Ajuda? Ops…!

Papandreou:

Tínhamos pensado que a decisão [sobre o anúncio dos detalhes da ajuda] era suficiente para acalmar os mercados, fazer descer as taxas e permitir o regresso da serenidade (…) para que pudéssemos por a Grécia de pé. Os mercados não responderam, porque não acreditaram na vontade da UE, ou porque alguns decidiram continuar a especular.

Assim, o bom Papandreou descobriu uma dura realidade: os mercados não acreditam nas desastradas finanças gregas e querem umas garantias.

E também têm dúvida acerca da ajuda. Os especuladores adoram Países como a Grécia, à beira do abismo. E o simples anuncio duma provável ajuda não chega para acalmar estes indivíduos.

Também porque a ajuda tem vida complicada:

A Alemanha, no entanto, deitou um balde de água fria nas esperanças de uma acalmia da especulação ao frisar, ao contrário dos parceiros, que a activação do mecanismo ainda está sujeita a condições. Angela Merkel, chanceler alemã, afirmou que Atenas só receberá a ajuda se “a estabilidade da zona euro estiver ameaçada” e se o governo de Papandreou apresentar “um programa de economia credível“.

A Alemanha não quer que o dinheiro da ajuda entre num buraco sem fundo. E a Grécia parece este tipo de buraco. Mas há outras razões:

A Alemanha, que desde o início do ano resiste ao princípio de um socorro à Grécia para não exacerbar a hostilidade da opinião pública em vésperas de eleições no Estado da Renânia do Norte, a 9 de Maio – nas quais corre o risco de perder a maioria na câmara alta do parlamento – refere em contrapartida que serão precisas “semanas”. 

Cá está: eleições. Não é fácil explicar ao próprios cidadãos as razões pelas quais é preciso entregar milhões de Euros à um País que até hoje pouco ou nada fez para sanar as próprias finanças e economias. E um País, não esquecemos, que falsificou as contas (Goldman Sachs, onde estás?) para ter acesso à zona Euro.

Por isso Berlim carrega no travão:

Não há uma necessidade iminente de financiamento e não há razão para precipitações“, afirmou o secretário de estado das Finanças, Jörg Asmussen. Berlim, que assumirá o maior encargo – 8,4 mil milhões de euros – considera aliás que só será possível definir “a natureza e o montante da ajuda” quando “o programa [de economias] for apresentado”.

Opinião pessoal: a ajuda chegará, pois a Europa não está em condições de “perder” a Grécia. É a mesma sobrevivência da União que está em jogo pois afinal este é o primeiro e derradeiro teste.
Mas o percurso não será fácil e os próximos dias serão interessantes neste aspecto.

Stay tuned!

Ipse dixit.

Fonte: Público

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