A guerra dos drones

A guerra dos drones continuas no Paquistão.

Os drones, como sabemos, são veículos aéreos não tripulados, também chamado UAV: utilizados pelos Estados Unidos na guerra do Afeganistão, são verdadeiras bombas voadoras controlados à distância, por meios electrónicos, sob a supervisão de operadores humanos ou até sob as directivas dum computador chamado PLC, Programmable logic controller (Controlador Lógico Programável).

Os drones têm levantado algumas questões. Em primeiro lugar: têm a mesma inteligência de quem os utiliza.

O drone não reconhece bons e maus. Se o computador (ou o operador humano) dizer “ataca!”, o drone ataca mesmo. E se houver civis nas redondezas, paciência. O que pode ser visto como uma ajuda ao Evolucionismo (são os indivíduos mais espertos sobrevivem), mas tudo depende do ponto de vista. Sobretudo se o ponto de vista for o da vítimas.

O Bureau of Investigative Journalism (notável associação inglesa) examinou milhares de relatos relacionados com os ataques dos drones da CIA no Paquistão.

Examinou os relatos dos media (New York Times, Washington Post, Los Angeles Times, Guardian, CNN, ABC News, Reuters, Associated Press, AFP, BBC, Al Jazeera, ​​media paquistanesas) e com a ajuda do jornalista paquistanês Rahimullah Yusufzai em Peshawar, passou quatro meses a trabalhar com pesquisadores independentes no Waziristão, tentando validar os relatórios. Camponeses, militantes e funcionários locais têm sido questionadas na tentativa de confirmar os ataques e as consequências destes.

Eis os resultados:

Em seis casos os ataques não foram confirmados.
Doutro lado, o último ataque (11.07.11) não foi reportado pelos media.

A pesquisa identificou também nove outros ataques na região do Waziristan, a partir de Março de 2008, que não encontraram espaços nas notícias ocidentais.

A investigação continua. Mas já parece claro que os ataques dos drones são imprecisos ao ponto que os mesmos militares americanos não conseguem determinar o efectivo “sucesso” de muitas das missões, enquanto outras fazem parte da campanha de propaganda.

Ipse dixit.

Fonte: The Bureau Investigates

5 Replies to “A guerra dos drones”

  1. Então não é fantástico…

    Acordar, tomar o pequeno-almoço com a família, levar os putos à escola, chegar ao emprego, trocar de roupa, sentar no cadeirão, pilotar um avião, matar uns quantos civis e/ou militares, fazer um intervalo para ir buscar uma Coca-cola e trocar umas impressões no bar "Ei pá acertei em cheio na casa… foi espectacular", voltar ao cadeirão, disparar mais uns misseis, matar mais uns quantos civis e/ou militares, tomar um banho, trocar de roupa, ir buscar os putos à escola, chegar a casa, jantar com a família, mandar os putos para a cama, namorar com a esposa, falar com a esposa "Que fizeste hoje, querido?", "Eh, nada de mais… rebentei uma casa, dois carros, e matei uns quantos terroristas que nos estavam a ameaçar", ir para a cama dormir…

    Há lá melhor?

    Digno de pessoas sérias e honestas.

    Quanto ao anónimo… o uso de células fetais é pratica constante e nada de mais… para a maioria.

  2. Voz

    Tu consegue fazer rir até em tempo de desgraça. hehehehe

    É bem assim mesmo, agem como se fosse a coisa mais normal no mundo.

    Abraços

  3. Olá Max: parece claro, ao menos para mim, que a utilização de drones não pretende especificamente "abater" terroristas, mas abater a tranquilidade e a segurança em quaisquer lugares que as corporações e governos corporativistas pretendam desenvolver seus interesses. Além do mais para os serviços de segurança-defesa norte americanos, não deixa de ser um ótimo negócio, lucrativo, e politicamente acertado, dentro da equação ética dos EUA: quem não está debaixo de nós, está contra nós. Neste sentido, a descrição que brilhantemente o Voz nos proporciona, encaixa perfeitamente nesse modos vivendi-operandi. Abraços

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