Breve actualização da situação da Grécia.
Atenas precisa de 50 mil milhões de Euros nos próximos três anos. Caso contrário é bancarrota.
Mas onde encontrar 50 mil milhões? Cortar salários? Pensões? Gastos? Reduzir serviços? Privatizar? Já feito, tudo. Está complicado, de facto.
Calma: o FMI está aqui e já preparou um plano genial. E o plano é o seguinte: privatizar ainda mais. Vender tudo, mas tudo mesmo. Nada tem que ficar nas mãos dos Gregos. Nem a terra. Literalmente.
Vamos ver quais as divertidas medidas predispostas.
Concessões de portos e aeroportos de longo prazo.
Extensão da concessão do aeroporto internacional de Atenas.
Venda da empresa do gás.
Venda de 49% do casino de Monte Parnes.
Privatização das lotarias do Estado.
Venda da Ote (telecomunicações).
Venda do Hellenic Defence System (armas).
Venda da Larco (minerais).
Privatização das licenças de apostas online e slot machine.
Concessão da autoestrada Egnatia Odos.
Vendas das ferrovias.
Vendas das participações estatais nos bancos (Hellenic Postbanck, Atebank, Consignment and Loans Fund)
Privatização das empresas de fornecimento hídrico.
Só isso? Não, não é só isso: o próximo passo é a venda de ilhas. E não é uma anedota. A Grécia tem 6.000 ilhas, parte das quais podem ser vendidas para tentar uma bancarrota que todos já sabem ser inevitável. Este é o projecto.
Por isso, se o leitor sempre sonhou uma ilhota perto de Santorini, um pedaço de terra só para ele no azul do Mar Egeu, é só enviar uma oferta.
Esta, de facto, é a mágica receita do Fundo Monetário Internacional: vender, tudo, tudo, tudo.
Mas tudo o quê? Tudo, até o País.
Uma breve nota pessoal.
Vender ilhas é uma excelente ideia, mas será suficientemente atractivo?
Porque não tornar tudo ainda mais aliciante?
Por exemplo: na venda duma ilha oferta dos habitantes, em qualidade de escravos. O comprador neste caso torna-se dono da terra e de tudo nesta contida, com direito de vida ou de morte. E, obviamente, possibilidade de exploração dos recursos para fins pessoais.
Entretanto, os Portugueses estão avisados: e para acelerar a implementação de medidas parecidas também em Lisboa, no próximo dia 5 de Junho, é favor votar num dos três partidos (Partido Socialista, Partido Social Democrata, Partido Popular) que assinaram o memorandum com o FMI.
E agradecer também o Presidente da República.
Como é? “Mas a situação de Portugal não é tão grave como a da Grécia”?.
Onde é que já ouvimos isso?
Sérgio Rebelo. economista da Kellogg School of Management, Estados Unidos.
Se não houver um grande ajustamento, a dívida grega vai atingir níveis perto dos 200 por cento do PIB nos próximos quinze a vinte anos. Portugal precisa também de fazer ajustamentos, mas o problema é menos grave (04 de Abril de 2010)
Brian Coulton, Fitch:
A situação de Portugal é “menos séria” que a da Grécia porque o Governo tem história de redução do défice e o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) “é significativamente melhor que o da Grécia”
(30 de Abril de 2010)
Jean-Claude Trichet, Banco Central Europeu:
O presidente do Banco Central Europeu reiterou a ideia de que «Portugal não é a Grécia» e de que a «Espanha não é a Grécia», frisando que a crise grega nada tem a ver com as dificuldades orçamentais portuguesas. «A Grécia e Portugal não estão no mesmo barco e isso é visível se olharmos para os factos e para os números» (06 de Maio de 2010)
…pensando bem: as Berlengas servem para quê?
Depois não digam que não avisei.
Ipse dixit.
Fontes: ionline, Diário de Notícias, TSF
Ganha um destes (Partido Socialista, Partido Social Democrata, Partido Popular) e emigro de vez: vou para a Noruega ou Suécia.
Povo burro e alienado – vamos levar aquilo que temos pedido. É o que dá votar sempre nos mesmos.
Não sei se os partidos de oposição farão melhor, mas esses, ainda têm uma vantagem – o benefício da dúvida.
Cumprimentos,
— —
R. Saraiva
…
Achei que fosse anedota.
Podemos fazer algo???ou não temos capacidade para tomar alguma medida e defender nossos interesses?Talvez sejam poucos os que tenham esta coragem…Nos oferecem regalias e logo aceitamos o que eles querem.
Por que não entregam tudo de uma vez? De uma forma ou de outra os banksters irão cobrar a dívida, é inevitável.
Quanto mais adiar, mais garantias serão entregues. O jogo termina quando não houver nada mais a ser penhorado… Por questão de honra, deve-se por fim a esta situação enquanto ainda resta algo para recomeçar.
Não acredito que a mudança virá de algum partido político, pois só mudam os nomes, toda mudança deve partir dos cidadãos que tenham consciência ou mínimo de civismo.
O povo que elege representantes, perde ali seus direitos, pois para fazer valer seus próprios direitos não se necessita de representantes.
No mais, os representantes servem para um formalismo que pouco contribui a não ser à uma burocracia elitista que é indiferente ao cidadão comum. Criando um grupo intocável que uma vez apoderado da 'máquina estatal' tornam-se Senhores de tudo e de todos.
Abraços!