Trabalho infantil: 5 multinacionais

O trabalho infantil é uma realidade também nos Países “desenvolvidos”: aqui não há menores nas fábricas, mas são vendidos os produtos criados com a exploração de quem deveria estar entre os bancos duma escola e não empenhado na sobrevivência.

Afinal é possível falar de cumplicidade.
Das empresas ou dos consumidores?
De ambos.

As empresas, obviamente, não divulgam estes dados pouco confortáveis, enquanto os consumidores muitas vezes demonstram ser insensíveis perante estas temáticas.

Contar com o interesse dos media não faz sentido, sempre existirão notícias mais importante para ocupar as primeiras páginas.  

Eis 5 empresas multinacionais que para o sue próprio ciclo de produção utilizam o trabalho de menores:

  • Philip Morris

Em 2010, a empresa de tabaco Philip Morris admitiu a presença nas suas plantações de pelo menos 72
crianças de 10 anos, envolvidos na recolha do tabaco e com o risco de sofrer envenenamento por causa da nicotina.
Além disso, a empresa força os trabalhadores migrantes a trabalhar em condições de escravidão, após ter requisitados os documentos deles, e obrigando-os a operar sem um adequado descanso e até sem qualquer compensação.

Apesar das promessas feitas pela empresa, em relação à intenção de pôr fim a tais situações, de acordo com um relatório do diário inglês The Independent, o problema ainda não está totalmente resolvido e existem famílias com crianças que são obrigadas a trabalhar todos em condições desumanas nas plantações.

Lembramos os principais produtos vendidos pela marca:
Chesterfield
Eve
Gauloises
Lark
L&M
Marlboro
Merit
Muratti
Philip Morris
Rothmans
Saratoga
Virgínia Slim
Winston

  • Victoria’s Secrets

A multinacional Victoria’s declara utilizar apenas algodão com origem no fair trade (“comércio justo”), o que deveria ser uma garantia contra a exploração. Infelizmente, parece existir um risco real segundo o qual alguns fabricantes de algodão orgânico e de comércio justo não são capazes de alcançar os objectivos empresariais sem o recurso ao trabalho infantil.

É este o caso de Clarissa, rapariga de treze anos, que no Burkina Faso é forçada a plantar e recolher algodão, sofrendo também abusos físicos.
Um caso isolado? Não parece: em 2008 Victoria’s Secret removeu as palavras fair trade dos rótulos dos seus produtos originário da Burkina Faso

  • KYE Systems Corp.

Em 2010, o National Labor Committee acusou de escravidão a empresa chinesa KYE por ter recrutado
1.000 alunos-trabalhadores com idades entre 16 e 17 anos (e em alguns casos com menos de 15 anos), forçado-os a trabalhar durante 15 horas por dia, 7 dias por semana.

Nem faltavam mulheres com idades entre 18 e 25 anos que foram obrigadas a trabalhar em condições semelhantes em troca dum salário de 65 cêntimos por hora.

Mesmo perante tais acusações, a KYE continua a definir como “perfeitas” as condições de trabalho no interior das suas instalações.

A KYE, além da sua própria marca Genius, é fornecedora de produtos utilizados por outras empresas, quais Microsoft, HP e Xbox.

  • Forever 21

Forever 21 afirma que existem acordos com os produtores de algodão para garantir que o trabalho seja

realizado legalmente e por pessoas qualificadas. Todavia existe uma petição que enfrenta a forma como o governo no Uzbequistão (fornecedor da Forever 21) todos obrigue milhões de estudantes a abandonar a escola para dedicar-se à recolha do algodão em condições de escravidão e em total violação dos direitos humanos.

Além de Forever 21, outras empresas que utilizam o algodão do Uzbequistão são:
Aeropostale
Toys ‘R’ Us
Urban Outfitters

  • Hershey

Hershey anunciou recentemente o lançamento de uma nova linha de chocolate, baptizado Chocolate Bliss, que utiliza apenas cacau certificado pela Rainforest Alliance.

Todavia, isto não é suficiente para apagar as acusações de escravidão e trabalho infantil avançadas pelo International Labor Rights Forum. Apesar da empresa ter assinado um acordo contra o trabalho infantil há dez anos, milhares de crianças ainda colhem o cacau na África por conta da multinacional. Tal como acontece com a concorrência:
Nestlé
M & M

Ipse dixit.

Fontes: The Independent, Bloomberg, Institute for Global Labour and Human Rights (1e 2) Tulane University, Sustainable Business

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