Como são realizados os testes
Cada sistema operativo é descarregado da página do produtor (ou dum mirror por ele indicado) e instalado sem alterações com o programa VirtualBox num disco rígido virtual.
As condições do testes são idênticas para todos os sistemas:
- 10088 MB de RAM dedicada
- espaço em disco: 50 GB
- nº 3 processadores dedicados
- 100 MB de memória gráfica
- hard disk virtual VDI (VirtualBox Disk Image)
- cada distro é descarregada num dos flavors disponíveis e instalada tal como é proporcionada pelo desenvolvedor, sem nenhum software acrescentado após a instalação (no caso, isso será especificamente indicado) e sem alterações
- cada distro é experimentada ao longo de vários dias (geralmente uma semana), numa utilização de tipo generalista descrita abaixo.
Cada distro é utilizada para desenvolver as seguintes funções: navegação na internet, envio e recepção de correio electŕonico, criação de textos, edição de imagens, visão de vídeos, audição de músicas, conexão com smartphone via rede wifi ou via bluetooth (se disponibilizadas pelo sistema) com troca de ficheiros.
Uma vez medidos os dados de base (quais espaço ocupado no disco rígido, utilizo do processador, memória e paginação), é então avaliada a possibilidade de descarregar e instalar programas dos repositórios oficiais.
Os puristas podem achar que testar no VirtualBox não é a mesma coisa que instalar num disco rígido “de verdade”. Verdade. Todavia, como já explicado, a intenção destes testes não é fornecer os valores técnicos absolutos mas sim avaliar o conjunto na óptica do utilizador através de comparações. Neste sentido, o que mais importa é ter sempre a mesma base de comparação, daí as condições idênticas para todos os sistemas.
O que é medido
Há dez itens que são avaliados (para já: depois podem aumentar, diminuir, veremos):
- Instalação – o básico: deve ser simples, intuitiva e realizada em tempos razoáveis.
- Arranque – são medidos os tempos de arranque. Que, obviamente, têm que ser decentemente rápidos.
- Ambiente de trabalho e Menus – bem arrumados, práticos, funcionais. Não é admissível gastar tempo porque só não se consegue encontrar algo que está presente no nosso computador.
- Programas – mais do que a quantidade fornecida (eu, por exemplo, prefiro um sistema com poucos programas para depois poder construir o sistema à medida), é avaliada a facilidade com a qual são encontrados e instalados os novos programas, assim como se estes estão actualizados.
- Personalização – uma das vantagens dos sistemas Linux é a capacidade de mudar o aspecto para adapta-lo às exigências do utilizadores: este processo têm que ser razoavelmente simples.
- Redes e conectividade – o sistema tem que reconhecer o nosso hardware e proporcionar um imediato acesso à rede tal como aos outros dispositivos do usuário (exemplo: telemóvel).
- Multimedia – o sistema tem que permitir a visualização de vídeos e a audição de músicas reconhecendo vários formatos (HD, mp3, mp4, etc.).
- Gestão recursos – é avaliado o desempenho do sistema tendo em consideração o espaço ocupado no disco rígido, a quantidade de memória, a reactividade do sistema num ecrã com resolução de 1600 x 1200. Sã avaliados os requisitos do sistema durante uma normal utilização, tanto numa condição de repouso (sem nenhum programa activo) quanto durante a utilização.
- Praticidade – Este é um critério subjectivo: trata-se de comparar a facilidade da utilização considerando as exigências de quem provém dum sistema Windows ou Apple. Portanto: disposição do desktop, dos programas, dos menus, das pastas, etc.
- Manual – em caso de dúvidas tem que haver a disposição um manual, seja ele no sistema ou online. Como parcial substituição, um bom fórum de utilizadores pode dar uma grande ajuda.
Os valores de utilizo do processador, memória e paginação são medidos com a aplicação Htop ou, em alternativa, com Top. Ambas são aplicações “cruas” do ponto de vista gráfico mas são também bastante confiáveis.
Mas com o novo Windows 11 as coisas mudam e bastante: 1 processador de 1 GHz ou mais rápido com 2 ou mais núcleos em um processador de 64 bits compatível (desaparece o 32 bits), 4 gigabytes (GB) de memória RAM, 64 Gb de espaço no disco, um ecrã de alta definição.
Obviamente estes são os requisitos mínimos. A maior parte dos sistemas Linux têm requisitos inferiores, mas isso não é suficiente: é depois preciso observar a carga do trabalho do processador, a quantidade de memória utilizada, por exemplo.
São muitos itens? São. Mas estamos a falar de sistemas operativos que têm que competir com aquele que é a referência no mundo dos computadores, o sistema Windows. Então é inútil, por exemplo, ter um sistema que promete maravilhas mas que depois cria é de difícil instalação, complica a vida na altura das tarefas mais básicas como criar um documento de texto ou que no qual é complicado encontrar os nossos programas favorecidos.
Se Linux quer competir com os “grandes”, tem que oferecer um conjunto de características “grandes”. Caso contrário, ficará sempre como um sistema para poucos.