O Universo dos ratos na época do Coronavirus

Há alguns anos, nas páginas de Informação Incorrecta apareceu um artigo dedicado à experiência de John B. Calhoun, a definida como Universo 25. Vou copia-lo e cola-lo aqui porque é quanto mais actual e dá para algumas reflexões acerca da nossa situação.

O Universo dos ratos

Em 1962, o pesquisador norte-americano John B. Calhoun construiu o habitat ideal para os ratos. Um lugar onde as cobaias nunca deve ter que se preocupar com nada: comida, água e abrigo disponíveis para todos. Um Utopia para roedores, baptizado Universo 25, que dentro de um ano atingiu o seu pico.

Calhoun era um etólogo conhecido por via dos seus estudos sobre a densidade populacional e os efeitos que este factor tem sobre o comportamento. Argumentou que os resultados obtidos com ratos foram uma previsão sobre o futuro da humanidade e, de facto, na altura a experiência foi impactante.

Mas vamos ver quais as características do estudo e quais os resultados imediatos. Porque esta experiência é um pilar dos que apresentam o futuro como um pesadelo onde nem há espaço para mexer-se.

O sonho de qualquer roedor

Cada aspecto de Universo 25 foi cuidadosamente estudado e seleccionados para garantir o bem-estar dos roedores e aumentar as suas expectativas de vida.

O universo tinha a forma de um tanque de 2,7 metros quadrados, com muros de um metro e meio. O primeiro metro era estruturado de forma que os ratos podiam subir livremente nas paredes, sem no entanto ser capazes de fugir do tanque; em cada parede foram soldadas 16 túneis, com outros 4 corredores horizontais que cruzavam-se, proporcionando assim 256 abrigos para construir tantos ninhos. Cada ninho era grande o suficiente para acomodar 15 ratos.

Fazendo um cálculo rápido, Universo 25 podia conter uma população de mais de 3.800 ratos, com bastante água potável, alimentos e materiais para criar um ninho para todos.

O habitat era limpo a cada 4 semanas, a temperatura era mantida constante em torno dos 20 ° e até mesmo o risco de doenças genéticas tinha sido drasticamente reduzido seleccionando os melhores exemplares das colónias do Instituto Nacional de Saúde do Tennessee.

Quatro pares de ratos (Rattus norvegicus, as comuns ratazanas) foram introduzidos neste paraíso artificial. Após 104 dias de adaptação, onde familiarizam uns com os outros e com o meio ambiente circundante, começaram a reproduzir-se.

As condições de absoluta perfeição do novo mundo que garantiu a explosão exponencial da população, que duplicava a cada 55 dias. Mas tudo isso não iria durar ao longo de muito tempo. esquina. Calhoun tinha-se dedicado à criação de habitats para roedores desde o ano de 1940: Universo 25 significa que tinha havido outros 24 outros antes, e quase todos levaram aos mesmos resultados. Sem dúvida Universo 25 era o projecto mais ambicioso mas, tal como nas experiências anteriores, o Paraíso tornou-se um Inferno.

Os problemas

Chegados ao dia 315, os ratos não faziam a não ser comer, socializar e ter filhos, o que levou a população até mais de 600 indivíduos. E é mesmo aqui que começa o declínio: o crescimento da população de repente começa a desacelerar.

Os recém-nascidos encontram-se num mundo cada vez mais lotado, onde existem mais ratos que papéis sociais. O stress de ter de defender o território e as suas fêmeas por inúmeros concorrentes, leva os machos-alfa a abandonar a tarefa, demasiado onerosa.

As normais interacções sociais são quebrados, e com elas, a capacidade do roedor de relacionar-se com os outros. Os machos dominantes tornam-se extremamente agressivo e atacam as fêmeas e os seus filhotes. Outros se tornam pansexuais e hiperactivo, tentam acasalar com qualquer rato disponível.

As fêmeas, abandonadas à sua sorte em ninhos invadidos por ratos desconhecidos, começam a rejeitar e mais tarde atacar os seus próprios bebés, tornando-se mesmo incapazes de construir ninhos adequados.

Em algumas áreas do habitat, a taxa de mortalidade infantil atinge 96%, com os mortos canibalizados pelos vivos (apesar da abundância de alimentos para todos). Os indivíduos mais fracos sobrevivem com dificuldades: desmoronam fisicamente e psicologicamente, fixam-se no centro do recinto onde a as suas vidas vão em frente na apatia, interrompida de vez em quando por actos sem sentido ou violência.

Em contraste, um outro grupo de roedores, que Calhoun chamado de “os belos”, não se encaixa nas lutas. Interessados ​​apenas em eles mesmos, as suas actividades exclusivas são aquelas de comer, dormir e alisar o pelo: diferentemente dos outros, não têm feridas e o pelo é branco e brilhante. A sociedade dos entrou em colapso.

No dia 560, a população chega a 2.200 pessoas (o máximo possível ainda era 3.500) e o crescimento pára completamente. Alguns recém-nascidos conseguem superar o desmame, mas após o dia 600 há poucas gestações e nenhum bebé sobrevive.

Mesmo quando a população voltar aos níveis inicias do experimento, não há novos nascimentos. Os ratos ainda capazes de produzir-se, como algumas fêmeas “belas”, ficam na parte mais alta de Universo 25: tinham perdido a capacidade social para reproduzir-se. As cobaias, simplesmente, deixaram de ser ratos, de exercer as relações sociais necessárias para a reprodução. Uma espécie de primeira morte, como foi definida por Calhoun, uma morte social que precede a morte física.

Conclusões

Segundo Calhoun, a causa foi a superlotação: viver constantemente ombros contra ombro com dezenas de vizinhos leva inevitavelmente a explosões de violência, hipersexualidade seguida de assexualidade, e depois auto-destruição.

Os resultados desta experiência podem ser aplicados à sociedade humana? Segundo Calhoun não havia dúvida: não importa o quão sofisticados pensamos ser, uma vez que o número de indivíduos capazes de desempenhar um papel excede em muito o número de papéis disponíveis, a sociedade falha:

A consequência inevitável é a destruição da organização social. Os indivíduos nascidos nestas circunstâncias ficam tão distantes da realidade ao ponto de ser incapazes até mesmo de se alienar. Os seus comportamentos mais complexos ficariam fragmentados.

A aquisição, a criação e a utilização de ideias adequadas para o sustento da vida numa sociedade pós-industrial seria impossível. O crescimento da população humana, se não for controlada, levaria a sociedade sucumbir ao niilismo e, em seguida, a entrar em colapso, resultando no fim da espécie.

Exactamente este o objectivo de Calhoun: mostrar como o crescimento da população humana, se não for controlada, leva ao colapso e ao fim da espécie. Durante os seus estudos, Calhoun cunhou o termo de fossa comportamental para descrever o comportamento patológico que vem de
superpopulação. E ainda hoje a experiência de Calhoun é tida como exemplo clássico quando o assunto for a superlotação.

Já no artigo original, o bom blogueiro observava:

A experiência de Calhoun não mostra o resultado dum mundo sobrelotado: apresenta o destino duma sociedade onde os indivíduos são atirados para uma realidade artificial, não natural, e por isso a sociedade deles (pensada para uma existência natural) desmorona.

Sem sabe-lo, Calhoun descreveu a nossa actual sociedade, não uma crise de superpopulação.

E aqui chegamos à actualidade. Vamos resumir os traços principais da sociedade dos ratos criada por John B. Calhoun

  • luta social.
  • stress generalizado.
  • aniquilação alfa masculina.
  • aniquilação da família.
  • colapso das relações sociais.
  • machos agressivos e/ou pansexuais.
  • as fêmeas solitárias, abandonadas a si próprias, têm de se defender, chegando ao ponto de negligenciar completamente o papel materno.
  • criação de grupos sociais distintos e totalmente separados.
  • nascimento do grupo definido como “o belo”, individualista, egoísta, egocêntrico.
  • confronto geracional entre jovens e velhos.
  • dissolução de instituições.

Agora juntamos o Coronavírus. Criado em laboratório ou não, é o meio com o qual a elite financeira nos obriga a impor mais controlo sobre a população. Ao explorar a técnica do medo (muito mais devastadora do que qualquer bomba atómica), conseguiram fazer aprovar leis que restringem a liberdade pessoal e as limitações sociais com o consentimento dos cidadãos.

Como já vimos, são os próprios cidadãos que exigem mais controlos, prisão dura para os infractores, estado policial, câmaras de vídeo-vigilância e câmaras de imagem térmica para medir a temperatura em todo o lado, vacinações obrigatórias para todos. São os cidadãos que espiam o seu vizinho e chamam a polícia se o virem sem uma máscara protectora. E são sempre esses mesmos cidadãos que cantam à janelas para festejar a “liberdade”, que dizem odiar leis antidemocráticas e que vêem ditadores violentos em cada esquina; excepto depois gritar das varandas para apertar ainda mais as correntes à volta do pescoço das pessoas.

Graças ao medo desencadeado pelo vírus, aqueles que nos comandam conseguiram fazer tudo isto com extrema facilidade: o medo torna o “homem domesticado”, submisso, servil, disposto a fazer tudo para que o seu estado de terror termine o mais depressa possível.

Tal como a experiência de John B. Calhoun não demonstrou os efeitos dum mundo sobre-lotado, da mesma forma o Coronavirus não é o instrumento final para reduzir a população mundial. A população começará a diminuir porque deixará de encontrar emprego, porque deixará de ter filhos, porque nos ficaremos cada vez mais apáticos, cada vez mais agressivos… exactamente como os ratos de Calhoun.

Já repararam que a grande distribuição de alimentos nunca fechou? Os recursos estiveram sempre lá. Simplesmente, o pastor está a redistribuir o seu rebanho. Muitas ovelhas irão morrer em consequência desta nova crise, não por causa do vírus mas pelas razões citadas acima. Algumas ovelhas serão tosquiadas e depois enviadas para o abate. Os restantes ovinos serão redistribuídos entre as várias pastagens (restrição da liberdade de circulação para uns, migração para outros) e as interacções sociais entre os ovinos serão reduzidas (trabalho inteligente, distanciamento social).

Existe uma solução? Sim, a sensibilização. Conhecer e antecipar estas estratégias e criar contra-movimentos antes que seja demasiado tarde.

Podemos fazer como os ratos de laboratório, destinados a auto-destruir-se, numa guerra entre pobres, enquanto os nossos carrascos ficam indiferentes. Ou podemos tentar despertar as nossas consciências, e lutar juntos para defender a nossa liberdade. A escolha é do Leitor.

O que é fundamental lembrar, algo acerca do qual não pode existir dúvida, é que por enquanto os ratos somos nós.

 

Ipse dixit.

30 Replies to “O Universo dos ratos na época do Coronavirus”

  1. Tenho pensado no movimento globalista, não tanto ao nível dos processos económicos e financeiros, mas antes do ponto de vista de reajuste social, ou seja, como um projecto de remodelação do nosso universo humano.
    O que me parece, e que faz todo o sentido do ponto de vista das elites, é que será necessário um reajuste social que possa atingir diversos objectivos, sendo o principal a redução da população mundial.
    Essa redução significativa da população poderia ser feita de forma gradual, interferindo-se por exemplo na fertilidade, ou de forma repentina através de pandemias e consequente mortalidade generalizada, uma vez que as guerras já deixaram de ser um meio confiável para se alcançar tal objectivo, por força da proliferação de armamento nuclear
    Um mundo com possibilidade de reboot e com inicio de uma nova era de prosperidade, como a recuperação dos ecossistemas terrestres, hoje fortemente ameaçados, com a redução de doenças e conflitos locais, um mundo transformado em algo semelhante ao Universo 25 de Calhoum, onde quem decide possa com o auxilio da tecnologia, mudar as regras do jogo como e quando quiser.
    É um pesadelo, mas faz sentido.

  2. Olá, Max, eu não entendi ? . . . “Existe uma solução? Sim, a sensibilização. Conhecer e antecipar estas estratégias e criar contra-movimentos antes que seja demasiado tarde” ; contra-movimentos para exatamente o quê? , a igreja romana, que ha mais de 2000 anos é a formadora (direta ou indiretamente) de quase toda a cultura espalhada pela civilização sempre ensinou e fomentou o crescei-vos e multiplicai-vos, sempre haverão alternativas, por isso sempre foi incutido também a colonização de outros planetas. Na realidade como qualquer vírus que se multiplica demasiadamente , acaba por matar seu hospedeiro, isso acontece sempre, afinal tudo o que é vivo morre. Então o que se ha de fazer ? A verdade sempre esteve exposta, não enxergaram porque não quiseram, agora tem que se aceitar o destino.

  3. «…São os cidadãos que espiam o seu vizinho e chamam a polícia se o virem sem uma máscara protectora…»

    A questão da obrigatoriedade do uso de máscaras pela população, recentemente imposta pelo governo liderado pelo partido socialista (ps) com a conivência dos partidos que estão na Assembleia da República (AR), é de extrema importância devendo cada um de nós explicar aos seus familiares, amigos, conhecidos, etc., o que são e para que servem as máscaras e se se justifica o seu uso no contexto covid-19.

    Isto porquê? Porque se nós cidadãos aceitamos que um governo nos imponha uma medida banal, infundada e perigosa, como é esta da obrigatoriedade do uso de máscaras pela população em geral, estaremos a ser coniventes com algo que não se justifica nem tem qualquer base médica e científica; pior, estaremos a criar um precedente para que no futuro a pretexto de um vírus ou de outro motivo qualquer nos seja imposto leis, medidas, ou comportamentos, ainda mais nefastos que vão destruir a nossa natureza como Seres-Humanos assim como a nossa dignidade e liberdade.

    O uso de máscaras generalizado pela população (excepto pelos profissionais de saúde) voltou a ser recusado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a 06 de Abril de 2020, por as mesmas serem ineficazes na protecção contra a contaminação; as máscaras servem somente para proteger os doentes/pacientes das gotículas de saliva dos profissionais de saúde que possam eventualmente cair ou ser expelidas:

    – Conselhos sobre o uso de máscaras no contexto do COVID-19 (Advice on the use of masks in the context of COVID-19, 6 April 2020)

    https://www.who.int/publications-detail/advice-on-the-use-of-masks-in-the-community-during-home-care-and-in-healthcare-settings-in-the-context-of-the-novel-coronavirus-(2019-ncov)-outbreak

    A desinformação por parte da população sobre este assunto, está a ser aproveitada pelos governos e entidades para servir outros interesses inerentes a uma agenda política e económica ao mesmo tempo que dá a ideia aos cidadãos de uma ilusória segurança através do uso de máscara e luvas, ou seja o chamado efeito placebo.

    Para além da Organização Mundial de Saúde (OMS), a comunidade médica e científica a nível internacional é contra o uso de máscaras generalizado pela população:

    – Máscaras para todos no contexto COVID-19 sem dados que o fundamentem

    https://www.cidrap.umn.edu/news-perspective/2020/04/commentary-masks-all-covid-19-not-based-sound-data

    – Não, você não precisa de máscaras faciais para prevenir o coronavírus – as máscaras podem aumentar o risco de infecção

    https://www.forbes.com/sites/tarahaelle/2020/02/29/no-you-do-not-need-face-masks-for-coronavirus-they-might-increase-your-infection-risk/#57faf052676c

    Divulguem e expliquem estas informações aos vossos familiares, amigos, colegas, etc., pois é de estrema importância que cada cidadão(ã) esteja informado.

    Nos tempos que estamos a viver o conhecimento é uma arma.

    Devemos também questionar as entidades ou organismos políticos, empresariais, ou associativos, via correio electrónico sobre qual é a base que sustenta a imposição do uso de máscaras pela população em geral.

    Depois é só a aguardar que respondam…

    «…E são sempre esses mesmos cidadãos que cantam à janelas para festejar a “liberdade”, que dizem odiar leis antidemocráticas e que vêem ditadores violentos em cada esquina; excepto depois gritar das varandas para apertar ainda mais as correntes à volta do pescoço das pessoas…»

    Sabe como é Max, o espectáculo tem de continuar, é preciso manter o anti-democrático e corrupto sistema parido a 25 de novembro de 1975 para que o poder financeiro e clerical, mais os seus partidos que se encontram na Assembleia da República (AR) e a corja que gravita e depende dos mesmos, continuem a saquear os cidadãos e a tratar da vidinha.

    Somos milhões de cidadãos a serem subjugados por uma minoria, e o pior é que não temos ninguém que nos represente.

  4. Olá Max e todos: se nós somos os ratos Soros é o cientista que organiza o universo humano Como falar sobre o trabalho de Soros me demandaria muitas palavras, aqui segue um link que nos apresenta a “obra”: https://www.youtube.com/watch?v=VAnwkj8qnPk. Por acaso este senhor é judeu húngaro.
    Observem que a caixa que engloba os experimentos não é o planeta terra, e entre nós tem gente com o focinho de rato, o rabinho de ratos, mas não se comportam como ratos.
    Na história da Revolução dos Bichos, os porcos acabam com o fazendeiro. Será tão impossível assim derrubar a caixa, perceber que nosso universo é muitíssimo maior, que não precisamos de um amo que nos alcance a ração, que a natureza nos provê e podemos fazer uma simbiose com ela, e que se nos juntarmos podemos correr atrás do cientista e roê-lo lentamente, e todos da sua cepa, invertendo o experimento .?

  5. O TRAJETO DO ACUMULO DE CAPITAL
    Sensibilização sobre o coletivo? Não há. Coloque alguém à frente de uma mansão e observe suas reações. 1º, se deslumbra com o avistado; 2º, comenta, se projetando morando ali; 3º, suspira, e vai embora. Imagine os 7,3 bilhões de pessoas nesta situação. Quantas iriam se perguntar: Como e o que fez aquele proprietário chegar à possuir aquela mansão? Qual a sucessão de ações e eventos que o conduziu a tamanho acúmulo de capital, num mundo tão desigual? O que se conclui que a grande maioria não quer mudar nada, mas apenas estar no lugar onde estão as minorias.

  6. Olá Max e todos: algumas informações sobre a “pandemia”, desta vez desde a cidade de S. Paulo. Lembrando que S.P. tem 12 milhões de habitantes, mais gente que em todo Portugal. Seguem em quarentena total, o que já condenou os trabalhadores a não sair de casa.Mais de 270 comércios pequenos e médios fechados só na área central, tendo despedido seus empregados.
    Mas o governador Doria não se conforma com estas medidas. Agora os serviços de entrega em casa se vêem prejudicados porque há um grande número de ruas e avenidas trancadas ao trânsito. Parece que em S.P. o número de mortos por fome vai aumentar bastante, inclusive porque as redes de abastecimento estão diminuindo dia a dia, e quem não tem abastecimento familiar,tenta esquecer certos produtos, como verduras, frutas e leguminosas. As prateleiras dos supermercados estão parcialmente vazias. O enorme contingente de pessoal de rua espreita lugares mais escondidos porque temem ser abatidos em massa.
    Enquanto isso a USP, a maior universidade pública da América Latina, não se manifesta, deve pensar que o assunto não lhes diz respeito. Postura semelhante se espraia por todas as instituições. A mídia majoritária continua distribuindo medo e estatísticas questionáveis. Os políticos dividem-se entre apoiar Moro, convidado a se retirar do Ministério da Justiça e apoiar o presidente que o demitiu, tudo em função de novos cargos que serão nomeados por Bolsonaro. O Ministro da Economia segue os planos emanados do norte, como se nada de maior estivesse acontecendo. O novo Ministro da Justiça , que nada sabe, tudo deixa ao encargo dos governadores, e o de S.P. está decidido a acabar com a “pandemia” e os pobres de uma tacada só.

    1. Maria, sou de sp e não estou vendo o que esta sendo pintado por você, fizeram quatro bloqueios em 3 ou 4 avenidas que não vale de nada pois pode-se usar vias alternativas, dizem que o isolamento é de 50% mas pelo que vejo, não chega à 30%, o povo vai normal ao mercado mas tem que usar focinheira, que obrigatório nos transportes públicos. As cracolândias estão à todo vapor à vista de todo mundo, nos semáforos estão la, todos os moradores de rua lavando os para-brisas dos carros por um trocado junto com vendedores de balas e bugigangas.
      Quanto à comércios fechados você esta certa.
      Penso que o que é noticiado é um pouco exagerado para servir de “exemplo” às outras cidades e estados para que se conformem com sua situação, caso seja menos ruim que a noticiada.

      1. Caros amigos.
        Sou um amante da Musica Popular Brasileira ( dita MPB ) , não confundir com a produção musical brasileira que se ouve hoje nas plataformas musicais, que com raríssimas exceções, é popular, é brasileira, mas desculpem-me, não é musica.

        Dito isso , manisfesto minha tristeza, pelas perdas ( diagnosticadas com coronavirus ) dos cantores e compositores Moraes Moreira e Aldir Blanc. Este último , co-autor da música “O bêbado e a equilibrista” , música que virou uma especie de hino na luta pela volta dos deportados pela ditadura, que como diz a letra: “gente que partiu num rabo de foguete” .
        “Anistia ampla, geral e irrestrita !!! ” , era o que os manifestantes gritavam e eu no meio, ainda um projeto de gente, num misto de ufanismo e medo, meio desacostumado com os atos políticos, pois como dizia Leonel Brizola, minha geração cresceu filhote da ditadura.

        Mas porque estou tocando nesse assunto ? Porque uma gripe sazonal, não mata tantos cantores e compositores, nem tantos médicos, nem tiram da ativa tantas pessoas famosas conhecidas do público em geral.

        Não , essa não é uma “gripezinha” , requer um pouco mais de cuidados.
        Sim, nada que justifique as medidas restritivas impostas pelas autoridades, que se deixaram levar pela onda e derrubaram a economia , causando um mal muito maior.

        Quero dizer que aí está o nosso erro e de todos aqueles que conseguiram enxergar o que foi armado, mas quando tentamos convencer as pessoas, que era uma gripe normal, uma gripezinha , acabamos fazendo o papel do palhaço Presidente-Bozo.

        Volto a dizer que não concordo com o que está sendo feito pelos governos, mas se continuarmos a bater na mesma tecla: “números inflados”, “exames pouco confiáveis”, “estatísticas de gripe normal”, vamos cair no descrédito, pois a realidade que as pessoas estão vivenciando não condiz com o nosso discurso.

        O que fazer , então? Não sei.

        1. Caro Sergio, Moraes Moreira morreu de ataque cardíaco, Aldir Blanc estava com infecção urinaria e pneumonia e esteve internado desde 10/03 e foi diagnosticado com gripe-19 em 22/03 e morreu ENTUBADO em 4/05, um com 72 anos e o outro com 73 anos.
          Uma senhora morreu de gripe-19 e o neto abriu o caixão para seu ultimo adeus e teve uma “boa” surpresa:
          https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/brasil/2020/05/apos-abrir-caixao-e-encontrar-corpo-de-desconhecida-familia-descobre.html
          “Familiares levam mãe pro Hospital Abelardo Santos. A senhora foi levada pra uma sala. Depois voltaram dizendo que ela tinha morrido por provável causa o Covid-19. Os parentes invadiram o necrotério e a encontraram respirando ainda..”:
          https://twitter.com/Tecio_Melo/status/1257864590978842630
          E olha que de morte eu conheço! 🙂

          1. Caro Defunto.

            A informação sobre a morte de Moraes Moreira, obtive no site do UOL. Pode ter sido desmentido , mas não vi. Ele estava em plena atividade antes de morrer. Aldir Blanc , sim , já tinha doenças, mas como dizem os médicos , ter mais de 70 anos , ter alguma morbidade , não necessariamente vc tenha que morrer por uma gripe que se diz ser comum.

            O outro exemplo do link, é um caso pontual, que não serve de regra.

            Assim como há erros no diagnósticos positivos para Covid-19, também há inúmeros casos que não são notificados. Também os dados comparativos com as doenças sazonais dos anos anteriores, que andei pesquisando, são bastantes imprecisos para se fazer uma comparação com a crise de hoje. Em Santa Catarina , por exemplo, os dados de mortes por H1N1 dos últimos anos da Secretaria de Saúde , não batem com os do Ministério da Saúde. Pelo menos em termos de brasil , fica difícil traçar um paralelo.

            Realço que também acho as medidas restritivas absurdas, mas temos que tomar cuidado ao difundir nossas idéias , evitando compara-la com uma gripe comum.

            Abraço

  7. Pelos idos de 1974 li no volume “Cérebro” da Biblioteca Life do Corpo Humano algo a respeito do Universo 25. Era resumido, mas fiquei impressionado.
    Depois encontrei uns vídeos no youtube “mouse utopia” (acho) que mostra aspectos do experimento.
    Assustador.
    E o mais assustador é saber que os murinos atuais não despertarão a consciência (coisa que desprezam).
    Porém, diverso das caixas, o mundo é vasto e sempre sobram alguns mais atilados.
    A aventura de viver a vida humana é tão maravilhosa!
    E a vida é bela para aqueles que sabem percebe a beleza que existe nela.
    Sobreviverão aqueles que souberem “pensar fora da caixa”, amar, gerar, cuidar e permanecer firmes no que seja bom, belo e justo.
    Vamos que vamos!

  8. Meu caro, não menosprezando a relação da experiência “universo 25” com o evento “coronavirus” e uma vez que o nosso planeta não está superpovoado de seres humanos, o que existe é uma má distribuição dos seres humanos, notei uma conclusão muito mais interessante e que transcrevo:
    “… uma vez que o número de indivíduos capazes de desempenhar um papel excede em muito o número de papéis disponíveis, a sociedade falha…”
    Esta conclusão relacionada com a tentativa de implementar uma renda universal básica para cada cidadão vai criar biliões de subsidio-dependentes os quais serão meros consumidores e não vão desempenhar qualquer papel social …
    A criação desta nova classe social vazia de sentido é uma forma encapotada de destruição da dinâmica social exactamente como demonstra a experiência.

    1. “Esta conclusão relacionada com a tentativa de implementar uma renda universal básica para cada cidadão vai criar biliões de subsidio-dependentes os quais serão meros consumidores e não vão desempenhar qualquer papel social …
      A criação desta nova classe social vazia de sentido é uma forma encapotada de destruição da dinâmica social exactamente como demonstra a experiência.”

      Meu caro, este seu comentário tão peremptório e redutor alusivo ao rendimento universal básico baseia-se em coisa nenhuma. Revela preguiça.

      1. Bem dito! Preguiça ! Exactamente …Preguiça mórbida , só isso pode justificar pessoas normais, saudáveis e em idade produtiva cuja única coisa a que aspiram é viver a conta de subsídios.

        1. Desculpe PL, mas não achas que estas sendo simplista? A preguiça, assim como a vagabundagem, é um fator, mas não é o determinante nas relações de trabalho. O que precisamos entender é de que o sistema capitalista não pode prescindir de uma equação que contemple, invariavelmente, um excedente de mão de obra, que acarretará duas consequências nefastas para o potencial trabalhador: 1º) sujeição às condições salariais (exploratórias ou não) do patrão, sabedor de que em caso contrário, será sumariamente substituído; 2º) a manutenção de um imenso contingente de desempregados que exercem exatamente a função de “espada na cabeça” daqueles então empregados.

          1. Simplista? Sim. E porque haveria de complicar ? Os subsídios de desemprego e as prestações sociais de apoio as famílias são fundamentais devem ser mantidas e melhoradas mas sempre como um complemento ou como uma fase transitória cujo fim seja a integração do individuo na sociedade.
            Permitir e até incentivar que indivíduos possam viver toda uma vida sem nada produzir a conta do Estado vai criar um sentimento de desigualdade social e talvez ainda pior, vai criar uma relação de total dependência do individuo em relação ao estado ( que para mim nunca aceitaria) e ai mais uma vez o individuo está também a mercê do Estado e igualmente como disse de “espada na cabeça” só que desta vez sem nenhuma experiência de nada excepto… receber subsídios ..
            E já agora… porquê essa alusão no seu comentário sobre a exploração por parte dos patrões? Por acaso menospreza a faculdade de ser patrão de si próprio , o meu caro não considera a ideia que é possível produzir e sentir-se realizado seja a produzir alimentos, a realizar uma obra literária a reparar um electrodoméstico ou a desenvolver um programa informático etc etc etc ?
            Fico apreensivo com a sua afirmação :

            “A preguiça, assim como a vagabundagem, é um fator, mas não é o determinante nas relações de trabalho”

            Quanto ao meu caro Chaplin não sei mas eu não valorizo ter um sócio , um funcionário ou até mesmo um patrão, preguiçoso e vagabundo , mas se para si não é um factor determinante numa relação de trabalho, pois ainda bem, uma vez que isso contribui para a diversidade social o que é sempre saudável porém dada a sua afirmação creio que não será produtivo debater este assunto uma vez que temos visões muito diferentes nesta questão .

              1. Ok… É o 3.º planeta contando a partir do sol, é assim meio azulado , mas acho que não vais gostar é um planeta em que nem tudo gira em volta de uma conspiração judaica por isso pode parecer aborrecido. E vens como? na tua nave espacial ? Verifica se não te fazes acompanhar por um copiloto preguiçoso ou vagabundo que verifique mal as coordenadas ou que não verifique os mostradores e deixe a nave entra em sobreaquecimento, ok? Boa viagem !

                P.S. Evita um local chamado Israel … confia em mim, não vais gostar.

                1. Ah não é! Pode ser qualquer um outro. Gostaria muito que fosse…vamos lá…
                  Enxergar cada indivíduo apartado de um sistema que abarca processos de inserção, sejam eles, de trabalho, de ascensão social, de cultura, etc, compromete a identificação dessa realidade.
                  Grande parte da população mundial vem ao mundo com destino restrito, ou seja, fazer parte do EXCEDENTE. Este imenso contingente de excedentes é essencial à lógica de qualquer sistema que envolva maiorias x minorias. É, basicamente, através deste excedente, que as minorias conseguem manter as maiorias controladas, sejam por alienação, precarização, ou mesmo a competição seus iguais.
                  Imaginar que 7,3 bilhões de indivíduos estejam aptos/habilitados para se autogerir é como ignorar tal situação. Vagabundos, desocupados e desempregados são estatutos diferentes. Mas que em algum ponto, se aproximam, exatamente nele, no excedente…
                  Por que razão as Igrejas, independentemente de qual, condenam a organização familiar? A questão está muito além do aspecto de fundo religioso, todos sabemos, mas, é justamente pelo viés da crença religiosa manipuladora, é exercida a função de legitimar este caos civilizatório.

                  1. Muito bem Chaplin, compreendo a tua posição, e sobre ela tenho algumas questões , a primeira vem do comentário inicial , Porque razão: ” a preguiça, assim como a vagabundagem, é um factor, mas não é o determinante nas relações de trabalho. ” ?
                    De que modo as igrejas condenam a organização familiar ?
                    E uma vez que 7,3 biliões de indivíduos não estão aptos/habilitados para se auto-gerir…
                    Qual é a tua proposta ? Como vês uma possível organização social?

                    1. O 1º passo para realmente termos possibilidades de mudar minimamente o sistema é saber identificar seus mecanismos, ou seja, constatar sua forma de funcionar, sua ideologia operacional. Daí, para alcançar algumas mudanças é outra história. O que vemos, agora com mais nitidez, a enorme dificuldade de superar o 1º passo.
                      Mas, algumas certezas estão explícitas, por exemplo, acabar com o FAMILISMO AMORAL, onde queremos o máximo para os “nossos” e nos omitimos para o resto, quem deve cuidar de qualquer ser que nasça é toda a sociedade em seu redor. Este conceito base é imprescindível. Outro exemplo, os Estados nacionais deixarem de serem agentes camuflados de interesses de minorias e passar a servir prioritariamente o todo social.
                      Mas essas rupturas só serão possíveis após muita dor e sofrimento, não de guerras provocadas, que levem a um refazimento existencial.

                    2. Interessante Chaplin, como não consegui responder no teu comentário abaixo , escrevo aqui. Mas sobre a ideia de que : ” quem deve cuidar de qualquer ser que nasça é toda a sociedade em seu redor. ” .. mas isto não pode ser considerado a destruição do principio da família ? Gostava de um exemplo pratico?

                    3. Sim. O conceito padrão unicelular de família seria colocado subjacente. Não extinto, mas apenas em complemento a uma familiar maior, bem maior…

  9. Olá Defunto: tu moras em S.P. e não tenho porque divergir da tua opinião. As informações que me foram repassadas também provém de moradora de S.P. capital, e igualmente não tenho porque divergir. Às vezes um mesmo acontecimento é visto de formas diferentes, umas mais pronunciadas, outras menos. De qualquer forma agradeço a correção.

    1. Maria, isso pode ser, se tal moradora esteja sob o domínio do medo e assistindo televisão, eu como bom defunto me “finjo” de morto e continuo trabalhando e andando pela cidade sem mascara e vejo que a realidade não é bem como a mídia conta, já pensou se todos soubessem?

  10. Olá Sergio: também eu me vejo diante de pessoas que me respondem: mas estão morrendo, estão morrendo…é muita gente.
    Não sei se meus argumentos fazem estas pessoas refletirem, mas a mim oferecem resposta convincente. Quanto mais o tempo passa mais me convenço que a intenção é manter acesa a chama do pânico. Veja os mídia e as obrigatoriedades, da focinheira por exemplo, tão bem explicada pelo JF em comentário acima. É evidente que se quer manter a todo custo a ideia que estamos correndo perigo. Esta sempre foi a estratégia da bio segurança das sociedades de controle. Temos medo de pobre fedido, temos medo de mendigo, temos medo do que chamam bandido, agora temos medo de um virus. É o medo que nos faz aceitar e desejar o controle fantasiado de segurança.
    Bem, malgrado as estatísticas tão manipuladas quanto as palavras, me parece lógico, e já disse isso antes, que pessoas idosas, que necessitam de ar livre, contato presencial e afetuoso dos seus, rotinas determinadas por encontros com os velhos amigos, reduzidos ao silêncio de afetos e isolamento, se tornem mais débeis e tristes e acabem por contrair mais doenças, que em situação normal, e virem a óbito. Segundo, acredito que realmente estejam usando tratamentos inadequados e deixando de tratar aquilo que está prejudicando a saúde das pessoas. E isto também aumenta o número de óbitos. É sabido que toda e qualquer morte ocorrida é notificada como Covid – 19. São 3 motivos suficientes para engrossar os números de falecidos.
    Só para exemplificar, recentemente faleceu um senhor com 86 anos, com um enfarto do miocárdio fulminante. Era um idoso com histórico de problemas do coração, e estava em casa, em Floripa, com a família, que assombrada teve de aceitar um atestado de óbito onde consta como causa mortis nada mais nada menos que Covid – 19. E como a grande maioria está agindo assim, sou levada a crer que têm ordens para assim proceder.
    Acho que explicar, pedindo aos deuses doses cavalares de paciência, não custa nada, e a gente pode deixar o dia daquelas pessoas com quem conversamos menos estressante.

  11. Se as pessoas não se interessam em buscar informações fora da mídia maestro nem em tempos “normais”, imagina sob clima de terror…ficam bem quietinhas, cercadas pelas ovelhada…

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