti-semitas
que marcam a vida diária na Europa”.
Vivo na Europa já há alguns tempinhos e tenho de admitir que encontrar “incidentes anti-semitas” é muito, mas mesmo muito complicado. Com certeza haverá idiotas que profanam cemitérios judaicos, assim como há idiotas que fazem o mesmo contra os cemitérios islâmicos. A explicação é simples: como já lembrado várias vezes, a mãe dos idiotas está sempre grávida e não apenas na Europa.
Diz o simpático Efraim que após a morte da senhora Knoll apareceram nos muros de Paris escritas que
louvam a liberdade da Palestina e a luta contra os “sionistas
assassinos”. Esta é uma observação muito interessante: qual relacionamento poderá existir entre as “escritas que louvam a liberdade da Palestina” e o sionismo? Será que o sionismo está a fazer alguma coisa que tem como consequência retirar a liberdade aos palestinianos? Porque se assim não for, então não se entende o sentido da afirmação do simpático Efraim.
pretende acusar não é a política dum governo, mas a existência de um
Estado e do seu povo”. Nem por isso. Informação Incorrecta é um blog anti-sionista mas nunca rogou o fim do Estado de israel. E há não poucos hebraicos que pedem o fim do sionismo em israel, não o fim do Estado de israel.

E aqui temos o “golpe do mestre”: onde é que ficam as matrizes do anti-semitismo hoje? No radicalismo
islâmico. E, explica o simpático Efraim, “é precisa se não a coragem pelo menos a honestidade intelectual” para afirmar isso.
Não, caro Efraim, aqui é mesmo precisa coragem e nem pouca para fazer afirmações destas. Quem criou e financiou Al-Qaeda? Quem forneceu dinheiro, armas e apoio logístico ao Estados Islâmico? Quem ainda hoje apoia os “rebeldes moderados” da Síria? Por qual razão estas organizações extremistas islâmicas nunca atingiram alvos sionistas ou, mais no geral, hebraicos? É precisa muita, muita, muita coragem mesmo para acusar um fundamentalismo que sempre fez o jogo de israel e dos seus aliados.
mensagem transmitida é sempre a mesma: sem os judeus, não apenas a
Palestina seria livre, mas o mundo seria melhor”. Mais uma vez: uma mentira, pois o simpático Efraim continua a confundir deliberadamente anti-semitismo e anti-sionismo. E não há muito para acrescentar, pois a chave está toda aqui: transformar uma posição politicamente legítima (o anti-sionismo) numa mera irracionalidade racista (o anti-semitismo).
A verdade verdadeira? Na Europa o cidadão médio não quer saber do anti-sionismo ou do anti-semitismo. Tirando algumas mentes débeis organizadas em grupos extremistas saudosistas (anti-semitas, anti-americanos, anti-muçulmanos, anti-tudo) e com expressão eleitoral nula, as pessoas têm bem outras prioridades nas suas agendas. E esta é uma tragédia para quem, como o Centro Wiesenthal, faz da preservação do ódio a sua razão de ser: porque ao retirar o “martírio” do holocausto, cai o único pilar emocional no qual assenta o actual regime nazi-sionista de Tel Avive.
“Mentir” e “confundir” são as palavras de ordem: esta é pura desinformação, com a colaboração dum media bem difundido no Ocidente. Nada de novo debaixo do sol.
Ipse dixit.
Fonte: Huffington Post (versão italiana)
Muito, muito bom mesmo…esclarecedor. Inclusive me faz revolver alguns neurônios aqui dentro da minha cabeça a pensar…Sempre fiquei indignada com a atitude dos judeus ricos contra o seu povo no auge do governo de Hitler. Os campos de concentração conheceram judeus pobres em sua maioria tanto quanto intelectualmente medíocres. Os ricos fizeram acordos vantajosos com o nazismo e depois com o império decadente.Se safaram sempre e as suas empresas, até hoje várias das mais atuantes multinacionais. Os intelectuais destacados estiveram ao lado de quem lhes proporcionasse vantagens, antes, durante e na queda do nazismo alemão. Não sei se estou raciocinando decentemente, mas algo me leva a aproximar os judeus ricos do advento do sionismo, e os perdedores…bem, os perdedores em geral são religiosos convictos, pobres sobremaneira, e viraram fumaça, muitos deles, como acontece com os pobres em geral, não só os judeus não sionistas. Vou ver o que vocês vão comentar, o que o Max vai dizer, e ajustar os parafusos dos meus neurônios.
+1 que tem uma ideia semelhante(sem diferenças no essencial).
n
nuno
O próprio Max se deixa levar… O Hebreu não existe mais enquanto povo há milhares de anos… Suas miscigenações transformaram-no numa verdadeira rede supranacional, que não enxerga países, mas territórios a serem explorados…e dominaram o mundo.
Chaplin vai com calma. É pá sou parte(descendência) dessa tal de tribo escolhida e não quero ter nada a ver com essas palermices.
E por comparação se num certo local as pessoas não têm massa crítica, não enfies tudo na mesma gaveta.
n
Aliás, uma rede de caráter eminentemente secular, que usa e abusa da religião para manter fanatizados os próprios judeus das mais variadas correntes.
Wikipedia, sobre a ONG: "Tem como objetivo manter tolerância e entendimento mútuo entre as pessoas, o que é alcançado através de uma ativa interação de esclarecimento e educação sociais." Ia esquecendo da maldita PROPAGANDA…