Portugal: a dúvida dos subsídios, a queda do PSD

Uma notícia ou uma não-notícia?

Quase 1500 pessoas nomeadas pelo actual Governo receberam subsídio de férias em 2012, na altura em que os comuns mortais da função pública sofreram o corte de tais componentes salariais.

Numa primeira informação passada pelo governo, os dados apontavam para 233 funcionários, sendo depois este números corrigido da seguinte forma:

  • 131 assessores de gabinetes ministeriais
  • 1.323 nomeados para outras entidades do Estado (institutos, etc.)

Desta forma, o total dos “boys” que beneficiaram desta excepção ao cumprimento do OE 2012 ascende a 1.454, mais ou menos um terço do número total das nomeações governamentais.

O Governo garante que “nenhum elemento de gabinetes de membros do Governo ou trabalhador da Administração Pública” com remuneração base superior a 1.100 euros recebeu subsídio de férias relativo a 2012 e que “foram processados a 1.323 trabalhadores da Administração Pública directa e indirecta ingressados em 2011 os proporcionais de subsídios de férias vencidos nesse ano” (2011), num total de cerca de 591 mil euros.

O comunicado salienta que destes 1.323 trabalhadores, 1.231 são “admissões no âmbito do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas”.

Eu não conheço os sistemas de pagamento na função pública, por isso pergunto: é normal que os subsídios de férias 2011 sejam pagos em 2012?

Não é por nada, mas acho esquisito que sobretudo os tais assessores não tenham recebido os subsídios em 2011, contrariamente aos restantes Portugueses. Mas posso estar enganado, por isso espero que alguém entre os Leitores possa ajudar a esclarecer.

Seria triste se numa altura de tamanha austeridade um punhado de pessoas pudessem gozar de privilegios que são negados aos restates cidadãos.
Seria triste mas normal.

+0.1%?

Entretanto, o Partido Social Democrata continua a queda e o governo já não parece representar o País real (e não riam por favor). Estes os dados da sondagem Expresso/SIC Eurosondagem publicada hoje:

O que surpreende não é tanto a queda do PSD ou a subida dos restante partidos, quanto aquele +0,1% do CDS/PP, um partido que está a apoiar medidas que são exactamente o contrário de quanto anunciado no seu programa eleitoral.

Pelo visto, a incoerência paga.

Ipse dixit.

Fontes: Diário de Notícias, Público, Expresso
Gráfico: Expresso

2 Replies to “Portugal: a dúvida dos subsídios, a queda do PSD”

  1. Pelos vistos a incoerência não paga porque, se pagasse, éramos um país riquíssimo…

    Obrigada por mais um excelente post!

    Isto, dito por uma funcionária pública que trabalha, labuta e luta.

    Abraço!

  2. Olá Max: boas notícias para ii!Ontem teu post "Era uma vez a América" saiu reproduzido no mais conceituado blog alternativo brasileiro, Nassif on line,com 100 mil acessos diários. Congratulações!!

Obrigado por participar na discussão!

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