Coronavirus: a artemisia

Na segunda quinzena de Abril de 2020, o Presidente do Madagáscar Andry Rajoelina explicou em tele-conferência que o seu País, onde até agora não se registou sequer uma morte por Covid19, está disposto a doar aos povos irmãos a cura natural Covid-Organics desenvolvida pelo Instituto Malgaxe de Investigação Aplicada (IMRA), alegadamente capaz de reforçar as defesas imunitárias e que deu bons resultados mesmo em pessoas doentes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), obviamente, puxou o travão, mesmo sendo obrigada a reconhecer que “os remédios tradicionais podem aliviar os sintomas da Covid-19”. É a mesma OMS que antes tinha afirmado “A África tem de se preparar para o pior”. Resultado: a maioria dos Países do continente regista zero mortes, com bem poucas excepções (em particular África do Sul e Senegal).

Poderá isto ser explicado pela baixa idade média da população? Não. A idade média é capaz de limitar o número de mortos, mas não a taxa de infecção, que fica muito aquém dos níveis registrados em outros continentes.

O clima? Mais provável. As altas temperaturas podem ser a chave. Mas pode haver mais, como explica o perito em saúde pública Jean-Dominique Michel que fala duma política de saúde “imbecil e letal”.

Enquanto que os Países ocidentais, tão ricos e tecnológicos, desenvolveram a tal “política de saúde imbecil e letal”, fraqueza de pensamento e uma estridente incapacidade para enfrentar a crise inesperada, explica o antropólogo, os Países do Sul, habituados a enfrentar emergências, organizaram-se, não boicotaram os tratamentos económicos e disponíveis e “demonstraram uma inteligência prática da qual as nossas sociedades já não são capazes”.

Outro exemplo é Cuba, onde os médicos vão de casa em casa distribuindo um remédio homeopático, o Preveng-Ho Vir, descrito como protecção adicional que ajuda a reforçar o sistema imunitário. O Governo da Índia também deu uma indicação para utilizar um remédio homeopático como meio de profilaxia.

Mas voltemos ao Madagáscar. O Presidente daquele País explicou:

A natureza pode oferecer-nos a solução mais fiável. Partilho convosco a nossa experiência ao longo dos últimos dois meses. Após o primeiro caso de contágio, tomámos imediatamente medidas preventivas para evitar a propagação da doença. O Madagáscar é conhecido pela sua rica biodiversidade, com uma abundância de plantas medicinais. Somos o terceiro País a exportar óleos essenciais. Os nossos cientistas desenvolveram o Covid-Organics, um remédio tradicional melhorado, contendo em especial a planta da artemísia. A sua eficácia na redução e na eliminação dos sintomas foi comprovada em voluntários que recuperaram no prazo de sete a dez dias. Temos nas nossas mãos uma solução simples e natural para ajudar a ultrapassar a pandemia. Vamos coordenamos as nossas acções.

Rajoelina explicou que, depois da Guiné Equatorial, também a Guiné-Bissau também voou para o Madagáscar à procura do remédio para os quinze Países da África Ocidental (CEDEAO, Comunidade Económica do Estados da África Ocidental) O Senegal também está em movimento .

O presidente malgaxe explicou também que, durante a guerra do Vietname, os vietnamitas afectados pela malária (que matou vários soldados norte-americanos) conseguiram salvar-se com a artemisia. Além disso, outro remédio (sintético) contra a malária, a cloroquina, é utilizado no tratamento precoce da Covid-19 em vários Países.

Algumas espécies de plantas bem presentes na grande ilha, como a ravintsara (Cinnamomum camphora), o eucalipto e a artemisia, são tradicionalmente utilizadas pela população como remédios para o tratamento de doenças das vias respiratórias superiores, para ajudar o sistema imunitário e como forma de prevenção e de terapia da malária, endémica no País. Bónus: a artemisia também foi administrada na China durante o auge da pandemia.

A artemisia

Artemisia é um género de plantas pertencentes à família Asteraceae (subfamília Asteroideae, tribo Anthemideae).

São plantas que contêm vários óleos essenciais como o eucaliptol, a tujona e o cineol; algumas espécies também contêm flavonóides e derivados da cumarina. São geralmente plantas medicinais utilizadas principalmente na medicina popular oriental (chinesa e japonesa).

As propriedades medicinais destas plantas (sempre de acordo com a medicina popular) são:

  • anti-séptico (propriedades para prevenir ou retardar o desenvolvimento de micróbios);
  • anti-espasmódico (atenua os espasmos musculares, e também relaxa o sistema nervoso);
  • anti-palúdico;
  • carminativa (promove a fuga de gases intestinais);
  • diaforética (facilita a transpiração da pele);
  • emmenagogo (regula o fluxo menstrual);
  • expectorante (promove a expulsão das secreções bronquiais);
  • eupeptica (promove a digestão);
  • tónico amargo (digestivo);
  • antidiabético (a partir das raízes – combate à diabetes).

Na China é praticada a moxabustão, uma técnica que utiliza cones ou paus de Artemisia aquecidos em certos pontos ou áreas do corpo.

Problema: aquele da Artemisia é um género quase cosmopolitas (Europa, América, Ásia e Australásia), capaz de crescer nas zonas temperadas dos hemisférios norte e sul, em habitats secos ou semi-secos. Algumas espécies, como a Artemisia vulgaris e a Artemisia campestris são consideradas como ervas daninhas quando disseminadas nas proximidades das habitações. Outras, como a Artemisia glacialis e a Artemisia genipi Weber, chegam até às neves perenes.

Isso é: a Artemisia não custa nada, tem uma excelente capacidade de adaptação e é difundida em quase todo o planeta. Óptima se a ideia é utiliza-la como medicamento, péssima se a intenção for lucrar.

Funciona? Não sabemos. É dificilmente iremos descobri-lo porque a salvação para nós é a Sagrada Vacina. É verdade que no Madagascar ninguém morre de Covid-19. É verdade também que os vizinhos africanos correm até a ilha para abastecerem-se de artemisia. É verdade também que a China utilizou a artemisia em Wuhan. Mas aqueles são africanos, gente primitiva, enquanto os outros são chineses, que são geneticamente maus. Sinceramente: o que podem entender de medicina? Nós? Não desejamos voltar atrás, ao tempo dos xamãs, não é?

O que diz o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos?

Não há provas científicas de que algum destes remédios alternativos possa prevenir ou curar a doença causada pela COVID-19. Na verdade, alguns deles podem não ser seguros para consumo.

France 24 informa logo acerca do que não bate bem. Michel Yao, gestor das operações de emergência para África da OMS:

Não se pode dizer imediatamente ‘aqui está uma droga eficaz’ mesmo que tenha uma utilização terapêutica histórica e tradicional. É absolutamente necessário estabelecer um protocolo de investigação. Talvez tenham identificado algo promissor, mas ainda não há provas que nos permitam propô-lo ou reconhecê-lo como tal.

Acrescenta Ketakandriana Rafitoson, da ONG Transparency International Madagáscar:

Só podemos preocupar-nos com a opacidade da publicidade [da bebida], a sua imposição ao público em geral, a sua composição, os seus efeitos secundários e o seu financiamento. Seria vergonhoso se os efeitos produzidos pelabebida fossem mais desastrosos a longo prazo do que a devastação causada pela própria Covid-19.

Tudo correcto, tudo certinho. O que falta? Os dados. Seria possível ver os dados? Não tanto aqueles promovidos pela Presidência do Madagascar, mas sobretudo aqueles frutos das investigações internacionais. Porque há investigações internacionais acerca da artemisia, certo?

 

Ipse dixit.

9 Replies to “Coronavirus: a artemisia”

  1. Acredito muito que o remédio possa vir de uma medicina tradicional. Se a ilha está praticamente livre da doença o bom senso recomenda que se ouça os especialistas de lá. Mas, realmente se a artemísia se encontra em todo lugar não vai gerar lucro , o que desanima os cientistas que têm ligações com a Big Pharma. Acho que para mudar o mundo uma pandemia não é suficiente , talvez um grande dilúvio ou — quem sabe?– a erupção do Yellowstone sincronizada com a do Krakatoa. Nossa civilização não deu certo.

  2. Olá Max e todos: nunca, mas nunca mesmo serão dados a conhecer resultados favoráveis a partir de uma insignificante erva daninha. Imagina toda a engenharia utilizada para manter viva esta farsa por meses e meses, as fortunas empatadas na aceitação de uma nova ordem mundial de vigilância e controle cibernético, sem falar nos rios de dinheiro empregados pelos maiores filantropos mundiais na produção e inoculação obrigatória de vacinas para aumentar os níveis de contaminação fácil ou consequências mais daninhas, tudo isto posto abaixo por uma ervinha vagabunda. Não demora muito, caso estas informações forem difundidas, e os especialistas africanos vão ser defenestrados por todo o ocidente. E “provada” a ineficácia da ervinha, no mínimo.

    1. na Tanzânia, estavam analisando a precisão dos testes desenvolvidos para identificar a COVID-19, quando um mamão e um bode deram positivo para a doença em questão. Isso acabou desencadeando uma verdadeira crise no governo, e o presidente John Magufuli suspendeu o chefe do laboratório nacional de saúde, encarregado dos testes de coronavírus, e ordenou uma investigação sobre a precisão dos exames.

      De acordo com Magufuli, os kits importados tinham falhado depois de retornarem com resultados positivos em exames realizados em um bode e em um mamão papaia – entre várias amostras não humanas submetidas aos exames.

  3. KKKKKKK, eu já fabriquei muito e ainda tenho algumas garrafas em casa do meu “Absinto Amber Cher” cujos principais ingredientes são aĺcool de cereais e Artemisia Absintum, será que foi por causa disso que não sofri com o covid-19 ?

    1. Caríssimo comentador de nome anónimo, a água oxigenada que é vendida aqui (10vol/3%) é um óptimo desinfectante que limpa tudo (virus, germes, parasitas,bactérias,fungos) mas apenas deve ser usado exteriormente, pois ingerido é agressivo, ao contrário do dióxido de cloro (MMS Mineral Master Solution) que eu uso faz tempo na sua versão CDS (Clorite Dioxide Solution). Aceder ao site de seu autor Andrea Ludwig Kalcker ou ao canal no ytb ‘LeandroMMS’ especializado na divulgação dessa solução. Quem estiver interessado em adquiri-la há aonde aqui em Portugal, que indicarei se Max permitir.

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