American Heart Association: vacinas mRNA aumentam risco cardíaco

Circulation é nada menos que a mais prestigiada revista de cardiologia (2018 Journal Citation ReportsClarivate Analytics, 2019), publicada pela American Heart Association (AHA, “Associação Americana do Coração”), uma organização sem fins lucrativos sediada em Dallas (EUA).

Circulation, durante este mês de Novembro, publicou um estudo (Abstract 10712) cujo título é: Mrna COVID Vaccines Dramatically Increase Endothelial Inflammatory Markers and ACS Risk as Measured by the PULS Cardiac Test: a Warning (“As Vacinas mRrna Covid Aumentam Dramaticamente os Marcadores Inflamatórios Endoteliais e o Risco de Síndrome Coronária Aguda medido pelo Teste Cardíaco PULS: um Aviso”). Vamos ler o resumo.


O nosso grupo utilizou o PULS Cardiac Test (GD Biosciences, Inc, Irvine, CA) uma medida clinicamente validada de múltiplos biomarcadores de proteínas que gera uma pontuação que prevê o risco em 5 anos (percentagem de probabilidade) de uma nova síndrome coronária aguda (SCA).

A pontuação baseia-se em alterações de vários biomarcadores proteicos, incluindo IL-16, uma citocina pró-inflamatória, Fas solúvel, um indutor de apoptose, e factor de crescimento de hepatócitos (HGF) que serve como marcador para a quimiotaxia de células T no epitélio e tecido cardíaco, entre outros marcadores.

A elevação acima do normal aumenta a pontuação PULS, enquanto que a diminuição abaixo do normal reduz a pontuação PULS. A pontuação foi medida a cada 3-6 meses na nossa população de doentes durante 8 anos.

Recentemente, com o advento das vacinas mRna Covid-19 (vac) de Moderna e Pfizer, surgiram mudanças dramáticas na pontuação PULS na maioria dos pacientes.

Um total de 566 pacientes, com idades entre 28 e 97 anos, rácio M:F 1:1 observado num estudo de cardiologia preventiva, realizaram um novo teste PULS 2 a 10 semanas após a segunda dose de vacina Covid, e foram comparados com a pontuação PULS anterior extraída 3 a 5 meses antes da vacina.

A IL-16 de base aumentou de 35=/-20 acima do normal para 82=/- 75 acima da normal pós-vacina; sFas aumentou de 22+/- 15 acima do normal para 46=/-24 acima da normal pós-vacina; HGF aumentou de 42+/-12 acima do normal para 86+/-31 acima da normal pós-vacina.

Estas alterações resultaram num aumento da pontuação PULS de 11% do risco de SCA em 5 anos para 25% do risco SCA em 5 anos.

Na data deste relatório, estas alterações persistiram durante pelo menos 2.5 meses após a segunda dose de vacina.

Concluímos que as vacinas mRNA aumentam significativamente a inflamação endotelial e a infiltração de células T no músculo cardíaco e podem explicar as observações de trombose aumentada, cardiomiopatia e outros eventos vasculares após a vacinação.


Bastante técnico, mas o sentido é claro. Em pormenor:

  • o endotélio é uma camada fina de tecido que reveste a parede interna de todos os vasos sanguíneos, desde o coração até os capilares, assim como dos vasos linfáticos.
  • a trombose é a solidificação dos constituintes do sangue no interior do coração ou de um vaso sanguíneo.
  • a cardiomiopatia é um grupo de doenças que afectam o músculo cardíaco.
  • a Síndrome Coronária Aguda (a SCA) é um acidente relacionado à obstrução de uma artéria coronária e que pode ser causado por um enfarte agudo do miocárdio ou por uma angina instável. E é sempre uma emergência médica.
  • PULS é um simples teste cardíaco utilizado para detectar as mais comuns causas do enfarte.

Não é desde hoje que circulam vozes acerca do aumento do risco cardíaco após a vacinação anti-Covid. Todavia, até hoje, evitei publicar algo pela simples razão que, apesar de existirem estudos, estes não apresentavam aquelas características que tornam um artigo um ponto de viragem. E, neste contexto, é precisa prudência porque vozes infundadas é coisa que não falta, não apenas na internet. Não estou a dizer que os estudos anteriores fossem todos “maus”: simplesmente, estava à espera que surgisse algo “mais”.

Quando a mais prestigiada publicação de cardiologia apresenta o resultado dum estudo como este, eis que chegou este “mais”. A esperança é que agora surjam novos estudo, igualmente prestigiados, para confirmar ou desmentir quanto aqui publicado.

 

Ipse dixit.

3 Replies to “American Heart Association: vacinas mRNA aumentam risco cardíaco”

  1. Olá Max e brasileiros principalmente:
    Uma esperança para quem queira livrar-se da Pfizer (atualmente no Brazil é a vacina disponível).
    Entre a máfia médica que tudo faz por dinheiro, não é impossível obter uma declaração de paciente com coração totalmente comprometido. Impossível vacinar-se sem correr o risco de: puf…lá se foi um (a) brasileirinho (a) cardíaco (a)
    Com um bom advogado ao lado, creio que o(a) brasileirinho (a) consegue outra declaração dos órgãos competentes afirmando infelizmente que o (a) cardíaco (a) não pode submeter-se à vacinação mRNA
    Não creio que a Pfizer vá deixar o Brazil tão cedo. Lugar ideal que aceita qualquer contrato suicida, que paga os preços mais altos, e que condena qualquer remédio contra a Covid
    Compreendo que se necessita de algum recurso financeiro porque a máfia médica em geral não habita o SUS, e o bom advogado se faz a preço de ouro, mas, mas, mas, não deixa de ser uma esperança, caso trabalhos contundentes como esse divulgado pelo Max, venham a espalhar-se por aí, não só em II, mas em outros nichos de verdade.
    Brasileiros têm horror, e ao mesmo tempo um certo orgulho de ser portador de uma doença séria (idiossincrasias de brasileiro).
    Não é por acaso que existe uma farmácia em cada esquina onde se reúnem os cuidadores de si através do auto cuidado e de cuidados médicos. Local onde vale a pena ouvir “as assembleias” dos mais varados doentes, às vezes sim, às vezes não.

  2. Grande Max,

    Um artigo destes não pode existir em 2021 pois esta é uma das mais reputadas revistas científicas. Assim o artigo fora publicado no dia 8 e no dia 27, por benigna coincidência o mesmo dia em que falas nele, eis que o artigo é desacreditado na mesma revista. Surge como que uma errata escrita pelos editores da revista onde se lê:

    EXPRESSÂO DE PREOCUPAÇÂO
    Logo após a publicação do resumo acima na Circulation, ele foi levado à atenção do Comité sobre os Programas das Sessões Científicas da American Heart Association que existem erros potenciais no resumo. Especificamente, existem
    vários erros tipográficos, não há dados no resumo sobre a infiltração de células T do miocárdio, a significância da análise estatística não é fornecida e o autor não clarifica que só usou dados anedóticos.
    É publicado esta Expressão de Preocupação para indicar que o resumo em sua versão atual pode não ser confiável, até que uma correção adequada seja publicada.

    Este foi o décimo terceiro resumo que o autor publicou ao longo dos últimos nove anos, terá sido o último? Na informação alternativa é vulgar associar o tempo presente com um certo fascismo bege. No entanto para mim esta coerção das pessoas pelo medo, que se tem vindo a tornar mais prevalente ao longo dos anos, parece-me mais com a opressão vivida na URSS do que a Itália de Mussolini.

  3. Ehi, JJ!

    Estava a escrever para perguntar onde encontrar esta raio de “Expressão de Preocupação” mas afinal consegui visualiza-la sozinho. Depois fiz outra pesquisa: quantos artigos do mesmo autor existem naquela revista? Treze, o primeiro em 2002. Portanto, ao longo de quase duas décadas Circulation publicou artigos do mesmo autor sem aperceber-se que o gajo não sabia escrever e que não era de confiança em relação aos dados.

    Por acaso encontrei algo acerca do autor, Steven R. Gundry. É um ex-cirurgião cardíaco e, enquanto tal, conduziu investigação em cirurgia cardíaca nos anos ’90, sendo também pioneiro na cirurgia de transplante de coração infantil.

    Muito obrigado pela ressalva: agora vou seguir o desenvolvimento na revista para ver como conseguem sair dessa…

Obrigado por participar na discussão!

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