Em completo silêncio, está em curso uma guerra pesada.
Não, nada de Médio Oriente. O alvo neste caso é a prata.
A prata? O que é isso agora?
Em verdade já falámos do assunto há alguns tempos: lembram do misterioso investidor que adquiriu todo o cobre disponível na City de Londres?
Era o 6 de Janeiro e, como explicado no artigo Dr. Copper e Mr. Morgan, o cobre é um subproduto da extracção da prata. Mais caro o cobre, mais dinheiro para quem extrai a prata.
O problema é que nos Estados Unidos explodiu a mania dos metais preciosos, ouro e prata acima de tudo.
Não é um bom sinal. Quando uma pessoa tem dinheiro, pode decidir de investi-lo.
Um dos bem-refugio é o tijolo, isso é, as pessoas compram casa na esperança que os preços dos imóveis fique inalterado ao longo do tempo.
Mas quando há dúvidas e medo, o bem-refugio é o metal precioso, ouro e prata. E os metais preciosos estão esgotados nos revendedores de Estados Unidos.
Nem os bancos gostam disso. JP Morgan, em particular, odeia esta situação.
O banco tem acordos com a Federal Reserve para o fornecimento de prata. E mesmo a prata está a subir cada vez mais. Isso significa que para ter nos próprios cofres a quantia de metal necessária, JP Morgan é obrigada a gastar cada vez mais.
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32.93 Dólares: nada mal, nada mal mesmo… |
Agora, se for um cliente a gastar, o banco fica contente. Mas se for o mesmo banco, a situação de repente perde toda a graça.
Unimos os fios: JP Morgan tentou empurrar o preço do cobre, na tentativa de ganhar mais com isso. O maior lucro teria sido necessário para poder adquirir mais prata.
O preço do cobre subiu? Sim, subiu. Mas o da prata muito mais.
E desde a semana passada JP Morgan aceita até o metal em barras como forma de compensação pelos seus serviços. Ou seja: se JP Morgan tivesse uma mãe, esta já estaria a venda em troca de prata.
Não é bom. Quando um banco estar zangado pode fazer tudo e mais alguma coisa.
Mas admitimos: ver JP Morgan em graves dificuldades, por enquanto, dá um imenso gozo 🙂
Fonte: Rischio Calcolato
Os materiais preciosos estão quase todos em máximos históricos, agora resta saber se essa valorização também vai causar uma bolha, ou é mesmo para continuar.
Olá Carlos.
Sim, de facto podemos estar perante uma outra bolha. A crise de 2008 ainda não acabou e os vícios permanecem os mesmos.
Atrevo-me a dizer que dificilmente os metais preciosos voltarão aos valores "normais" nos próximos tempos. O ouro, por exemplo, está a subir há muito.
Não é um bom sinal: é o reflexo da insegurança que vivemos.
A crise dos Estados Unidos, da Europa, do Japão, o medo duma próxima bolha chinesa (ah, pois…) e os acontecimentos da África do Norte: todas estas coisas têm preços.
Preocupante.
Um abraço!