Hillary Clinton e a Irmandade Muçulmana

O sempre óptimo sito Voltaire.net publica uma análise do jornalista Thierry Meyssan, que do sito é
também um dos co-fundadores.

Assunto: a investigação do FBI acerca dos mails de Hillary Clinton.

Não é apenas uma questão de descuido, não se trata de ter aberto mensagens sem as idóneas medidas de segurança. Há mais do que isso: quais os verdadeiros relacionamentos entre a Administração democrata de Washington e a organização terrorista árabe?

Dado que Voltaire.net ainda não publicou a versão portuguesa do artigo, eis a tradução completa:


A investigação do FBI sobre as mensagens privadas Hillary Clinton não tem a ver tanto com um problema de segurança, quanto com intrigas que podem chegar até mesmo a ser caracterizadas como crimes de alta traição.

Tecnicamente, em vez de usar um servidor do governo federal, a ex-Secretária de Estado utilizou um servidor privado que foi instalado na sua casa para poder utilizar internet sem deixar rastos na máquina do governo federal. O técnico privado da Clinton tinha limpo esse servidor antes da chegada do FBI, de modo que já não era possível saber qual a razão da instalação do dispositivo.

O FBI inicialmente observou que o servidor privado não garante o mesmo nível de segurança que o servidor do Departamento de Estado. Portanto, a Clinton tinha cometido um erro de segurança. Mas o FBI depois confiscou o computador do ex-congressista Anthony Weiner, ex-marido de Huma Abedin, a chefe da equipe de Hillary Clinton. E naquele computador apareceu uma série de e-mails da ex-Secretária de Estado.

Hillary Clinton e Huma Abedin

Anthony Weiner é um político hebraico muito ligado aos Clintons e aspirava a ser Presidente da Câmara de New York. Mas teve que renunciar por causa dum escândalo essencialmente puritano: Weiner tinha enviado SMS eróticos a várias mulheres. Huma Abedin oficialmente separou-se dele, mas na verdade não o deixou.

Huma Abedin é uma estadounidense educada na Arábia Saudita. O pai dela dirige uma revista académica – da qual a própria Huma foi durante anos secretária de redação – , uma publicação que reúne regularmente os pontos de vista da Irmandade Muçulmana. Sua mãe preside a associação saudita de mulheres membros da Irmandade Muçulmana e trabalhou com a esposa do presidente egípcio, Mohamed Morsi, outro representante da Irmandade Muçulmana. Seu irmão Hassan trabalha para Sheikh Yusuf al-Qaradawi, o pregador e conselheiro espiritual de Al-Jazeera.

Huma Abedin é hoje uma figura central na campanha de Hillary Clinton, junto com o seu gestor de campanha, John Podesta, que foi chefe de gabinete da Casa Branca no governo de Bill Clinton. Podesta é também o lobista oficial da Arábia Saudita no Congresso dos EUA, uma tarefa para a qual percebe mensalmente a módica quantia de 200.000 Dólares.

Em 12 de Junho de 2016, a Petra, a agência de notícias oficial da Jordânia, publicou uma entrevista ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed Ben Salman, que defendeu a modernidade da sua família por ter ilegalmente financiado em 20% a campanha eleitoral de Hillary Clinton, apesar desta ser uma mulher. No dia seguinte, a agência cancelou o artigo que continha essa informação e afirmou que o seu site tinha sido invadido.

Obama com o irmão Abon’go Malik Obama

Huma Abedin não é a única pessoa na administração Obama ligada à Irmandade Muçulmana: o meio-irmão do presidente, Abon’go Malik Obama, presidente da Barack Obama Foundation, também é tesoureiro da Sociedade Missionária da Irmandade Muçulmana no Sudão. Abon’go Malik Obama trabalha directamente sob as ordens do Presidente sudanês, Omar el-Bechir.

Um membro da Irmandade Muçulmana é membro do Conselho de Segurança Nacional dos EUA. De 2009 a 2012, foi Mehdi K. Alhassani. Não se sabe quem o substituiu, mas a Casa Branca negou que houvesse um membro da Irmandade Muçulmana no Conselho de Segurança Nacional, até que foram encontradas provas. É também um Irmão o embaixador dos EUA na Conferência Islâmica, Rashad Hussain.

Outros membros da Irmandade devidamente identificados ocupam posições menos importantes na administração Obama. Mas vale a pena mencionar, em particular, Louay M. Safi, atualmente um membro da Coligação Nacional da Síria e ex-conselheiro do Pentágono.

Em Abril de 2009, dois meses antes de entregar o seu famoso discurso no Cairo, o presidente Obama recebeu secretamente uma delegação da Irmandade Muçulmana no Escritório Oval. Anteriormente, tinha convidado para a sua posse Ingrid Mattson, presidente da Associação dos Irmãos e Irmãs Muçulmanos nos Estados Unidos.

Hillary e Saleha Abedin, mãe de Huma.

Por sua parte, a Fundação Clinton usou como responsável pelo projeto “clima” Gehad el-Haddad, um dos líderes mundiais da Irmandade Muçulmana, que tinha sido até então responsável por um programa de televisão sobre o Al-Corão. O pai dele tinha sido um dos co-fundadores da Irmandade Muçulmana em 1951, quando a CIA e o MI6 decidiram reactivá-la. Gehad deixou a Fundação Clinton em 2012 para se tornar, no Cairo, um porta-voz do então candidato presidencial do Egipto Mohammed Morsi, e mais tarde tornou-se o porta-voz oficial da Irmandade Muçulmana no mundo inteiro.

Sabendo que todos os líderes mundiais jihadistas surgiram da Irmandade Muçulmana ou da Ordem Sufi Naqchbandis – as duas componentes da Liga Islâmica Mundial, a organização saudita anti-nacionalista árabe – seria interessante ter um pouco mais de informações sobre as relações entre a senhora Clinton, a Arábia Saudita e a Irmandade.

Descobre-se assim que na equipe de Donald Trump há o General Michael T. Flynn, que tentou opor-se à criação do Estado Islâmico (Daesh) por parte de Casa Branca e demitiu-se da direçção da Defense Intelligence Agency (Agência de Inteligência Militar da Defesa) como forma de protesto. E ao lado dele encontramos Frank Gaffney, um antigo “guerreiro da Guerra Fria”, hoje definido como “complotista” por ter denunciado… a presença de membros da Irmandade Muçulmana no governo federal dos Estados Unidos.

É claro que, do ponto de vista do FBI, todo o apoio às organizações jihadistas é um crime, independentemente da linha política da CIA. Em 1991, o FBI e o Senador John Kerry provocaram a falência do Banco paquistanês BCCI (apesar de estar registado nas Ilhas Cayman) que era amplamente utilizado pela CIA em todos os tipos de operações secretas com a Irmandade Muçulmana e também com os cartéis de drogas da América Latina.

Ipse dixit.

Fonte: Voltaire.net

8 Replies to “Hillary Clinton e a Irmandade Muçulmana”

    1. Boas Rogério.

      Algo me faz crer que es novo por estas andanças. Caso assim seja dou-te as boas vindas a desbravares o mundo real. E natural que de inicio te sintas desnorteado pois as referencias que tens sao bem diferentes. Ha uma grande distancia entre o mundo que nos contam na tv e jornais e o mundo real. A mim aconteceu-me isso a cerca de 4 anos atras, mas com o tempo, estando mais informado e com o desenrolar dos acontecimentos tudo se vai tornando claro e com sentido. E uma caminhada longa mas vale bem a pena 🙂

      EXP001

  1. Olá Rogério e demais vinculados a II. Isso não é um absurdo, isso é apenas como as coisas funcionam. Esse artigo é de importância capital porque escancara que além de seguir o dinheiro, há outra rota a ser seguida para aproximar-se da realidade: cartografias íntimas, laços de família, brigas intestinas entre clãs e organizações, no caso FBI e CIA. Há um ditado popular bem curioso que diz: "diz-me com quem dormes, que dir-te-ei quem és". Estudar estas cartografias, mapas de ligações não dizíveis revela um mundo fantástico, e nos dá pistas de porque as coisas aparecem como tais. Parabéns Max, melhor impossível esse achado. Inclusive me permite uma especulação de mais um porque de tanta campanha midiática ocidental ridicularizando o tal de Trump

  2. Faz sentido e as peças parecem encaixar muito bem.
    Sabem de alguma ligação do John McCain com esta história?
    Fiquei curioso com o General Michael T. Flynn, e fui dar uma espreitadela no Google. Parece ser um tipo com histórias interessantes para contar. Um patinho feio para alguns.

    Krowler

  3. OS CONFLITOS ARMADOS SÃO UM JOGO EM QUE A ALTA FINANÇA (CAPITAL GLOBAL) JOGA COM O BARALHO TODO!
    .
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    Na Colômbia, no Afeganistão, no Iraque, na Síria, etc, a alta finança (capital global) – gestora das fábricas de armamento – fornece estados e fornece mercenários… leia-se: os conflitos oscilam ao sabor da gestão que é feita pelos peritos militares ao serviço da alta finança (capital global).
    Quando alguém interfere nos conflitos… leia-se: quando alguém interfere nos LUCROS dos negócios em causa – cocaína (na Colômbia), ópio (no Afeganistão), petróleo (no Iraque e na Síria), etc – a alta finança mexe os seus cordelinhos para que esse alguém seja alvo de retaliações [um exemplo: as retaliações que a Rússia tem sido alvo por ter interferido no conflito da Síria].
    .
    Ora, de facto, em ambientes de mistura [ex: Colômbia, Afeganistão, Iraque, Síria, etc] quem determina o andamento dos conflitos… são os peritos militares ao serviço da alta finança (capital global) – nota: são as fábricas de armamento da alta finança que fornecem as diferentes facções em conflito (estados, mercenários, etc).
    .
    Resumindo e concluindo: ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS, há que mobilizar os nativos que se interessam pela sobrevivência da sua Identidade… para… o Separatismo!
    [obs: eventualmente será necessário uma coligação defensiva – do tipo NATO – com outros povos também em risco de sobrevivência]
    .
    NOTA A NÃO ESQUECER: A alta finança (capital global) está apostada em dividir/dissolver as Nações… terraplanar as Identidades… para assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ordem mercenária (um Neofeudalismo).
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    Obs 1:
    – O palhaço-Obama critica a posse de armamento nas mãos de pessoas particulares… mas… não critica a produção de armamento feita por privados – os quais querem controlar toda a distribuição de armamento (pelos estados, pelos mercenários, etc).
    Obs 2:
    – O fabrico de armamento deveria ser um exclusivo dos estados, os quais deveriam ser responsáveis pela constante localização do armamento produzido.
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    P.S.
    Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins… que fiquem na sua… desde que respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
    Pelo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones:
    http://separatismo–50–50.blogspot.com/
    (antes que seja tarde demais)
    {O primeiro passo será/é ir divulgando a ideia de SEPARATISMO-50 nos países aonde a população nativa está sendo submergida pelo crescimento demográfico imparável dos não-nativos naturalizados}
    .
    Se não existe sequer uma minoria de autóctones a interessar-se pela sobrevivência… [reivindicando o legítimo Direito ao separatismo – isto é, o legítimo Direito à sobrevivência da Identidade]… então… que façam boa viagem em direcção ao caixote do lixo da História.

  4. Não é profecia, mas uma informação obtida indiretamente. Essa eleição será a última deste ciclo político/eleitoral nos EUA. O modelo será readequado logo a seguir…

  5. Nem mais é assim que sobrevive o 1% ou menos muito menos e não é exclusivo dos EUA é quase global…vamos ver a próxima invenção para tentar perpetuar um sistema ja no limite. Se o mundo financeiro se baseia em nada em pouco tempo nada têm, não eles mas o resto.
    Como vão maquilar isso? Não sei, mas já deve estar bem planeado e pode bem falhar.(o mundo da especulação e do faz de conta não é o nosso, quando se sentir é esperar reacção e da forte)

    N

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