Curioso estudo preparado por Freedom House, a ONG progressista demasiado próxima da Administração dos EUA, e retomado por Matthew Hoh de Counter Punch.

Segundo os resultados, o governo de Washington apoia quase 75% dos ditadores mundiais, autocracias, monarquias e regimes militares com armas, treino militar e dinheiro.

Comparando a lista dos Países não livres de Freedom House com as vendas de armas, formação militar e assistência financeira dos EUA no ano fiscal de 2020, constatamos que das 57 nações consideradas não democráticas, 42 recebem armas, formação e/ou dinheiro para os seus serviços militares e de segurança. Isto significa que 74% das nações não-democráticas do mundo são apoiadas militarmente pelos EUA. Curiosamente, as restantes 15 nações são quase todas sancionadas. Os países do mundo podem ser divididos em duas partes: aqueles que compram/recebem armas dos EUA e aqueles que são sancionados. Parece tratar-se de um acordo bastante simples.

Um resultado interessante porque ninguém pode acusar Freedom House de ser anti-americana…

Counter Punch preparou também a lista dos Países “não livres”. Hoh explica:

Preparei a lista com os territórios ocupados incluídos nas Países que os ocupam; assim, Gaza e a Cisjordânia estão sob Israel, o Sahara Ocidental está sob Marrocos, o Tibete está sob a China, e Donbas e a Crimeia está sob a Rússia. Note-se também que esta lista inclui apenas Países não consideradas como democracias. Não estão incluídos Países que estão listados como “livres” ou “parcialmente livres” pela Freedom House mas que são claros e grosseiros violadoras de direitos humanos e que são beneficiários de armas, formação militar e financiamento militar dos EUA, como Colômbia, Honduras, Índia, Paquistão, Filipinas, e Ucrânia.

A seguir a lista que inclui todos os Países “não livres” segundo os parâmetros de Freedom House. O símbolo [*] denota os Países que recebem armas, treino militar ou financiamento militar (ou um conjunto deles) por parte dos EUA:

Afeganistão [*]
Argélia [*]
Angola [*]
Azerbaijão [*]
Bahrein [*]
Bielorrússia
Brunei
Burundi [*]
Camboja [*]
Camarões [*]
República Centro-Africana [*]
Chad [*]
China (inclui o Tibete)
Cuba
República Democrática do Congo [*]
Djibouti [*]
Egipto [*]
Guiné Equatorial
Eritreia
Eswatini
Etiópia [*]
israel [*]
Jordânia [*]
Gabão [*]
Irão
Iraque [*]
Cazaquistão [*]
Quirguizistão [*]
Laos [*]
Líbia [*]
Mali [*]
Marrocos (Sarhara Ocidental) [*]
Myanmar [*]
Nicarágua
Coreia do Norte
Omã [*]
Qatar
República do Congo [*]
Rússia (inclui Crimea e Donbass)
Ruanda [*]
Arábia Saudita [*]
Somália [*]
Sul do Sudão [*]
Sudão
Síria
Tajiquistão [*]
Tanzânia [*]
Tailândia [*]
Turquia [*]
Turquemenistão [*]
Uganda [*]
Emirados Árabes Unidos [*]
Uzbequistão [*]
Venezuela
Vietname [*]
Iémen [*]
Zimbabué [*]

Sempre segundo a tabela de Freedom House, os EUA apoiam também a grande maioria dos Países onde internet não está livre. A seguir a tabela que, como no caso do artigo de Counter Punch, apresenta o símbolo [*] para os Países que recebem armas, treino militar ou financiamento militar, ou um conjunto deles, por parte dos EUA:

Arábia Saudita [*]
Azerbaijão [*]
Bahrein [*]
Bielorrússia
Cazaquistão [*]
China
Cuba
Egipto [*]
Emirados Árabes Unidos [*]
Etiópia [*]
Irão
Myanmar [*]
Paquistão [*]
Ruanda [*]
Rússia
Sudão [*]
Tailândia [*]
Turquia [*]
Uzbequistão [*]
Venezuela
Vietname [*]

Ipse dixit.

Imagem: Salon.com