Enquanto o povo boi está entretido com a “pandemia” de Peste Negra, israel quer avançar com a anexação Cisjordânia segundo quanto estabelecido pelo absurdo Plano Trump, o chamado “acordo do século”.
Todavia, apesar da pressa e das declarações de Netanyahu, nenhum anúncio foi feito ontem, 1 de Julho, dia em que o regime nazista de israel deveria ter iniciado as grandes operações para absorver a Vale do Jordão. E, em vez disso, Trump está a travar, a empatar: talvez esteja preocupado pelas próximas eleições de Novembro. E não podemos esquecer que no passado 25 de Junho, 199 dos 233 membros da Câmara dos Representantes dos EUA (incluindo 23 dos 25 judeus presentes) assinaram uma carta contrária à anexação unilateral.
E o resultado é que, na Segunda-feira, o Ministro da Defesa israelita Benny Gantz declarou que com as infecções de Coronavírus em aumento qualquer anexação do território da Cisjordânia teria de esperar. Uma desculpa fraquinha mesmo.
Mas Bibi não vai desistir. As conversações com os americanos continuam e ontem foi a vez do chefe do Conselho de Segurança Nacional enquanto o Enviado Especial dos EUA para as Negociações Internacionais, Avi Berkowitz, e Scott Leith, do Conselho de Segurança Nacional da ONU, regressaram a Washington. Em israel, tanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabi Ashkenazi, como o antigo chefe do Shin Bet, assim como o antigo membro do Likud do Knesset, Avi Dichter, pressionaram para que Netanyahu tome a decisão de implementar a soberania israelita em todos os colonatos israelitas na Cisjordânia. Dichter acredita que não seja necessário esperar pela luz verde da Administração americana para iniciar a anexação: “israel tem tomado muitas outras medidas sem esperar. Chegou o momento de anexar a Cisjordânia”.
Por outro lado, o Ministro da Cooperação Regional, Ofir Akunis, disse que israel anexará partes da Cisjordânia em Julho, mas só depois do Presidente Trump ter feito uma declaração sobre o assunto. Pelo que, a vontade existe mas há “algo” que trava a palavra final. E este “algo” parece ser mesmo o Presidente americano, por razões de cálculo eleitoralista.
Trump deve ter observado também as manifestações em Jericó, na semana passada, que contaram com a presença de milhares de palestinianos e dezenas de diplomatas estrangeiros: britânicos, chineses, russos, japoneses e jordanos, incluindo o enviado de paz da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, e o representante da União Europeia, Sven Kuehn von Burgsdorff. E isso preocupa. É óbvio que a anexação despoletará a reacção dos palestinianos e a consequente respostas das forças armadas de Tel Avive: enfrentar uma campanha eleitoral no meio dum novo massacre de árabes seria a prova provada da absurdidade do “acordo do século”, algo que os Democratas logo utilizariam para atacar o Presidente.
O rugido das formigas
Na Segunda-feira, o Chefe dos Direitos Humanos da ONU declarou que a anexação constituiria uma violação do Direito Internacional. Michelle Bachelet, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos:
A anexação é ilegal. Qualquer anexação. Quer seja 30% da Cisjordânia ou 5%
Imaginem o medo em israel perante esta afirmação. E, como se não bastasse, eis a União Europeia que com o chefe da política externa, Josep Borrell, mencionou possíveis sanções punitivas contra israel, em resposta à anexação. É óbvio que a UE nunca teria a coragem para implementar tais sanções, todavia o sinal é importante porque o Velho Continente é o primeiro parceiro comercial de Tel Avive, pelo que é importante que os relacionamento prossigam com o (falso) sorriso na cara.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês Jean-Yves Le Drian disse que a anexação de terras palestinianas por parte de israel não passaria sem consequências e na Terça-feira o parlamento holandês aprovou uma resolução exortando o governo a explorar possíveis sanções contra israel se este avançar com os seus planos de anexação unilateral de partes da Cisjordânia.
Espera-se que também o Bundestag alemão debata uma resolução que também condene o plano, embora ainda não tenha sido apresentado nenhum projecto e não seja possível prever se a moção irá ganhar uma maioria. Na verdade, a maioria dos legisladores alemães opõem-se à anexação, mas é pouco provável que exijam sanções contra o Estado judaico pois a Alemanha sofre do Síndrome do Anti-semita, pelo que qualquer decisão que possa até vagamente perturbar os israelitas ou os parentes deles está constantemente em risco.
Na sexta-feira, o Parlamento belga aprovou por esmagadora maioria uma resolução instando Bruxelas a agir para impedir que israel anexe unilateralmente partes da Cisjordânia e a apoiar activamente medidas punitivas a nível europeu se avançar com o seu controverso plano. A resolução apela igualmente a Bruxelas para desempenhar um papel de liderança na formulação de uma “lista de contra-medidas eficazes para responder proporcionalmente a qualquer anexação israelita de território palestiniano ocupado”.
Numa entrevista com o jornal israelita Yedioth Ahronoth, o Primeiro Ministro britânico Boris Johnson disse que embora seja um “defensor apaixonado de Israel” (alguém tinha dúvidas?), considera a anexação como “contrária aos interesses de israel a longo prazo”, promovendo um regresso às conversações de paz.
A Jordânia, uma das duas únicas nações árabes com laços diplomáticos com israel, advertiu que a anexação poderia desencadear um “conflito de massas” e não excluiu a revisão do seu tratado de paz de 1994 com israel.
Também, na semana passada, mais de mil legisladores de toda a Europa assinaram uma declaração contra a anexação planeada, apelando a uma acção decisiva e medidas punitivas se esta for para a frente. Assim reza o documento:
Nós, parlamentares de toda a Europa empenhados numa ordem global baseada nas regras, partilhamos sérias preocupações sobre o plano do Presidente Trump para o conflito israelo-palestiniano e a perspectiva iminente da anexação israelita do território da Cisjordânia. Estamos profundamente preocupados com o precedente que isto criaria para as relações internacionais em geral.
O Senador Bernie Sanders, recém traído pelo sue partido, juntou-se a uma carta anti-apartheid distribuída pela Congressista Alexandria Ocasio-Cortez, apelando a um corte na ajuda militar dos EUA a israel caso este País continuasse com o seu plano. Note-se que Sanders foi o único Senador a ter assinado a carta. Esta última, enviada na Terça-feira ao Secretário de Estado Mike Pompey, exorta a Administração Trump a não dar luz verde à mudança, avisando que “lançaria as bases para que israel se torne um Estado do apartheid“.
Reparem na utilização das palavras: contra os negros é “racismo”, contra os Palestinianos é apartheid. Falta o quê? Falta a coragem apara definir israel um País racista e junta-lo à lista dos “maus racistas” tão na moda nestas últimas semanas.
Pena, porque israel já seja um Estado racista (ou de apartheid se não tivermos a coragem de utilizar as palavras certas) e não desde hoje, com anexações, privações, abusos e execuções que são a normalidade. Um País que continuar a poder violar o Direito Internacional quando e como achar conveniente porque, até agora, tudo lhe tem sido concedido.
Para sermos claros: israel irá anexar a Cisjordânia, não é um problema de “se” mas de “quando”. Provavelmente esta não é a altura certa, só isso. Voltar à mesa das conversações? Tempo mal gasto, israel sabe de poder contar com uma impunidade que nenhum outro País do mundo tem, nem os Estados Unidos. O tempo das palavras esgotou-se.
Ipse dixit.
Fontes: Maan News Arabic (1, 2, 3), The Jerusalem Post (1, 2), The Times of Israel (1), Al Jazeera (1), La Stampa (1)
Os avisos contra a ocupação e anexação da Cisjordânia por parte do regime de israel, demonstra claramente o receio do regime da Inglaterra, da união europeia (ue), e dos Estados Unidos da América do Norte (EUA) de que isso possa ser a ignição para os países do Médio-Oriente se unirem e fazerem desaparecer da face da terra o estado eugenista e terrorista de israel.
É preciso não esquecer que o «estado» israelita é uma invenção do regime Inglês tendo sido criado com o objectivo de manter o seu domínio colonial deste último sobre as imensas riquezas naturais dos países do Médio-Oriente e desestabilizar a região.
É, de verdade o Trump tenta ganhar tempo e posar de bom moço para israel . Mas este último vai invadir a Cisjordânia e muito mais, assim como invadiu a Palestina, e continua esmagando os palestinos E isso vai acontecer até que o Oriente Médio resolva promover uma guerra contra tais invasões. Israel tem certeza de vencer mas, se a Casa Branca tiver a frente alguém que gosta de ganhar tempo, e não gosta de perder dinheiro em incursões militares, vai ser um tanto difícil, ainda que o inquilino da Casa Branca continue sofrendo toda sorte de rasteiras do Pentágono, órgãos de Estado de segurança, partido político oponente, senhores da guerra e tantos mais.