Crise: as previsões de Wells Fargo

Um novo relatório dos economistas do banco Well Fargo analisa as 28 maiores economias em
desenvolvimento com base nos indicadores económicos que estão associados à crise financeira:

  • reservas em moeda estrangeira (em % do PIB)
  • taxa de câmbio real (variações em % desde o ano 2009)
  • crescimento do PIB (e evolução em % desde o ano 2009)
  • crescimento do crédito(ao sector privado, em % do PIB)
  • balança corrente (em % do PIB)

Teoricamente, os Países com baixas reservas de moeda, elevada taxa de câmbio, elevado crescimento do crédito, do PIB e deficits nas contas, tendem a ter maiores possibilidades de sofrer uma crise financeira.

Obviamente, a crise não é inevitável, mas o conjunto de condições representa um factor de risco, pelo que é melhor acompanhar a evolução destas economias ao longo dos próximos anos.
Eis a tabela que apresenta os resultados das análises: em primeiro lugar o País mais (virtualmente) exposto, a seguir os restantes em ordem decrescente.

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Vamos agora observar rapidamente os 12 Países que, segundo o estudo, são os mais vulneráveis ​​à crise financeira. Por cada indicador, os pesquisadores estabeleceram uma pontuação e a soma das várias pontuações fornece o total por cada País.

  • 1. Colômbia

reservas em moeda estrangeira : 24
taxa de câmbio real: 25crescimento do PIB: 16
crescimento do crédito: 25
deficit do Estado ( % do PIB) : 20
Pontuação Total: 110
  
A economia da Colômbia, embora cada vez mais diversificada, ainda depende fortemente das exportações do petróleo, tornando-a vulnerável perante as variações do preço do crude.

  • 2. Argentina

reservas em moeda estrangeira: 25
taxa de câmbio real: 27
crescimento do PIB: 21 
crescimento do crédito: 22
deficit do Estado: 14 
Pontuação Total: 109 

A Argentina passou por crises financeiras recorrentes nas últimas décadas, apesar da rica base de recursos naturais e uma grande economia industrial.

  • 3. Indonésia

reservas em moeda estrangeira: 21
taxa de câmbio real: 17
crescimento do PIB: 20
crescimento do crédito: 24
deficit do Estado: 22
Pontuação Total: 104 

Indonésia passou por muitas reformas financeiras nos últimos anos e em 2009 juntou-se a China e a Índia como os únicos membros do G20 que cresceram. No entanto, o País é assolado pela pobreza, o desemprego, a corrupção e as infra-estruturas deficientes.

  • 4. Turquia

reservas em moeda estrangeira: 20
taxa de câmbio real: 4
crescimento do PIB: 22
crescimento do crédito: 26
deficit do Estado: 28
Pontuação Total: 100 

Os sectores industriais e aquele dos serviços da Turquia estão cada vez mais na liderança da economia, embora a agricultura ainda seja responsável por 25 % do emprego. 

  • 5. Brasil

reservas em moeda estrangeira: 13
taxa de câmbio real: 23
crescimento do PIB: 12
crescimento do crédito: 27
deficit do Estado: 21
Pontuação Total: 96 

Os sectores económicos do Brasil quais agricultura, mineração, manufactura e serviços fazem do País o mais “substancial” da América do Sul.

  • 6. Peru

reservas em moeda estrangeira : 6 
taxa de câmbio real: 20
crescimento do PIB: 25
crescimento do crédito: 16
deficit do Estado: 25
Pontuação Total: 92 

A economia do Peru, apoiada pelos recursos minerais, tem vindo a crescer a uma taxa média anual de 6,4% desde 2002.

  • 7. Chile

reservas em moeda estrangeira: 14 
taxa de câmbio real: 19
crescimento do PIB: 17
crescimento do crédito: 15
deficit do Estado: 24
Pontuação Total: 89 

As matérias primas são responsáveis por cerca de três quartos das exportações chilenas, enquanto as exportações totais representam cerca de um terço do PIB.

  • 7. Índia

reservas em moeda estrangeira: 15 
taxa de câmbio real: 6
crescimento do PIB: 23
crescimento do crédito: 18
deficit do Estado: 23
Pontuação Total: 85 

A inflação dos alimentares atingiu a Índia este ano, com um aumento no preço da cebola (um alimento básico no País) de 322 %.

  • 9. México

reservas em moeda estrangeira: 18
taxa de câmbio real: 13 
crescimento do PIB: 14
crescimento do crédito: 21 
deficit do Estado: 16 
Pontuação Total: 82 

O presidente Enrique Peña Nieto tem realizado uma reforma estrutural da economia e aumentou a competitividade do novo governo do Partido Revolucionário Institucional (PRI).

  • 10. Egipto

reservas em moeda estrangeira: 27
taxa de câmbio real: 22
crescimento do PIB: 5
crescimento do crédito: 9
deficit do Estado: 18
Pontuação Total: 81 

A instável situação política do Egipto, desde Janeiro de 2011, atingiu gravemente o turismo, os sectores manufactureiro e aquele da construção.

  • 11. Paquistão

reservas em moeda estrangeira: 26 
taxa de câmbio real: 21
crescimento do PIB: 11
crescimento do crédito: 8
deficit do Estado: 15
Pontuação Total: 81 

Com uma luta política constante e o investimento estrangeiro fraco, o Paquistão tem tido um desenvolvimento de baixo perfil, com um crescimento médio de 3 % por ano a partir de 2008-2012.

  • 12. África do Sul

reservas em moeda estrangeira: 23 
taxa de câmbio real: 14
crescimento do PIB: 4
crescimento do crédito: 12
deficit do Estado: 26
Pontuação Total: 79 

A África do Sul tem uma indústria de mineração de grande porte e é o maior produtor de platina, ouro e cromo do planeta.

Mais nada?
Mais nada, juro.

Ipse dixit.

Fonte: Wells Fargo – Developing Economies and Crisis Vulnerability (ficheiro Pdf, inglês)

2 Replies to “Crise: as previsões de Wells Fargo”

  1. Olá Max:desta forma enterram uma nação cada dia que passa mais.E ainda criticam o Lula que, capitalisticamente, criou condições de possibilidade para que milhões de "formigas consumistas potenciais" tivessem um dinheirinho para comer 3 refeições por dia, e pela primeira vez na vida pisar num shopping ou num aeroporto, fazendo funcionar a economia. Abraços

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