A Baleia Azul (Blue Whale)

Finalmente chegou em Portugal o jogo do ano: a Baleia Azul.

Divertido, económico, ajuda também a resolver o problema da superpopulação.
Mas em que consiste?

Simples: surgido na Rússia, propõe cerca de 50 desafios para os jovens participantes.
O desafios incluem isolamento, auto-mutilação e incentivo ao suicídio. Ver filmes de terror, subir os telhados, cortar os lábios, furar a palma da mão, cravar palavras e símbolos nos braços, são alguns dos hilariantes passos exigidos. As provas do cumprimento das tarefas (fotografias ou vídeos) devem ser enviadas ao administrador do jogo.

Ao que tudo indica, o simpático passatempo teve início na Rússia, em 2015, quando uma jovem de 15 anos cumpriu a última tarefa e atirou-se do alto dum edifício. Dias depois, uma adolescente de 14 anos atirou-se na frente dum comboio.

Nos últimos dias, Yulia Konstantinova, de 15 anos, e Veronika Volkova, de 16, saltaram do topo de um prédio em Ust-Ilimsk. As autoridades investigaram o caso e prenderam o administrador do grupo, Phillip Budeikin, de 21 anos. Mas Yulia e Veronika foram apenas as últimas duma longa série.
Só na Rússia, acredita-se que o jogo esteja ligado a mais de cem casos de suicídio.

A Direção de Investigação Criminal da Polícia Nacional da Colômbia investiga as mortes de três adolescentes que parecem estar relacionadas com o jogo.

No Chile, na cidade de Antofagasta, uma mãe relatou à polícia que sua filha de apenas 12 anos tinha 15 cortes num dos braços e que os cortes formavam o desenho de uma baleia: a seguir, a menina confessou ter seguido as instruções do jogo.

No Brasil, o jogo terá deixado vítimas no interior do Mato Grosso, e em cidades como Pará de Minas e Belo Horizonte, em Minas Gerais, assim como em Feira de Santana, na Bahia. No Rio de Janeiro, uma mãe conseguiu impedir o suicídio da filha envolvida no jogo. Mas só na zona do Rio, a polícia recebeu 101 denúncias que dão conta de possíveis envolvimentos de adolescentes na Baleia Azul. No estado do Paraná, o jogo terá feito mais uma vítima em Florestópolis (perto de Londrina). E há mais casos no Brasil (20 só na zona de Pernambuco).

Alarme também no Reino Unido, onde todavia ainda não foram registradas mortes.

Agora, finalmente, eis Portugal. Uma rapariga de 18 anos foi encontrada com vários ferimentos junto à linha férrea do Algarve, em Albufeira, depois de seguir as regras do jogo. A jovem terá saltado de um viaduto e nas pernas tinha vários cortes que formavam a palavra “sim”.

Claro: haverá quem veja nisso as provas de programas governamentais secretos, obscuros experimentos sociais para testar a servidão digital dos cidadãos, um MK Ultra actualizado.
Idiotices. A verdade é bem mais simples, embora custe admiti-lo: a nossa sociedade está doente e cria monstruosidades, sem necessidades de Novas Ordem Mundial e companhia.

Há crianças que jogam nas ruas? Já não há? Onde estão? Fechadas em casa, porque os pais têm medo da “cidade perigosa”, onde cada rosto pode ser aquele dum inimigo. Melhor em casa, entre as seguras quatro muras, na frente do ecrã. Onde o inimigo não tem rosto mas nem por isso é menos perigoso.

Juntem a isso os velhos valores apagados e os novos transmitidos: cresce, trabalha, consome, morre.
Perspectivas bem atractivas, não é?

Não admira que alguns cérebros entrem em corto-circuito.

Ipse dixit.

Fontes: ZAP, Jornal do Brasil, Wikipedia (versão inglesa), The Sun

5 Replies to “A Baleia Azul (Blue Whale)”

  1. Lamentável a morte dessas jovens inocentes, aos familiares das vítimas as mais sinceras condolências.

    Agora a pergunta que se impõem, quem é Phillip Budeikin?

    "…Claro: haverá quem veja nisso as provas de programas governamentais secretos, obscuros experimentos sociais para testar a servidão digital dos cidadãos, um MK Ultra actualizado.
    Idiotices. A verdade é bem mais simples, embora custe admiti-lo: a nossa sociedade está doente e cria monstruosidades, sem necessidades de Novas Ordem Mundial e companhia…"

    Essas monstruosidades são criadas pelas instituições de ensino e formação através dos professores na sua maioria covardes e ressabiados, que trabalham para cumprir os objectivos do poder financeiro e clerical, que por conseguinte aplica a cunha que os permite leccionar; são também os meios de comunicação social (a mídia) nomeadamente a televisão, através do seu conteúdo de estupidificação cultural como os programas da manhã e da tarde, reallity shows, e concursos variados onde a mediocridade, perturbação de ideias, e comportamentos infantis que chegam a beirar o animalesco, surgem como alternativa e modelo a seguir.

    Existe um vídeo fabuloso, que cheguei a publicar no adormecido fórum do blogue, que demonstra o tipo de ensino e sociedade que o neoliberalismo pretende estabelecer:

    Educação Moderna – https://www.youtube.com/watch?v=v8L9bY-i55g

    P.S: Quanto ao "MK Ultra" é a mesma coisa que dizer que o incêndio provocado por um relâmpago, é obra de deus.

  2. Sinceramente, acho que hoje as escolas pouco influenciam os adolescentes. Em contra partida os meios de comunicação e entretenimento influenciam e muito. Os adolescentes em geral pouco estudam, não trabalham, vivem em bandos com seus celulares,nos centros de consumo vulgar, mas são tão solitários e desprovidos de objetivos quanto os adultos e os idosos. Me refiro a classe média e média alta. Os pobres não tem muito tempo para estas besteiras. Estes últimos trabalham: são aviõezinhos do comércio ilegal, entregadores de mercadorias, cuidadores dos irmãos pequenos, pedintes nas ruas, tarefeiros de pequenos trabalhos, ladrõezinhos etc. Quem não tem o que fazer porque alguém lhes garante casa, comida, divertimento é que se dedicam a estes esportes. E quem organiza os ditos jogos e os divulga, adquirindo platéia cativa, não deve fazer isso gratuitamente. Então mais uma forma de ganhar dinheiro às custas da estupidez alheia.

  3. Busquem nas Fundações "filantrópicas" dos maiores bilionários do planeta muito da explicação do que são as universidades de hoje, com bolsas disponibilizadas para vassalos mentais pelo mundo. São eles, através de legislações criadas com o propósito de isentá-los de impostos, que vem ditando o ideário das últimas gerações. Além disso, se promovem como "filantropos".

  4. JF, o vídeo indicado por você é um retrato fiel do que se passa nas escolas aqui no Brasil. Defendo que todos devem ser respeitados em seu direito de opção sexual, em sua etnia etc. A escola deve promover sim uma educação que forme princípios de respeito e solidariedade a todos. Mas, daí a promover uma verdadeira "salada" misturando isto com avaliações acadêmicas vai uma grande distância. Em uma escola pública conceituada do Rio de janeiro um professor foi dar aulas vestindo saia para mostrar aos alunos que devemos respeitar os gays !É o que temos para hoje.

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