Vacina, as reacções adversas (até 13 de Fevereiro de 2021)

Tal como fizemos há umas três semanas, vamos espreitar as reacções adversas provocadas pelas vacinas através dos dados da Eudra Vigilance, o departamento da Agência Europeias dos Medicamentos que, lembramos, limita a recolha de dados aos Velho Continente (mais precisamente: Espaço Económico Europeu, o que não é a Europa toda) mais Reino Unido.

Para aceder aos dados, lembro o link: Database.

Novidade a respeito da anterior actualização: há os primeiros dados significativos da vacina Moderna. Poucos, na verdade, mas é um começo. Os dados da Eudra Vigilance estão actualizados ao dia 13 de Fevereiro.

Vacina Pfizer/Biontech

A vacina conhecida como Pfizer até agora provocou 54.828 reacções adversas. Lembramos: fala-se aqui de qualquer tipo de reacção, tanto grave quanto leve.

O País com o maior número de acontecimentos adversos é a Itália, seguida por Espanha, França e Alemanha. Portugal ocupa a 7ª posição com 1.517 casos.

Entre os eventos mais frequentemente notificados encontram-se perturbações gerais e/ou relacionadas com o local de administração, perturbações do sistema nervoso, perturbações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo e perturbações gastrointestinais. Neste caso a tendência confirma quanto observado há 20 dias.

Os dados acerca da faixa etária e do sexo continuam não ser particularmente significativos uma vez que ainda está em curso a vacinação prioritária dos profissionais de saúde e do pessoal paramédico. Para ter dados estatisticamente significativos, extrapolados dum universos mais amplo, será preciso esperar as próximas semanas ou meses.
Últimos dados de carácter geral que é possível obter do conjunto apresentado pela Eudra Vigilance são os números relativos ao casos por cada reacção. Na prática, a agência relata o desfecho final da reacção adversa, dividido entre:
  • casos fatais
  • não resolvidos
  • não especificados
  • resolvidos
  • resolvidos com consequências
  • em recuperação
  • desconhecidos

Aqui vamos observar os casos mais graves, aqueles “fatais”, “não resolvidos” e “resolvidos com sequelas”, ignorando os “não especificados” e os “desconhecidos” (atenção: os casos com desfecho definido como “desconhecido” representam uma percentagem muito significativa do total das reacções adversas).

É também importante realçar como os “casos não resolvidos” e os “casos resolvidos com sequelas” indicam na verdade um amplo conjunto de consequências, de gravidade variável: não seria correcto assumir todos estes como casos “graves” porque assim não é. Todavia, dado que estamos a falar duma vacina oficialmente “inócua” e “100% segura”, não deixa de ser interessante realçar tal aspecto.

Até a data a vacina Pfizer provocou:

  • 1.385 mortes
  • 22.580 casos não resolvidos
  • 1.182 casos resolvidos com sequelas.

Vacina Moderna

Ainda poucos os dados da vacina Moderna.

Para já podemos observar 1.147 casos de reacção adversa, de gravidade variável.

A distribuição geográfica reflecte a logística das entregas das vacinas escolhida na Europa: neste caso, o País mais atingido é a Espanha, seguida por Holanda, Italia e França. Não está presente Portugal porque neste País a única vacina importada por enquanto é aquela da Pfizer.

Mais interessantes os dados (ainda muito limitados) acerca da tipologia das reacções adversas. Estas parecem reflectir as reacções mostradas pela vacina Pfizer, com perturbações gerais e/ou relacionadas com o local de administração em primeiro lugar, perturbações do sistema nervoso em segundo, depois perturbações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo e perturbações gastrointestinais em último lugar.

Quanto aos dados acerca da faixa etária e do sexo, vale quanto afirmado anteriormente no caso da vacina Pfizer, sendo que no caso da Moderna a limitada utilização torna os dados ainda menos significativos.

Acabamos com as reacções adversas dividias por categoria. Até agora, a vacina Moderna provocou:

  • 148 mortes
  • 795 casos não resolvidos
  • 103 casos resolvidos com sequelas.

Resumo dados Pfizer/Biontech e Moderna

Portanto, segundo os dados fornecidos pela Agência Europeias dos Medicamentos relativos ao processo de vacinação em curso na Europa, as vacinas provocaram até agora:

  • Reacções adversas: 55.975 (de gravidade variável)
  • Mortes: 1.533
  • Casos não resolvidos: 23.375
  • Casos resolvidos com sequelas: 1.285

…o que, para vacinas 100% seguras, não é nada mal.

Nota final: do database da Agência desapareceu o diagrama que dividia os casos em graves e não graves, presente na primeira actualização.

 

Ipse dixit.

20 Replies to “Vacina, as reacções adversas (até 13 de Fevereiro de 2021)”

  1. Um aumento de 300% em apenas 20 dias? Continuem assim e em 6 meses o vírus parecerá uma benção divina…

  2. Olá todos: enquanto em alguns países na Europa se faz movimentos de protesto contra as vacinas, contra as medidas de contenção da “pandemia”, contra as consequências desastrosas para a economia, no Brazil o povo faz os movimentos de protesto para que a vacina tarde menos em chegar. Aconteceu em Florianópolis/SC.
    Aqui há um absoluto desconhecimento sobre possíveis efeitos das vacinas, o que não impediu aglomerações monstro nas praias e para festejar o carnaval.
    Brasileiro não gosta de rotinas, e a constante chamada ao uso de máscaras, distanciamento social, “”fique em casa” ,está cansando.
    Brasileiro só não vai para a praia no verão se realmente não tem condições. Carnaval então é algo essencial. Só no interior de SC e Paraná ter ou não carnaval, não faz diferença alguma, o pessoal sequer feriado faz. Fiquei surpreendida quando me mudei para a serra de SC. Na verdade, é que no fundo, o pessoal do sul se sente menos brasileiro que o do resto do país.

    Atenção: eu sempre desconfiei que o império ou pretendentes a tal, manipulavam o clima, mas imaginei ser segredo bem guardado. No entanto saiu na mídia convencional que a China faz anos modifica o clima no seu país, fabricando nuvens, neve, fazendo chover ou fazer sol. Assim, como uma coisa muito natural que cada um faça nos céus do seu país, como se essa tecnologia pudesse se ater aos limites geo políticos de cada país. Aí seria coisa errada!!
    E, com tudo que deve estar acontecendo, o clima do mundo continua cada vez mais uma desgraça.
    Gostaria que o Max pesquisasse a respeito, e II divulgasse dados confiáveis, como acontece.

    1. Maria, o brasileiro adora festas, o Carnaval do interior de SC ( mais precisamente do Vale do Rio Itajaí ) é realizado em Outubro, e como vc já sabe, tem outro nome: Oktoberfest. , que por sua vez puxa outras festas similares na região.

      Corrigindo a sua frase:

      “Na verdade, é que no fundo, o pessoal do sul se [ acha mais importante ] que o do resto do país”.

      Paraná e Santa Catarina são os estados onde vive o povo mais preconceituoso do brasil. Não é por menos que em SC , nas últimas eleições presidenciais, de cada 5 votos válidos, 4 foram para o atual presidente.

  3. Max, não consegui ver nos diagramas e gráficos apresentados, onde estão as estatísticas de mortes. Também não achei no link informado. Esses números de óbitos, como efeito da vacina, vc tirou de outro lugar ?

      1. Isso eu já tinha visto , gênio. Não consigo encontrar onde, em que raio de lugar, está especificado que são casos de mortes . Faz um desenho pra ficar mais fácil.

        1. A mortalidade está escondidinha… no penultimo tab, sob o genérico “General disorders and administration site conditions”, que nem aparece na lista por defeito, tens de ir à “drop-list” do Reaction Groups para encontrares.
          Nesse genérico lá aparece… deaths

          1. Exacto algbber.

            Escreveram também alguns Leitores do Facebook a perguntar a mesma coisa. É verdade que procurar os óbitos não é imediato.

            Colo aqui o que respondi via e-mail:

            “O que faço é isso:

            – aba “Number of Individual Cases for a selected Reaction”
            – depois, em alto à esquerda, há “Reaction Group”: isso é, o relatório mostra logo os casos relativos aos “Blood and lymphatic system disorders”
            – em baixo à direita, onde diz “Outcome”, tem os êxitos dos efeitos adversos relativos aos “Blood and lymphatic system disorders”, divididos em “Fatal”, Not Recoveed/Not Resolved” etc.: aqui é tomar nota dos êxitos que interessam.
            – depois é preciso voltar em cima à esquerda e no menu em cascada seleccionar um outro “Reaction Group” (o segundo é “Cardiac disorders”) e repetir tudo.
            – e assim para frente até ter visitado todos os “Reaction Groups”.

            No final trata-se de somar todos os dados divididos por “Reaction Group” e ter a visão geral. Obviamente isso tem que ser feito no caso da vacina Pfizer e também no caso da Moderna”.

            É uma seca mas desta forma é possível obter todos os tipos de reacções: fatal, resolvida, com consequências, etc..

            1. Além de mastigado, tu tá digerindo pra eles. Imagina se apagam teu blog, como vão se alimentar??? Não tens coração xD

              1. LOLOLOL…. não, é que estou mais habituado a fazer pesquisas e isso por causa do blog!
                A propósito, lembraste-me de fazer o backup, nunca se sabe…. Obrigado!

  4. Olá Sergio: certo, é também o mais pretencioso. Eu não ponho a Oktober Fest no meio do carnaval porque não é carnaval, é festa folclórica ( e para o pessoal encher a cara de cerveja). Sei que o sul é cheio de festas folclóricas, religiosas, beneficentes, gastronômicas. Eu não enfio nada disso no conceito carnaval que é festa popular, organizada por populares e financiada pelos bicheiros, chefes de gangs, políticos, chefões da droga.
    Aqui em Sto. Amaro, por exemplo, todo sábado tem uma festa organizada e financiada por festeiros, católicos íntimos da diocese, uma em cada bairro, para encher os cofres da igreja.
    Em junho a prefeitura organiza anualmente uma festa, com desfile imperial, financiada pelas famílias ricas da cidade, que desfilam pela cidade vestidos como a nobreza do país, anterior à República. Como bedéis vão populares vestidos a caráter, com cabeleiras e tudo pago pelos familiares ditos festeiros. É a demonstração pública de que tal família tem dinheiro a vontade, e elas brigam entre si pela oportunidade, Faz-se tapetes de flores pelas ruas, comilança grátis para os nativos. Realmente só aqui eu vi ricos brigarem entre si para gastarem 500.000 ou mais, só pela exibição pública. Também é festa, mas não carnaval.
    Abraços

    1. Sim , sim, Carnaval é um conceito muito mais amplo, independentemente de quem goste ou não dele.

      Tenho um amigo que é de Blumenau e ele brinca dizendo que o Carnaval dele é em Outubro.

      As festas do Divino que vc mencionou , são realmente pura ostentação. Tem origem em Portugal e por força da colonização ficou enraizada na cultura de muitas cidades de SC, principalmente às litorâneas.

      Abraço.

    2. Tou curioso, isso tudo é só tipico do Paraná e SC ou é igual no Rio Grande do Sul (mais a sul impossível)?

      1. Sinto não saber dizer. Conheço pouca coisa da tradição gaúcha, cuja unica coisa que compartilho, é o gosto pelo bom churrasco.

        1. Tranquilo Sérgio, houve várias pessoas que perguntaram o mesmo: os dados não são apresentados de forma imediata, é uma pena e dá mais trabalho 🙂

Obrigado por participar na discussão!

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