Green New Dial: pouca energia, demasiadas pessoas

Volto a repetir: não há por aqui pessoas com mais cérebro do que outras. A diferença está toda na informação: há quem goste de se informar e quem não. Só isso. Resultado: aos olhos de quem gosta de se informar, as teorias da conspiração deixam de ser tais para tornarem-se projectos que estão a ser implementados. Nem todas as teorias da conspiração, óbvio. Mas algumas sim.

Exemplo: o Green New Deal. Aparentemente não há nada de mal nesta expressão: há o verde do Green, há o New Deal que faz lembrar o quase mitológico plano de recuperação dos Estados Unidos na década dos ’30. O que pode haver de errado nisso? Tudo se o obectijvo não for verde; se de recuperação não houver nada; e se a operação for gerida por indivíduos “suspeitos” no mínimo.

Resultado: atrás duma expressão bonita e tranquilizadora pode existir algo leviano, como explica Matthew Ehret, analista geopolítico canadiano, jornalista e co-fundador da Risingtide Foundation. Ehret foi entrevistado pelo jornalista italiano Costantino Ceoldo. O vídeo da entrevista completa pode ser encontrado neste link (infelizmente não foi traduzido, pelo que está em tudo inglês) mas aqui vai o resumo.

Nada de novo debaixo do sol, podemos pensar. Verdade: nada de novo. Mas para já convido a espreitar o site da Risingtide Foundation, repleto de assuntos mais do que interessantes (infelizmente, mais uma vez, só em idioma inglês). Depois, de vez em quando, não faz mal repensar acerca do caminho que todos temos empreendido, de forma consciente ou não.

O que é o Green New Deal? Na sua opinião, existe uma parte secreta, escondida do público em geral?

O Green New Deal é uma perversão do New Deal posto em prática por Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos, no auge da Grande Depressão. Enquanto o New Deal original baseava-se numa série articulada de importantes políticas que iam desde o desmantelamento de empresas bancárias criminosas, regulando a especulação, legislando o proteccionismo para alimentar a produção local, bloqueando esquemas dos bancos centrais internacionais para o governo mundial e libertando crédito de longo prazo para infra-estruturas de grande escala, o Green New Deal foi concebido para alcançar o efeito oposto. Preparado nas entranhas da City de Londres durante 2008-09, o Green New Deal baseia-se numa revisão global do sistema financeiro mundial, que mais uma vez sofreu uma crise de colapso sistémico semelhante à da Grande Depressão de 1929.

A diferença é que o actual reset baseia-se na utilização dos instrumentos das nações soberanas apenas como apêndices das autoridades mundiais privadas para reduzir o impacto da actividade humana na Terra sob os nomes de “infra-estrutura verde”, “conservação” e “sustentabilidade”. Enquanto o New Deal original aumentou os poderes de produção industrial dos Estados-nação e, portanto, o poder de apoiar mais pessoas com padrões de vida mais elevados, o Green New Deal requer “energia verde” para substituir formas de energia más (ou seja: ecologicamente hostis) como hidrocarbonetos e nuclear, com o efeito de reduzir a disponibilidade de energia e a capacidade de apoiar os nossos actuais níveis populacionais.

Porque é que utiliza o termo “neo-Malthusianos”? Quem são estas pessoas?

Durante o início dos anos ’60, começou a surgir um movimento de crescimento anti-industrial a partir das franjas da consciência dominante e com base na crença de que a humanidade era inerentemente o inimigo da natureza. Utilizando modelos lineares informáticos para ligar várias variáveis, tais como disponibilidade de terras, poluição, crescimento populacional, disponibilidade de recursos, etc., foram traçados cenários futuros por pura extrapolação linear que, obviamente, calcularam pontos de colapso nas décadas futuras ao estilo do Armageddon… a menos que uma vasta mudança de comportamento e o abate do rebanho [a Humanidade, ndt] fossem iniciados imediatamente.

Embora os dados e os cálculos fossem mais complexos, os axiomas e pressupostos eram idênticos aos utilizados por Thomas Malthus, economista da British East India Company, e publicados há 210 anos no seu “Essays on Population” (1799), onde assumiu que o mundo atingiria a sua capacidade máxima de carga no início do século XX. No entanto, o problema dos matemáticos que tentam ver o futuro através do filtro das extrapolações lineares, como Malthus ou os seus seguidores modernos tentam fazer, é que eles são incompetentes. Em termos simples, a quantidade não pode medir a qualidade e nos seus gráficos não há lugar para mudanças qualitativas em novas descobertas ou formas não lineares de progresso científico e tecnológico que são fruto de todas as verdadeiras descobertas científicas (e mesmo artísticas). É por isso que este novo movimento ficou conhecido como “neo-Malthusianos”.

Isso soa um pouco como a SPECTRE do despovoamento….

É exactamente o que é.

O modelo proposto por Malthus é muito simples e linear: não deveríamos finalmente utilizar um modelo mais sofisticado para descrever as tendências da população?

Sim, absolutamente. Nos séculos passados houve muitos eminentes pensadores que observaram a correlação entre 1) as taxas de crescimento populacional e 2) o progresso científico aplicado. O próprio progresso científico tem um duplo carácter de puro e aplicado, o que significa que quando uma nova descoberta é feita nas leis até agora desconhecidas que moldam o espaço-tempo físico, não afecta imediatamente todo o nível da população.

Para que isto aconteça algo mais tem de acontecer também porque cada nova descoberta tem ainda de ser 1) comunicada a outros, e assim 2) reconhecida e absorvida como novo conhecimento (o que raramente acontece sem uma imensa quantidade de resistência). Uma vez que esta comunicação de novas ideias começa a tomar forma, novos poderes de invenção e experimentação começam a ser expressos com o efeito de que novas e melhores formas de tecnologia podem ser colocadas em rede melhorando a condição humana e a capacidade produtiva do trabalho.

Pense no que acontece quando a descoberta da electricidade é aplicada ao comportamento humano voluntário em termos do poder de comunicação que condensa o tempo e o espaço entre as pessoas, e também os poderes da actividade industrial alimentada pela electricidade em comparação com formas mais antigas de trabalho animal ou humano.

O efeito de melhorar o nosso desempenho económico desta forma é aumentar a capacidade de carga potencial da nossa espécie como um todo. Ou seja, podemos apoiar mais pessoas com padrões de vida mais elevados. No exame final descobrimos que a própria relação da humanidade com o universo está sintonizada desta forma quando são disponibilizados novos recursos que não eram recursos em estados anteriores de ignorância e somos libertados de anteriores condições-limites que pressionam o nosso potencial populacional.

Esta relação entre as mentes dos pensadores originais e o crescimento da população humana é algo que Malthus desprezava porque perturbava as suas fórmulas matemáticas que baseiam-se muito num sentido obsessivo de controlo sobre o que já existe e não na criação do que não existe.

Encontrará uma corrente de pensadores na História Mundial em oposição directa aos malthusianos (e sim, houve malthusianos antes de Malthus) e alguns dos mais destacados entre eles, na minha opinião, foram Gottfried Leibniz, Benjamin Franklin, o Secretário do Tesouro Alexander Hamilton, o economista Matthew Carey e o filho dele Henry (o conselheiro de Lincoln), o economista Friedrich List, o académico russo Vladimir Ivanovich Vernadsky e, na nossa era moderna contemporânea, encorajaria as pessoas a estudar as obras do falecido economista americano Lyndon LaRouche que levou esta ciência de crescimento populacional anti-Malthusiana a níveis de análise extremamente refinados.

Como se encaixa a investigação científica sobre computadores quânticos e inteligência artificial num paradigma neo-malthusiano?

Embora os malthusianos desprezem a criação de novas descobertas e a sua aplicação de formas que beneficiam a humanidade, estão mais do que dispostos a roubar novas descobertas e a utilizá-las em seu proveito de formas que levem a humanidade a estados de maiores escravidão.

A inteligência artificial, tal como a vemos ser vendida hoje, baseia-se num erro grave: a crença de que os poderes da aprendizagem da máquina são análogos à actividade mental humana, com a excepção de que as máquinas podem calcular mais rapidamente, aplicar a lógica dedutiva e indutiva para processar a informação mais rapidamente e, portanto, que isto tornará as máquinas de processamento mais lento, chamadas “mentes humanas”, redundantes e obsoletas ao longo do tempo.

Esta linha de pensamento não reconhece o facto de as próprias máquinas pensantes estão limitadas ao que é colocado nos seus programas por um ser humano criativo governado não por fórmulas mas por intenções, ideias, identidades, etc., que são inexprimíveis por um computador ou por um positivista lógico. Por exemplo, uma máquina pode melhorar o seu desempenho no jogo de xadrez ou em qualquer outro processo que obedece a um certo conjunto fixo de “regras”, mas não pode criar um jogo qualitativamente novo, nem pode quebrar as regras subjacentes que estão embutidas na sua programação e que impedem a descoberta de novos conhecimentos.

Dito isto, enquanto tanto a ‘inteligência artificial’, a automação, a aprendizagem de máquinas e a computação quântica podem e devem ser utilizadas pela humanidade em benefício da nossa espécie, o sistema oligárquico que opera com base em pressupostos malthusianos quer que estas sejam utilizadas apenas pela classe superior para manter o rebanho humano controlado e os sistemas de produção, consumo e distribuição de bens limitados de acordo com certas fórmulas de “capacidade de carga óptimal”.

Fusão nuclear quente e fria: duas sabotagens paralelas?

Absolutamente. O financiamento da fusão foi drasticamente reduzido na América no final dos anos ’60, à medida que os malthusianos assumiam cada vez mais o controlo da política energética dos EUA. O membro da Comissão Trilateral James Schlesinger (czar da energia dos EUA) desempenhou um papel vicioso nesta matéria. Durante as décadas de 1970 e 1980, o medo da energia nuclear em geral foi cultivado a partir do acidente de Three Mile Island (que estamos a ver cada vez mais como o efeito da sabotagem) e também a partir dos acontecimentos de Chernobyl, que foi uma crise muito exagerada que resultou em muito poucas mortes e níveis de radiação muito abaixo dos que encontramos naturalmente em muitas praias no Brasil.

O impacto psicológico foi que o medo da energia atómica tomou realmente conta do espírito do tempo quando demos o nosso consentimento à sabotagem criminosa de novas linhas de progresso científico e tecnológico, com muitas das linhas de investigação mais promissoras, como Stellarator, fusão laser e investigação do plasma, destruídos enquanto a maioria dos nossos recursos da “ciência da fusão” têm sido cada vez mais absorvidos em projectos gigantes como o tokamak francês ITER [um projeto de reactor experimental a fusão nuclear que deverá entrar um funcionamento em 2025, ndt]  que se baseia em projectos extremamente limitados sem muita esperança de alcançar viabilidade comercial durante muitas gerações.

Muitos projectos promissores de fusão “fora da caixa”, que rompem com os pressupostos do modelo padrão do átomo (muitos dos quais nos mantêm presos a modos de investigação sem sentido e sem novas descobertas), são financiados pelo exército dos EUA e pelo seu complexo industrial associado, e quando estes projectos começam a dar frutos encontramos cortes de financiamento, cientistas e engenheiros líderes despedidos ou amordaçados e impedidos de tornar a sua investigação publicamente conhecida. Um dos casos mais trágicos deste tipo de acontecimento é a tecnologia Polywell do Dr. Robert Bussard.

Parece que pelo menos no Ocidente, nas condições actuais, as abordagens mais seguras para prosseguir a investigação da fusão teórica não-padronizada com a menor quantidade de sabotagem estão no sector privado, onde um grande exemplo é a fusão LLP de Eric Lerner, fundada em 2008 com apenas seis empregados e um orçamento limitado de vários milhões de dólares por ano, mas com resultados experimentais quase milagrosos no âmbito do plasma extremamente quente.

É possível abandonar os combustíveis fósseis sem assassinar deliberadamente parte da raça humana?

Não. A actual capacidade produtiva laboral necessária para sustentar as nossas oito mil milhões de vidas na Terra seria imensamente sabotada pela remoção dos combustíveis fósseis do nosso cabaz energético, em favor de energias “verdes” sustentáveis que geram electricidade de baixa qualidade, não fiável e incapaz de apoiar a actividade da indústria moderna.

Por exemplo, uma vez que as “energias renováveis” nem sequer são renováveis, não se pode construir moinhos de vento utilizando a energia dos moinhos de vento. O tipo de mineração de alta intensidade necessária para construir painéis solares não pode ser mantida com energia solar. A verdade é que pelo menos durante as próximas décadas, se quisermos seriamente erradicar a pobreza, a humanidade deve aumentar em vez de diminuir a utilização de “combustíveis fósseis”, especialmente em África, que deve ter o direito de utilizar os abundantes recursos sob o seu solo como motor do seu crescimento industrial.

O que pensa da Covid? Agora fala-se muito da variante Omicron…

Com base em tudo o que tenho visto desde o primeiro dia, a actual pandemia é o efeito de um sistema altamente centralizado de controlos de conjuntos de dados, alterações comportamentais em massa e controlos de protocolos de saúde que não têm qualquer relação com a realidade. Os conjuntos de dados são manipulados para projectar números falsos de casos e mortes de Covid com a cumplicidade dos grandes meios de comunicação social, induzindo estados de pânico psicológico na população a fim de fechar o pensamento e desviar a atenção das verdadeiras causas do colapso sistémico do sistema financeiro que começou a desmoronar-se muito antes da Covid ter sido criada como um bicho-papão.

A Rússia, a China e outras nações não parecem estar a seguir um roteiro de despovoamento… As elites ocidentais estão simplesmente a cometer suicídio?

Este é um perfeito caso de torre de marfim que se quebra quando esmagada contra o real pensamento humano. A “ordem baseada em regras” liberal ocidental, governada por tecnocratas, continua a seguir o mesmo velho guião pouco criativo que animou o período pós Segunda Guerra Mundial. Houve em tempos grandes estrategas criativos que estabeleceram os termos deste Grande Jogo pós-1945 sob a forma de Bertrand Russell, HG Welles, Sir Julian Huxley e outros. Mas aqueles verdadeiros mestres do jogo, misantrópicos e criativos, estão mortos há muito e a segunda, terceira e mesmo quarta geração de gestores tecnocráticos que agora dirigem o leme do navio unipolar ocidental foram eles próprios criados através dos sistemas anti-criativos de educação e cultura que foram construídos para sufocar a criatividade das suas vítimas, mantendo um sistema de castas de controlo hierárquico.

Os novos tecnocratas ao “estilo Schwab” carecem de todos os sinais de verdadeiros poderes criativos e estão apenas obcecados com o guião que têm seguidos durante décadas. Tanto a Rússia como a China tiveram as suas próprias recentes batalhas com este tipo de infiltração tecnocrática com o agente de Soros, Zhao Ziyang, que quase executou um golpe de Estado em 1989, na China, antes de serem purgadas; e todos sabemos da devastação feita à Rússia durante a década de 1990. Mas agora ambas as nações demonstraram um incrível poder de flexibilidade criativa e estão felizmente sob a influência de intelectuais que parecem ter um bom conhecimento acerca das agências obcecadas em criar um governo mundial pós-nacional, anti-população. Ambas as nações criaram a base para um novo sistema multipolar de cooperação win-win baseado em taxas estáveis de progresso científico e tecnológico, que é exactamente o necessário para atacar o sistema fechado de oligarquia.

Até aqui Matthew Ehret. Pessoalmente concordo em quase tudo, excepto. a visão multipolar global. Enquanto vejo a Rússia como um campo onde está em curso uma batalha cujo êxito final ainda está incerto, a China é algo que ainda não consigo definir completamente. Representa uma alternativa a alguns grupos de poder ocidentais, sem dúvida, mas não está totalmente desligada do desenho da elite. Provavelmente estamos na fase inicial duma possível realidade multipolar (se é que alguma vez será implementada) e só o tempo conseguirá definir com suficiente clareza quais as equipas no relvado.

Quanto ao Green New Dial: não é preciso acrescentar muito. A questão do desenvolvimento humano e da sustentabilidade no planeta é complexa mas temos alguns pontos que podem ser considerados “fixos”:

Até a data nenhum estudo foi ainda capaz de demonstrar objectivamente quanta humanidade pode ser sustentada pelo planeta, tal como nenhum estudo foi ainda capaz de demonstrar objectivamente que as alterações climáticas são causadas pela actividade antropogénica.

Mas temos a certeza de que o actual sistema neoliberal é uma máquina predatória que extrai e centraliza enormes recursos, canalizado-os para a disponibilidade de muito poucos indivíduos, hiperconsumidores e geradores de resíduos poluentes. Portanto, é óbvio que o sistema neoliberal nem sequer pode ser tomado em consideração se o desejo for analisar os limites do desenvolvimento, porque é o próprio neoliberalismo o principal limite do desenvolvimento.

Uma vez arrumado o sistema neoliberal, e só então, será possível estabelecer quais as verdadeiras fontes de energia disponíveis para a humanidade para além das tradicionais. Se é que elas existem. E se não existissem? O simples abandono do modelo neoliberal e a adopção de um modelo de coabitação pacífica e harmoniosa permitiria acolher e manter com dignidade algumas dezenas milhares de milhões de indivíduos. Desde que sejam todos vacinados, senão morrem de Covid, óbvio.

 

Ipse dixit.

2 Replies to “Green New Dial: pouca energia, demasiadas pessoas”

  1. Muito bom artigo, Max
    Tudo aparece com um discurso de novidade: green new dial, new reset…
    Eu preferiria novo retorno. Algumas coisas teriam de retornar, caso quiséssemos barrar um futuro nada auspicioso para a humanidade.
    Esta história de transferir fábricas para lugares onde os escravos são menos assalariados e menos pagos faz com que cada parte de um produto seja feita em um lugar, que o transporte marítimo seja um eterno vai e vem pelos oceanos e continentes, o que, obviamente só beneficia os donos e acionistas de empresas/corporações.
    Fazer as coisas e distribuí-las no lugar do original consumo é bem para o ambiente e para os bolsos do consumidores. Porque eu preciso comer tâmaras e nozes, se posso comer pêssego seco e amendoim ?
    Outra melhoria seria a rejeição da moda em tudo, desde o vestuário ao estilo dos móveis até as novidades do carro do ano. È fácil acabar com a moda se a eterna propaganda do novo for substituída pela restauração. Pessoalmente tenho roupa de 20 anos atrás que uso, e nunca deixaram de me considerar atraente por causa disso. Atitude que acabaria com o consumismo desenfreado inclusive dos pobres que são especialistas em comprar “roupinha da moda” (peças feias, mal feitas, com tecido barato, ditas populares), móveis que incham e desmancham com umidade (só tem uma aparência lustrosa) e carros populares do ano (aqueles que empacam e derrapam subindo um morro com um pouquinho de areia)
    O consumo consciente acabaria com a fabricação de utensílios com data marcada para estragar definitivamente (que em geral coincide com a expiração da garantia). Minha máquina de secar roupa tem 40 anos de uso contínuo, tirando pelos de cachorro da roupa, secando de forma a não precisar passar, secando tênis e botas. Nunca estragou, é antiga, quase não se vê no mercado
    O uso da terra para plantio é uma palhaçada: primeiro se mata a terra com pesticidas; depois se tenta nutrir a terra com fertilizantes para favorecer o desenvolvimento daquilo que se quer colher. No meu novo retorno se faria rodízio de plantações em meio ao ambiente primitivo, se usaria a permacultura para deixar descansar solos cansados…
    Mas tudo isso não se faz porque é pouco conveniente para os lucros desmedidos que o capitalismo predador exige.
    E mais, os povos poderiam permanecer em suas terras e culturas de origem, sem migrações forçadas. Não é questão de tecnologia, é questão de consciência social, de menos ganância e mais inteligência.
    O uso da energia então…dá vontade de chorar.
    É sabido que as fontes não renováveis (carvão, petróleo, gás e urânio) justamente por dependerem de milhões de anos para se formarem são NÃO renováveis no transcurso das gerações humanas, e justamente por assim ser têm uma potência energética 10 vezes maior que as renováveis (eólica, solar, hidráulica) que além do mais não são perenes.
    Inteligências medianas usariam as não renováveis com a cautela suficiente para não exauri-las, até porque as renováveis usam produtos também escassos para construi-las, e a escassez de petróleo por exemplo em águas profundas ou a extração das extensões subterrâneas de xisto são muito mais custosas e estas sim, são um crime para o ambiente natural. Até o uso da água potável sem parcimônia causa escassez, como de fato já existe em várias regiões do planeta.
    As crises de falta de eletricidade, seu custo exacerbado, tem origem na escassez desde os anos 50 anunciada, e que agora parece explodir.
    Já as guerras do império são movidas em busca do ouro negro. E a escassez destes produtos naturais, estes sim, vão nos jogar no medievo a contragosto. Seria até engraçado se não fosse trágico, robôs, transumanos e a inteligência artificial vagando na escuridão, em busca de energia em planetas e asteroides mais próximos da terra.
    E a multidão de humanos e outros animais existentes e miseráveis, que comem luz (prana) só tendo o dia para se alimentarem, e veja lá porque o ciclo em que o planeta esteve mais ou menos com poucos desastres naturais, se acaba dia a dia.

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