A ajuda para Grécia? Rápida.
Um problema alemão? Nem pensar.
Solidariedade é a palavra de ordem.
No entanto os cidadãos começam por fazer as contas e descobrem que suportar as anémicas finanças de Atenas significa entregar muito dinheiro a quem, até hoje, demonstrou não ter capacidade para gerir até a própria carteira.
E alguém levanta dúvidas.
Que são mais que simples dúvidas, são verdadeiros convites: Atenas? Fora da UE. E se ainda pensam que estas sejam as ideias de qualquer economista domingueiro estão redondamente enganados: quem fala é o partido cristão-social da Bavária, o Csu, gémeo da Cdu da chanceler alemã Angela Merkl.
O que querem? Nada, a não ser que a Grécia abandone a União Europeia.
Corriere della Sera:
Numa entrevista ao semanal Der Spiegel, o chefe do grupo da Csu, Hans-Peter Friedrich, explica que a Grécia “não tem só o problema da liquidez, mas também problemas estruturais e de crescimento”.
Alguém pode afirmar o contrário?
E por isso
Atenas tem que considerar seriamente a saída do Euro. porque tal decisão não pode ser declarada tabu.
Ámen.
Uma voz isolada? Nem pensar. O diário Tagesspiegel titula:
A derradeira solução é a saída.
E faz eco o conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung, com um editorial que não esconde o próprio optimismo já a partir do título: O pesadelo.
Após o crédito dos primeiros bilhões, outro chegará, após a ajuda para a Grécia será a vez das ajudas para Portugal, Espanha e Italia.
E ainda bem que esqueceram a Irlanda…
Mas o Frankfurter vai além: explica que os funcionários de Bruxelas não têm de responder aos eleitores, mas um político alemão sim, especialmente se desejar ser eleito uma segunda vez. Neste caso é preciso olhar a realidade,
E a realidade é que a Grécia já não consegue pagar as próprias dívidas e as primeiras ajudas da UE são uma gota de água sobre uma pedra ao rubro.
Soluções? Só uma segundo o diário de Frankfurt: Atenas que volta à dracma, pois assim
A Grécia poderia de repente sair do Euro, voltar à própria moeda e reduzir as velhas dívidas.
Alguém falou em solidariedade?
Ipse dixit.
Fonte: Corriere della Sera