Palestina: grandes vídeos, pequenos erros

Um vídeo difundido ontem pelo IDF, a Defesa Aérea de israel.
Trata-se das imagens da ofensiva israelita contra a Palestina.


  • minuto 0:07 o avião dispara um tiro de aviso para que os civis possam fugir e deixar que as suas casas possam ser tranquilamente destruídas.
  • minuto 0:15 os civis fogem.
  • minuto 0:20 alguns civis sobem até o telhado da casa. É a família Kaware e, por incrível que pareça, tentam defender a única coisa que têm: a casa.
  • minuto 0:30 acorrem outros vizinhos, ficam perto da casa para evitar que possa ser destruída.
  • minuto 0:37 última legenda: O IDF evita atingir a casa. Fim do vídeo.

Lágrimas e aplausos. Também a aviação de israel tem um coração.

Fim da história também? Não.
O que o IDF não mostra é o resto: a casa é atingida e morrem 7 pessoas e outras 25 ficaram feridas. Mas este é um pormenor que não fica tão bem num vídeo de propaganda. Por isso, melhor cortar antes.

Hoje o IDF admite: houve 8 mortos, entre os quais 6 crianças. Um erro, afirma o IDF. Ah, tudo bem, se for um erro não há problema, da próxima vez tentem ficar um pouco mais atentos, tá bom? Ainda bem que foram apenas 8 pessoas.

E que tal publicar agora o vídeo na integra, com o avião que atinge a casa e rebenta a família? Ou , pelo menos, retirar do ar o vídeo falso? Não?

Não faz mal, este é o vídeo que testemunha o que realmente aconteceu:

ATENÇÃO:
O seguinte vídeo contém imagens que podem ferir as pessoas mais sensíveis

Neste outro vídeo (também com algumas imagens que podem ferir a susceptibilidade do Leitor, além de ser um vídeo bastante longo) o ataque contra um bar numa praia onde as pessoas assistiam aos jogos do Mundial. Pois sabemos que as pessoas que observam os jogos do Mundial costumam ser todas terroristas. 67 mortos e 15 feridos.

Um outro erro? Não faz mal, da próxima vez tentem ficar ainda mais atentos, tá bom?
Acerca disso, estranhamente, nenhum vídeo ou comentário do IDF.

Entretanto,  segundo as últimas notícias, os mortos no decorrer do ataque israelita seriam até agora 78. Entre os quais há também o paramédico duma ambulância. Porque todos os paramédicos são terroristas na Palestina.
Ou terá sido um erro?

Ipse dixit.

Fontes: no texto.

7 Replies to “Palestina: grandes vídeos, pequenos erros”

  1. Olá Max: o que acontece faz já décadas com o povo palestino é a prova inequívoca que a humanidade que povoa este planeta não tem solução. E embora a "opinião pública" em geral desconheça a história e as reais dimensões da situação, o número dos que conhecem, como nós, e nada mais podem fazer a não ser divulgação, "informação incorrecta" dos acontecimentos, é cada vez maior. O que me aterroriza é a força do muro de impotência construído em volta dos conscientes. Abraços

  2. Hoje tentei ver o que as televisões dizião sobre isto (não vejo televisão). Na SIC, depois de mais de 30 minutos a falar de futebol e do BES, lá veio a noticia. Fiquei desiludido, cerca de 50/60 segundos (não contei mas, não foi mais que isto) de noticia e no fim um direto de Israel, com Henrique Cimerman, de não mais de 1 minuto. O que eu tirei desta noticia? Hamas ataquo Israel e não morreu nimguem, e Israel como resposta aos ataques matou 22 pessoas. Pelo meio da noticia de 50/60 segundos apareceu umas imagens editadas (já tinha visto as imagens NÃO EDITADAS na RT) e um senhor (que agora não me lembro do nome) que acho que era o presidente de Israel a acusar o Hamas de estar a cometer 2 crimes de guerra e mais o bla, bla, bla normal dos hipocritas.

  3. PARTE 1/3

    Com que direito ou moral a ONU QUE NÃO É DETENTORA DE TERRA NENHUMA NESTE PLANETA NEM EM OUTRO, se arroga na prepotência em dar terras que não são dela e já ocupadas há séculos, geração após geração (pouco importa o nome daqueles moradores, o fato é que já tinha gente morando lá) para judeus-MST?
    (MST: Movimento dos Sem Terra)

    Se os EUA queriam dar terras aos judeus-MST, que dessem algum dos seus estados como talvez a Flórida, o Texas, o Oregon. Ou por que a Inglaterra não deu alguns dos seus condados?

    Por que razão os palestinos (o nome dos moradores não importa, o fato é que já tinha morador lá e que não tem nada a ver com algum suposto infortúnio dos judeus-MST) deveriam reconhecer o Estado desta gente invasora? Imaginemos o Brasil sendo invandido por alguma nação MST e ser obrigado a reconhecê-los como soberanos, como legítimos donos daquelas brasileiras terras invadidas? Por que motivo o povo e governo brasileiros deveriam reconhecer tal bizarra situação?

    Declaração Balfour não tem valor algum, pois que a Inglaterra saqueou do Império Otomano aquelas terras habitadas por séculos, pouco importa o nome dos antigos moradores. Tinha gente honestamente morando lá. A Inglaterra não tinha direito legal algum sobre as terras, pois não eram suas. E já haviam moradores lá há séculos. Caso alguém ache que aquele papelzinho tem valor, então seguindo na mesma lógica, vamos rascunhar alguma declação anti-Balfour e pronto, resolvido o imbróglio. Os judeus-MST precisarão sair de lá. Ou então, mediante este papelzinho anti-Balfour legitimamente pode-se invadir Israel e dá-la aos apaches, aos xavantes, aos palestinos, aos nepaleses expulsos pela China, aos cucalarachas, aos nóias, corintianos, flamenguistas etc. Por que não? Temos uma declaração à lá balfourdiana legitimando tudo, oras.

    O suposto Estado de Israel só se sustenta pelo terror, pelas armas, pelas bombas, pelo genocídio de seus verdadeiros e antigos donos/moradores (morto não fala e não reivindica) e pela manipulação/discriminação da mídia e do falsear/sonegar a história, e pela ignorância e preconceito da massa inculta e incauta que não entende nada e fica dando palpite.

  4. PARTE 2/3

    Tanto esse Benny Morris, Ilan Pappé, Avi Shlaim como os outros pseudo-revisionistas, se parecem agentes pega-trouxas criados pelo serviço de inteligência de Israel para distrair a opinião pública dos fatos verdadeiros, pois que todos eles pulam as partes super inconvenientes e sensíveis que poriam por terra toda esta falácia e desnudariam esse crime sobre o maior roubo de terras em pleno século 20 como se ainda vivéssemos no tempo das grandes navegações ou do faroeste onde o revólver era a lei. Só que hoje Israel não usa revólver. Tem caças F15, merkavá, + de 400 bombas atômicas (e não assina tratado de não-proliferação) etc contra estilingues, faixas e pedras.

    Por que toda esta impunidade com os atos criminosos dos judeus-MST? Simples. A religião do Holocausto. Com isso se sentem no direito de exterminar sem piedade quem se opuser legitimamente ou não no seu caminho. É fato.

    O mapa abaixo não deixa dúvidas de que isso é verdade e desmente o slogan papagaiado irracionalmente que "Israel tem o direito de se defender". O mapa mostra sem manipulação quem ataca (agride) e quem tenta se defender:

    http://www.orientemidia.org/a-situacao-das-criancas-na-palestina-ocupada/

    Como o lado de maior poderio bélico convencional e nuclear é inquestionavelmente de Israel, são os judeus os opressores, são os judeus que produzem terrorismo sobre os palestinos e não o inverso. Mas os crimes e a desproporcionalidade não ficam apenas no âmbito militar. No aspecto humano, os palestinos mal tem água, remédio ou comida que os judeus impedem que cheguem em quantidade e em tempo, cometendo mais crimes contra a humanidade, crimes hediondos, terrorismo de toda ordem, fome, miséria e desgraça para crianças, bebês, mulheres e anciões, todos indefesos. Os EUA doam US$ 8 BILHÕES/ano aos judeus, já os palestinos nem água tem direito. Quem é o opressor?

    O número de palestinos mortos por Israel está numa proporção de 100 por 1 judeu. A Faixa de Gaza é a região com a maior densidade populacional do planeta. Qualquer disparo que os judeus façam, terá necessariamente o tal "efeito colateral" de matar crianças e inocentes. Isso faz de Israel a grande criminosa e opressora neste conflito. Isso é matemática, ou vão dizer que a matemática é terrorista, antissemita?

    Outra artimanha que os judeus usam muito para desviarem o foco além dos "benny morris", dizem que Gaza é governada por fanáticos. Mas se você tivesse sua vida e sonhos arruinados, sua família morta, seus filhos pequenos assassinados, sua casa invadida, seus bens saqueados ou queimados e os sobreviventes amigos e parentes todos expulsos e achincalhados, você viraria um "fanático" ou sairia na boa, deixava tudo por isso mesmo? Qual dos 2 é o opressor?

  5. PARTE 3/3

    "Aldeias judaicas foram construídas no lugar de aldeias árabes. Você nem sabe os nomes destas aldeias árabes, e eu não o culpo porque nos livros de geografia já não existem … Não há um único lugar construído neste país que não tinha uma ex-população árabe ".
    Moshe Dayan, no Haaretz, 4 de abril de 1969.

    "Temos de fazer tudo para garantir que eles (os refugiados palestinos) nunca retornem."
    David Ben-Gurion, em seu diário, 18 de julho de 1948, citado por Michael Bar Zohar "Ben-Gurion: o profeta armado", Prentice-Hall, 1967, p. 157.

    Quem é o opressor?

    Chamar o exército de Israel "Defesa" é ridículo. É uma das forças armadas mais agressivas e covardes do mundo e ainda vem dar palestra aos militares brasileiros, uma vergonha. IDF não, IAF sim.

    Invadem casas sem mandato judicial no meio da noite, tiram fotos de crianças para depois fazer terror psicológico, pressionam, ameaçam, tapas, urinam nelas, chantageiam, reviram quebrando móveis e eletrodomésticos nas residências de palestinos humildes e indefesos, sequestram e ainda aparecem pessoas defendendo isso dizendo que "Israel só se defende" e que a mídia é anti-Israel.

    Resumindo, Israel é a terra dos pés de barro e só se sustenta na base do terror, da mentira e da ignorância da maioria.

  6. Olá Carlos Cobalto: parabéns pela objetividade, precisão e pertinência do teu comentário, neste momento em que em Londres e outros lugares pessoas lúcidas e de boa vontade protestam contra o terrorismo israelense movido contra a terra palestina. Abraços

  7. Olá a todos
    Todo o mal cometido, toda a iniquidade, são atos desprovidos do aspecto criativo. É a mentira a apropriar-se do factual, do espontâneo, com a intenção de distorcê-lo e condicioná-lo de acordo com seu interesse. Mesmo que para isso, os acontecimentos, para que haja o componente "factual", precisem ser provocados. Algo visível precisa ser adicionado para que algum valor possa ser manobrado. Perpetua-se um girar sob as mesmas vibrações baixas. O movimento ascendente torna-se lento, ou estagnado. Com isso inventa-se o ódio, a intolerância e o desentendimento. Esta é a história das guerras, dos genocídios, e qualquer tipo de destruição cometida na nossa era.

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