O que faz um jornalista da BBC infiltrado num armazém da Amazon com uma câmara ao longo dum mês?
Simples: documenta as condições de trabalho. Foi isso que fez o repórter Adam Littler há um ano: 30 dias nos bastidores da Amazon, para ver como funcionam as coisas.
E não, trabalhar na Amazon não é bem o Paraíso…
O jornalista foi equipado com um mini computador e um carrinho no qual a recolher os produtos que era encarregado da recuperação. Tinha que encontrá-los antes do termo de uma contagem regressiva de 33 segundos e, em caso de erro, tocava o alarme (parte dum identificador associado a cada trabalhador). Obviamente, mais alarmes significam um desempenho escasso, o que é passível de acção disciplinar.
33 segundo são poucos ou muitos? Depende. Se a tarefa for encontrar um objecto numa prateleira, podem ser muitos. Mas se a “prateleira” tiver uma área de 74.322 metros quadrados? A coisa muda. No final de cada turno (10 horas e meia) os quilómetros percorridos são muitos.
Tudo em troca de 6.50 Libras por hora (8.24 Euros, 27 Reais), que tornam-se 8.25 nos turnos da noite.
Conta Littler:
Éramos como máquinas, como robôs: nada a ver com os seres humanos. Utilizámos o scanner nos códigos de barras dos produtos, mas poderíamos muito bem tê-los usados em nós mesmos. Não tínhamos sido contratados para pensar de forma autónoma.
Sempre existiram e sempre existirão trabalhos
mais humildes, feitos de força e resistência, não é este o problema: é sempre possível amenizar as condições ambientais, tendo em conta não apenas a eficiência como também o bem-estar do trabalhador.
Mas a investigação da BBC revela como a Amazon tinha ao mesmo tempo todas as piores formas de trabalho. O que acarreta um risco mais elevado de doenças mentais e físicas.
É por esta razão que os dependentes da Amazon da Alemanha decidiram suspender as entregas. Uma greve para melhorar as condições de trabalho e rever os pagamentos. A empresa, no entanto, não parece disposta a recuar: responde que os funcionários são pagos de acordo com os contratos da logística de distribuição e que para os extraordinários de Natal são previstos bónus.
O colosso de Seattle afirma ter feito inspecções oficiais de segurança que não têm levantado preocupações. Amazon também fez saber que foi nomeado um perito independente que avaliou as condições de trabalho como “semelhantes às de muitas outras áreas” e que “não aumenta o risco de doenças físicas e mentais”.
Amazon também especifica que os novos assumidos são avisados sobre o facto de que algumas tarefas são fisicamente exigentes: mas as metas da produtividade são definidas objectivamente com base nos níveis de desempenho previamente alcançados pela força de trabalho.
Pelo que: tudo em ordem, tudo segundo as leis para garantir as entregas em 24 horas. Porque nós não podemos esperar mais do que 24 horas, justo?
Ipse dixit.
Fonte: BBC
http://www.precarios.net/?p=11719
A amazon nos us faz uma revista de 25 minutos aos trabalhadores, ou seja perdem meia hora não renumerada para ser revistos antes de sairem do trabalho.
Mais informação no link acima.
Se de vez em quando comprar algo lá é para não tirar ninguém do trabalho (desemprego é bem pior). Isto não é só na amazon que se passa, são inúmeras empresas que fazem o que está descrito acima pelo Max, e isto que deixo nesse link acima.
Aliás no link que leva uma aprovação desses métodos de trabalho por parte dos legisladores laborais (para eles é normal "desde que não se aplique a eles" é claro).
Comprar lá? Pois custa se formos minimamente "humanos", mas por outro lado ao boicotar-se essa empresa imaginem os mesmos sem trabalho, porque hipoteticamente existiria uma redução de encomendas.
Quem paga é sempre ou trabalhador ou os mais necessitados(veja se o caso dos bloqueios económicos).
Abraço
Nuno
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