A declaração de Trichet é particularmente saborosa.
Essa riqueza de disparates todos juntos não se sentia algum tempo.
Tão grande que temos dedicado a imagem do post ao Presidente, aqui numa brilhante e radiante expressão da própria genialidade. (nota: este é o homem que tem a mãos no vosso dinheiro)
O Euro não está sob ataque, apesar de ter atingido o nível mais baixo em relação ao dólar nos últimos 18 meses. Disse hoje (Sábado, NDT) o Presidente do BCE Jean-Claude Trichet.
Uhm, graças a Deus que não está sob ataque.
Pensem se estivesse sob ataque.
Numa entrevista publicada pela revista alemã Der Spiegel, Trichet afirmou que a Europa se encontrou na pior situação desde a II Guerra Mundial e talvez desde a Primeira.
Mas descreve como um “disparate” os rumores segundo os quais os governos da zona Euro teriam forçado o BCE a agir nesta semana.
Trichet também pediu um passo em frente no controle mútuo dos orçamentos dos governos da zona Euro, e disse que são precisas sanções eficazes em caso de incumprimento do Pacto de Estabilidade.
Mais do que os mercados monetários são os governos europeus, disse Trichet, que têm a responsabilidade do declínio do Euro.
E agora as declarações:
Não é uma questão de ataque contra o Euro. Tem a ver com o sector público e, portanto, com a estabilidade financeira na zona Euro.
Onde é que ouvimos isso? Ah, pois, Alastair Darling, o Chanceler do Tesouro, ao comentar o gesto do guarda-chuva feito em Londres para a Europa à procura de auxílio antes do mega-plano de 700 mil milhões de euros.
É claro que a primeira responsabilidade dos europeus é tomar medidas adequadas para combater as tensões actuais na Europa.
Neutralizar as tensões. Justo.
Tomamos as nossas decisões com total independência e muitas vezes fomos contra os chefes de governo.
Total independência. Sem dúvida.
Questionado sobre se a Grécia deve deixar a zona do Euro, o presidente do BCE disse:
Não, não é uma possibilidade. Quando um País entra na união monetária partilha um destino comum com os outros.
O que, nesta altura, já não sabemos se é uma ameaça ou uma promessa.
O que nós precisamos – acrescentou – é um passo em frente na vigilância mútua das políticas económicas da Europa. Precisamos de mecanismos mais eficazes para prevenir e punir a má conduta.
Alguém deveria explicar-lhe a história do pastor que fecha o curral quando as ovelhas já fugiram.
Fonte: Reuters, Informazione Scorretta
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