Síria: a estranha história do último pediatra de Aleppo

“Dizem que o governo sírio continua os ataques aéreos em Aleppo. 
O engraçado é que nós não vemos ou ouvimos qualquer avião”.
 Marianne R. Bedoun, Aleppo

O último pediatra de Aleppo, como disse Médecins Sans Frontières (MSF), não era? Pois.

A imagem da esquerda foi fornecida pelo Ministério da Defesa da Rússia, alegadamente em Outubro de 2015. À direita a imagem do mesmo prédio tirada em Abril deste ano, após o alegado bombardeio.

Trata-se do alegado hospital Al-Quds, em Aleppo (Síria). E, como é possível observar, os danos na estrutura em Abril são os mesmos já presentes em Outubro. O que é um pouco esquisito, porque após um bombardeio algumas diferenças deveriam ser visíveis. Mas vamos esquecer estas imagens por enquanto e tentamos perceber melhor analisando alguns factos. 

O último pediatra

Segundo a Embaixada dos EUA na Síria (Damasco), em Aleppo há dois hospitais: Al-Kalimah e Al-Razi.

Não há nenhum hospital Al-Quds.

Mas a lista da Embaixada é amplamente incompleta: há pelo menos 6 hospitais públicos e mais de 80 instituições privadas (na maioria ambulatórios, mas não faltam estruturas mais completas, verdadeiros hospitais). É possível observar a lista completa nas páginas de Qenshrin.com, a comunidade cristã de Aleppo.

O elevado número de hospitais e ambulatórios não deve surpreender: Aleppo é a maior cidade da Síria, com mais de 2 milhões de habitantes, a quarta no Médio Oriente. Seja como for: o hospital Al-Quds não aparece. Mais: médicos e paramédicos que trabalham em outras estruturas afirmam não conhecer um hospital Al-Quds.

O alegado hospital Al-Quds não pertence à organização MSF: esta última não opera na Síria com as suas estruturas ou pessoal, limita-se a apoiar operadores que trabalham unicamente em zonas ocupadas por grupos de rebeldes “moderados”. Em Aleppo, como vimos, há muitos hospitais e, portanto, muitos pediatras, tanto que alguns dias depois do alegado hospital Al-Quds os rebeldes bombardearam o hospital Al-Dabeet, especializado em ginecologia e obstetrícia.

Já segundo a revista Time, o pediatra morto não era o último, era “um dos últimos” e, em qualquer caso, “o mais qualificado”.  

Onde?

MSF publicou um apelo depois do suposto último atentado: “Os hospitais não são um alvo: re-twitta a nossa denuncia #NotATarget http://bit.ly/1XWYLhu #Siria #Aleppo“. Doutro lado, no passado dia 17 de Fevereiro, o responsável das operações de MSF, Isabelle Defourny, declarava:

Demos aos embaixadores russos em Paris e em Genebra as coordenadas de três hospitais localizados em zonas de conflito muito intensos, mas não mais, e foi uma decisão tomada em conjunto com a equipe médica das instalações de saúde que apoiamos.

O que não faz sentido: como é possível evitar atingir um hospital se este estiver escondido? Todas as organizações genuinamente humanitárias comunicam a localização das unidades apoiadas, mesmo para evitar que sejam atingidas. Mas é verdade também que não comunica-la constitui uma óptima preparação caso seja preciso fazer “aparecer” do nada um hospital bombardeado pelos maus da fita…

De facto, saber ao certo onde fica o hospital al-Quds não é simples, o que aumenta ainda mais as dúvidas. Nas seguintes imagens é tomado como ponto de referência o Parque Público de Aleppo, actualmente na zona da cidade controlada pelos rebeldes “moderados”; em azul foi evidenciado o Parque, em verde a suposta localização do Al-Quds.

A primeira é a imagem publicada pela britânica BBC:

A segunda imagem é do The Aleppo Project, uma fundação de moradores da cidade síria financiados pela Carnagie Corporation e pela Bolsa Valores de Philadelphia (EUA):

A terceira imagem é aquela publicada por Al-Jazeera:

As diferenças são evidentes, pois trata-se de zonas distintas da cidade. Na imagem da BBC, Al-Quds está posicionado no bairro de Sukkari, na imagem do The Aleppo Project o hospital não fica longe da Grande Mesquita de Aleppo (não visível no mapa). Na imagem de Al-Jazeera o hospital fica também no bairro de Sukkari, mas mais para oeste; assim, o posicionamento evidenciado pela BBC corresponderia ao Centro Médico Bustam Al-Qasr, também alvo de bombardeio.

O quê?

Aliás: consideradas as imagens do alegado hospital Al-Quds fornecidas pelos media, é provável que tenha
sido o centro Bustam Al-Qasr o verdadeiro (e único) alvo do bombardeio. Pablo Marco (Middle East Operations Manager de MSF) afirma:

Houve duas bombas de barril que caíram perto do hospital, em seguida a terceira bomba de barril caiu na entrada do Hospital.
O que contrasta com o comunicado de imprensa publicado por MSF: 

O hospital tem sido destruído por pelo menos um ataque aéreo que atingiu directamente o edifício, reduzindo-o a uma pilha de escombros.

Como realça o jornalista Rick Sterling na sua Carta Aberta ao MSF:

As fotografias do hospital não mostram um “pilha de escombros” e não é claro onde foi provocado o dano. […]  Doutro lado, parece correcto afirmar que havia uma clínica médica no piso térreo dum prédio feito de apartamentos sem identificação e em grande parte abandonados. 

O que parece validar a hipótese de que nenhum hospital foi atingido mas que o alvo do ataque foi o já citado Centro Médico Bustam Al-Qasr.

Obviamente nada disso retira o horror duma acção de guerra perpetrada contra instalações médicas: mas a lógica suspeita é de estarmos perante uma forma de propaganda construída sobre os alegados corpos das vítimas. 

Vídeo

Nem o vídeo ajuda: as imagens mostram o interior do alegado pequeno hospital momentos antes de ser atingido, foram obtidas e transmitidas por Channel 4, canal televisivo britânico manifestamente contrário ao regime sírio. A emissora Channel 4, por exemplo, não mostra as imagens dos bombardeios efectuados pelos rebeldes “moderados” também contra hospitais civis; imagens que, pelo contrário, até os rebeldes utilizam como propaganda das suas actividades.

O vídeo de Channel 4 (que inclui imagens do exterior também) não permite reconhecer nem o hospital nem a zona na qual as cenas foram captadas.


MSF

Acerca de MSF haveria muito para ser dito, como demasiadas vezes acontece no caso das Organizações Não Governamentais (ONG). O que importa realçar é o papel politicamente activo de MSF no conflito medio-oriental. Como exemplo: foi MSF a primeira a acusar (sem provas) Assad do massacre de Ghouta (Agosto de 2013: número de vítimas entre 281 e 1.729 pessoas), apesar do jornalista investigativo Seymour M. Hersh ter completamente demolido uma tal acusação.


Resumindo, temos o seguinte cenário: um hospital que ninguém conhece foi atacado não se sabe por quem e a denúncia é feita por uma organização politicamente contrária ao governo sírio, que esconde o alegado hospital e que não tem pessoal na zona. As imagens difundidas por uma emissora britânica, também contrária ao governo sírio, não permitem localizar nem geograficamente nem temporalmente os acontecimentos gravados e as notícias acerca do “último pediatra de Aleppo” são falsas.

E falsa também são as afirmações feita à CNN pelo já citado representante de
MSF, Pablo Marco:

O hospital Al-Quds tem estado funcional por mais de 4 anos assim é impossível que esta informação estivesse desconhecida. O facto é que foi um ataque deliberado.

O que não é verdade: como vimos, ninguém conhecia o alegado hospital, cuja presença não é registada no completo elenco publicado acima e era desconhecida até pelos que operavam no sector.

Agora podemos juntar as imagens russas, as tais que alegadamente demonstram como a estrutura do alegado hospital não sofreu graves danos durante os últimos sete meses.

O resultado é simples: não temos maneira de estabelecer de forma definitiva o que realmente aconteceu em Aleppo, se é que aconteceu alguma coisa em relação a um hospital chamado Al-Quds. Passaram alguns dias desde a publicação das imagens russas e ninguém, EUA in primis, conseguiu demonstrar a sua falsidade: coisa que nem deveria ser tão complicada, pois não é apenas Moscovo que guarda nos arquivos as imagens dos seus satélites. Pelo contrário, o que temos é completo silêncio.

Silêncio também de MSF quando os alvos forem hospitais nas zonas de Aleppo controladas pelo exército sírio:

  • o hospital Al-Dabit, atacado pelos rebeldes “moderados” no dia 3 de Maio, 19 mortos? Silêncio.
  • o hospital Razi, mesmo dia, 4 mortos? Silêncio.
  • o hospital Ibn Rushd, mesmo dia, número de vítimas desconhecido? Silêncio. 

Testemunhos 


A jornalista Silvia Cattori, do site de informação suíço Arrêt sur Info, entrevistou o médico Nabil Antaki, dos Irmãos Maristas de
Aleppo no passado dia 01 de Maio:

A propósito dos recentes acontecimentos, observo que os meios de comunicação continuam a mentir por omissão. Desde o início da guerra, em Aleppo, há quatro anos, nunca relataram os factos na sua totalidade.

Nós habitantes de Aleppo estamos revoltados com a falta de imparcialidade e objectividade. Apenas falam do sofrimento das vítimas no leste da cidade, controlada pela Frente al-Nusra, um grupo terrorista afiliado à Al-Qaeda, que eles sempre definem “rebeldes”: uma forma de torná-los respeitáveis.
Mas permanecem em silêncio sobre as perdas e o sofrimento suportado diariamente nos nossos bairros na zona oeste de Aleppo, como resultado das balas disparadas pelos terroristas. Também silêncio sobre os bloqueios e a completa falta de fornecimento de água e eletricidade.
Não falam sobre os constantes bombardeios e os massacres que ocorrem há uma semana no oeste, onde nem um único bairro foi poupado e onde todos os dias há dezenas de mortes. Omissões ainda mais revoltantes se vocês consideram que essas áreas cobrem 75% de toda a superfície da cidade e que vivem lá actualmente 1.5 milhões de pessoas contra os 300.000 habitantes do leste, controlado pelos terroristas.
Esta informação parcial sugere que os grupos terroristas que nos atacam são as vítimas.
Pior ainda, os meios de comunicação apropriaram-se do nosso apelo “Salvem Aleppo”, fazendo crer que este exigia a paragem das hostilidades das “forças de Assad.” Isso é falso. Além disso, não existem “forças de Assad”, são as forças regulares do exército sírio que defendem o Estado sírio.
Os media deveriam pelo menos ter a decência de mencionar as carnificinas provocadas pelos tiros dos terroristas, que causam numerosas mortes. Como aconteceu ontem, na Sexta-feira [29 de Abril, ndt], quando os disparos atingiram uma mesquita na hora da oração. As agressões e as perdas que sofremos são contadas de forma a deixar o público sem saber acerca dos reais autores destes crimes.
Durante três dias, os meios de comunicação acusaram o “regime de Assad” de bombardear e destruir um hospital apoiado pela ONG Médicos sem Fronteiras, no leste da área de Aleppo, matando o último pediatra na cidade. Isso mostra bem como aos media interessa apenas aquela pequena parte ocupada pelos “rebeldes” e que três quartos da cidade de Aleppo, administrada pelo governo sírio, onde ainda exercem muitos pediatras, não interessa.
Temos constatado a mesma parcialidade quando o maior hospital em Aleppo [Al-Kindi, ndt] foi atingido pelos terroristas: os media ignoraram o incidente. Estamos revoltados e indignados com essa desinformação permanente.
O seguinte vídeo tem sido gravado pelos rebeldes “moderados” da Brigada Sultão Murad e  difundido pelo Syrian Reporters. Mostra os combatentes enquanto bombardeiam Shekh Maqsod, bairro localizado na parte norte de Aleppo:

Ao minuto 0:32, um dos combatentes afirma: “Atira-o contra os civis, em profundidade, eles pensam que nós não atiramos contra os civis”.

A verdadeira destruição dum hospital

O vídeo que se segue não teve a mesma cobertura mediática do alegado hospital Al-Quds, provavelmente porque neste caso o ataque foi declaradamente perpetrado pelos rebeldes “moderados” apoiados pelo Ocidente. O vídeo foi gravado e distribuído pelos mesmos rebeldes como forma de propaganda.
Foram mais de 15 toneladas de explosivos utilizadas pelos terroristas do FSA (Free Sirian Army) para destruir uma ampla secção do hospital Al-Kindi, o mais antigo da cidade e especializado no tratamento do câncer. E esta sim que era a única estrutura do género em Aleppo.

Apesar do ataque ter acontecido em Dezembro de 2013, até hoje permanece ignoto o número das vitimas: os poucos media que tentaram aprofundar a notícia falam genericamente de “dúzias” de mortos.

Ipse dixit.

17 Replies to “Síria: a estranha história do último pediatra de Aleppo”

  1. Este, um post de excelência, Max! Um dos mais significativos que escrevestes e, que acredito, deve dar trabalho para checar informações controversas.
    Cada vez mais acredito em nada que me chega aos ouvidos/leitura procedente de lugares tão distantes, culturas outras que não a minha, porque sei que a mentira, a difamação, o exato contrário dos protagonismos, é uma constante, fazendo parte da estratégia geral de dominação do chamado ocidente no resto do mundo.
    E digo cada vez mais porque o que se sente na carne e no exato agora reverbera com mais intensidade sobre a interpretação que se possa fazer ou a veracidade que se possa atribuir ao que se passa longe.
    Pergunto aos comentaristas de ii (uma verdadeira plêiade, que até o Max já reconheceu), quantos de vocês sabem que nos últimos dias um monte de estradas e ruas de grandes cidades brasileiras foram barradas por pneus incendiados pelo MST (nas estradas) e pelo MSST (nas cidades) tentando evidenciar descontentamento pelas iniciativas do governo provisório do Brazil (é assim que passo a chamar o país onde nasci)? Quantos de vocês sabem que em Porto Alegre, na Avenida Ipiranga, quase em frente a RBS, sucursal das organizações Globo, os manifestantes contra a orgia de mentiras da mídia foram recebidos pela cavalaria da Brigada Militar desembanhando sabres (eu disse, sabres, espadas) e investindo contra a população civil? Quantos de vocês sabem que um dos novos ministros corruptos do Brazil, Alexandre Moraes (sobre quem pesa mais de 30 homicídios) afirmou que incendiar pneus é atividade de guerrilha e criminosa, e portanto os terroristas serão enquadrados devidamente? Quantos de vocês sabem que falar mal contra políticos na internet pode ser denunciado a partir de agora ao SNI e sofrer detenção? Quantos de vocês sabem que pessoas abertamente contrárias ao Brasil Brazil começam a sofrer acidentes estranhos seguidos de morte pelo país afora?
    Quando tudo isto acontece e uma paz de cemitério começa também a ecoar por toda a mídia nativa, eu quero reiterar a importância deste tipo de trabalho feito em ii para que as pessoas não digam algum dia: Mas, que horror, eu não sabia…

    1. @maria
      Eu sabia/sei pela midia "alternativa". Mais, a coisa é ainda pior ainda mas vou refrear os ímpetos pois estão e só dois dos meus melhores "amigos de sangue" a morar aí(e não querem confusões nenhumas, nem eu quero criar).
      Sim já aconteceu recentemente com um familiar meu, descanse em paz.
      Fico por aqui…

      Nuno em relação ao brazil passo a anónimo futuramente.
      Abraços
      ps: Já repararam que na imprensa estrangeira ninguém vos leva a sério.
      Isso é para consumo interno pois fora daí quanto mais se vai sabendo maior o descrédito.

    2. Sim … por aqui é como se não se passasse nada
      Não fazia ideia que as coisas tinham chegado a esse ponto. Notava-se sem dúvida uma sede de vingança ressabiada (rançosa) aprisionada e desejosa pelo dia de se libertar. Há videos desse acontacimento ? Talvez fosse uma boa iniciativa colocar essas acontecimentos no dominio publico. Um site por exemplo. Agora que já atinjiram o seu objectivo vão fazer tudo para que a coisa amaine mas a opção e exigir novas eleições.
      Aos que viram o perigo que ai vinha digo ,teem a minha solidariedade, aos tolos que foram na conversa so tenho a dizer que pelo andar das coisas daqui a 6 meses já vão andar a ganir bem arrependidos da porcaria que arranjaram.

  2. "Quando tudo isto acontece e uma paz de cemitério começa também a ecoar por toda a mídia nativa, eu quero reiterar a importância deste tipo de trabalho feito em ii para que as pessoas não digam algum dia: Mas, que horror, eu não sabia…" (grato a Maria)

    Jogo duríssimo caros amigos. O 4º reich avança ao passo de ganso. Imaginem o que ainda vem vindo aí..

    Por Professor Dr. Heleno/UNB, via whatsapp
    "Hoje o INSS se acabou. Passou a pertencer ao Ministério do Desenvolvimento Agrário visando à privatização da Previdência Social cuja parte lucrativa será vendida pelo Ministério da Fazenda às seguradoras internacionais, representadas no Brasil pela Globo.
    Os pobres (INSS) ficarão com as políticas focais mínimas preconizadas pelo BIRD junto aos muito pobres, agricultores, pescadores e outros não passíveis de venda. Políticas sociais como essa das pessoas com deficiência são de futuro incerto.
    Entregaremos nosso relatório de validação a tempo e nesse novo contexto – Previdência fatiada para vender seguradoras à classe média no Ministério da Fazenda e o INSS sucateado gerenciando políticas focais para pobres.
    A Classe média vai amargar e pagar seguros privados para lembrar com amargura do quanto era ruim o INSS e o quanto será desgraçado o futuro privado. Como a Controladoria Geral da União foi extinta hoje por decreto todos poderão roubar em paz.
    Ninguém vai mais incomodar e os TCUs poderão se dedicar a perseguir professores de universidades federais cujos trabalhos tiverem dificuldade de provar que compraram uma resma de papel.”

    (****)

    O medo mata o amor.
    Meditemos limpando estas escravagistas memórias ancestrais que nos atravancam o progresso da caminhada.

    Fiquemos expertos, fiquemos conscientes.
    Na paz da gratidão ao Informação Incorreta,
    inté!

    1. Deixa eu ver se li corretamente

      INSS pertence agora ao Ministério do Desenvolvimento Agrário?
      Putz!!!
      Caro Max

      Excelente Post!!!

  3. Olá Richard: está havendo uma dança de ministérios e secretarias que aparecem em um dia e desaparecem no outro. A última notícia é que o INSS foi parar na Fazenda para o Meireles (que só aceitou com carta branca para mandar em mais de 50 instituições fundamentais, tipo Banco do Brasil, Banco Central, BNDS e por aí vai) poder terceirizar com mais facilidade. Tudo é fluido. O ministério da cultura desapareceu e reapareceu como secretaria não sei do que. Aí convidaram a Marília Gabriela para posar de secretária. É jornalista e apresentadora inteligente, não ia se sujar e não aceitou. Tem muita gente que não aceita os convites, talvez isso interfira na criação-desaparecimento-recriação. O Temer despacha a toda velocidade no Planalto coisas incríveis como submeter ao parlamento o desaparecimento de licença ambiental para qualquer coisa, e o parlamento aprova de madrugada, e já sai no Diário oficial da União. Enquanto isso a Dilma carrega 25 pessoas de confiança para o Alvorada, carrega arquivos essenciais das atividades do seu governo e aparece inaugurando obras importantes estrategicamente como acionar turbinas de hidroelétricas gigantes e partes da transposição do rio S. Francisco. Dir-se-ia simplesmente: essa desgraça transformou o país num manicômio.

    1. Olá Maria

      Entendo que está havendo uma dança de ministérios e secretárias, mas INSS com Desenvolvimento Agrário é exagero por parte do comentarista.
      E com relação ao que a Dilma e seu séquito estão fazendo, se a constituição permite, vão aproveitar ao máximo.
      Enfim, a ultima noticia, plantada ou não, é que Dilma estás a pensar em fazer o mesmo que Collor, mas temos que aguardar.
      Att
      Richard

  4. Olá Nuno: sim, aparece alguns vídeos e fotos, alguns desaparecem por encanto. Há também problemas com os blogueiros da informação alternativa. Alguns recebem ameaças, especialmente aqueles que embora bons investigadores, não têm um séquito de advogados a protegê-los, são blogues de tamanho médio, digamos, e feitos por iniciativa e financiamento pessoal. Com os grandes, tipo Conversa Afiada ou Nassif on line, que já congregam grandes equipes, gente com condições de pagar escritórios de advogacia famosos e muito competentes, por agora não está havendo problemas, a não ser os habituais processos na justiça, que eles acabam ganhando a maioria.

    1. Olá Maria, boa noite.
      fui eu que escrevi o comentario ao qual estas a responder.
      A ideia era colocar esses videos e sitios fora do youtube , serem enviados para pessoas fora do Brasil por email ou outra forma para serem publicados salvaguardando quem esta ai no Brasil.

      EXP001

  5. Oi EXP001: me desculpa a confusão causada por ter o Nuno avisado que passava a falar de Brazil como anônimo.
    Sim, comecei a fazer parte de uma rede com algumas pessoas que conheço de longa data, e uma das pretensões é reunir algumas coisas muito extremas, cuja denúncia no exterior pode ajudar, e canalizá-las para interlocutores que desejem se envolver. Nos anima o fato de que Venezuela mandou retirar o embaixador no Brazil, El Salvador e Uruguai estudam o mesmo, Equador, Bolívia, Cuba e até Chile protestaram veementemente. Mas principalmente Rússia e China estudam levar a discussão para os demais países Brics no sentido de não reconhecer o governo provisório. Os tribunais internacionais também estão sendo acionados, embora eu pessoalmente não vejo grande efeito. Em todo caso a imprensa internacional está acompanhando e, embora não registre a repressão que ocorre, registra as absurdas medidas de desmonte do Estado brasileiro e alinhamento imediato com os interesses do império do caos.

    1. Não vão reconhecer pura e simplesmente. E qual é o vosso principal parceiro comercial: China.

      https://en.m.wikipedia.org/wiki/New_Development_Bank

      Isto é uma guerra comercial.
      O império do caos está endividado e não falta muito bum!
      http://www.usdebtclock.org/
      O que estão a fazer é uma alternativa ao swift, já está a começar, o Pedro-dólar não sei mas parece que sao os chineses os maiores clientes e decerto não será em dólares (ver acontecimentos relacionados com 11 de setembro / Arábia) aqui:
      http://mobile.nytimes.com/2016/04/16/world/middleeast/saudi-arabia-warns-ofeconomic-fallout-if-congress-passes-9-11-bill.html?referer=

      Interessante num gráfico aqui posto no ii Os credores do dito império ponzi.
      Só o dinheiro que esse país tem aí tira-o de qualquer crise (mas que crise? Até aqui que crise?

      https://en.m.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_external_debt
      Até Portugal e não temos cá circos canastroes desse tipo.

      e que disse acima;

      http://ticdata.treasury.gov/Publish/mfh.txt

      É mentira as instituições bancárias sim é que estão em crise e nós pagamos.
      Porque recentemente usamos o iban/swift na vez do nif? E quem ganha/ou com isso?
      É responder a estas pequenas perguntas e chega-se lá.

  6. O link é falso (grato Facebook por deixar mal + 1 vez)mas é para medir as águas.
    Vão ver se o cirque du vampire é mau, e como é, logo se verá não deve faltar muito.

Obrigado por participar na discussão!

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