Como é que os empreendedores, os industriais, os “capitalistas” medem a competitividade dos trabalhadores?
É importante perceber isso. Estamos no meio duma crise, os trabalhadores têm fazer o papel deles para tornar os Países mais competitivos. Portugal, por exemplo, não é competitivo. Pelo menos, assim é dito.
Pena que não seja verdade: Portugal é competitivo. Muito competitivo.
Possível? Não apenas possível mas até confirmado pelos dados oficiais fornecidos.
Os dados são aqueles do European Round Table of Industrialists, a Mesa Redonda Europeia dos Industriais. Façam atenções aos nomes: não falamos aqui de qualquer desconhecido sindicalista à procura de notoriedade. Falemos do ponto de vista dos “patrões” (para usar um termo querido aos esquerdistas), dos dados deles.
Dados que ninguém conhece porque não difundidos.
- 0.73 Dinamarca
- 0.72 Reino Unido
- 0.71 Bélgica
- 0.70 Áustria
- 0.69 França, Suécia, EUA, Holanda, Portugal, Italia
- 0.68 Espanha
- 0.66 Grécia
- 0.65 Alemanha
- 0.61 Irlanda
Só como curiosidade, olhem onde ficam os assim chamados PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha).
Ipse dixit.
Fontes: Paolo Barnard, Digital Ink, Attitudes to Work – European Round Table of Industrialists (ficheiro Pdf em inglês)
olá Max: muito…muiito interessante divulgar, mas é de se esperar tais resultados.
Quanto custa um trabalhador? Quanto maior o nível de exploração do trabalho, penso que menos custe um trabalhador, porque menos se paga pelo trabalho, menos condições satisfatórias para trabalhar, menos responsabilidades pela saúde física e mental, moradia etc.
Quanto produz numa hora de trabalho? Quanto mais medo de perder o emprego ( o que chamam de competitividade), quanto mais dependência a família do trabalhador esteja sujeita ao que ele ganha, quanto mais "devoção" ao que lhe é exigido (trabalho de relações públicas na empresa, como chamam), e como se lhe determina( menos escolhas e mais ritmos), obviamente mais produção.
Aqui não se está a falar em empreendimentos de trabalho coletivo,grupal ou individual, onde realmente os envolvidos sejam "donos" do trabalho e das consequências dele, mas das situações "normais", onde os empreendedores empreendem o melhor uso possível dos que garantem a produção.Então, nessa relação de altos índices de produção "competitiva" com menos custo, era de se esperar que os países onde menos se valorize o trabalhador, tenham altos índices da tal competitividade no trabalho, calculadas desta forma.Gostaria de saber as estatísticas do terceiro mundo e da China, por exemplo,a ver se este meu raciocínio tem alguma procedência. Abraços
Então…
"olá Max: muito…muiito interessante divulgar, mas é de se esperar tais resultados.
Quanto custa um escravo? Quanto maior o nível de exploração do trabalho, penso que menos custe um escravo, porque menos se paga pelo trabalho, menos condições satisfatórias para trabalhar, menos responsabilidades pela saúde física e mental, moradia etc.
Quanto produz numa hora de trabalho? Quanto mais medo de perder o emprego ( o que chamam de competitividade), quanto mais dependência a família do escravo esteja sujeita ao que ele ganha, quanto mais "devoção" ao que lhe é exigido (trabalho de relações públicas na empresa, como chamam), e como se lhe determina( menos escolhas e mais ritmos), obviamente mais produção.
Aqui não se está a falar em empreendimentos de trabalho coletivo,grupal ou individual, onde realmente os envolvidos sejam "donos" do trabalho e das consequências dele, mas das situações "normais", onde os empreendedores empreendem o melhor uso possível dos que garantem a produção.Então, nessa relação de altos índices de produção "competitiva" com menos custo, era de se esperar que os países onde menos se valorize o escravo, tenham altos índices da tal competitividade no trabalho, calculadas desta forma.Gostaria de saber as estatísticas do terceiro mundo e da China, por exemplo,a ver se este meu raciocínio tem alguma procedência. Abraços
Cara Maria, peço perdão por usar seu texto sem sua permissão. É que não resisti observar quanto o uso de uma palavra pode mostrar a inutilidade das estatísticas quando se trata de desvalorizar a humanidade como ser criativo para o seu próprio bem como um todo e não para o bem da desumana, ou inumana? casa grande antropofágica e sua eterna e vasta senzala. Como "eles" gostam de dizer entre uma garfada e outra em seus suntusos banquetes; "O ser humano é mero valor de troca, coisa.
Sinto muito, me perdoe, vos amo e sou grato.
Não te haver com este assunto, mas dado o tipo de tema do site acho importante deixar aqui esta informação.
Há algum tempo atrás soube através de pessoas, inclusive que trabalham para a PSP, que esta está a ver alguns dos sues poderes a serem passados para a GNR… passo necessário quando se pretende ter uma ditadura… Hoje fiquei espantado ao ler no jornal destak que a GNR formou cerca de 1700 interlocutores, pessoas que serão intermidiários entre a população e a GNR… parece-me aqui que talvez outro nome que se pode dar as estes será de "informadores"… necessário sempre que se pretende controlar o povo, de outra forma para é que precisamos que civis ou disfarçados venham a ser intermediários da GNR?
Parece-me que os próximos tempos vão ser duros…
Estes dados são muito interessantes e reveladores da competitividade ( detesto esta palavra) dos portugueses.
Isto claramente à custa dos baixos salários.
Diz a Wikipédia: 'A competitividade é frequentemente vista no contexto da economia de mercado. Neste sentido, a competitividade empresarial significa a obtenção de uma rentabilidade igual ou superior aos rivais no mercado. Se a rentabilidade de uma empresa, numa economia aberta, é inferior à dos seus rivais, embora tenha com que pagar aos seus trabalhadores, fornecedores e accionistas, a médio ou longo prazo estará debilitada até chegar a zero e tornar-se negativa.'
Posto isto, resulta desta definição, que não está má de todo, que a competitividade será sempre um factor de pressão sobre as economias forçando a uma constante baixa de salários, a não ser que o desenvolvimento tecnológico compense a custo da mão-de-obra.
De qualquer modo, e com a dinâmica avassaladora do mercado globalizado, a pressão negativa sobre os salários terá uma tendência crescente.
Isto leva a uma questão fundamental: Com a baixa de salários generalizada que é a tendência actual, teremos uma redução da capacidade de aquisição dos bens e serviços produzidos, ou seja, menos compradores.
A consequência lógica, será um crescente no numero de insolvências e desemprego. Tem-se um ciclo vicioso que só poderia ser de certa forma resolvido, através de um processo inverso ao que está actualmente em curso.
Implementação de medidas proteccionistas, politicas cambiais mais favoráveis, e claro está, aumento dos salários e do investimento publico (endividamento). Mas o que se está a fazer é o contrário.
Se calhar estou a ver mal o problema.
abraço
krowler
Krowler,
Estás a ver muito bem o problema, e o curioso, é que hoje em dia ainda é o oposto do que se pratica em Portugal, que se ensina em qualquer universidade de gestão/economia do mundo….
Que é o que referiste no final do teu comentário e eu reforço com a possibilidade de emitir moeda, com o Euro não temos hipótese…
Zarco
Zarco,
Tambem acredito que com o euro não temos hipotese.
abraço
krowler