Um mero acaso? Sem dúvida.
Mas vale a pena oberva-lo de perto.
A tragédia do Japão, o terramoto e o tsunami, as dezenas de milhares de mortos, o pesadelo nuclear.
Para alguns, tudo isso é dinheiro.
Há pessoas satisfeitas que já conseguem antever os grandes lucros derivados da reconstrução.
As seguradoras deveriam encontrar-se na situação oposta, dado o próximo pagamento de quantias astronómicas.
No Japão é obrigado garantir todas as propriedades, não só contra os incêndios, roubos e outros problemas provocados pelo homem, mas também contra catástrofes naturais imprevisíveis, como terremotos e tsunami.
Faz sentido, o País está sentado em cima duma das zonas mais instáveis do planeta.
Milhares de casas e cidades destruídas? Milhares de milhões de Dólares para ser reembolsados.
Perante catástrofes de tais proporções, uma companhia de seguros deveria arriscar pesados revés.
Em vez disso, como a história tem mostrado, imediatamente após a ocorrência de desastres naturais, as companhias de seguro aumentam os lucros.
Após o desastre do furacão Katrina nos Estados Unidos , a Munich Re, a maior multinacional de resseguro, seis meses após a tragédia tinha crescido em 25%. A segunda maior empresa mundial do sector, a Swiss Reinsurance Co., no mesmo período cresceu 14%, e a AML, a maior seguradora em Londres, do grupo Lloyd, 49%.
E isso apesar de ter sido pagos reembolsos na ordem dos 62.000 milhões de Dólares.
As grandes companhia de seguros saem reforçadas das grandes tragédia, não debilitadas.
Um paradoxo? Nem tanto. É verdade que as tragédias obrigam a pagar pesados reembolsos, mas também constituem uma excelente ocasião para aumentar os prémios. É isso que permite grandes lucros.
No Japão, apesar dos bilionários custos da reconstrução, haverá dezenas de milhões de bens que terão de pagar prémios mais caros. O ganho para as companhias de seguros é certo e muitos analistas prevêem uma lufada de ar fresco para as empresas envolvidas na crise económica global.
A segunda parte da notícia foi removida, pois resultou ser baseada em dados não reais: no dia 25 de Fevereiro o sistema informático da LSE (London Stock Exchange, a Bolsa Valores de Londres) pifou: obrigado a fechar, alguns valores ficaram alterados, tal como o caso da Lloyd’s.
A análise dos dados reais não realçou qualquer tipo de anomalia.
Pena, teria sido um bom scoop… 🙁
Lamento pelo incómodo.
Max
Esse teu erro so veio dar mais credibilidade aos teus artigos.
Uma pessoa enganar-se é perfeitamente normal, admitir o erro é que é mais incomum. Não deixou de ser um artigo interessante, que só vem a reforçar a ideia em que vivemos num mundo completamente manietado pelo dinheiro.
Keep going 🙂
Obrigado Xenofonte!
Tinha encontrado uma notícia muito interessante, segundo a qual as acções da Lloyd's teriam sofrido uma autêntico "disparo" pouco antes do terramoto do Japão.
Foi confirmar no Yahoo Finanças (que costuma ser de confiança) e de facto a coisa parecia estar certa.
Uma vez publicado o post, fiquei com uma dúvida: possível ninguém ter ainda reparado nisso?
Vou ver as notícias do Financial Times e pronto: no dia do "boom" da Lloyd's o sistema informático da City tinha estoirado. Na prática, tinha começado a inventar dados. Paciência.
Obrigado pelo apoio!
Abraço!