Derivados? Mas “quantos”?

Eis um post comprido. No sentido que tem muitas imagens.
A pergunta é: quanto é o total dos derivados no mundo?
É muito, muito dinheiro.

Mas o que significa “muito”?
Eis uma breve apresentação que tenta visualizar o “quanto”.
E reparem: trata só dos Estados Unidos…

(Um agradecimento particular para Sergio U.!!!)

Comecemos com o motor do mundo: o Dólar.

Juntamos algumas notas e teremos:

10.000 Dólares. Dá para comprar um carro. Mas não queremos mais, não é?

100.000 milhões de Dólares. Isso sabe bem: são muitos carros. E talvez uma casinha. Uma boa casinha.
Ainda uma pequeno esforço e…

1 bilião de Dólares? Wow…escreve-se assim: 1.000.000.000.
Mas podemos acrescentar ainda alguns zeros. Desta forma podemos obter 1 trilião:

 
1 trilião…como se escreve? 1.000.000.000.000.
Muito dinheiro. Talvez demais.

Comparamos com os 2 milhões que ficam no camião: faz uma certa impressão.

Cada “cubo” são 1 milhão de Dólares. Por isso, multiplicamos o cubo 100 vezes para obter uma torre de 1 trilião. São 142 metros de altura.

Será que alguém pode ter tanta dívida assim? Um banco, por exemplo?
A resposta é : não.

Pois a dívida é bem maior.

 

Banco Mellon de New York: 1.375 triliões. Um pouco mais do que 1 trilião, isso é, uma torre mais qualquer coisa. Trocos.

É muita dívida. Pelo menos assim parece. Mas há quem consiga fazer melhor.

State Street Financial? 1.390 triliões.

Estamos sempre no âmbito do trilião mais qualquer coisa. Não é aqui que moram os profissionais da dívida.

Este são aprendizes.

Um dia, que sabe, poderão alcançar os primeiros lugares, mas por enquanto têm que contentar-se com uma torre (o trilião) e qualquer coisa.

Morgan Stanley: 1 trilião mais trocos, quase 2 triliões.
Temos que apreciar o esforço, afinal demora uns tempinhos conseguir uma dívida assim, mas falta alguma coisa…

Wells Fargo: 3.332 triliões.

E aqui o empenho é evidente. Os rapazes da Wells Fargo encontraram o caminho certo: longe do trilião mais trocos, podem orgulhar-se duma dívida que já atinge os 3 triliões mais trocos.

Pensem bem: são mais de três torres. Estas são satisfações.

HSBC: 4.321 triliões.

Cada vez mais: aqui estamos perante quatro torres mais trocos.

Maior do que a Estátua da Liberdade. O mesmo comprimento dum campo de futebol.

É bonito, não há dúvida.

Goldman Sachs: 44.192 triliões.

Aqui começa o Olimpo dos Grandes Devedores.

Gente que pode olhar o resto da Humanidade de cima para baixo. São os melhores e sabem de sê-lo. São tão bons que as torres têm o dobro de altura: cada uma tem uma altura de 248 metros e vale 2 triliões de Dólares.

Em baixo podem ver a Casa Branca e a Estátua da Liberdade.
Anões.

Bank of America: 50.135 triliões.

São 50 torres, cada uma de 248 metros.
Já começam a faltar as palavras.

Citybank: 52.102 triliões de Dólares.

52 torres, cada uma com 2 triliões. Podem pôr em fila a Casa Branca, um campo de futebol mais um de futebol americano. E ainda sobra espaço.

Será possível ir além?

JPMorgan Chase: 70.151 triliões.

Meus senhores, este são os Deuses da dívida: 70 torres de 2 triliões de Dólares. Não há ninguém melhor da JPMorgan Chase.

Nem parece um banco, parece uma autêntica empresa especializada em produção de dívida. É a especialidade deles.
Há quem faça sandes, quem cortinados. JPMorgan Chase não: simplesmente faz dívida.

 Agora tentamos reunir todas as dívidas dos principais 9 bancos americanos. O resultado é este:


Exacto: são 228.72 triliões de Dólares.
Isso significa que os 9 maiores bancos dos Estados Unidos têm uma dívida capaz de formar 114 torres, cada uma das quais alta 248 metros e cheia de Dólares.

Tanto para ter uma ideia, no pequeno círculo vermelho podem ver as dimensões dum homem.
É o climax da dívida, um dos pontos mais elevados alguma vez alcançados pela espécie humana.

Agora, são uma dúvida: quem irá pagar todas esta dívida?
Não estarão a pensar nos mesmos que a contraíram, não é?

Ipse dixit.

Fonte: Demonocracy.info

7 Replies to “Derivados? Mas “quantos”?”

  1. 'Quem irá pagar toda esta dívida?'

    Esta e facil: Sao os mesmos do costume

    Aqueles que:
    – Nao se importam de ficar sem o subsidio de ferias e de natal
    – Nao se importam de ficar sem o emprego e viver na miseria
    – Nao conseguem pagar mais a casa ao banco e tem de a entregar
    – Tem de pagar cada vez mais impostos em nome da divida
    – Recebem todas as privaçoes com a maior das passividades
    – Aqueles que nao merecem o ar que respiram
    – Aqueles cuja qualidade como pessoas e como cidadaos e tao baixa, que merecem tudo aquilo atras descrito e muito mais

    Lamentavelmente alguns que deveriam ficar fora deste filme, irao pagar junto com os outros.

    Krowler

  2. incrivel, de facto… muito interessante… aprendo…. sinto algum receio pelo futuro… e gosto muito da informação que Voçe, Max, nos traz a tantos… e deveriam ser mais… deixo um bitaque… a tradução nos gráficos tem inconsistencias com o original… que confirmou as minha impressão quando li o post… parabéns… o Valor deste blog na minha Vida é maior do que voçê pode imaginar, caro Max…
    Manuel Olissipo

  3. Mais uma vez Max, na mouche…para quem ainda acredita que a crise da dívida tem a ver com os países e não com os derivados, este post é bastante elucidativo.

    Um abraço

  4. Max, eu não sei mas quem vê isto, e eu vira a mesma alusão para a dívida dos EUA, que tem uma ordens de grandeza a menos, fica a pensar se não devia gastar as pequenas poupanças a comprar ouro… Quer dizer, estes vampiros não temem o Sol?

  5. Boa pergunta!

    Acho que os credores são em maioria os próprios políticos. Só isso explica o fato de eles não quererem que os bancos quebrem em hipótese alguma. A Grécia pode quebrar, a Espanha também, mas os bancos não. Por quê? Ora, se os bancos quebrarem, eles ficarão sem seus créditos, não? Para mim, tudo não passa de números. Esse dinheiro não existe no mundo real. E esses números só existem enquanto os bancos também existirem.

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