A manipulação climatérica: prós e contras

Falar de manipulação climatérica?
Significa entrar num campo minado, onde convergem ambiente, chemtrails, política, guerra, Nova Ordem Mundial e mais um par de coisitas.

Tentamos fazer um pouco de clareza: neste artigo não se fala de vaporizar nos céus substâncias misteriosas para fins obscuros. Aqui o assunto é só e exclusivamente o clima, nada mais do que isso. E acreditem: já assim há problemas de sobra.

As mudanças climáticas em várias regiões do mundo (com ou sem Global Warming) e o aumento do número dos desastres ambientais levaram a comunidade científica internacional a analisar de forma abrangente os métodos de manipulação artificial das nuvens (cloud seeding ou “semeação de nuvens”): não estamos a falar de ficção científica, mas de algo que já existe e nem desde hoje.

Na década de 50 do século passado, mais de vinte Países começaram a manipular activamente as nuvens com o fim de incentivar a chuva em regiões áridas ou para dispersar as nuvens carregadas de chuva, para evitar inundações e granizo.

Para o efeito, os produtos químicos mais vulgarmente utilizados são o iodeto de prata e o dióxido de carbono sólido (ou gelo seco). O propano líquido, que assume rapidamente um forma gasosa, é outro dos ingredientes utilizados, visto que permite a formação de cristais de gelo a temperaturas atmosféricas mais elevadas do que acontece com o iodeto de prata. Enquanto isso, aumenta o utilizo de vários materiais higroscópicos, em particular o sal.

Entretanto, na China…

A China está na linha da frente e faz uso desta tecnologia desde 1958. O Chinese National Leading Committee on Climate Change (“Alto Comitê Nacional Chinês sobre Mudança do Clima”) é considerado o maior do mundo do seu género e pode contar com 37.000 funcionários.

Só no ano de 2002, a China realizou 560.000 experimentos de manipulação do clima, o que provocou 489.700 milhões de toneladas de precipitação e reduziu em cerca de 10,4 biliões de Dólar as perdas económicas causadas pela seca.

Durante os Jogos Olímpicos de 2008, a China tem usado 30 aeronaves, 4.000 instalações de mísseis e 7.000 projecteis para dispersar produtos químicos no ar e afastar as nuvens.

Em 2012, Pequim criou um fundo especial com a extraordinária quantia de 26,4 biliões de Dólares para provocar chuva artificial e queda de neve no País.

Mas nem sempre as coisas correm bem: em Fevereiro de 2009, após quatro meses de aridez, o cloud seeding foi utilizado para provocar o aparecimento de neve na capital. E a neve apareceu, durante três dias, causando o encerramento de 12 das vias principais de acesso à cidade. 

Entretanto, nos Estados Unidos…

Como é lógico, a China não está sozinha nesta corrida ao controlo do clima.

Um programa semelhante foi desenvolvido em 2010 pelo American National Centre for Atmospheric Research (“Centro Nacional Americano de Pesquisa Atmosférica”), com os fundo do governo federal (8 milhões de Dólares).

O programa inclui a instalação, nas montanhas do Wyoming, de vinte e quatro geradores para aquecer Weather Modification Inc. (uma empresa privada, segundo os bons costumes americanos).

A substância obtida é então dispersa na atmosfera com pequenos aviões para gerar a queda de neve, aumentando significativamente a quantidade de água disponível na primavera para as necessidades agrícolas e levando a uma consequente redução dos preços (até 10 vezes inferior, de acordo com as estimativas) dos recursos hídricos.

Weather Modification Inc. é apenas uma das empresas privadas que oferecem o serviço de cloud seeding.; nem todas são americanas, mas as maiores sim: Aero Systems Incorporated, Atmospherics Incorporated, North America Meteo Consultants, Tempo Enhancement Technologies International e Seeding Operations and Atmospheric Research (SOAR)..

A ideia de manipular o clima em si não é terrível, mesmo sem considerar o alegado Global Warming. Pensamos, por exemplo, naquelas regiões do planeta que historicamente têm tido problemas de aridez; pensamos também na possibilidade de limitar de forma significativa a escassez de chuva e, consequentemente, o aumento dos preços dos produtos alimentares.
um composto de iodeto de prata e acetona, sob a supervisão da

Todavia, este é apenas um lado da medalha, depois há outro.

Os riscos

A chuva artificial causa muitas vezes conflitos políticos, tanto entre Nações vizinhas quanto entre diferentes regiões administrativas no interior do mesmo País. Exemplos disso são as declarações periódicas de diferentes regiões da China que acusam as regiões vizinhas de terem “capturado” intencionalmente a chuva produzida; ou pensamos nas queixas do Irão contra os Países vizinhos.

E há mais do que isso.

De acordo com diversos estudos, a actual tecnologia de manipulação de tempo não está suficientemente testada em termos de risco de contaminação e danos potenciais para o ambiente. Actualmente sabe-se que o iodeto de prata pode ter um efeito negativo (e significativo) sobre pessoas, outros animais e vegetação.

Em 1995, e posteriormente em 2004, grupos de peritos independentes têm realizado estudos ambientais na Sierra Nevada (EUA) e na Austrália, confirmando as preocupações ​​expressas pelos ambientalistas sobre os efeitos nocivos da dispersão de dióxido de prata e a sua absorção. Levando em conta a acumulação (documentada) de óxidos de prata no solo em algumas regiões, os cientistas têm argumentado que isso estava a causar não só o crescimento de algas em lagos glaciais antes desabitados, como também o desaparecimento de espécies de animais (por exemplo, as gambas selvagens) nas regiões montanhosas da Austrália.

Outros estudos realizados pela Universidade de Tel Aviv pelo professor Alpert Pinhas mostram que os últimos 50 anos de manipulação artificial das nuvens em israel não têm significativamente alterado a precipitação total anual em relação aos períodos anteriores. Com base nestes resultados, os especialistas argumentam que os programas destinados a provocar chuva artificial são bastante ineficazes.

Esta é a razão pela qual muitos Países estão actualmente à procura de novas formas de cloud seeding, segundo critérios ecológicos sustentáveis.

A este respeito, a atenção dos cientistas está concentrada na recente pesquisa realizada por uma empresa suíça nos Emirados Árabes Unidos, onde a Zurich Weather Systems International está a testar com sucesso uma nova tecnologia de manipulação climatérica para criar chuva artificial.
A empresa tem instalado no deserto grandes guarda-chuvas de metal com três metros de altura, capazes de carregar o ar com electricidade. Isso gera iões negativos, que promovem a formação de nuvens, mas só caso o ar circundante não atinja a humidade de 30%. Depois de ter sido activada 74 vezes em 112 dias, a instalação provocou chuva em, pelo menos, 52 ocasiões.

A Zurich Weather Systems Internationa acredita que sua invenção pode substituir com sucesso as caras centrais de dessalinização da água do mar dos Emirados Árabes Unidos, com um custo 8 inferior de acordo com as estimativas preliminares.

Mas aqui surge outro problema: a tecnologia de manipulação climatérica, se eficaz, pode ser utilizada para infligir danos significativos em territórios inimigos, causando inundações, ciclones, tufões. Além dos aspectos de destruição imediata, há depois os efeitos sobre a economia agrícola. O clima arrisca tornar-se uma arma que pode atirar um País para o caos e a fome.

Em 1977, a ONU aprovou a Convenção que proíbe “a utilização hostil de técnicas de modificação ambiental”. Que, sendo da ONU, é totalmente ineficaz e não exclui minimamente a possibilidade de que os governos de vários Países possam desenvolver programas segredos para manipular artificialmente o clima e usar essas tecnologias para prejudicar outras Nações.

Portanto: uma tecnologia que promete muito mas que arrisca tornar-se uma arma de destruição.
Afinal, nada de novo.

P.S.: isso foge do artigo, mas sabem que vai fechar o HAARP?

Ipse dixit. 

Fontes: New Eastern Outlook
Imagens: Wikipedia

7 Replies to “A manipulação climatérica: prós e contras”

  1. Olá Max:como sempre o de sempre. Em um planeta, com uma sociedade decente, esta seria talvez uma excelente tecnologia física para tentar corrigir situações extremas de seca e inundação. Num planetinha com uma sociedade indecente, como o nosso, onde as tecnologias sociais e políticas só desmerecem o caráter da sociedade, qualquer tecnologia física vira arma de guerra, instrumento de poder de dominação, de conflito e barganha. Este descompasso entre desenvolvimento de artefatos e mentefatos é uma marca registrada de boa parte da humanidade desde milênios. Abraços

  2. "Já lá cheguei e nem acredito no que li. Posso desenvolver Se quiseres."

    Nuno, desta vez não percebi mesmo. Onde é que Nuno chegou? Foi de pé? Foi sozinho?

    Os Leitores estão cada vez mais complicados … 🙂

    Abraço!!!

  3. Olá dentro do contexto pelo que vi. Lógico que não chegei a nenhum local fisico, decerto não foi de pé a um determinado ponto geografico 🙂
    Mas estando um pouco longe de tudo infelizmente só tenho este meio (net) para investigar, comunicar e divergir em determinados pontos de vista.
    Caro Max sempre vi este blog como uma lufada de ar fresco e muitos dos participantes com uma mente mais aberta, elaborada e critica (no bom sentido).
    Aqui o erro foi meu, pois usei o meu telele (celular) que é um pouco limitado: resultado saiu bosta tipo:eureka!
    Max ironizou e bem, eu faria o mesmo lol.
    Num dos temas anteriores o assunto era o 11S. Conclusão óbvia: uma cambada de psicopatas(em nome acima de tudo do lucro) não se importa de ceifar a vida a milhares de pessoas para mais tarde ceifar a vida a muitos mais (pretextos falsos mas objectivo $comum$).

    O tempo ou previsão deste é basicamente uma commodity, podem dizer que é para proteger os agricultores p.ex, mas não é bem assim quem está no mercado de risk funds pode e ganha muito com isto.
    Em relação ao dito haarp a pessoa que idealizou foi a mesma que patenteou várias coisas incluindo controle e mudanças climáticas. Provas: as patentes registadas e acessiveis a quem procurar, aliás estão acessíveis a quem quiser ver (site oficial patentes us patent e o número). É só fazer uma pesquisa no Google.
    Agora a pergunta é possível apostar no tempo ou até algumas intempéries e até pior e fazer dinheiro disso? É sim. Pelo que vi alguns estão não na mão do governo ou militares, mas cada vez mais privados que estão como empresas fantasmas ligadas a instituições financeiras e até a querida monsanto p.ex.
    É só pesquisar e depois até confirmar nas "sérias" cnbc bbc bloomberg etc

    Abraço

    Nuno
    ps:espero ter descomplicado um pouco.

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