A Alemanha e o vício antigo

Ok, a palavra faz um certo efeito, sobretudo porque é utilizada no caso de algo que se passa na Alemanha, mas não está totalmente desproporcionada. A palavra é “deportação”.

Mas de quem? Dos idosos.
A usa-la é o diário britânico The Guardian, num artigo que faz luz sobre as reais condições de vida no País considerado como um exemplo no âmbito da União Europeia. Vamos ver o que isso significa.

Um número crescente de idosos doentes alemães são enviados para o estrangeiro para serem submetidos a tratamentos de longa duração em lares ou centros de reabilitação. A iniciativa, que tem visto milhares de aposentados mudar para a Europa Oriental ou a Ásia, tem sido fortemente criticada por parte de organizações que tratam de bem estar e de direitos humanos.

Mas porque os velhotes são “deportados”? Por causa do aumento dos custos e da diminuição dos cuidados na Alemanha.
A população envelhece, os custos sociais crescem, e se o lema for “austeridade” (com os relativos cortes) o dinheiro não dá para todos. Então, tal como as empresas são deslocadas na tentativa de baixar os custos, da mesma forma os velhotes são enviados para o estrangeiro para poupar.

Actualmente, cerca de 7.000 idosos encontram-se em abrigos da Hungria, 3.600 na República Checa e na Eslováquia; várias centenas em Espanha, Grécia, Tailândia ou Filipinas.

The Guardian falou com muitos deles, os quais afirmam não estarem nada satisfeitos: de facto foram forçados a seguir esta opção com extrema relutância, não se fala aqui de pessoas abastadas que escolhem clínicas no estrangeiros.
E este é apenas o início: várias empresas especializadas na área abriram filiais nesses Países para estipular acordos com o sistema de saúde alemão de saúde e “receber” assim os velhotes enviados para os tratamentos.

As associações alertam: os idosos muitas vezes abdicam do tratamento, os que aceitam ficam em lugares distantes, com línguas diferentes, longe da própria casa, do bairro. E tudo em nome da poupança do Estado.

Este é o resultado das políticas de Angela Merkel, este é o doentio projecto chamado União Europeia.

Ipse dixit.

Fonte: The Guardian

6 Replies to “A Alemanha e o vício antigo”

  1. A alemoada atropela tudo e todos. Felizmente estamos longe dos tentáculos da Sra. Merkel, aqui no Brasil. Cuidado, irmãos portugueses.

  2. olá Max: como se as condições de tratamento de saúde nos países citados (leste europeu,países asiáticos etc…) fossem melhores que a do país de origem (se ao menos mandassem para Cuba…). Como se alguém já debilitado pela idade avançada, e pelas doenças, tivesse chance de melhoria em um lugar que não é o seu de origem, longe de amigos e parentes. Isso é apenas "seleção natural" posta em prática, a lei do sucesso do mais forte, levando os idosos à morte. Isso é apenas um dos efeitos da sociedade de consumo; logo as coisas e as pessoas deixam de "servir", e são portanto, descartáveis, como o são as crianças pobres, os bichos abandonados, os muito pobres ou muito alucinados, os que não consideram isso uma coisa natural.
    Abraços

  3. Caro Regis, infelizmente estamos mais perto dos tentáculos deles do que você possa imaginar. Já estão por aqui invisibilizados, pela mídia faz tempo. É questão de "bola da vez"… Eles são muito disciplinados, não querem cometer os "enganos" cometidos na época do 3º REICH.

    Cara Maria,que alma bela a sua. Lamento, são "fazendeiros" criadores do gado humano para abate, O SISTEMA É PSICOPÁTICO, ESCRAVAGISTA, ALIENÍGENA, INUMANO, ANTROPOFÁGICO & CORRUPTO POR NATUREZA. SÃO DIABÓLICOS. Nunca desliguemos nossos detectores de mentiras. Ninguém virá nos salvar…
    Vos amo. Sinto muito, sou grato.

  4. Os humanos são cada vez mais 'commodities' ou seja, mercadorias.

    Como disse o Aldo Luiz, estão mesmo a aprimorar o estilo.

    Este caso da deportação dos idosos alemães não conhecia, mas na logica pura do capitalismo faz todo o sentido.

    Tudo em nome da nova religião chamada – Redução de custos.

    abraço
    krowler

  5. De facto Maria, a palavra "descartáveis" descreve bem como a sociedade funciona.
    É usar e deitar fora.

    Vivemos em sociedades onde se sabe o preço de tudo e o valor de nada.
    O dinheiro garante a sobrevivência e fala sempre mais alto quando chega à hora de tomar decisões.

    Quanto à Alemanha… há sempre uma grande diferença entre as aparências e a realidade.
    Quando as coisas parecem muito perfeitas… salta sempre "um esqueleto do armário".

    Abraço
    Rita M.

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