Nova Ordem Mundial? Parte IV

Quarta parte do artigo dedicado ao assunto Nova Ordem Mundial.

Mas nunca acaba esta coisa?
Acaba, acaba…mas não hoje.

Boa leitura!

Depois de 1945

Após a Segunda Guerra Mundial, houve três datas importantes: 1946, 1947 e 1948.
Foi o Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill, que retomou a ideia de unir a Europa, num discurso em Zurique, no dia 19 de Setembro de 1946. As palavras deles foram: “Precisamos construir uma espécie de Estados Unidos da Europa”.

Max Habicht

Estas palavras fazem lembrar Richard Coudenhove-Kalergi, que era apoiado por Churchill. O fundador da Pan-Europa, por sua vez, activou-se para impulsionar o ideal europeu, explicando a história do seu trabalho e dos seus projetos num livro, Escolhi a Europa. Livro com prefácio de Winston Churchill, obviamente.

A segunda data é o Agosto de 1947, dia da reunião em Montreux, na Suíça, um passo decisivo para reforçar os alicerces do mundo que estava a ser preparado.

De facto, vários representantes europeus e dos EUA reuniram-se e decidiram criar dois institutos sob os auspícios do advogado suíço Max Habicht, e cuja eficácia é amplamente comprovada: o Movimento Federalista Mundial (WFM) e a União dos Federalistas Europeus (UEF).


A WFM apresentou a sua Carta Magna, em ocasião da mesma reunião em Montreux, apoiando o estabelecimento dos princípios fundamentais para o estabelecimento dum Estado federal mundial.
É claro que, 63 anos depois das formulações, os desejos têm sido amplamente satisfeitos.

Nós, federalistas mundiais, estamos convencidos de que a criação da Confederação Mundial é o problema central do nosso tempo. Até que seja resolvido, todas as outras questões, nacionais ou internacionais, irão ficar sem uma resposta válida.

Esta não é uma escolha entre a livre iniciativa e economia planificada, o Capitalismo e o Comunismo, mas é preciso escolher entre o imperialismo e o federalismo.

Aplausos.
Após essa declaração foram propostos, entre outras coisas, os seguintes princípios:

  • a limitação da soberania nacional com a transferência para a Confederação dos poderes legislativo, executivo e judicial
  • a criação duma força armada supra-nacional
  • a formação de uniões regionais, na medida em que estas não sejam susceptíveis de se cristalizar em blocos mas sejam funcionais para o bom funcionamento da Confederação Mundial.

No final desta Declaração, é alcançado o acordo para incentivar a criação duma “Assembléia Constituinte do Mundo”.

Juntamente com a criação do WFM, como vimos, também a União dos Federalistas Europeus (UEF) nasceu em Montreux. No entanto, o trabalho pioneiro já havia preparado o terreno. Na verdade, sob a influência de Coudenhove-Kalergi, em 1934 tinha sido fundada a União Europeia, para defender o ideal duma Europa unida com base no princípio federal, sobre o modelo suíço.

Quatro anos depois, em Novembro de 1938, foi criado sob a influência dos fabianos Lionel Curtis e Lord Lothian, a União Federal. Este última é um ramo da UEF, da mesma forma que podem ser encontrados vários “ramos” em França (o UEF francês), Alemanha (Europa-Union Deutschland), Italia (UEF Itália), etc.

É interessante notar que, tal como acontece com as bonecas russas (as Matrioshkas), a UEF é um ramo do Movimento Federalista Mundial (WFM). Portanto, temos uma instituição europeia a favor do federalismo que casa com o trabalho federalista da WFM, uma europeia,  outra mundial.

Mas porquê é tão importante discutir da missão da UEF?

Andrew Duff

O Instituto Federal é presidido inglês Andrew Duff, eurodeputado sob o rótulo de “democracia liberal”.
E Duff também é membro do Council on Foreing Relations.

Andrew Duff é também a pessoa que, em estreita colaboração com a Fundação Bertelsmann e o eurodeputado austríaco Johannes Voggenhuber, permitiu o relançamento do projecto da Constituição Europeia após a derrota dos referendos francês e holandês em 2005. O Tratado de Lisboa não teria sido possível, ou pelo menos teria sido muito mais difícil, sem o apoio e a convicção de Andrew Duff.

Além disso, é claro que a influência de Cecil Rhodes e Lord Milner é sentida no desenvolvimento da Constituição Europeia , chamado de “Constituição Giscard”, prelúdio do verdadeiro Tratado de Lisboa) no período 2003-2004.
O nome de Constituição Giscard é referida ao ex Presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, fundador com Gerald Ford do AEI World Forum, membro da Comissão Trilateral, presente nas reuniões do Grupo Bilderberg e grande impulsionador da União Europeia..

Valéry G. d’Estaing

Também o Grupo de Milner e os Fabianos sempre foram favoráveis ​​à unificação da Europa, desde que isso seja feito sob a direção dos anglo-saxónicos.

Durante as duas guerras mundiais, as tentativas da unidade europeia, sob a orientação do poder terrestre alemão, não podia ser aceite por Londres e Washington, como a talassocracia anglo-saxónica teria ficado excluída dos assuntos do continente.
Richard Coudenhove-Kalergi tinha perfeitamente compreendido este ponto.

Portanto, é útil olhar para o Secretário-Geral responsável das actividades da “Constituição Giscard”, o inglês Lord John Kerr.

O curriculum vitae dele revela que é a cabeça duma companhia petrolífera, a holandesa Royal Dutch Shell, e que também foi embaixador nos EUA, desde sempre profundamente ligado ao mundo político do próprio País, e, obviamente, membro da Comissão Trilateral.
As suas ligações comerciais com a aristocracia também revelam que é parte do comité que escolhe os anglo-saxões entre as elites os jovens que podem merecer a Bolsa de Estudo Cecil Rhodes.
Lord Kerr é assim o elo de ligação, um entre os vários, com a tarefa de conjugar a tradição marítima anglo-saxónica com o Velho Continente.

Lord John Kerr

Resumindo, todas as peças estão no tabuleiro: o sucesso da globalização é hoje uma questão de tempo.
Não temos que olhar para as figuras no palco, mas para as que ficam imediatamente atrás, nos bastidores.

O nome de Joseph Retinger, por exemplo, podem não dizer nada. Mas foi ele a figura mais importante do Congresso de Haia (7-10 de Maio de 1948) que, sob a presidência de Winston Churchill, envolveu cerca de 800 militantes pró-europeu e estabeleceu as bases de uma Europa unida.

Foi ele que iniciou as reuniões do Grupo Bilderberg, em 1954.

Bilderberg, New Age e Trilateral

A primeira reunião de Bilderberg foi realizada na Holanda em Maio 1954, na localidade de Oosterbeck. Foi acordado que o nome deste grupo seria o mesmo do hotel onde ficaram os participantes. No entanto, algumas dúvidas permanecem.

A criação deve-se, em grande parte, ao trabalho de Joseph Retinger, mesmo se somarmos a “ajuda” do movimento da da globalização, como os esforços indispensável de David Rockefeller (fundador da Standard Oil, dono da Chase Manhattan agora JPMorgan Chase, membro do Council on Foreing Relations e em chegado relacionamento com a CIA e M16. Isso para não falar da Federal Reserve e muito, muito mais…).

Os Bilderbergers são o “creme de la creme” do conjunto político, económico e financeiro do mundo atlântico. Os media ocidentais raramente dedicam muito espaço às reuniões e ainda menos difundem os relatórios finais.

Etienne Davignon

As regras da organização e intervenção dos participantes imitam as que regem o Royal Institute of International Affairs (RIIA, um conjunto de princípio chamado de “regras de Chatham House”). Mais uma vez, Rhodes e Milner deixaram a própria marca.

Na verdade, essas elites do Bilderberg condicionam amplamente o curso da vida política, económica e financeira.

O caso do belga Etienne Davignon é particularmente evidente.
Vice-Presidente da Comissão Europeia desde 1981 até 1985, é o grande paxá deste grupo de elite. É ele que convidou o político belga Herman Van Rompuy para enfrentar o exame para o cargo de Presidente do Conselho Europeu, chamando em causa os participantes do Bilderberg, no dia 12 de Novembro de 2009, em particular o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, em Val Duchesse, nos arredores de Bruxelas. Basicamente, ele queria saber se Herman Van Rompuy era capaz de ser útil ao sistema.

Exame passado, ao que parece, dado o cargo que agora Van Roumpy desenvolve.

Príncipe Behrnard

A escolha do primeiro presidente do Bilderberg, o Príncipe Behrnard, não dependeu do mero acaso. Na verdade, o príncipe alemão foi desde o início dos anos 30 membro da SS, mais precisamente um membro da SS Reiterkorp (cavalaria) e um membro da Farben Bilder, uma subsidiária da IG Farben.
Casado em 1937 com a herdeira do trono da Holanda, a Princesa Juliana, tem uma filha, a Rainha Beatrix, que é uma participante activa nas reuniões Bilderberg.

Dado o passado mais do que obscuro do príncipe, a nomeação foi também uma forma de mantê-lo na organização sem muitas outras perguntas.

E a escolha do príncipe alemão naturalizado holandês foi sem dúvida de grande importância porque foi usada num outro sector, algo que é caro aos teóricos do globalismo: a ecologia.

A legítima protecção da fauna e da flora toma um rumo diferente sob a acção da Nova Ordem Mundial. Na verdade, a deriva do espírito conduz a uma deificação da natureza com o movimento New Age.
Este é o princípio de “Gaia“, identificado com a “mãe terra”.

Príncipe Carlos

Muitas instituições difundem esta viragem filosofica, em particular o WWF (World Wild Fund for Nature, Fundo Mundial para a Natureza Selvagem), o instituto que promove a protecção da natureza. A sua criação, em 1961, foi o trabalho dos membros do conjunto globalizador.
A propósito: sabem qual o novo presidente do WWF? O Príncipe Carlos, dos Windsor

Temos também que mencionar os irmãos Julian e Aldous Huxley.
Aldous Huxley é o autor de um livro profético, Brave New World, publicado em 1931, que é um verdadeiro programa político da política globalizadora na ficção romântica. Evocando um Estado mundial constituída por seres humanos submetidos e hierarquizado como resultado da manipulação genética, o autor passou a vida a fazer uso de diferentes drogas para conseguir uma “forma de misticismo”.

Esses delírios caracterizam o ambiente atingindo o irmão, Julian Huxley, um defensor da “eugenia” e que tornou-se o primeiro presidente da UNESCO (Educational, Scientific and Cultural Organization, Organização Educacional, Científica e Cultural) em 1946.

A mentalidade dos irmãos é devida à influência do avô, Thomas Huxley, um biólogo feroz defensor dos princípios de Darwin. Acrescentemos que as conexões entre a família e o resto do mundo chegam até outro indivíduo, um estudante de Thomas Huxley chamado… HG Wells.

Esta passagem de geração em geração permite compreender melhor a permanência do globalismo e o seu poder crescente. A criação do WWF é basicamente obra de Julian Huxley.

O WWF ajuda a disseminar este ideal panteísta e representa um dos ramos de atuação do globalismo. Vale ressaltar que o primeiro Presidente do WWF tem sido um líder do grupo Bilderberg, o príncipe Bernhard. Outros presidentes sucederam à frente do WWF, como John Loudon, que foi como John Kerr presidente da companhia petrolífera Royal Dutch Shell.

Este conglomerado de petróleo anglo-holandês é um terreno fértil para a Nova Ordem Mundial.

É de notar que também o Príncipe Philip, marido da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, dirigiu o World Wildlife Fund.

Zbigniew Brzezinski

Podemos acrescentar a esta lista de actores nascidos a partir duma longa tradição de políticos e comerciantes o papel da Trilateral, fundada em 1973 por David Rockefeller e Zbigniew Brzezinski (membro do Council on Foreing Relations), este último mentor do presidente Obama.

Este Instituto reúne três regiões economicamente desenvolvidas: América do Norte, Europa e Japão. Lembrando o apoio de franceses como Simone Veil, Marjolin Robert, Raymond Barre e Hubert Vedrine, Brzezinski acrescenta que os Estados estão a “enfrentar problemas cada vez mais divididos – financeiros, económicos e estratégicos – e são cada vez menos capazes de regula-los, sem ao menos olhar mais intimamente nos seus próprios interesses e nos do resto do mundo”.

Para enfrentar esses desafios, é bom assinalar que a Comissão Trilateral estava por trás da criação do G7. O relacionamento da Comissão Trilateral com o mundo industrial e os Think Tanks tem-se revelado particularmente na rede políticas transatlânticas (TPN).

Peter Sutherland

Na verdade, o presidente da filial europeia da Comissão Trilateral, Peter Sutherland, é também o presidente da filial europeia do TPN. Este irlandês foi também o chefe da Goldman Sachs (que dirige a política económica do presidente Obama) e comissário da concorrência durante a presidência europeia de Jacques Delors.

Pequena cereja no topo do bolo, Peter Sutherland é também director da Fabian London School of Economics. Para completar o quadro, lembramos que John Kerr é também um membro da Trilateral Europa.

Como podemos ver, as elites políticas e económicas convergem para construir uma ordem mundial unificada. No entanto, o panorama não seria completo sem citar um outro actor, cujo papel sempre foi fundamental.

Qual?
É o que será possível descobrir no próximo episódio.

Entretanto, eis os links para os episódios anteriores:
Nova Ordem Mundial Parte I
Nova Ordem Mundial Parte II
Nova Ordem Mundial Parte III
Nova Ordem Mundial Parte V em preparação.

Ipse dixit.

3 Replies to “Nova Ordem Mundial? Parte IV”

  1. Essa série está fenomenal… mas falta a biografia!!! 🙂

    Quero me aprofundar… muito boas essas interelações… dos Huxleys com o HG Wells, com a sociedade fabiana, com Churchill… com tanta coisa…

Obrigado por participar na discussão!

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