A economia, pelo contrário, parece o electroencefalograma duma barata: uma recta horizontal, em qualquer caso ainda pior (uma barata estúpida) como o caso de Portugal.
Estamos perante uma evidente desconexão: a finança dum lado, a realidade do outro.
Não é uma novidade, Informação Incorrecta já realçou várias vezes esta situação. Mas agora está a tornar-se estridente.
Eis o andamento do índice S&P de Wall Street ao longo das últimas décadas:
Não há dúvida: é boom.
Agora o nível do desemprego nos Estados Unidos:
Então, em que ficamos?
Sim, já sabemos a teoria do bom economista: os desempregados não beneficiam logo da recuperação económica. Há um compasso de espera fisiológico.
Mas esta situação está a arrastar-se já há alguns meses e o desemprego não diminui. Simplesmente estagna. Além disso, a teoria é construída pensando na média, não numa recuperação monstruosa como a presente: os desempregados deveriam ser “reabsorvidos” mais depressa.
Explicação? Sim, há uma: transferência.
O que está a acontecer é que o 10% da população que detém 90% das riquezas da Bolsa está a “canibalizar” a economia real: tudo agora é jogado nos mercados financeiros, com grandes lucros de quem já tem dinheiro.
Destruição dos tecidos produtivos, empresas para o estrangeiro, inflação que começa a subir, diminuição dos salários, redução dos serviços: tudo isso é um custo para nós, mas uma oportunidade para outros.
Agora faz mais sentido o resultado duma sondagem da CBS: 57% dos Americanos acha que a crise ainda não acabou e que o País continua em recessão.
Eis onde está a economia real.
Fontes: The Economic Times, Il Grande Bluff