O milagre: a gripe desapareceu

A gripe? Sumiu. Literalmente. Desapareceu como neblina ao sol. Talvez pela primeira vez na história do Homem, os vírus da gripe já não estão entre nós, abandonaram a nossa espécie. E tudo de forma espontânea: nada de vacinas, nada de nada.

Trata-se dum evento provavelmente único que mereceria o estudo de legiões de microbiólogos, não estivessem todos ocupados com a terrível Covid. Porque a fonte é da máxima confiança: a OMS, a Organização Mundial de Saúde.

Nestas páginas já tínhamos tratado do assunto, mas agora a OMS disponibiliza novos instrumentos que apresentam o fenómeno duma forma mais exaustiva.

Na página Influenza estão disponíveis os gráficos pormenorizados relativos à circulação global do vírus, mais informações detalhadas não apenas acerca do planeta todo e dos hemisférios mas até dos vários Países. Vamos ver.

A primeira imagem é relativa à circulação global e tem o título de “Número de espécimes positivos para a gripe por subtipo”:

Gripe no Mundo em 2020

O que aqui interessa sobretudo são dois aspectos: a tendência da “onda” ao longo do tempo (o ano de 2020) e o tipo de vírus em circulação. No começo do ano havia oito subtipos de vírus gripais: para ser mais precisos, 7 subtipos identificados mais outro grupo que recolhia os subtipos não identificados.

Como é possível observar, a “onda” atinge o máximo durante a 5ª semana (27 de Janeiro – 02 de Fevereiro) para depois descer até o desaparecer por completo na 17ª semana (20 Abril – 26 Abril).

Podemos fazer uma comparação com o que se passou em 2019:

Gripe no Mundo em 2019

A diferença é evidente: ao longo do ano de 2019 nunca houve um completo “desaparecimento” do vírus da gripe. E podemos fazer mais: podemos verificar a situação ao longo dos anos anteriores, por exemplo uma década (2009 – 2019):

Gripe no Mundo entre 2009 e 2019

Nunca desde 2009 e 2019 houve um ano no qual todos os subtipos de gripe desaparecessem. O ano durante o qual a circulação atingiu o mínimo foi o de 2011 (nomeadamente na 20ª semana: a primeira metade de Maio), mas também aqui sempre houve vários subtipos em circulação:

Gripe no Mundo em 2011

Pelo que, 2020 é um ano absolutamente excepcional, o primeiro onde todos os vírus da gripe desaparecem por completo, ao mesmo tempo. E tal excepcionalidade atinge qualquer País, não apenas alguns.

Eis, por exemplo, a circulação da gripe no Hemisfério Norte do planeta ao longo do presente ano:

Gripe em 2020 no Hemisfério Norte

Após a 16ª semana (13 Abril – 19 Abril) todos os subtipos virais sumiram a Norte do Equador. E no Hemisfério Sul?

Gripe em 2020 no Hemisfério Sul

Aqui temos um “quase desaparecimento” após a 18ª semana (27 Abril – 03 Maio): depois há rastos limiares (e sempre inferiores aos mínimos dos dez anos anteriores) até a 46ª semana (02 Novembro – 08 Novembro), data após a qual também no Hemisfério Sul a gripe desaparece por completo.

A coisa estranha, repito, é que este “desaparecimento” aconteceu em simultâneo em todos os pontos do planeta e interessou todos os subtipos virais. Vamos ver a situação em Portugal:

Gripe em 2020 em Portugal

Em Italia, um dos Países mais afectados na primeira vaga:

Gripe em 2020 em Italia

Em Espanha, outro dos Países mais afectados durante a primeira vaga:

Gripe em 2020 em Espanha

Nos Estados Unidos, o País mais afectado em absoluto:

Gripe em 2020 nos Estados Unidos de América

O caso do Brasil:

Gripe em 2020 no Brasil

O Brasil segue a tendência do Hemisfério Sul, com um pico de gripe por volta de Março, uma queda abrupta no final de Abril (18ª semana) e o completo desaparecimento que acontece na semana número 32 (03 Agosto – 09 Agosto). Depois desta data já não há qualquer forma de gripe no País, de nenhum subtipo.

E na China? Afinal tudo tinha começado aí.

Gripe em 2020 na China

De facto, o pico da gripe é atingido ligeiramente mais cedo (já na segunda semana de 2020: 06 Janeiro – 12 Janeiro) para desaparecer após a 13ª semana. Mas, no geral, também a China reflecte a o andamento de todo o Hemisfério Norte.

Para completar a pesquisa, decidi observar os gráficos de numerosos outros Países, tanto do Hemisfério Norte quanto do Sul: não reporto aqui os gráfico todos para não aborrecer o Leitor, pois de facto seguem todos a mesma tendência. No caso, o Leitor pode seguir este link, escolher a opção By country, area or territory – past 12 months; na nova página escolher o País da lista à esquerda e clicar em Display Report. Muito simples.

“Todos a mesma tendência”? Será mesmo que em todos os Países do Mundo os vários subtipos da gripe desapareceram por completo? Bom, na verdade há umas pequenas diferencias: há uns Países onde o vírus da gripe não desapareceu por completo. Exemplos: Vietname, Laos, Cambodja, Tanzânia, Níger, Tailândia, Timor Leste…

Vamos observar o caso do Vietname:

Gripe em 2020 no Vietname

Este grupo de Países apresenta uma característica fundamental: são exactamente aqueles Países com a menor incidência de Covid-19 segundo a classificação mundial (que é visível com dados em tempo real na página WorldOMeter). Portanto:

  • onde há mais Covid, o vírus da gripe desaparece;
  • onde há menos Covid, o vírus da gripe continua presente.

Curioso, sem dúvida. Para não dizer “impossível”: o vírus da Covid não é um antagonista do vírus da gripe, não há por aqui um vírus “mais forte” que elimina os restantes,não é assim que funciona. Covid e gripe sazonal podem tranquilamente coexistir. E, de facto, segundo os dados da OMS na primeira parte do ano coexistiram.

Mas o vírus da gripe, nas suas variantes, acompanha o Homem desde a noite dos tempos. O primeiro a descrever os seus sintomas foi Hipocrates há 2.400 anos, mas sabemos que a influenza já estava presente antes. Desde então, os Orthomyxoviridae (a família da qual fazem parte os vírus da gripe) sempre estiverem ao nosso lado. Pelo menos até agora, pois desde o aparecimento do Coronavírus algo aparentemente mudou, de forma drástica e repentina. Hoje, segundo os dados da OMS, o vírus da gripe sobrevive apenas num punhado de Países da Ásia, da África e da Oceânia: no Ocidente desapareceu por completo, assim como na América do Norte e na América do Sul.

Ou desapareceu ou alguém continua a vender como “pandemia” algo que efectivamente apareceu (o vírus da Covid-19 existe, que não haja dúvidas) mas que entretanto perdeu boa parte da eficácia. Ou isso ou temos que acreditar numa espécie de “milagre” que há poucos meses livrou a sociedade humana duma doença com milhares de anos.

Ah,não, esperem, há outra possível explicação: distanciamento social e mascaras mataram duma vez todos os vírus da gripe. Deve ter sido isso, sem dúvida.

 

Ipse dixit.

23 Replies to “O milagre: a gripe desapareceu”

  1. Muito bem observado, este é essencialmente o motivo pelo qual gostaria de reiterar ao Sérgio que a pandemia está a ser criada de forma artificial á conta das gripes, dos assintomáticos e da contabilidade forçada a favorecer o covid em casos de dúvida. Obviamente respeito o direito a diferença até porque os argumentos do Sérgio ficam a anos-luz de argumentos como os do Peter Koening

  2. Agora todos os vírus de gripe chamam-se Sars-Cov-2. É para facilitar.
    Dá jeito e quase toda a gente acredita, tirando uns chatos que nunca acreditam em nada e outros ainda mais chatos que dizem que o Coronavírus é um Exosoma e não um vírus.

  3. Ta na cara que o covid “comeu” todos os outros e se tornou o mais novo ‘super virão’, portanto temos que chamar a ‘Liga da Justiça’ ‘Os vingadores’ e até o ‘Superman’ pois agora só terão que lutar contra o “Super Virão”. Mas será que com a idade que eles tem não serão grupo de risco? Temos que chamar sem dúvidas O MÁSCARA, só ele poderá nos salvar.

  4. Olá Max e P. Lopes

    O que acho engraçado é que os dados da OMS eram considerados pouco confiáveis, pois estavam “inflados” com relação ao número de casos da Covid. Pelo jeito não há desconfiança para as estatísticas da Influenza.

    Mas para mim pouco importa o nome da doença e sim a quantidade de pessoas que estão a morrer , quando poderiam viver mais alguns anos ou até muitos.

    Infelizmente, não podemos levar estes gráficos para as portas dos hospitais lotados e mostrar para os pacientes e dizer-lhes: “É tudo mentira, vão para casa”.

    Ou alertar os médicos estressados: “Fala para os teus pacientes deixarem de ser maricas”.

    Ou aos que estão enterrando seus mortos de Covid ou com Covid ou por não ter conseguindo ser atendido por falta de vagas: Dizer-lhes: “Um dia todo mundo vai morrer mesmo”.

    Resolveria o problema ?

    Não pensem que concordo com as medidas restritivas.

    Vejo os responsáveis pela saúde pública perdidos sem saber o que fazer, entre a cruz e a espada. Entre o emocional e o racional. Sofrendo pressão de todos os lados. Não queria estar no lugar deles.

    1. Olá pessoal!

      Hoje pouco tempo, portanto aproveito para responder ao Sérgio, porque importante:

      “Mas para mim pouco importa o nome da doença e sim a quantidade de pessoas que estão a morrer , quando poderiam viver mais alguns anos ou até muitos.

      Infelizmente, não podemos levar estes gráficos para as portas dos hospitais lotados e mostrar para os pacientes e dizer-lhes: “É tudo mentira, vão para casa”.

      Ou alertar os médicos estressados: “Fala para os teus pacientes deixarem de ser maricas”.

      Ou aos que estão enterrando seus mortos de Covid ou com Covid ou por não ter conseguindo ser atendido por falta de vagas: Dizer-lhes: “Um dia todo mundo vai morrer mesmo”.

      Resolveria o problema ?”

      Este é o ponto que pessoalmente considero importante e acerca do qual concordo com Sérgio. Seja qual for a causa, há pessoas que sofrem, há pacientes que morrem, há sistemas de saúde a rebentarem pelas costuras, há pessoal médico e paramédico que trabalham como desgraçados. Nada disso pode ser esquecido: estamos a viver uma situação de emergência, na qual também enquadram-se as medidas de contenção e afastamento social, correctas ou incorrectas que sejam.

      Uma vez afastada esta dúvida, sobra um problema: faz sentido procurar uma razão? Faz sentido procurar as causas disso tudo? Ou temos apenas que assumir a situação (“é a vida”) e seguir para frente? Cada um tem que seguir o seu modo de ser: eu, neste aspecto, discordo de Sérgio e vou explicar a razão com um exemplo estúpido, como é meu costume.

      Max caminha pela rua e encontra um Leitor de Informação Incorrecta, o qual cumprimenta:

      – Olá Max!

      Eu, em resposta, atiro-lhe um estalo na cara. O Leitor parece não gostar.

      – Ó Max, mas que raio…?

      Nesta altura tenho que justificar o meu acto. Ou talvez não. Posso dar-lhe dois tipos de respostas:

      1. Querido Leitor, não preocupar-te com a razão, concentra-te apenas na dor que estás a sentir.

      2. Querido Leitor, dei-te um estalo porque hoje não digeri bem e sinto-me mau humorado.

      Em primeiro lugar gostaria de tranquilizar os Leitores: não costumo atirar estalos às pessoas que encontro na rua. Nem mesmo quando tiver azia.

      A resposta número 1 é a resposta de Sérgio: evitamos discutir as causas, vamos focar a nossa atenção nas consequências.

      A resposta número 2 é a minha resposta, concentrada na causa sem esquecer a consequências (como bem realça Sérgio).

      Qual resposta é a melhor? Na verdade não há uma resposta melhor do que outra: ambas estão correctas, depende dos princípios da pessoa, da sua maneira de ser, por isso a resposta varia consoante o indivíduo.

      Eu tenho o hábito de procurar as causas, acho que estes anos todos de Informação Incorrecta estão aqui para demonstrar isso. Posso estar errado? Às vezes penso que sim: concentrar-se só no que se está a passar, esquecendo por completo o resto, traz vantagens. Vice-versa, saber que somos tratados como escravos quais vantagens comporta? Realisticamente: nenhum. Sim, eu boicoto israel, mas acham que israel fica preocupado com o meu boicote? Acham que israel fica preocupado em saber o que eu penso do sionismo? Enquanto eu penso, eles fazem.

      Todavia este sou eu: sinto-melhor ao fazer algo em que acredito, portanto continuo a boicotar israel, a não comprar um carro híbrido ou eléctrico, a utilizar um smartphone fora de moda (até comprei-lhe novas baterias, coitadinho!), a consumir quanto mais “local” houver, a procurar as causas dos acontecimentos…

      É claro que não levo estes gráficos para as portas dos hospitais lotados dizendo: “É tudo mentira, vão para casa”. Eu nunca disse para ignorar a Covid, para recusar os tratamentos, para abandonar os hospitais prometendo a revolução. E nem vou aos que estão a enterrar os seus mortos de Covid ou com Covid para dizer-lhes: “Um dia todo mundo vai morrer mesmo” (o que é verdade, dito entre nós). Mas tenho a liberdade de seguir o meu modo de pensar e ser, tentando procurar as causas,: não acho ter obrigatoriamente que dobrar-me perante as palavras dos órgãos de informação, escrevendo hoje mesmo um artigo no qual declaro, jurando sobre uma Bíblia, que o meu maior medo é de apanhar a terrível Covid.

      Ache que por enquanto ainda tenho a liberdade de escolher um dos dois modos, o de Sérgio e o meu. Por enquanto. Amanhã não sei, pode ser que seja obrigatório só um dos pensamentos.

      “O que acho engraçado é que os dados da OMS eram considerados pouco confiáveis, pois estavam “inflados” com relação ao número de casos da Covid. Pelo jeito não há desconfiança para as estatísticas da Influenza.”

      O meu ponto de vista e o seguinte: a OMS mente, sempre. Mente quando apresenta o número de mortos “de” Covid, mente quando afirma com gráficos que todos os tipos de gripe desapareceram de vez, no prazo de poucas semanas após milhares de anos. A OMS mente e não poderia ser de forma diferente: quando é posto um criminoso a chefiar algo, o resultado é previsível, seja um bando de assaltantes ou uma instituição internacional.

      Portanto, estamos de acordo: não vamos esquecer os que sofrem com a Covid, os que morrem por causa da Covid, os sistemas de saúde em crise (o que é uma vergonha pela qual alguém deveria pagar) e, consoante o pensamento da pessoa, vamos deixar de procurar uma explicação ou vamos continuar a procura-la.

      Nota: hoje mesmo foi-me explicada a razão pela qual muitas das mortes “com Covid” são declaradas “de Covid”. Foi-me explicada por uma médica. Infelizmente prometi não divulgar e assim vou fazer. Mas sim, esta é uma prática assumida, conhecida no sector e, apesar de ser muito pouco “profissional”, tem uma sua lógica que nada tem a ver directamente com “conspirações”.

      Tudo é bem aquilo que acaba bem 🙂

      1. Sábias palavras, prezado blogueiro.

        Vivemos num momento sem precedentes deste o período pós guerra mundial.

        Em toda minha vida profissional, Janeiro/ 2021 será o primeiro mês em que não receberei dinheiro nenhum.

        Trabalho como representante comercial e embora tenha vendido bem nos últimos meses, as empresas que represento não conseguiram entregar os pedidos neste fim de ano, pois faltou matéria prima no mercado para a produção devido a tal “pandemia”.

        Menos mal , porque tenho reservas para os dias difíceis , como todo autônomo deve ou deveria ter.

        A partir de meados de Janeiro, as fábricas começarão a entregar os pedidos.

        Então, em Fevereiro poderei me recuperar dos prejuízos.

        Mas, as vidas perdidas , não se recuperam mais.

        Abraço.

      2. Desprezar causas é como desprezar o passado. Confundir razão com emoção é contraproducente para quem tenta contextualizar alguma situação. E anunciar a obtenção de uma possível informação importante e rete-lá é estranho. Fomos convencidos de que vive-se para ser feliz, mesmo que seja um conceito tão abrangente e diverso, mas cuja obsessão justifica sermos seres amorais.

        1. Olá Jk!

          Eu sei, “anunciar a obtenção de uma possível informação importante e rete-lá é estranho” e peço desculpa por causa disso. Doutro lado dei a minha palavra acerca do sigilo. Vou ver se posso quebrar o sigilo com a autorização da interessada, mas é difícil. O que posso dizer é que a ideia de fazer passar mortos “com Covid” como mortos “de Covid” não é uma hipótese construída sobre o nada, responde a uma prática que nesta altura é difundida por uma razão… logística.

          Muitas vezes quem procura explicações alternativas é posto perante a dúvida “Mas como é que centenas de milhares de pessoas estariam envolvidas nisso e ninguém fala?”. A verdade é muito mais simples: podem ser criadas condições com base nas quais as pessoas participam não por causa da vontade de fazer parte duma “conspiração” mas simplesmente porque as regras determinam um tipo de comportamento. Assim, a teoria alternativa torna-se uma realidade não com a cumplicidade de legiões de “conspiradores” mas sim pelo conjunto de regras instituídas, todas aparentemente lógicas e legítimas, que todavia podem levar a atitudes não em linha com os objectivos inicias.

          Tomamos o caso da viagem à Lua e da teoria segundo a qual nunca teria sido efectudada. A objecção é sempre a mesma: “Mas como poderia ter acontecido dado o enorme grupo de pessoas que trabalhou na viagem?”. Não estou aqui a dizer que foi uma burla ou que não foi (eu acho que não foi), simplesmente realço como poderia ter acontecido mesmo sem a cumplicidade das pessoas envolvidas. Quantos dos técnicos que olhavam para os dados na sala de controle tinham modo de saber, além de qualquer dúvida, a origem dos mesmos? Naquela sala cada um estava concentrado numa só serie de dados que tinha de verificar constantemente, sem ter a visão geral (além daquela apresentada no ecrã principal).

          Acho que este modelo é muito mais difundido do que seria possível imaginar e o erro dos que falam do “número de pessoas envolvidas” é não entender isso. Doutro lado: não somos também nós, todos nós, parte dum sociedade de ovelhas-consumidoras? E quantas das ovelhas têm noção disso? Quantas, pelo contrário, continuam atarefadas com as exigências ditadas pela sociedade (trabalho, escola, etc.), sem conseguir ter a visão geral?

          O meu “anuncio” vai neste sentido: não é preciso chamar em causa conspirações com centenas de milhares de “maus” que querem alterar a verdade, pode ser suficiente a colaboração inconsciente mas preciosa das pessoas envolvidas.

          1. E essa condição incapacitadora se difundiu definitivamente qdo o generalista perdeu status para o especialista, numa lógica-conceito trabalhada cujo um dos propósitos foi exatamente este. E é ai que reside o fator conspiratório.

  5. Eu gostava mesmo é de ter acesso ao número de mortos. Já vimos que é maior no Brasil, como seria maior num ano de uma gripe mais forte pois aquele país tem um péssimo serviço de saúde pública. Mas nos EUA que também têm um mau serviço de saúde pública não morreram mais pessoas este ano do que no ano passado. Já em Portugal, com um óptimo serviço de saúde pública terão morrido 10% mais de pessoas do que o ano passado. Isso é significativo? Não sei, teríamos que comparar vários anos, idealmente uns dez ou vinte para perceber.

    1. Olá JJ

      Também acho que para saber a dimensão deste problema em termos de saúde pública é através dos números de mortos.
      No brasil tem-se o portal da transparência que informa os registros de óbitos feitos pelos cartórios.
      É o mais próximo possível da realidade , pois como já disse, ninguém enterra um morto legalmente sem esse atestado

      Alguns vão falar que aumentaram o número de suicídios devido ao confinamento, embora não haja indicio de que isto esteja acontecendo de forma significativa. Por outro lado,a redução da atividade externa humana também vai impactar no numero de mortos, principalmente no brasil onde morrem muitas pessoas em acidentes de trânsito.

      Voltando às estatísticas, segundo as normas brasileiras, os cartórios tem até 15 dias para informar os registros (casamento, nascimento, óbitos, etc ) para a base geral de dados. Devido as restrições , os cartórios reduziram seu efetivo e há uma tolerância de até 60 dias para o envio. Consequentemente , só em Fevereiro de 2021, poderemos ter uma ideia do número de mortos no brasil em 2020.

      Abraço.

      1. Olá Eduardo

        Sim , são dados da Covid. Os dados de mortes por todas as causas vc encontra no item “Registros” e depois em “óbitos”.

        Mas, já que vc mencionou estes dados, se clicar no item “causas respiratórias” ( onde estão excluídos os casos de Covid ) vai surgir um gráfico de barras coloridas e se vc passar com o mouse por esses barras vai ver que:

        Numero de mortos por SRAG 2019 : 1222
        Numero de mortos por SRAG 2020 : 15621 ( mais de 10 vezes mais mortes )

        Infelizmente na está discriminado qual o causador da SRAG , mas aí podem estar inclusos os casos por Influenza e H1N1.
        Como sou chato, também procurei o motivo do aumento de mortes por SRAG, e pelo que li, estão atribuindo a casos da Covid que não foram identificados na época da morte.
        Então se existem erros que inflam as estatísticas da Covid ( e aceito plenamente isso ) , também ocorrem casos que não são computados.

        Agora ,sendo mais chato ainda: se for na linha “local de óbitos” e deixar selecionado apenas a opção : “Domicilio” , vai observar que morreram nas suas casas, quase 50 mil pessoas a mais se comparado a 2019. Isto também é um dado a ser levado em consideração. Podem informar que deixaram de ser atendidos por não haver vaga nos hospitais ou por não conseguiram obter ajuda quando precisaram.

        Abraço.

        1. Olá Sérgio.
          Quanto aos óbitos em domicilio, acho que tem relação direta com o medo que as pessoas tem de irem aos serviços de saúde e se contaminarem, mais do que falta de assistência. Isso impacta em outras causas de óbito além das respiratórias, como Infartos e AVCs. Isto é, as pessoas morrem porque tem medo de viver.

  6. Olá vizinho Sérgio: tens razão, dizer para uma pessoa que está morrendo, ou para familiares que perderam pai ou mãe que as estatísticas que aterrorizam diariamente os telespectadores, que estas estatísticas estão fraudadas, que morre muito mais gente de outras doenças, que os testes não testam, que as vacinas não imunizam, nada disso vai alterar o pensamento e a dor dos atingidos.
    Mas aos que sofrem da doença do pânico alimentado diariamente pelas notícias de nova onda, nova sepa que se transmite muito mais rápido (que surgiu agora na Inglaterra, quando o estado de nervos das pessoas começava a arrefecer), guerra comercial das vacinas, convites à delação de amigos, vizinhos, familiares, enfim toda sorte de estratégias cruéis, exigir sim, números estatísticos, mas de outras doenças em anos anteriores.
    Conviria fazer notar às massas as estatísticas referentes à morte por câncer, por tuberculose, por ataque cardíaco, e até por suicídio, para que as pessoas tivessem formas de comparar os números.
    Seria preciso demostrar às pessoas que quase sempre faltam leitos, e que os serviços de saúde, ano a ano são sucateados, que fazem parte de todos os programas eleitorais as melhorias com a saúde da população (ídem para educação e segurança), mas que não fazem parte dos programas reais de governo.
    Os dados colhidos pelo Max são muito sugestivos, mas exigem um pouquinho mais de raciocínio para o cidadão comum acostumado a mínimas exigências mentais.
    As pessoas precisariam compreender que o pânico também mata, que o isolamento forçado também mata, que a não possibilidade de formas usuais de sociabilidade e de vida cotidiana também matam, que o elevadíssimo número de suicídios são decorrentes da alteração total da vida do trabalho, e da expectativa de sucesso.
    E não precisa conhecer o que está acontecendo no mundo, olhar a sua volta e perceber localmente permite já uma boa aproximação da realidade.
    Aqui, neste mundinho insignificante onde eu vivo, agora os vizinhos comentam: que o velhinho que morava lá encima do morro usou veneno de rato para se matar, que lá no final da rua, o seu fulano botou fogo na casa e se matou, que aquele sujeito outro que vivia de biscates, bebeu até morrer, que o filho adolescente do doutor beltrano morreu de overdose, que para as crianças das famílias x,y, z, não há ritalina que acalme crianças fechadas em pequenos apartamentos por meses a fio, que até os cães domésticos começam a morder seus donos porque raras vezes saem a passear e são constantemente assediados pelas crianças da casa.
    Há um fenômeno em especial que me preocupa:
    O pessoal sem trabalho assalariado, que perdeu emprego, que vê escassearem seus clientes, estão tomando uma atitude de aceitação passiva, e o que é pior, achando que é melhor “viver” das migalhas que caem do governo; um mês, 600 reais, outro mês, 300.
    O pessoal jovem, ou é nerd, e vive das pequenas falcatruas virtuais facilitadas para quem domina o assunto por auto didatismo, ou passa a se dedicar a outras ilegalidades, quais sejam enganar velhinhos que vão ao banco receber suas aposentadorias, ou diretamente assaltá-los. O desmanche de veículos têm crescido muito por aqui, tanto quanto a troca de veículos, o aluguel de muitos para realização de assaltos. É o ” modo pobre” de empreender preconizado pelo governo para aqueles que percebem que os pais nada lucram em empreender vendendo panos de prato pintados nas esquinas.
    No entanto ao meu lado o futuro escancara sua boca horrenda.
    Cada um a seu modo está lucrando.
    MW inaugurou seu inédito perfil capitalista selvagem. Optou por vender aos colegas de escola que não têm internet ou que têm dificuldades com as tarefas escolares no modo virtual, as tarefas prontinhas ou noções básicas de conhecimento de pesquisa na internet. Quando desafiada por mim respondeu-me: “chega Maria, cansei de ser anjo da guarda, sendo capeta eu lucro bem mais”. Enquanto isso, o pai da garota ganha muito mais agora que domina práticas de segurança doméstica ou comercial. Não para de ter clientes. Aprendeu conforme preconiza o governo e a internet: “fazer da crise uma oportunidade”.
    É o desenho que eu posso fazer, Max, da nova normalidade.
    Tô fora, pessoal, tô fora !!

    1. Ora, aqui está uma excelente descrição de quem olha e vê, ouve e escuta, a situação real bem por dentro e bem de perto. Enquanto o pobre se vira como pode e as relações sociais se desmoronam, o bué da rico aplaude o “show” que criou e colhe os lucros”. E os que nos governam? São capachos, capachos e “abutres”.

  7. A quem interessar possa, instantâneos locais:
    Ensinaram para a maior parte da humanidade que o Natal é festa de alegria e congraçamento. Pois bem, vejamos o efeito Covid
    Episódio 1.
    Estou no estúdio de fisioterapia, e vejo uma senhora nova ali, encolhidinha num canto de sofá, a focinheira cobrindo quase todo o rosto. Mesmo assim dá para notar a tristeza nos seus olhos.
    Me aproximo e digo: Ei, senhora, posso ajudar. A sra. me parece triste.
    Ela começa a descrever sua situação em tempos natalinos:
    “É minha filha, tô enjoada mesmo. Faz anos eu caminhava na beira rio, mais de uma hora por dia, de tardezinha, quando fica mais fresquinho, e encontrava todo mundo. Era abraço para um lado, beijo e lembrança do outro. Então em época de Natal, nem se fala.
    Agora com essa coisa, a gente de boca tapada, chego a nem reconhecer meus conhecidos. Ninguém se abraça, ninguém beija ninguém. É muito triste, deixei de caminhar.
    Eu vim aqui porque me disseram que a dona aqui é muito gente boa, que abraça e beija. Então eu vim pra cá para ver se dá.
    Eu tô esperando pra falar com a moça que é dona porque eu sempre fui muito beijoqueira, sabe..”
    Abraço a tal senhora que eu não sei quem é, e encaminho a beijoqueira para a moça boa gente.

    Episódio 2
    Telefono para uma velha amiga, que mora numa outra cidadezinha próxima daqui, a saber notícias porque trata-se de um casal de idade avançada que mora numa casa muito grande, sós, apenas com um cão de guarda.
    Ela logo me diz que como sempre, em todos os natais, convida filhos, netos, e a parentalha toda para o almoço de Natal.
    Ela me conta que telefonou para os familiares, faz poucos dias, mas avisou que na casa dela não entra ninguém com focinheira.
    Ao que os parentes disseram que sentiam muito, mas que precisavam cuidar da saúde dos filhos pequenos e não iriam.
    Felizmente ela me contou o episódio dando risadas e comentando que vai ser o primeiro Natal que passará com o marido e o cachorro, sem precisar fazer comida para 15 pessoas, e lavar a louça toda.
    Respondo dizendo que não comemoro natal, então será um dia como outro qualquer. Não vou almoçar nem melhor, nem pior porque felizmente tenho tempo para todos os dias fazer o almoço que me agrade mais.

    1. Olá vizinha.

      Me passa o endereço dessa moça que distribui beijos, que já estou indo pra lá. Mas tem que ser de graça.
      rs rs rs.

      Brincadeiras a parte, minha cara, é bom ouvir esses relatos.

      No meu caso, há 15 anos que estou com minha esposa e vai ser a primeira vez que não passaremos o Natal no sítio de meu sogro. Seriam ao todo 8 famílias ( formadas pelos filhos e sobrinhos ), que dariam em torno de 25 pessoas. Foi feita uma consulta prévia e eu ( pasmem ) fui o único a votar por fazer a festa, até a minha esposa foi contra.

      “É…a coisa tá assim”

      Abraço natalino

  8. Outro exemplo é a própria Felicidade, que de um simples estado de espírito passa a ser mais um conceito, e claro, alinhado a interesses econômicos.

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