A Revolução: para uma mudança da nossa sociedade – Parte IV

E acabamos com a nossa Revolução.
Desde já a minha pessoal opinião: não vai haver Revolução nenhuma.
Porque? Há muitas razões.

Em primeiro lugar: não conheço a situação de todos os continentes, como é óbvio, mas posso falar da Europa.

Aqui as pessoas sofreram perdas económicas não indiferentes, o futuro delas é hipotecados (Portugal vai ficar sob controle do FMI para os próximo 30 anos), há desemprego (sobretudo entre os jovens), mas a verdade é que ainda o nível de vida é superior ao de outros continentes, América do Norte incluída. Como fartei-me de repetir: ninguém vai trocar voluntariamente um nível de vida para outro inferior.

Uma Revolução num só País? Nem pensar. Divirto-me a observar como é apresentado o Movimento 5 estrelas de Beppe Grillo (já agora “cómico “e “populista”) no estrangeiro; e este é apenas um partido político que nem chegou ao poder. O que aconteceria se tivesse que governar um dia? Seria massacrado e transformado num inimigo da Democracia, num perigo para os outros Países também; os juros da Dívida Pública italiana dariam um duplo salto mortal para cima, em breve o País ficaria ingovernável e chegaria a Troika.

Uma Revolução onde? A maior parte das pessoas vive num estado de estupidificação operado pelos media.

Os Leitores de Portugal bem podem ver o que se passa nestes dias de “saída limpa”: o País está muito mais pobre, a recuperação económica é fraca e fica bem longe dos níveis de dois ou três anos atrás, o desemprego entre os jovens não pára de crescer, a emigração continua, as famílias perderam ordenados, os reformados sobrevivem, o trabalho é e será cada vez mais precário, foram perdidos direitos laborais (com a cumplicidade dos sindicatos, diga-se), o IVA aumentou poucos dias depois do Primeiro Ministro ter afirmado que taxas e impostos não seriam tocados, a Dívida Pública cresce (era 82% quando Portugal entrou em crise, agora fica na casa do 132%), o País paga anualmente 7.000 milhões de Euros em juros.

Mas a saída do programa de assistência é “limpa”, sem ajudas monetárias adicionais. Então é um desfile de opinionistas na televisão que aplaudem, Bruxelas aplaude, o FMI aplaude.

E quem deveria rebelar-se nestas condições?
As Revoluções acontecem quando:

  • um regime está moribundo
  • quando os cidadãos sofrem a fome 
  • quando há um forte ideal partilhado por muitos

Actualmente, o regime ocidental não está moribundo (está em crise, e profunda, mas moribundo não); ninguém morre de fome; não há nenhum ideal partilhado pelas multidões (além dos falsos propagandado pelos media: a falsa democracia, a falsa liberdade, etc.).

Não há uma só condição que possa apoiar uma Revolução. E se houvesse, lembro as palavras de Maria (não Nossa Senhora, a amiga Leitora entendo): “qualquer coisa decente que envolva mais de duas pessoas e que se torne conhecida, é fagocitada pelo sistema”. É isso mesmo. E não é preciso dizer mais nada.

Então, rumo ao suicídio colectivo? Já não há esperança? É tudo inútil?
Calma pessoal, calma: qual suicídio, qual falta de esperança? Somos ainda jovens para morrer. E temos algo para fazer. Temos que deixar um legado: pode não haver esperança para nós (e não há, lamento), mas podemos fazer duas coisas:

  1. melhorar o nosso pequeno universo
  2. semear para quem chegará depois.

O “nosso pequeno universo” é a realidade na qual vivemos o nosso dia-a dia: a família, os amigos, os colegas. E “semear”, preparar as coisas para que um dia haja a possibilidade de fazer algo. Afinal, as duas coisas estão intimamente ligadas: feita uma, é feita a outra também.

Acham pouco? Meus Senhores, tentamos ser honestos até o fundo o que fizemos até hoje para evitar esta situação? O que fizemos nos anos, nas décadas passadas? As injustiças, os erros, não são coisas de hoje. Sim, fomos traídos, fomos enganados, descobrimos tarde que as ideologias são apenas outro instrumento de controle; tudo isso é verdade, mas não chega.

O regime de Hitler era uma loucura? Talvez, mas Hitler não estava sozinho com os seus generais: havia o povo alemão atrás dele. Da mesma forma, os sinais do rumo que a sociedade teria seguido estavam presentes, só fechamos os olhos (com o voto) em troca dum relativo bem-estar e das promessas dum futuro melhor, sempre esperando que alguém endireitasse tudo. E agora, quando finalmente podemos entender que ninguém vai endireitar nada, esperamos o quê? Que de repente apareça uma solução milagrosa, uma varinha mágica? Abracadabra e o mundo fica melhor?

A responsabilidade da actual situação é também nossa: e o mínimo que podemos fazer é tentar melhora-la, já que soluciona-la fica provavelmente fora do nosso alcance. Devemos isso aos nossos filhos, às gerações futuras; e também à nós, para não ser apenas cúmplices.

Muito bem: agora reponham os lenços cheios de lágrimas e vamos ver o que fazer.
Vamos? Na verdade não: ré-vamos. Porque este é um assunto que já foi tratado e mais do que uma vez. Vou ré-repropor alguns trechos de quanto escrito no longínquo ano 2011 d.C.:

“O que podemos fazer?”
É uma pergunta que aparece muitas vezes, mesmo aqui entre os comentários.

“O que podemos fazer?”.
É o reflexo da nossa impotência, alegada ou real, mas assim percebida.

“O que podemos fazer?”.
É Sexta-feira [por acaso era uma Sexta também em 2011!, nda], uma boa altura para solucionar as grandes perguntas da humanidade.
Modestamente.

Em primeiro lugar: calma, eis que Informação Incorrecta socorre o
coitado Leitor com um verdadeiro manual, um ABC que tudo diz e tudo
sabe. Como Wikipédia, só um pouco mais curto. E, tal como Wikipedia, é
algo já visto, pois muito do que o Leitor vai encontrar foi dito não uma
mas várias vezes.
Então porquê repetir?

Porque:
1. poucos seguem a receita.
2. a receita é sempre boa.
3. porque é Sexta-feira.

Não existe uma palavra mágica. Já experimentei Abracadabra (que, dito
entre nós, tem origens satânicas) mas nada. E nem existe uma receita
infalível que possa mudar a nossa vida dum dia para outro tal como
desejado. Além disso, cada um de nós percebe a realidade de forma
diferente e perante os desafios encontra diferentes soluções.

Ao olhar à nossa volta podemos observar sinais. Muitos apontam para uma
direcção. Eu acho que é a direcção da mudança, mas posso estar enganado.
Aliás, espero estar enganado, pois esta suposta mudança não traz nada
de bom.

É uma situação que faz lembrar o domador de leões. Com o chicote, o
domador obriga as feras a saltar através do cerco de fogo. Uma vez
atravessado o fogo, o leão fica sentado num outro pedestal. Mas a sua
situação não muda: continua a ser um prisioneiro e, se solicitado,
voltará a saltar através do fogo.

Todavia existem duas enormes diferenças entre esta cena circense e a nossa realidade:
1. Não há ninguém que pague para assistir ao espectáculo, aliás, somos nós que temos de pagar para receber ordens.
2. Connosco não é preciso um domador de leões, um cão pastor seria mais do que suficiente.

Isso porque a nossa sociedade se encontra numa situação de paragem
cerebral quase total. A maioria das pessoas nem sabe porque costuma
levantar-se de manhã, porque faz filhos, porque vive.

Os valores seculares, bons ou maus que fossem, foram substituídos com
valores mais “fáceis”, que todos podem alcançar com pouco esforço e que
por isso provocam um prazer momentâneo e têm de ser renovados com
frequência.

Ao mesmo tempo, foi banido o pensamento, substituído pelo pensamento único.
Nisso o Capitalismo depravado alcançou e ultrapassou as formas mais
cruas do Totalitarismo. As notícias que encontramos no nosso diário são
as mesmas que é possível encontrar em qualquer outro diário mundial.
Globo? Público? New York Times? Qual a diferença?
E não é por falta de acontecimentos: é que as fontes são poucas, mas mesmo muito poucas, e em perfeita sincronia entre elas.

E para qualquer reminiscência de pensamento eis a máquina anti-neurônios, a televisão.
Eu não tenho nada contra a televisão, bem pelo contrário, acho ser este
um meio fantástico se bem utilizado. Se bem utilizado: pois caso
contrário torna-se num triturador de cérebros. Que assim, atingidos,
confluem no pensamento único.

Haveria outros sinais também, alguns deles importantes, como o roubo das
nossas raízes; mas agora vamos ver o outro lado da questão: o que
podemos fazer?

Não tendo palavrinhas mágicas, como afirmado, é óbvio que a única
maneira de mudar algo será com o trabalho. Afinal a ideia é livrar-nos
das correntes invisíveis, o que não é pouco.

Primeiro passo: Nós

Livrar a mente das gaiolas

É óbvio: não podemos ir para lado nenhum sem ter as ideias claras. Não
“completamente” claras, mas um pouco sim, e que raio. E a única maneira
para ter algumas ideias claras é, em primeiro lugar, ter ideias.

Quanto daquilo que pensamos é “nosso”? Quanto, pelo contrário, é fruto
do que ouvimos dizer? O Leitor, por exemplo, é de Direita ou de
Esquerda? Mas sabe o que significa ser de Direita ou de Esquerda? Sabe
sim? Com certeza?
E onde aprendeu isso? Leu alguma coisa? E leu também as ideias
contrárias ou apenas as ideias mais simpáticas? Ou, ainda pior, leu
“excertos” duma e da outra parte? Isso significa ter ideias?

“Mas olha só este deficiente, mas acha que está a tratar com criança ou quê?”.

Não, caro Leitor, acho que estou a tratar comigo. Porque ainda hoje às
vezes sou obrigado a reparar na minha atitude de ler com atenção as
coisas “boas” e mais depressa, “por alto”, as “menos boas”. Mas qual o
sentido de ler coisas com as quais já sabemos concordar?
Muito, muito mais desafiador é poder confrontar as nossas ideias com as de quem tem uma visão completamente diferente da nossa.

Custa mais, até pode doer o fígado, mas é a única maneira para que as ideias possam nascer.

“Ler”, “Leu”…pois. Não quero implementar uma campanha anti-televisiva,
mas desligar o aparelho de vez em quando para ler algumas páginas acho
ser uma medida saudável. E nem é preciso acabar com a televisão de forma
definitiva (e as crianças? Que fazem as crianças sem a televisão
ligada?). Trata-se apenas de desligar 15 minutos antes e dedicar o tempo
poupado à leitura de alguns parágrafos.
Um paragrafo hoje, um amanhã e cedo ou tarde o livro acaba. E quem sabe: pode nascer a vontade de ler mais.

Voltemos ao discurso Esquerda/Direita: mas faz sentido? Estas divisões
foram criadas numa altura muito diferente da nossa. E foram criadas para
dividir, não para integrar. Ao criar duas partes, uma aqui e outra aí,
dividimos as pessoas em duas facções opostas. Que, obviamente, estarão
em luta para a supremacia. É meio caminho andado para poder governar sem
muitos problemas, uma maravilha se a ideia for comandar.

Funciona? Sim, funciona muito bem, ao ponto que ainda hoje as pessoas do
Ocidente gostam de definir-se “de Direita” ou “de Esquerda”. Talvez nem
saibam qual o real sentido de pertencer a uma das duas partes, mas
ouviram dizer que “quem gosta dos patrões vota a Direita”. […]

Acordem, s.f.f.
  • usem o vosso cérebro, com os vossos pensamentos
  • não há política ou religião que possa ter o direito de moldar as vossas ideias
  • oiçam o vosso intuito que é o natural complemento da inteligência.
  • aprendam a ver em technicolor, não apenas em preto e branco

Nós não conhecemos a verdade e mesmo assim pretendemos seguir uma
doutrina e recusar as outras? Com quais bases? Se não conhecemos a
verdade, como podemos fazer uma escolha razoável?

Evolução ou Criação? E porque não uma mistura das duas? Ou talvez nem uma nem outra.
Porque tem de ser apenas A ou B?

Duvidem, meus amigos, duvidem sempre.
Se o Homem conseguiu abandonar as cavernas foi por causa da dúvida, nada mais do que isso.
Um raio atingiu a árvore? A árvore pegou fogo?
Será que o fogo pode ser útil?

D Ú V I D A

A dúvida gera curiosidade, vontade de experimentar, de testar os limites.
Sem dúvida a curiosidade não nasce e tudo fica tal como é, sem dúvida não há movimento.

Repito: Evolução ou Criação? Mas alguém entre os Leitores é um
antropólogo, um geneticista, um teólogo, um arqueólogo? Com que base
escolhem o vosso “partido”? Só porque um é de Esquerda e ou mais de
Direita? Minha Nossa Senhora do Céu e Arredores, mas que raio de visão é
esta?

I N F O R M A Ç Ã O

A informação é a única maneira para poder formar uma ideia de forma
consciente e ponderada. Sem informação, o máximo que podemos fazer é
repetir as coisas ditas por outros, como um eco.
É tudo o que podemos fazer.

R E L A T I V I Z A R

O que é bom para nós pode não ser tão bom para os outros.
A Democracia é a melhor forma de governo? Mas quem disse isso? E porquê?
Os Islâmicos não têm tradições democráticas e mesmo assim vivem na boa.
Porque será?

Nós temos a exclusividade da razão? E porquê? Quem estabeleceu isso?
Cada solução é boa apenas se reconhecida como tal no interior da
comunidade onde é proposta. E tem de ser uma proposta surgida do
interior da comunidade, não imposta do exterior.

O Leitor achas que os Islâmicos são uma cambada de bestas violentas? Mas
se eles estiverem satisfeitos assim, qual o problema do Leitor? É a
mesma atitude que permitiu dizimar os nativos da América do Sul por mão
dos “Cristãos”. Não conheciam Deus? Tinham que conhecer, ou isso ou
morrer.

A T I T U D E  E  E X E M P L O

Inútil criticar os outros sem antes ter corrigido as nossas falhas.
Afastem-se dos malcriados, dos intolerantes, são apenas insultos para a
nossa inteligência. No geral, boicotem tudo o que é insignificante.

Desejamos um mundo mais amigo dos desfavorecidos? E nós? O que fazemos
nós para os mais desfavorecidos? Porque esperar que sejam os outros a
fazer algo é idiota.

Nós temos de ser o exemplo: só assim pode iniciar o contágio positivo.

Porque não dedicar algumas horas da nossa vida na ajuda do próximo?
Custa? Implica empenho? Mas porquê, o Leitor quer mudar o mundo só com o
click do rato? Quer fazer uma revolução ficando sentado?

Se for isso, lamento informar que chegou até este ponto da leitura mas
gastou o seu tempo. Porque mudar o mundo significa mudar em primeiro
lugar nós e os nossos hábitos. Qualquer outra opção é totalmente inútil.

L E M B R A R

Há a tentativa de apagar as nossas raízes. Um homem sem raízes não sabe
donde vem e nem para onde vai. As raízes são extremamente importantes:
cultivem as tradições, preservem a sabedoria dos nossos antepassados.
Não são “coisas velhas”, foi a chave da sobrevivência de inteiras
gerações. E, acreditem ou não, voltarão a ser a chave do nosso futuro.

E CO N O M I A  C O M  C É R E B R O

Qual o sentido de comprar garrafas de água produzida nas
montanhas do Tibete? Ou mesmo nos montes do vosso País mas longe 300
quilómetros?
Bebam a água da torneira. E se for má, prefiram água produzida nas redondezas.

Prefiram produtos da vossa terra, não da terra dos outros. E abdiquem
dos produtos das multinacionais, não fornecem nada de “mais”, pelo
contrário: exploram os habitantes das zonas mais desfavorecidas do
planeta, utilizam pesticidas e outros produtos químicos.

Se houver possibilidade, cultivem alguma coisa. É possível ter uma pequena horta mesmo na varanda. E acreditem, sabe bem.

Há a possibilidade de fazer trocas? Então façam trocas.
Não sabem como? Perguntem à Maria ou contactem associações de pessoas que operam neste sentido. Existem, é só procurar.

Utilizem o sol.
Tenho um candeeiro que funciona só com energia solar, é uma maravilha.
Também carrego as pilhas da máquina fotográfica com o sol e até o
telemóvel. Inconvenientes? Não há. E sim, funcionam também com o céu
nublado.

Medicamentos? Com moderação. Em particular os antibióticos. Antes de
tomar um medicamento, vejam se não for possível resolver o problema com
uma dieta adequada. Às vezes resulta (mas é preciso consultar um
especialista, nada de auto-medicação).

E N V O L V E R – S E

Não gostam dos partidos políticos do vosso País? Entrem no mundo da
política. Como? Não é preciso fundar um partido, é suficiente fazer
alguma coisa no vosso bairro: contactar os moradores, falar com eles,
ouvir, trocar ideias, propor soluções.

“Difícil”? Mas estamos a brincar ou quê???
Custa? Outra vez? Mas escrevo para o boneco ou quê? Nada muda sem antes mudar-nos.

Alternativa: não fazer nada, deixar que sejam os outros a fazer. Mas depois com que direito queixar-se?

E as eleições?
Bah, aqui a escolha é livre. Se o Leitor achar que votar nos actuais
partidos ainda possa fazer algum sentido, então vote. Tente pelo menos
escolher os bandidos melhores.

Greve? Esqueçam as grandes greves dos sindicatos, não conseguem mudar a
cor dum camaleão. Se greve deve ser, então que greve seja: mas dos
consumos. Este é o ponto mais sensível, aliás, o único ponto sensível.

A única arma dos cidadãos é recusar um determinado produto. E para que
funcione é preciso que a adesão seja elevada. É complicado, reconheço.

P A C I F I S M O ?  C U M ‘ C A N E C O !

Em tempo houve uma pessoa que sugeria oferecer a cara para receber outro estalo.
Justamente foi crucificado.

Temos de dialogar, falar, procurar soluções racionais. É justo. Mas há
limites, além dos quais deve haver uma reacção. Deve ser encarado como
último recurso, extremo: mas não pode ser excluído, porque cada um de
nós tem o direito de defender-se. Há limites entre pacifismo e
masoquismo.

Lamento, mas fazer o mártir não é comigo.

D I V E R T I R -S E

Divertir-se? Sim, mesmo isso.

Jogar, brincar, rir, são actividades fundamentais. Não “importantes”,
mas fundamentais mesmo. Desconfio profundamente das pessoas que não
riem. Ainda pior duma pessoa que não dedica parte do próprio tempo ao
jogo e ao divertimento. Uma pessoa que não consegue distrair-se e rir é
uma pessoa doente.

Queremos mudar o mundo, mas no sentido melhor: não desejamos criar uma
sociedade de activistas fundamentalistas, sempre envolvidos em caças aos
maus.

Riam, em primeiro lugar de vocês.

Só isso? Não, haveria muito, muito, muito , muito mais.
Mas uma coisa não pode ser esquecida e, pelo contrário, deverá sempre
ficar no topo das nossas escolhas: o princípio fundamental. Este é muito
simples e pode ser resumido assim:

cada um de nós é um pequeno universo

Gostaria o Leitor de pontapear o Universo? Não, claro que não.
Então respeite o próximo e pretenda respeito para si.

Acabou?
Acabou.
Bom fim de semana.

É tudo? Não, pois passaram 3 anos, os tempos mudam, as ideias também: então podemos acrescentar mais algumas coisas, mas nada de conceitos abstractos, algo de muito prático. É o que vai ser feito na (acho) última parte.

Ah, já que estamos em tema (e para evitar de fazer sempre copia/cola), podem ler estas outras pérolas de sabedoria também:

Manual de sobrevivência – Parte I
Manual de sobrevivência – Parte II
Manual de sobrevivência – Parte III
Culpados

Como disse há 3 anos: bom fim de semana.

Ipse dixit.

6 Replies to “A Revolução: para uma mudança da nossa sociedade – Parte IV”

  1. É de impressionar o empenho do autor do site na tentativa de receitar ações que possam sinalizar algum início de reversão. Tentei projetar algo factível além de meu próprio interior e não consegui. A única reversão possível é consigo mesmo! Desaprenda, renuncie, indigne-se, observe e aproprie-se de seu próprio tempo. Identifique causas e consequências. Não há salvação além do pensar,o mais penoso dos trabalhos. E não é sem razão que as sociedades ocidentais foram desenvolvidas exclusivamente para o trabalhar. Mas valeu.

  2. A humanidade só se encontrará quando derrotar o seu único inimigo: a ganância!
    Até lá temos e teremos a história do escravo. Qualquer que seja a sociedade que venha, só terá sucesso se basear-se num simples "conceito": tudo pelo ser!

    E o que é necessário não é uma revolução, é uma EVOLUÇÃO mental. E para tal começar com uma implosão interior. Se queres mudar o mundo, começa por ti mesmo.

    Agora pergunta-se: O que faria a muitos felizes? O euromilhões? Pois… estamos conversados.
    Venham pois mais umas poucas gerações a ver se muda.

  3. Olá Max: já esperava.Quem acompanha ii sabe mais ou menos como pensas…e te parabenizo. Também importante me parece,o que acrescentam os comentaristas acima: uso do próprio tempo e eliminação da ganância.
    Quanto a mim, que ando fazendo? (para quem esteja interessado em saber)
    1. Terra Âncora vai bem…auto suficiente em alguns aspectos, tipo pomar, horta e produção de ovos, além de lenha e excelente compostagem, sem falar da água damelhor qualidade, energia solar e gerador próprio. Somos um pequeno condomínio porque solidão nunca fez bem a ninguém (incluída aí a solidão a dois, que é tanto pior).
    2.Envolvimento e contribuição ativa com o MAPAA – meio ambiente e proteção animal, em especial o projeto Cães amigos, que tira das ruas cães abandonados e os prepara para acompanhar crianças com câncer.
    3.Envolvimento e contribuição ativa com a Estante virtual, em especial na vinculação com Livraria Achiamé.com, recolhendo livros já lido ou abandonados, livros antigos e que tais,em troca, disponibilizando gratuitamente livros da achiamé.com e revertendo os livros trocados para a Estante virtual.
    Finalidade: viver o melhor possível, e demostrar inequívocamente que é possível uma certa autosuficiência, uma certa produção de coisas, dinheiro e circulação de idéias, quando uma, duas ou um pequeno grupo de letrados ou não se dispõe a viver diferentemente da maioria.
    Bom,…se alguém desejar saber mais de qualquer um dos 3 pontos entre osparticipantes da "comunidade" ii, é só perguntar ou integrar-se.Abraços

  4. Concordo com suas colocações e também te parabenizo.

    Convém ao assunto abordado, estas palavras do brasileiro Chico Xavier:
    " Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós!"

  5. "Em tempo houve uma pessoa que sugeria oferecer a cara para receber outro estalo.
    Justamente foi crucificado."
    " Há limites entre pacifismo e masoquismo."

    Continuas a desvalorizar o Divino com conceitos demasiado ingénuos, e reduzes o Cristianismo a interpretações tão simplistas que prefiro nem qualificá-las.

    Confundes a não violência de um Gandhi, ou a negação do "olho por olho dente por dente", de um Cristo, com a total e absoluta ausência do direito á auto-defesa.

    "A não violência não consiste em renunciar a toda a luta real contra o mal.
    A não-violência, como eu a concebo, empreende uma campanha mais ativa contra o mal que a lei de Talião, cuja própria natureza dá por resultado o desenvolvimento da perversidade. Eu levanto frente ao imoral uma oposição mental, por conseguinte, moral.
    Trato de inutilizar a espada do tirano não fazendo-a cruzar com um aço de melhor qualidade e sim defraudando sua esperança ao não oferecer resistência física alguma.
    Ele encontrará em mim a resistência da alma que fugira do seu ataque.
    Esta resistência primeiramente o cegará e depois o obrigará a dobrar-se. E o fato de dobrar-se, não humilhará o agressor e sim o dignificará…"

    Gandhi

    Pois é Max, isso de oferecer a outra face, é para gente grande. Muito grande.

    Um Cristo, um Buda, ou o sábio Gandhi (justamente apelidado de Grande Mahatma entenda-se "grande Alma") etc…

    Nós, as bestas intelectuais, os animais racionais, actuamos ao nosso nível, fazemos como as bestas, ferramos em quem nos incomoda.

    Nem que para isso cheguemos ao ponto de destruir uma Hiroshima e Nagasaki.

    Depois lamentamo-nos de que o Mundo é injusto e perverso, e que vamos acabar por rebentar tudo isto…

    Dá a impressão Max, que lamentas que um Gandhi, um Dalai Lama etc… sejam personagens "injustamente crucificadas" tal como foi o "justamente crucificado Cristo".

    Mas não leves a mal o meu reparo!

    Não é nada de incomum essa idiossincrasia das bestas intelectuais, sempre incapazes de entender a grandeza de visão dos seres descondicionados de tantas perversidades que nos caracterizam a nós, os animais intelectuais.

    È realmente apenas natural que indivíduos descondicionados que reflectem valores Universais tão grandiosos sejam "justamente crucificados" por humanidades tão injustamente cegas, condicionadas e degeneradas e de mesquinho e limitado entendimento.

  6. corrijo, Onde escrevi:

    Dá a impressão Max, que lamentas que um Gandhi, um Dalai Lama etc… sejam personagens "injustamente crucificadas" tal como foi o "justamente crucificado Cristo".

    Queria dizer:

    sejam personagens "injustamente não crucificadas"

    Saudações

Obrigado por participar na discussão!

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