A Era Tecnotrónica

Falámos de Soros, não podemos não falar de Brzezinski.

Os Leitores mais antigos devem lembrar deste homem, cujo apelido pode provocar luxação da língua (sobretudo quando lido com o nome: Zbigniew). Os mais curiosos podem ler alguns artigos mais velhos, cujos links estão presentes mais em baixo.

Soros e Brzezinski, na verdade, não têm muito em comum: são dois indivíduos altamente perigosos, mas enquanto o primeiro é um mero explorador de seres humanos, o segundo é pessoa dotada duma inteligência muito apurada, é uma mente complexa e um óptimo estratega. Não deixa de ser um sacana ao quadrado, mas apresenta-se de forma bem mais refinada.

Sobretudo, Brzezinski sabe. Sabe o quê? Tudo.
É só pegar no que escreveu ao longo dos anos: quase na integra acabou por realizar-se. Não que tenha o dom da clarividência: simplesmente sabe e tem o poder de fazer que as coisas sigam um determinado percurso.


Por isso, quando imaginam a Casa Branca, não pensem em marionetas como Obama ou Bush: pensem nestas figuras pardas, que operam nos bastidores e que têm o verdadeiro poder. E entre todas as figuras pardas, Zbigniew ocupa um papel em destaque.

Por esta razão, quando Brzezinski fala é melhor ouvir com atenção, pois não é pessoa que abra a boca tanto para fazer entrar as moscas.

Aqui estão alguns excertos do livro dele intitulado Between two ages: America’s role in the technotronic era (“Entre duas idades: o papel da América na era tecnotrónica”). É bom ler tendo presente que estas linhas foram escritas no ano de 1970, quando ninguém sonhava com internet, telemóveis, smartphones, rastos químicos, etc…

Ao mesmo tempo, a capacidade de afirmar o controle social e político sobre o indivíduo será intensificado. Em breve, será possível estabelecer o domínio quase continuo sobre cada cidadão e manter actualizados os ficheiros que contêm até os detalhes mais pessoais sobre a saúde e o comportamento de cada pessoa, para além da informação mais usual.

Estes arquivos estarão sujeitos ao acompanhamento instantâneo das autoridades. O poder está nas mãos daqueles que controlam as informações. As nossas instituições existentes serão substituídas por órgãos da crise, cuja tarefa será a de identificar, com antecedência, prováveis questões sociais ​​e desenvolver programas para lidar com elas.

Isso irá incentivar as tendências, ao longo das décadas sucessivas, para uma era tecnotrónica, uma ditadura, deixando ainda menos espaço para as instituições políticas na forma como as conhecemos. Finalmente, com o final do século, a possibilidade de controle bioquímico da mente, a manipulação genética do homem, incluindo dos seres biónicos que irão trabalhar e pensar como os homens, poderão dar origem a algumas perguntas difíceis.

O que torna os Estados Unidos únicos é a vontade de experimentar o futuro, seja pop art ou LSD. Hoje, os EUA são a sociedade criativa, os outros, conscientemente ou não, são arrastados.

Não é difícil vislumbrar nas actuais notícias de crónica traços do mundo preconizado pelo simpático Brzezinski. Ainda não temos plena consciência da Era Tecnotrónica, estamos apenas no começo, mas desde já o percurso é claro. E tem uma terrível semelhança com quanto a eminência parda escrevia há mais de 40 anos.

Podem chama-la “coincidência” se quiserem. Ou podem pensar de forma um pouco diferente: a nossa História não é um apenas um conjunto de eventos independentes um dos outros, mas algo mais homogéneo, que algumas pessoas (poucas) têm a capacidade de antever e harmonizar segundo os seus próprios objectivos.

Nem sempre conseguem: as coisas podem correr mal, os imprevistos existem. Mas, como lembra o bom Brzezinski, o poder continua nas mãos daqueles que controlam as informações. Portanto, podem perder uma batalha, dificilmente perderão a guerra.

Mais uma vez: não acredito na mitologia da Nova Ordem Mundial com anexos Illuminati, Maçones, Reptilianos & C. Mas existe um outro nível, quase invisível, feito de pessoas que conseguem decifrar o presente e que trabalham para que o futuro siga um determinado percurso.

A Era Tecnotrónica já está entre nós e apenas começou.

Ipse dixit.

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3 Replies to “A Era Tecnotrónica”

  1. Não sei quem é mais inteligente: aquele que pensa por si mesmo ou aquele pensa por todos.

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