Observem este gráfico:
Isso representa a morte do Ocidente. E não apenas dele.
Em 1947, logo após a Segunda Guerra Mundial, 28% do Produto Interno Bruto (a “riqueza” total dum País) era constituído pela produção industrial. A Finança jogava um papel secundário, com apenas 11%.
Lentamente as posições inverteram-se; na década dos anos ’80 a percentagem do PIB da indústria era equivalente àquela da Finança (olhem olhem: mesmo na altura do dupla Reagan-Thatcher…) e hoje a situação é no mínimo pouco paradoxal: a produção é 11% do PIB enquanto a maior parte é constituída pelo sector financeiro.
O problema da economia ocidental é aqui resumido. A produção dos bens úteis é cada vez mais barata, graças à tecnologia, mas o excedente é absorvido pelos tubarões da Finança, do imobiliário, da especulação, dos bancos, das companhias de seguros, dos fundos de investimento, dos Blackrock, Blackstone…
O sector financeiro cresce como um tumor, mesmo que os serviços que oferece sejam mais ou menos sempre os mesmos: o peso específico dele é cada vez maior e para alimentar-se devora a sua própria mãe, a produção.
O Ocidente é a toca por excelência da Finança. Não que na Ásia, por exemplo, não exista, longe disso. Mas é diferente.
Porque muitas das bancas asiáticas nem aparecem nos índices das Bolsas?
Lembram da grave crise de 1999, quando os bancos tailandeses perderam 99 % do sue valor em poucas horas?
Sabem que os bancos chineses já foram salvos por duas vezes, em 1995 e em 2000, com perdas (só teóricas) no valor de 50% do PIB?
Já ouviu falar do estado de “sofrimento” crónico dos bancos japoneses que há 25 anos fazem sempre perder dinheiro a quem neles investe?
É um panorama de catástrofe, pois aqui no Ocidente a crise despoletou por muito, muito menos.
Todavia, Japão, Coreia, Taiwan, Singapura, Malásia, China…aquelas pessoas com os olhos em bico, passaram de 10% para 50% do PIB mundial no prazo de duas gerações. Apesar de todas as “desgraças” listadas acima.
Como é possível?
Tudo isso é possível porque na Ásia, em geral, não é a Finança que controla e dirige os bancos, é o governo: e o governo quer fortemente que o sistema bancário financie o sector da produção, apoie as exportações e ajude na conquista dos mercados estrangeiros, sem engordar os gestores, os accionistas, os obrigacionistas e expandir-se sugando o sangue da economia.
Porque na Ásia é o financiamento que está ao serviço da indústria, da agricultura e do terciário, não o contrário.
E se os bancos investem mal, em activos “tóxicos”, o banco central absorve tudo, substitui com dinheiro imprimido do nada o capital estragado e tudo começou de novo: o importante é que a economia real e da exportação funcione.
Nada de ilusões: não haverá uma autêntica retoma até quando não seremos capazes de reduzir o peso deste enorme parasita que é hoje a Finança ocidental. Qualquer retoma (que será necessariamente sempre obtida à custa do sacrifício das classes média e baixa), nestas condições será apenas um curto intervalo até a crise sucessiva.
Ipse dixit.
Este documentário é do melhor que tenho visto a analisar o sistema financeiro.
Muito bom, vi ontem no Canal Odisseia e procurando na Net encontrei-o completo.
Excelente…
twrmnth chGVIcyAinda que o ache bastante soft, e tire conclusões discutíveis, mas abarca certos pontos que é raro os média comentar.
Mas concordo com o Max, a criação de moeda pode ser benéfica se orientada no sentido correcto…
Mas a criação de dinheiro do nada, através da dívida, feita pela banca privada, é um absurdo, como muito bem comentado no 1º capítulo do Documentário. (min 12 a 14)
É pena também ( tal como comenta o prof. ex. economista do Banco Mundial) que não haja mais estudantes do ramo da economia, que encarem os seus conhecimentos como uma oportunidade de conhecer melhor o inimigo, para depois estar mais apto a combatê-lo.
Nada mudará pelo fato de tanto a educação ideologicamente burguesa como a agenda/pauta midiática não permitirem. O poder reside no condicionamento prisional das sociedades pela hierarquia de valores imposta pela elite judaica que atende pelo nome de sionismo…Não há como fugir disso.
O comentário acima foi meu mesmo…hehe
A tendência do gráfico acima mostra a produção industrial continuando a cair e a finança a crescer, ambos de forma consistente.
A leitura que eu faço, é que no ocidente a finança tem compensado a deslocalização da industria. Não é por acaso que os países ocidentais estão cada vez mais virados para os serviços.
Isto obviamente cria uma economia assente em pés de barro, e os resultados estão aí. Austeridade sob a forma de medida de recurso.
Acredito que pouco mais há fazer a não ser reverter o processo.
A centralização da economia ocidental num sector financeiro especulativo, só pode ter como resultado final a transferência do dinheiro da clase média para esse sector e a morte do próprio sistema.
Krowler
O que este gráfico mostra é que alguém ficou com (6%) do PIB… E mais não digo… Pindar!