Nebraska, Alaska, e o salmão fumado de Fukushima

Eis algumas notícias dos últimos dias.
São notícias que não tiveram muito destaque nos media internacionais.
Quem sabe a razão?

O Nebraska, o nuclear e a água. Muita água.

Fort Calhoun rodeada pelas águas

Uma central nuclear em risco?
Olha a novidade…Fukushima 1? Fukushima 2? É só escolher.

Como? Não é no Japão? Ah, interessante. E onde fica esta? No Nebraska? “Nebraska”…rima com “Alaska”, não será por acaso nos Estados Unidos? Pois é!

É a central nuclear de Fort Calhoun, que está com alguns problemas.
Mas que se passa?

No Nebraska há um rio. o Missouri; aliás, provavelmente há mais do que um, mas este passa perto de duas centrais nucleares. Nestes dias, o rio decidiu encher-se de água, ultrapassar as margens e ver o que há nas redondezas.
É justo, também o rio tem o direito de quebrar a monotonia de vez em quando.

Os “Nebraskinos” ficaram um pouco preocupados: fecham autoestradas, tentam proteger casa, aeroportos…e centrais nucleares.

Ontem, dia 26, uma das margem de protecção à volta da central ruiu, assim as águas agora rodeiam a central.
Os inspectores da Nuclear Regulatory Commission já verificaram tudo e o resultado é: não há crise, pois os procedimentos para refrigerar o combustível e o tanque principal não estão afectados.

O site Rense.com faz notar uma coisa curiosa: o site da Msnbc (notícias da Microsoft) tinha uma fotografia de hoje, na qual era possível ver como a situação de facto piorou nas últimas horas à volta da central. Agora esta fotografia já não está disponível; provavelmente a ideia é não alertar os cidadãos.

Pois está tudo bem. Está sempre tudo bem. Está tão bem que não apenas a fotografia mas a inteira notícia desapareceu.
Mas porque tanta preocupação acerca duma central nuclear rodeada por água? Porque Fort Calhoun tem um deposito de combustível nuclear enorme, bem superior ao de Fukushima, por exemplo.

A coisa melhor é seguir os acontecimentos. E, obviamente esperar que a situação não piore.

Prato do dia: salmão pseudo-fumado e chá radioactivo

E no Japão?

Em Fukushima a situação é tristemente estável. Os únicos verdadeiramente zangados são os produtores de chá: segundo eles, o governo definiu limites de radioactividade demasiado baixos e agora não podem vender o produto.

De facto, nunca ouvi de ninguém morto por causa de chá radioactivo.
Aliás, pode ser que alguma radioactividade possa conferir um travo delicado e inovador.

Por isso foi lançada uma campanha publicitária na qual um camponês é entrevistado no meio dum campo: de repente, pega numa folha de chá e come-a, pois está seguro de que um pouco de chá radioactivo não pode fazer mal.
O camponês é actualmente utilizado como tocha eléctrica humana no aeroporto internacional de Osaka.

Na cena seguinte, um pesquisador da Universidade de Tokio afirma que sim, o chá é um bocado radioactivo, mas está tudo bem.
E sim, também é verdade que as folhas secas do chá são 30 vezes mais radioactivas de que as normais.
Mas, lembra o pesquisador, uma vez preparada a bebida, a radioactividade ficará diluída na água.

Isso mesmo. A radioactividade fica diluída e não faz mal. Como o caldo verde, em suma: ficou salgado? É só juntar água e tudo fica mais diluído.
Deve ser por isso que no Nebraska construíram uma central nuclear perto do rio.

Mas no Japão os problemas existem e não apenas por causa do chá. A venda de peixe, o alimento principal do País, ruiu: os Japoneses sabem que toneladas de água radioactiva foram despachadas no mar e agora têm medo.

Muitos tentaram substituir o peixe local com o Scottish Smocked Salmon, o salmão fumado da Escócia, para depois descobrir que de “Scottish” o salmão não tem nada, sendo outro produto japonês (e nem é fumado: o efeito “fumado” é obtido com químicos, como acontece na quase totalidade dos produtos como este vendidos no planeta).

Alaska rima com Nebraska. E com terramoto.

Voltamos a falar dos Estados Unidos?

Um forte terramoto atingiu no passado dia 23 as Ilhas Aleutian, no Alaska.
A magnitude do sismo foi de 7,4 da escala Richter, o que assustou não pouco os habitantes da região.

A seguir houve uma réplica de 7,3 graus.

Este é apenas o último duma longa série de terramotos que têm como pano de fundo o Anel de Fogo do Pacífico, do qual as Aleutian são parte integrante.

Acho estarmos na altura de pôr de lado a hipótese Haarp e começar a perguntar: o que se passa naquela zona do planeta?

Sem dúvida, é uma zona de elevado risco sísmico.
Mas pode este facto justificar plenamente os eventos telúricos que abalam a região de forma quase ininterrupta ao longo dos últimos meses?

Ipse dixit.

Fontes: The Wall Street Journal, Rense.com, Msnbc, Omaha.com, AgoraVox, RPP, The Daily Mail

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