Assim acabaram as eleições na Grécia.
Estes os resultados, quando já foi analisados 80% dos votos:
- Nea Dimokratia (Direita conservadora) 29.7%
- Syriza (coligação de Esquerda radical) 26.9%
- Pasok (socialistas) 12.3%
- Grécia Independente 7.45%
- Chrisi Afghí (Amanhecer Dourado, neo-nazi) 6.95%
- Dimar (Esquerda Democrática) 6.1%
- KKE (partido comunista) 4.46%
A abstenção ficou na casa de 40%.
As percentagens podem ainda variar mas não de muito.
Isso significa que os principais partidos pró-Euro, Nea Dimokratia e PASOK, conseguem 163 assentos, a maioria parlamentar.
Antonis Samaras, líder de ND: .
Hoje, os Gregos optaram por manter os laços com a Europa. Esta é uma vitória para toda a Europa.
No entanto, ND precisa dos socialistas do Pasok para a maioria, mesmo após do partido socialista ter sido pesadamente punido pelos eleitores. Evangelos Venizelos, o líder do Pasok, já anunciou o próprio apoio para um governo de coalizão com a Nova Democracia, e até foi mais longe, propondo um governo de “responsabilidade compartilhada” apoiado por quatro partidos: PASOK, a Nova Democracia, Syriza e a Dimar, a esquerda democrática.
Mas Syriza já fez saber que ficará na oposição.
O que muda? Nada. Os partidos que ganharam apoiam as medidas da troika FMI-BCE, incluídas as de austeridade. A tragédia grega pode continuar sem outras perturbações, decomposição do País incluída: a partir de agora até com o carimbo democrático.
Satisfeitos eles…
Ipse dixit.
Fontes: La Repubblica
Seria o efeito alucinógeno proveniente da Euro 2012?
Sem comentários.
Que importa isso se a Grécia passou para os quartos de final do Euro.
A 'crise' continua a seguir o seu curso normal. Aliás nem era de esperar outra coisa. Os cidadãos são avessos a mudanças.
Krowler
Pensava que eram só os Portugueses que eram mansos, afinal os Gregos apesar de andarem á pedrada com caixotes do lixo na rua, chegada a hora da verdade fica tudo igual…
Na Itália irá ser o mesmo, a Espanha já está a levar a anestesia em pequenas dosagens .
…blablabla…blablabla…espera… abstenção 40%?! Isto quer dizer que 40% (QUARENTA POR CENTO) da população grega não encontrou representantes dignos do seu voto nas opções do boletim ou simplesmente já não têm esperança e estão-se a cagar. E o mais engraçado disto é que uma percentagem tão significativa nem sequer entra na equação e o mesmo acontece em Portugal.
Gostava de saber a opinião do Max e dos leitores sobre a ideia de criar um partido da abstenção, seria uma forma de dar visibilidade pratica a estas percentagens e ganhar cadeiras na assembleia, facilitando assim a entrada do cidadão comum nos debates e votações na assembleia. Penso que seria um passo na direcção da democracia directa. Óbvio que essas cadeiras da assembleia correm sempre o risco serem compradas pelo poder económico mas é uma das arestas a serem limadas. O que acham?
Pois, a Grécia passou aos quartos de final do Euro 2012: juntamos a vitória dos partidos pró-Euro e pronto, os problemas já foram.
Pessoalmente esperava um pouco mais destas eleições. Mas é verdade que houve uma maciça participação de Bruxelas durante a campanha eleitoral: e para mudar de rumo pode ser precisa coragem.
Portugal já foi, a Grécia já é, Italia e Espanha serão. É preciso mais para mexer os cidadãos: até quando houver comida e uma televisão ligada as esperanças são poucas…
O partido do Amanhecer Dourado, mesmo após os murros na televisão, conseguiu 6.95% dos votos. Gostaria ver as pessoas que votaram neste gajos, só como curiosidade.
Abraçoooooo!
Olá RJRM!
Bem visto: 40% é muito. Raciocinando com número absolutos, é como se 5 milhões de Gregos não tivessem encontrado uma representação política. Na verdade não é mesmo assim, pois nem todos os 11 milhões de Gregos votam, mas é só para ter uma ideia das proporções.
Pode chamar-se "democracia" um regime onde o governo é formado por pessoas que nem representam metade da população? A resposta é sim, pois é assim que a democracia funciona: não é possível obrigar as pessoas a votar e quem escolhe não participar nas eleições deixa que as decisões sejam tomadas pelos outros.
Isso permite que este 40% de abstenção seja tranquilamente ignorado pelos órgãos de informação.
"Gostava de saber a opinião do Max e dos leitores sobre a ideia de criar um partido da abstenção".
Lololol, seria um partido com votos "zero", todos os simpatizantes não iriam votar 🙂
Agora, à sério: é assim que funcionam os partidos de "protesto", recolhem os votos das pessoas descontentes. O problema é que estas pessoas são na realidade um conjunto bem pouco homogéneo: há os descontentes de Esquerda e os descontentes de Direita, os que acham o Estado pouco comunista e os que acham faltar um pouco de fascismo.
Na verdade há mais do que isso: a maioria dos que não votam não são extremistas e simplesmente não encontram um partido decente (e não é fácil, de facto). O problema nasce na altura em que o partido deixa de ser "protesto" para ser "proposta": aí as diferencias ideológicas voltam à tona e o partido começa a perder votos.
Todavia, na actual situação, a ideia dum partido de protesto pode fazer sentido, desde que recuse uma rotulagem ideológica e estabeleça como programa soluções válidas para todos os cidadãos. Como a democracia directa, por exemplo.
E quem sabe? Pode ser que alguém já esteja a pensar nisso.
Abraço!!!!!!
Olá!
Dá para pedir um artigo sobre a saída do euro? Gostava de saber se haverá mesmo essa possibilidade e se é algo bom ou mau. E se a Grécia sair do euro, iremos atrás?
Cumpts!
…E já agora, na continuação do pedido anterior, também gostava de conseguir pereber se as agencias de rating influenciam os governos e suas acções ou se os governos utilizam as agencias de rating como desculpa para suas acçoes.
Para um leigo como eu é muito estranho o conceito de agência de rating… Quer dizer um país até pode ser riquissimo a nivel de recursos e a economia até pode nao estar assim tao mal, mas mesmo assim podem ser mal classificado, né?
Vou dar também uma espreitadela nas etiquetas relacionadas com este assunto!
Cumpts!