Acerca do futuro (porque o mundo não pára)

Os recentes episódios no Brasil, tal como a vida política geral no mundo ocidental, oferecem matéria
para algumas considerações. Primeira entre as quais: a divisão entre Direita e Esquerda.

A posição deste blog acerca disso é bastante clara, foi debatida em muitos artigos e pode ser resumida na seguinte forma: acordem, sff.

Porque não é difícil entender qual a nossa realidade: atirados ora para as teorias “conservadoras” (aspas necessárias), ora para as progressistas (sempre com aspas), ficamos refém dum jogo auto-alimentado que oculta a verdade e que impede ultrapassa-la.

É curioso realçar como esta dicotomia Esquerda-Direita seja praticamente desconhecida no vizinho mundo árabe, substituída por uma leitura mais ou menos ortodoxa dos princípio religiosos. No máximo, é possível encontrar indivíduos ou grupos mais abertos em relação aos “valores” (aspas, outra vez) ocidentais, mas mais do que isso não. Em qualquer caso: o marxismo presente no mundo árabe é fruto duma exportação ocidental, não duma génesis autoctona.

Este simples facto deveria fazer reflectir acerca do real papel da cor partidária no nosso sistema, seja ele ocidental ou “em desenvolvimento”: quem despreza a religião, na maior parte dos casos acaba por abraçar um credo político, onde também é possível encontrar dogmas, mistérios e nem faltam milagres.

Fazendo força nesta básica necessidade humana, os poderes conseguem controlar não apenas as economias mas até as nossas próprias vidas, ditando os ritmos duma “evolução” social que cada vez mais parece uma marcha atrás (involução). E não adianta constatar como estes poderes utilizem levianamente as forças de Direita ou de Esquerda para atingir os próprios fins (pois os tais poderes não são nem conservadores nem progressistas): a maior parte das pessoas continuará a escolher um lado e acusar o outro.

Mas se fosse possível ultrapassar o restrito raciocínio Direita-Esquerda, qual poderia ser um lógico caminho?

Democracia Directa? Ora essa…

Este blog já apresentou a noção de Democracia Directa.

A Democracia está longe de ser perfeita, mas actualmente é difícil apresentar uma alternativa melhor. No entanto, o nosso actual sistema, definido como Democracia Representativa, é uma fase histórica de passagem entre o poder exercitado por um restrito grupo social (nobreza, clero) e uma realidade onde as escolhas possam ser efectivamente tomadas de forma democrática, isso é, tendo como base uma força decisional mais ampla.

O Comunismo vê nestes tempos a dominação da burguesia, pois na altura em que a teoria viu a luz era aquela a classe dominante e a Esquerda não conseguiu acompanhar o passar da estações. De facto, a Democracia Representativa evoluiu no sentido duma elite de poder formada por uma classe política expressão da antiga burguesia coligada à nova nobreza, formada pelo 1% da humanidade que detém 99% das riquezas globais.

Dito de outra forma, a Democracia Representativa criou um círculo, de acesso restrito, que não está disposta a largar o comando e que tende a cristalizar a própria posição (com o Globalismo), impedindo também qualquer evolução no sentido realmente democrático. Pelo contrário: a ideia é restringir cada vez mais os instrumentos ao dispor do cidadão para poder intervir na vida político-económica, seja no sentido local, seja num plano mais geral.

A boa notícia? É esta: o plano é destinado ao fracasso. Não vamos aqui analisar as causas deste inevitável falhanço (peguem num bom livro de História se for o caso): vamos, pelo contrário, ver quais as possível fases sucessivas.

Uma fase que já é possível vislumbrar é aquela da Democracia Directa (DD).
Muito curiosos: Quando comecei a falar de DD, aqui no blog, apresentava este como um sonho longínquo, uma espécie de Santo Graal. Depois algo aconteceu: Primavera Árabes, Turquia, Brasil. Sabemos que no caso das revoluções árabes, estas foram devidamente “comandadas” do exterior. Dúvidas existem no caso da Turquia e ainda mais no caso do Brasil.

Mas, seja como for, mostraram qual o peso das redes sociais na vida real. E talvez o melhor exemplo neste sentido pode ser encontrado aqui, em Portugal: a maior manifestação popular (Setembro do ano passado) foi organizada de forma espontânea através das redes sociais. Da mesma forma, as manifestações em Espanha basearam-se sempre nas redes sociais: Soros, que estúpido não é, tentou controlar (com a “ajuda” aos movimentos) mas não organizou algo que tinha tido uma origem autónoma e independente.

A verdade é que a realidade vai muito mais depressa do que as nossas teorias. E internet, que actualmente tem o preponderante papel de controle (em particular acerca do mundo da informação alternativa), no futuro poderá ser algo mais do que isso. Muito mais. 

A DD possibilitada pela Internet não estará relacionada apenas com as eleições (já há eleições “informatizadas”), mas terá como objectivo uma nova centralidade do cidadão na sociedade. Consequência: as actuais organizações políticas e sociais serão desconstruídas, algumas até irão desaparecer. A democracia representativa, este sistema onde nós elegemos alguém que “decide por nós”, vai perder significado.

Cultura? Tecnologia? Ahi que horror!

Uma revolução tecnológica ou antes cultural? Não sei. Neste caso parece quase que a tecnologia fornece

A DD possibilitada pela tecnologia muda a natureza dos políticos, por exemplo, que assumem o papel de porta-voz e já não o de “elite”: a tarefa é desenvolver o programa eleitoral e manter os seus compromissos, pena a apresentação imediata das responsabilidades. As escolhas deverão ser feitas a partir do baixo, por parte dos cidadãos: é importante, neste sentido, realçar como o conceito de liderança estará em causa: Occupy Wall Street, por exemplo, cunhou para si o neologismo leaderless,  sem líder. Mas as mudanças serão mais profundas: será preciso rever a arquitectura constitucional como um todo em função da democracia direta.

Uma política baseada num não-lugar, o espaço virtual da net, sem uma relação com o território físico?
A internet não substitui o lugar físico, mas amplia o espaço real. Ao longo dos anos, aumentou a assim chamada “realidade aumentada” (smartphones, tablets e, agora, os absurdos óculos da Google), que permite ter em tempo real as informações sobre tudo o que nós rodeia, independentemente do nosso posicionamento.
os instrumentos para que haja uma mudança nos hábitos culturais, um pouco na senda de quanto acontecido com as máquinas na Revolução Industrial. A realidade obriga a procurar novas respostas, mas ainda não estamos preparados, nem sequer para aceitar uma revolução que já está entre nós. Por isso, muitas vezes, não é compreendida ou é banalizada.

E se o Leitor acha isso um factor de secundária importância, pode reflectir acerca do seguinte ponto: já participou num forum online? Num chat? Numa rede social? Ou alguma vez leu um blog, com os respectivos comentários? A rede permite que grupos com interesses semelhantes partilhem conhecimento em todo o mundo, entrem em contacto, divulguem notícias em tempos muito curtos. As discussões na Net têm uma dimensão antes inimaginável no mundo real, ligam entre elas pessoas que vivem em todos os cantos do planeta. Só por este facto, internet ganha um lugar na História. Mas o que interessa neste âmbito é: tudo isso é já realidade, não é ficção científica, acontece perante os nossos olhos.

Quem escreve (eu!), deixou o seu País por causa de internet, depois transferiu-se em Portugal sempre via intenet e agora escreve num idioma não seu para pessoas que vivem em lugares que nunca visitou. A Microsoft deveria fazer-me uma estátua. E ainda acham que não há nada de novo no ar?

Problemas, sempre problemas…

Voltemos ao discurso principal: tudo muito simples, então?
Nem por isso, porque:

  • Internet ou a DD não resolvem todos os problemas
  • Os poderes fortes tentarão impedir o desenvolvimento.

Existem problemas reais para os quais não temos ainda soluções: a escassez dos recursos, por exemplo, é um destes e não pode ser ignorado. Mesmo que, como vimos, o petróleo não esteja prestes à acabar, não é um recurso ilimitado. E não há só o petróleo que preocupa: há a água também, as terras raras, a poluição (que existe além do alegado aquecimento global).

Depois há os poderes fortes, que existem e que cedo ou tarde tentarão implementar um cada vez mais rigoroso controle no mundo digital. Neste âmbito é este o argumento que mais interessa. Por enquanto o controle é fraco, quase tangencial: internet serve, permite a recolha de dados pessoais, tem um natural papel de controle quando o assunto forem as notícias e o mundo da informação alternativa. Mas isto não é suficiente, pois já vimos como há ocasiões em que  meio informático pode ser utilizado contra o sistema. Por enquanto em âmbitos extremamente limitados, verdade, mas é uma questão de tempo.

Neste aspecto, não podemos esquecer de como internet possibilita dois extremos: a democracia directa, com a participação colectiva e acesso à informação não mediada, ou uma ditadura neo-orwelliana, na qual pensamos estar livres enquanto inconscientemente obedecemos às regras ditadas pela organização superior. Nada de ilusões: pode ser que ambos estes cenários se tornem realidade.

Claro, é muito mais provável que o controle total da informação (até de carácter pessoal) seja implementados em regimes ditatoriais ou semi-ditatoriais, e que a democracia directa seja desenvolvida nas democracias ocidentais. Mas uma possibilidade não exclui a outra e este é o maior perigo do ponto de vista da liberdade. Não um perigo apenas do futuro, mas do presente também.

O risco é real. Facebook, Google e outros gigantes da web sabem muito de nós, demais: os nossos gostos, as nossas amizades e ainda mais. Estas informações podem ser utilizadas para vários fins, não só para propor produtos ou serviços. Os recentes acontecimentos dos EUA devem fazer reflectir.

O cemitério do passado

E o velho discurso? Esquerda? Direita?

O Capitalismo não morre com internet e é óbvio que tentará explorá-la para obter o máximo lucro. No entanto, não será esta a tendência de longo prazo por uma razão muito simples: na Rede as ideias valem mais do que o dinheiro. Um exemplo, quase banal até agora, são os softwares livres, que permitem baixar da Internet milhares de aplicações, ou o copyleft (o oposto do copyright) de obras literárias, vídeos, fotos, músicas, que permite a utilização sem custo.

Tudo isso implica, como é lógico, um novo conceito de propriedade, até aqui inexplorado.

Vais ser um caminho complicado, sem dúvida, e não vão faltar derrotas e retrocessos, além dos perigos já evidenciados (que, lembro mais uma vez: são bem reais!). Mas é algo que não pode ser parado. E não importa qual a vossa fé política: a Direita não conseguirá parar a História e a Esquerda terá que substituir Marx com um manual de programação, pela simples razão que as ideias fixas e imutáveis encontram espaço só no cemitério do passado.

Vivemos uma época única, uma altura de grande transformação: boa ou má, é o que temos e não podemos ter a arrogância de adaptar a realidade às nossas ideias. O risco é o de ficar num mundo nosso, imaginário e cheio saudosismo.

Ipse dixit.

Algumas leituras caso a ideia seja aprofundar o discurso:

  • Steven Johnson: Emergence: The Connected Lives of Ants, Brains, Cities, and Software (2001)
  • Duncan Watts: Six Degrees: The Science of a Connected Age (2003)
  • Howard Rheingold: Smart Mobs, The Next Social Revolution (2002)
  • Malcolm Gladwell: The Tipping Point: How Little Things Can Make a Big Difference (2000)
  • Lawrence Lessig: Free Culture – How Big Media Uses Technology and the Law to Lock Down Culture and Control Creativity (2004)
  • Albert-Laszlo Barabasi: Linked: The New Science of Networks (2002)

O livro de Lawrence Lessig, Free Culture, foi publicado com uma Licença Creative Commons e pode ser legalmente descarregado em português neste link (formato Pdf)

11 Replies to “Acerca do futuro (porque o mundo não pára)”

  1. Ahhh…Max: como eu gostaria de confiar que democracias diretas digitais estão em curso pelo mundo!!
    Infelizmente, meu otimismo anda em baixa.Os acontecimentos próximos de mim me escancararam uma internet como dispositivo de poder de grupos que apresentam e fazem parecer realidades fraudulentas como se fora a realidade inteira de uma nação. Vi acentuar-se o ódio e o desconhecimento como produtos, e não a polêmica saudável e a busca do bem comum. Vi todos iguais, com discursos aparentemente diferentes, ou seja a uniformização do comportamento (nem posso falar em pensamento), no lugar da diversidade de idéias, iniciativas e estratégias.E sei que a internet, pelo menos no Brasil, é um espaço de poucos, embora generalize-se a ideia que ela é instrumento de uso geral.E hoje, especialmente, estou deplorando tudo isso, porque acabamos aqui em casa de tirar a Mariazita, com 6 anos, participando de uma passeata organizada pelos professores do coleginho que ela frequenta, pondo as crianças nas ruas, com cartazes copiados do programa televisivo da Ana Maria Braga, sem saber o que estão reivindicando, e porque,nem elas, nem seus professores. Gravei entrevistas com toda gente…só para guardar para um futuro, onde a pequena Maria poderá ouvi-las, e nada mais. Abraços

  2. Olá Maria!

    O Brasil não fica de fora deste futuro. Partiu com atraso, por óbvias razões, mas tem tempo para recuperar e já está no bom caminho. Se este futuro for bom ou mau…não sei. Só sei que se nada for feito por nossa parte, depois não haverá possibilidade de queixa. Até agora tem sido esta a atitude geral.

    Doutro lado, é verdade que quando alguém sair para a rua, logo é rotulado de golpista. Nem passa pela cabeça de ninguém que possam existir reais razões de queixas, aliás, estas são ignoradas. Se os protestos forem contrário à nossa fé política, tudo tem que ser "sujo", "manipulado", "falso".

    Neste sentido, gostei da decisão de Dilma. "Maquiavélica"? Talvez. Mas poderia ter agido de forma diferente: escolheu ouvir, acho meritório.

    Se as manifestações (e realço: "se") foram organizadas pela Direita e se isso pode trazer um ganho para o cidadão comum, qual o mal? É mal ter mais médicos? É mal utilizar os lucros do petróleo para a educação, em particular num País como o Brasil?

    Se este for o começo do futuro, estou de acordo contigo: é o caso para ficarmos preocupados.

    Grande abraço!!!

  3. Maria

    Este teu relato sobre a passeata de crianças, organizada por professores (de uma pequena comunidade) me deixou chocado (mas não surpreso), quando uma pessoa como você que tem uma vasta experiência da história de nosso país e também uma grande vivência internacional relata uma coisa desta, isto só vem a confirmar toda a manipulação que está sofrendo a maioria do povo brasileiro.

    Veja também o que fizeram em Porto Alegre:

    http://www.burgos4patas.blogspot.com.br/2013/06/nao-passe-aqui-espaco-sagrado-ou-privado.html

    Infelizmente o blog do Max atualmente está povoado de asseclas do Olavo de Carvalho, basta ver os tipos de comentários citando trechos de discurso do Olavo de Carvalho, e desqualificando o verdadeiro sentido da ideologia Socialista.

    Um grande abraço minha amiga

  4. Pois Burgos,

    mas sabes como é: vendi Informação Incorrecta à media golpista de Rede Globo, por isso tenho que escolher cuidadosamente os comentaristas.

    Doutro lado, a Globo ofereceu-me feijões pretos de graça e eu gosto de feijões pretos.

    Fico contente por ver que afinal não era um adeus. No dia em que conseguirás livrar-te da fé política que te obceca, será possível voltar a falar de forma construtiva, como nos bons velhos tempos.

    Até lá terei que suportar estas tuas incursões que têm como óbvias finalidades:
    1. insultar-me
    2. convencer uma Leitora e amiga a mudar de rumo
    3. recolher alguns Leitores para o teu blog
    4. fazer propaganda política.

    Poderia simplesmente apagar? Poderia, mas não vou fazê-lo. E se reflectires, dado ser tu uma pessoa inteligente (apesar da teimosa tentativa de demonstrar o contrário), podes até perceber qual a razão.

    Abraço!

  5. Max

    Já fazia quase um ano que não comentava em seu blog, e já te disse as razões.

    1- Nada do que disse em meu comentário para a Maria houve qualquer insulto a você.

    2- Nesse quase um ano que não comentava em seu blog, em NENHUM momento tentei fazer quem quer que fosse migrar para o meu blog, muito menos a Maria. Jamais sería mal caráter como você está me acusando.

    3- Quanto ao link que coloquei de meu blog foi exclusivamente para a Maria em razão de ela ser Gaúcha, nada mais que isso. Podería ter colocado o link original, não o fiz para que a Maria visse as imagens do ocorrido. Quanto a tua acusação de que estou tentando convencer a tua leitora amiga para que mude de rumo, sería subestimar a nossa inteligência. Aa propósito não tenho interesse em colecionar estatíticas pois mantenho o meu blog por diletantismo.

    4- E para que saibas, também nunca fiz propaganda política para ninguém em teu blog e em nenhum outro, as minhas manifestação estão adstritas tão somente ao campo da argumentação, quanto aos seguidores de Olavo de Carvalho foi apenas uma constatação.

    Você pode apagar este meu comentário? Até pode, mas não irá fazê-lo, pois sei que você é inteligente. A recíproca é verdadeira.

    Abraço

  6. Max,
    "Depois algo aconteceu: Primavera Árabes, Turquia, Brasil. Sabemos que no caso das revoluções árabes, estas foram devidamente "comandadas" do exterior. Dúvidas existem no caso da Turquia e ainda mais no caso do Brasil."
    Você sabe bem qual é o padrão do império terrorista, se não são eles que iniciam uma uma conflagração, são eles que atiram gasolina na fogueira por meio da mídia corrupta e vassala. Perca uma fração de seu precioso tempo e leia o texto baseado no Wikileaks.
    Inté

    http://www.apublica.org/2012/06/revolucao-a-americana/

  7. Olá Gilson!

    Mas eu não duvido de que a Direita aproveitou-se das manifestações. Em lugar nenhum deste blog é possível encontrar uma minha afirmação neste sentido.

    Mais: ficaria particularmente surpreendido se assim não fosse, pela simples razão que estas coisas acontecem não apenas no Brasil mas em todo o mundo.

    Alguém pode ter dúvidas acerca disso? Eu não.

    O que digo é algo diferente, mas que parece ter passado totalmente despercebido, apesar de ser bastante simples: na base das manifestações há ou não há razões válidas?

    É verdade ou não é verdade o proposto aumento dos transportes públicos?

    É verdade ou não é verdade a falta de pessoal médico nos hospitais?

    É verdade ou não é verdade que o governo de Lula (Dilma está aí para levar na cabeça) empenhou-se numa série de despesas astronómicas ligadas aos eventos desportivos, quando sabemos que no Brasil há bem outras prioridades?

    Se isso for verdade, qual a nossa atitude? Negamos tudo porque a Direita aproveitou-se da situação? É esta a escolha?

    Ou não será um excelente ocasião
    para emendar alguns recentes erros e melhorar as condições de vida de boa parte da população? Os bons políticos ao apenas aqueles que nunca erram e nunca reconhecem os erros?

    Ou, dado que as reivindicações são apoiadas pela Direita, temos que negar a possibilidade de melhorar as condições de vida dos cidadãos?

    Gilson, você segue-me há muito tempo, praticamente desde o início: sabe qual a minha posição política. É muito simples: não tenho política, desprezo as ideologias, independentemente das cores delas.

    Ser acusado agora de favorecer um dos dois lados (e o lado da Direita!) parece-me…nem sei o que dizer.

    O que conta, para mim, é a possibilidade de melhorar as condições de vida, nossas, vossas, de todos. E se uma ideia for boa, não vou abdicar dela só pelo facto de ser "de Direita" ou "apoiada pela Direita". Este é um desporto que deixo para os fieis da ideologias (não estou a referir-me a si).

    Gilson, muito simpaticamente: quer convencer-me de que estamos perante duma Primavera Brasileira? Você sabe como trabalho: fontes, sff.

    Nada de fontes? Então temos teorias. E aqui o limite é a fantasia.

    Grande abraço para Gilson!!!

  8. Max, tudo bem?

    Estou sumido dos comentários… foquei muito em "despolitizar" brasileiros no facebook. Também me preocupa muito o radicalismo e a visão limitada das pessoas "politizadas" e, pior ainda, as que estão se tornando agora…

    Óbvio que as direitas tentam tirar proveito da situação… criticar governo… criticar povo… sabotar… óbvio que as esquerdas tentam tirar proveito da situação… desfilar com bandeiras… apoiar… sabotar… tudo para se manter o status quo.

    Não tem jeito. Já disseste que gosta de futebol e não sabe (e não quer) se livrar desse "vício". É o sentimento do novo e velho politizado… não querem se livrar disso, mesmo quando vêem o horizonte…

    Participei da passeata em Londres… estimulei… motivei… com a esperança de ser contagioso… dos Beppe Grillos daqui aproveitarem o embalo e voltarem às primeiras páginas…

    Enfim… passagem rápida aguardando mais notícias européias… entendo seus relatos brasileiros e a tentativa de não exprimir opinião direta, aguardando os imputs brasileiros… porém, apesar de muita qualidade em alguns comentários, me assusta a paranóia… o medo da ditadura militar por um lado… ou o medo da ditadura comunista pelo outro… depende do time que a pessoa joga… complicado…

    PS: será que dessa vês o Berlusconi se vai? 🙂

    [ ]s

  9. Olá Max, a idéia é muito boa, diria até necessária e consequencia natural dos acontecimentos, o dinheiro social também.

    A filosofia nos mostra que a Teocracia é a única forma de governo capaz de promover o desenvolvimento do ser, detalhe que o único país que seguiu por essa trilha foi invadido e dominado.

    No caso da DD, as pessoas tem que ter uma educação "preventiva" ou a média prostituida sempre desviara e manipulara conforme os interesses dos sempre dominantes e não chegaremos a lugar algum. Assim era na Grécia Antiga quando inventaram essa tal democracia, os ditos democratas eram pessoas com cultura e não assistiam novela nem Big Brother.

    Talvez esse seja o ato final daqueles que criaram esse sistema baseado na competição, onde assumirão definitivamente o comando criando a tal Nova Ordem Mundial.

  10. —>>> O contribuinte não pode andar constantemente a correr atrás do prejuízo: BPN, PPP's, etc, etc, etc.
    !!!…DEMOCRACIA SEMI-DIRECTA…!!!
    .
    Dito de outra forma:
    -> Não sejas cúmplice dos 'Políticos Carta Branca': os políticos que querem carta branca para continuar a estoirar milhões e milhões em endividamento…
    -> Apoia os 'Políticos Disponíveis para serem Fiscalizados' pelo contribuinte: "O Direito ao Veto de quem paga".
    .
    .
    .
    —> É uma 'regra' da democracia:
    – Um ministro das finanças que dê abébias a certos lobbys tem a vida facilitada… pelo contrário, um ministro das finanças que queira ser rigoroso, tem de enfrentar uma (constante) tempestade política.
    —> Mesmo depois de já terem sido estoirados mais de 200 mil milhões em endividamento… os 'Políticos Carta Branca' querem estoirar mais: eles continuam a falar em mais e mais despesa… NÃO ENQUADRADA na riqueza produzida!?!?!
    -> Mais, para os 'Políticos Carta Branca' já se vislumbra uma luz ao fim do túnel: "implosão da soberania, ou o caos" – federalismo…
    .
    .
    —> Por um sistema menos permeável a lobbys, os 'Políticos Disponíveis para serem Fiscalizados' pelo contribuinte farão uma gestão transparente para/perante cidadãos atentos… leia-se, são necessários melhores mecanismos de controlo… um exemplo: "O Direito ao Veto de quem paga" (vulgo contribuinte): ver blog 'fim-da-cidadania-infantil'.
    .
    .
    .
    O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
    -> Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!

  11. Caro Max,
    Acredite, "precioso tempo" foi escrito sem um bitizinho sequer de sarcasmo ou ironia ou provocação. Foi somente o impulso de dispor uma fonte crível sobre o modus operandi do terrorismo americano. E nem é novidade, na prisca história do império um dos presidentes decretou: A América para os americanos.Não me surpreenderia que a atualização da sentença seja O planeta para os americanos.
    Não creio em "primavera". O capital vai bem obrigado e a canalha bancária bate palma e pede bis. Por quê promover convulsão social?
    A convulsão interessa a direita de olho nas eleições presidenciais do ano que vem. É simples, assim.
    Abraços e inté
    Gilson

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