Dois Países, duas notícias.
Começamos com o caso português.
A Democracia foi posta hoje em sério perigo por um grupo de estudantes que, contrários às medidas anunciadas pelo governo no âmbito da Educação, decidiram ocupar uma escola na cidade de Braga.
Sabemos como funcionam estas coisas: de manhã ocupas uma escola, à tarde o Parlamento, à noite mudas o hino e a bandeira do País.
É o caos.
Para boa sorte, as Forças do Bem já estavam em alerta e atacaram os perigosos subversivos com o gás pimenta. Um dos jovens terroristas recebeu tratamento hospitalar.
A intervenção da polícia foi precisa: não havia montras partidas ou carros em chamas, nada de pedras contra os agentes. Mas, como afirmado: antes a escola, depois o parlamento, em breve é o fim.
No meu tempo as escolas ocupavam-se um dia sim e um dia não: nunca vi um polícia, nunca houve desordens. Mas os tempos eram outros, hoje a democracia faz-se com gás pimenta.
A propósito do gás pimenta.
Alguém pode pensar que, dado o nome, seja algo inócuo, ligado aos vegetais que, como sabemos, são fontes de vitaminas. Pensando bem, o gás pimenta até poderia ser saudável e substituir as batatas fritas do McDonald’s.
A verdade é um pouco diferente.
O tal gás (conhecido também como gás OC ou oleoresin capsicum) é uma substância cuja utilização é proibida nas guerras pela Convenção Internacional sobre as Armas Químicas. Os efeitos não são apenas limitados à sensação de ardor nos olhos, mas incluem (ou podem incluir) inflamação das mucosas, tosse, lacrimação prolongada, complicações respiratórias nos sujeitos asmáticos.
O Exército dos Estados Unidos, em 1993, apresentou o estudo do Aberdeen Proving Ground, no qual assim eram descritos os efeitos do gás pimenta:
mutações genéticas, efeitos cancerígenos, sensibilização, toxicidade cardiovascular e pulmonar, neurotoxicidade, bem como possíveis mortes humanas. Há um risco na utilização deste produto numa população grande e variada
Não é por acaso que o Los Angeles Times do dia 18 de Junho de 1995 relatava 61 mortos nos EUA ao longo dos 5 anos anteriores.
Mas este não é um problema aqui: a população de Braga é pequena e pouco variada (são todos Portugueses), pelo que o gás pimenta é seguro. É possível utilizar uma arma proibida em guerra com toda a descontracção: a já citada Convenção fala especificamente de guerra, não de Braga.
Depois são estudantes, não trabalham (parasitismo social), só gostam de drogas, sexo e heavy metal, faz-lhes bem de vez em quando cheirar um pouco de Democracia.
E o cheiro dela é de pimenta.
Em Atenas, as doenças pulmonares aumentaram 300% nos últimos tempos.
Uma vaga de frio? Janelas deixadas abertas?
Nada disso: a causa é o fumo da madeira queimada para aquecer as casas.
Os Gregos cortam árvores dos bosques, dos parques, para poder aquecer-se. Como na Idade Média. Só que aqui falamos de apartamentos em condomínios, na capital do País.
Mas como ainda há suficientes árvores, para o próximo ano o governo prevê aumentar as despesas do cidadão, factura da electricidade incluída. Uma medida pedida pela Trindade Comissão União Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional. Umas medidas necessárias para manter a taxa de crescimento que as medidas anteriores já conseguiram implementar: – 4.5%.
Quem não corta árvores para aquecer a própria casita é o simpático Daniel Loeb, gestor da americana Third Point (hegde funds).
Quando a Grécia reestruturou a própria dívida (entre Março e Agosto do ano passado), Loeb comprou muitos pequenos pacotes de dívida grega em toca de 17 cêntimos de Euro por cada Euro de valor teórico (o simpático Loeb sim que sabe fazer os negócios). Depois guardou os títulos adquiridos debaixo do colchão ao longo duns tempinhos, esperou para que as medidas para salvar a Grécia afundassem o País (mas a confiança dos mercados foi recuperada, é isso que conta) e pensou bem vender tudo, ganhando uma imensa fortuna.
E o simpático Loeb nem teve que fazer muita fadiga: tudo feito com o computador, no escritório de Manhattan.
Qual a culpa de Loeb? Nenhuma: ele simplesmente actua em conformidade com as vigentes normas. Há quem fique intoxicado em casa na tentativa de aquecer-se, há quem ganhe milhões à conta disso.
No julgamento da hierarquia nazista realizada em Nuremberg, entre 1945 e 1946, o Procurador Geral Benjamin Ferencz decidiu que “a guerra de agressão contra um país soberano é agora considerada o crime supremo”.
Esqueceu-se de pôr um asterisco.
Ipse dixit.
Fontes: Wikipedia, Wikipedia (2) (versões em língua inglesa), Público, Paolo Barnard
2 paises e um ponto em comum além da final do Euro 2004: Doenças pulmonares. As causas são, gás pimenta em Portugal e fumo na Grécia.
Começando por Portugal, parece que o conceito de reacção desporporcionada deixou de figurar no Codigo do Processo Penal, ou então passou a figurar num só sentido, à semelhança de muitas outras coisas.
É o caso dos impostos. Atraso no pagamento por parte dos contribuintes, igual a coima mais juros. Mas, se o atraso for do lado do estado, não há coimas nem juros a pagar aos contribuintes. Existe sim uma inspeção às contas, não vá o contribuinte ter-se enganado e pedido dinheiro a menos.
Ainda sobre a utilização do gás pimenta para desmobilizar um grupo de estudantes, adivinha-se na proxima manifestação que haja em S. Bento um ataque nuclear em larga escala. Isto para manter o mesmo critério de proporcionalidade.
Estranhamente na Grécia cortam árvores para se aquecerem. Com o aquecimento global a todo o vapor, esta noticia não deixa de ser curiosa.
Quem paga a taxa de CO2 junto com o imposto de circulação, que diga que não há aquecimento global.
Vejam este video do professor Luiz Carlos Molion, professor de Climatologia e que tem mais de 40 anos de experiência na matéria, a dizer que o aquecimento global é um mito entre outros disparates. Retive o conceito de que um iceberg se derreter, não aumenta o nivel do mar. Se bem que em fisica é assim ( principio de Arquimedes), na prática as coisas são bem diferentes como disse o Al Gore. E se o Al Gore disse que aumenta o nivel do mar, então é porque aumenta mesmo.
Peço desculpa por ter acrescentado dois temas ao post. Impostos e Climatologia mas no fundo, anda tudo à volta do mesmo.
abraço
Krowler
fico surpreso por esse blog n ser tao popular nas terras lusitana, uma pena ,pois seria muito importante que os portugueses lessem esses fatos.
eu acho q o mundo n tem mais jeito kkk seja no brasil seja em portugal ou qualquer outro país a politica o poder e a corrupção andam sempre juntas.
no brasil além de uma população desinformada, ninguem se interessa por saber oq se passa no governo.
No brasil temos a violencia incrivelmente alta, eu vi uma pesquisa q mostrava o incrivel fato de ter morrido mais pessoas no brasil vitimas de homicidios que na siria comparando o msm intervalo de tempo.
Olá Max: ambos, portugueses e gregos, vítimas de situações muito deprimentes, mas esperadas.
Em Portugal, ao aumento da mobilização civil e suas manifestações, sempre haverá um aumento de intensidade das forças de repressão. Isso funciona assim no mundo inteiro.
Na Grécia, ou em qualquer lugar do mundo, em qualquer época, sempre que houver um acréscimo muito grande de miséria, isso corresponderá a um surto de enriquecimento de alguns.
Logo, os aborrecidos com tais situações perversas, que são a maioria, ou encontram válvulas de escape instituindo suas vidas de forma a sabotar o sistema, e boicotar suas estratégias, ou serão sempre perdedores nesse confronto ação reação ao sistema, mas dentro das regras dele. Abraços