Sem comentários

Desta vez não comento. Porque não é preciso.
Eu reporto as duas notícias, depois toca ao Leitor reflectir.

E nem é preciso escrever um comentário.
Reflictam em privado, apenas alguns segundos, em frente do ecrã.

Notícia nº 1:
As sanitas com descargas de água potável foram inventadas há 200 anos (uma inovação que permitiu salvar milhões de vidas), mas desde então não sofreram nenhuma alteração radical, apresentando-se agora como desadequadas em relação às questões ecológicas, para além de inacessíveis a um terço da população mundial.
O impacto dessa situação levou a que a fundação de Bill e Melinda Gates tenha anunciado, ontem, a criação de um fundo de perto de 30 milhões de euros para a reinvenção das casas de banho, através de uma solução barata, acessível e eficaz. O fundo foi distribuído por oito categorias e atribuído a universidades que estão a desenvolver projetos nessa área. 
Notícia nº 2:
Dezenas de milhares de pessoas “estão em risco de morte na Somália“, alertaram hoje em conferência de imprensa responsáveis da ONG francesa Ação Contra a Fome (ACF), enquanto diversas organizações emitiam apelos aos países doadores.

Enquanto a ONU acaba de declarar o estado de fome em duas regiões do sul da Somália, ao considerar que perto de metade da população somali está atualmente em situação de crise, a ONG ACF referiu que “dezenas de milhares de pessoas estão em risco de morte”.

“A situação deteriora-se há várias semanas, com dezenas de milhares de mortos. Se nada for feito, é possível que se registe o mesmo número de vítimas nos próximos meses e semanas”, admitiu Jens Opperman, chefe da missão para a ACF na Somália.

Os responsáveis desta ONG francesa precisaram que 80% das 12 mil crianças recolhidas nos sete centros instalados pela organização no país estavam emestado de subnutrição severa e aguda” e que “300 mil pessoas” beneficiavam atualmente dos programas de nutrição da organização.

Por sua vez, a Oxfam France emitiu um comunicado no qual sugere que “começou a contagem decrescente” para evitar numerosos mortos. “A comunidade internacional não pode permanecer imóvel e assistir a esta tragédia”, conclui o texto

Ipse dixit.

Fontes: Expresso (1), Expresso (2)

4 Replies to “Sem comentários”

  1. Oi Max,

    Tudo bem com contigo querido?

    Por vezes sinto vergonha do mundo em que vivo e o sentimento de impotência machuca minha alma.

    Não consigo ver solução, a não ser que comecemos do zero.

    Grande post Max e grande abraço

  2. Felizmente,

    existem pessoas como esta menina de 16 anos (http://www.akiane.com/) que utiliza o seu talento para ajudar quem precisa, não para reinventar a sanita…

    …apesar de eu achar que sim, que é algo obsoleto e super-desperdiçador de recursos hídricos, mas… 30,000,000.00€?!

    Como não sei o que dizer, expresso-me nas seguintes palavras: Há que ter fé.

    Abraço,
    — —
    R. Saraiva

  3. Boa noite Max.
    Parabéns pelo seu blog e obrigada por me ajudar a pensar, por me ajudar a desconstruir informação viciada e viciosa para, a seguir, me ajudar a construir outras perspectivas. Obrigada ainda pelo não menos importante sentido de humor e sátira com que nos brinda. Em horas tardias de insónia quotidiana,venho de caneca na mão beber um chá no seu blog. Por isso, a minha gratidão pela sua companhia esclarecida e esclarecedora.
    Quanto ao seu "Sem comentários – 2 notícias", fez-me de imediato lembrar uma amiga minha. A São. Mais ou menos há dez anos atrás, essa minha amiga, saída de um divórcio, teve o precalço de se apaixonar pelo João, um indivíduo casado, que trabalhava na parte admnistrativa da empresa da qual a São era sócia. Ora, bem vistas as coisas e porque a São não era nada de se deitar fora, o João embarcou no romance entre suspiros e promessas. E eis que a São fica grávida. E eis que as promessas não se cumprem. E lá se começa a desfiar um rosário de responsabilidades paternais por cumprir. Nem pensão dde alimentos, nem comparticipação de despesas médicas, de vestuário, enfim, nada. Ora quando o rebento fez 2 anos o João vai visitar o filho e leva-lhe como prenda um bacio (vulgo penico). Desembrulhada a prenda, a minha amiga olha para o penico, olha para o pai do filho, e num gesto brusco devolve-lhe o presente enquanto lhe diz:" Para o teu filho cagar aí, primeiro tem que comer!". Frase certeira na hora certa. Nunca mais me esqueci deste episódio. E hoje foi a primeira coisa que me ocorreu depois de ler o seu artigo. 🙂
    Cordiais cumprimentos.

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