Síria: caso ainda haja dúvidas…

Ainda dúvidas acerca de quem está a combater na Síria?
Eis a ajuda do New York Times: e as dúvidas desaparecem…

De acordo com funcionários dos serviços secretos árabes e norte-americanos, agentes da CIA estão a operar no sul da Turquia para decidir quais guerrilheiros podem receber armas, através da fronteira, para lutar contra o governo sírio.

As autoridades falam em metralhadoras, granadas, munições e algumas armas anti-tanque que passam através da fronteira com a Turquia com uma rede de intermediários, incluindo a Irmandade Muçulmana, Arábia Saudita e Qatar.

Um alto funcionário americano disse que agentes da CIA entraram no sul da Turquia há várias semanas, em parte para manter as armas fora das mãos dos guerrilheiros aliados à Al-Qaeda ou outros grupos terroristas. A Administração Obama afirma que não está a fornecer armas aos rebeldes, mas também reconhece que os Países que fazem fronteira com a Síria teriam feito isso.

Os esforços dos ilegais da intelligence é o exemplo mais detalhado e conhecido do suporte Americano na campanha militar contra o governo sírio. Também é parte da tentativa de Washington de aumentar a pressão sobre o presidente sírio, Bashar al-Assad, que recentemente aumentou a repressão mortal contra os civis e as milícias que combatem o seu poder. Com a Rússia, que coloca o próprio veto a uma fase mais agressiva contra o governo Assad, os Estados Unidos e os seus aliados têm preferido recorrer à diplomacia e apoiar os esforços dos aliados, armando os rebeldes para forçar a Assad a deixar o cargo.

Com o fornecimento para os rebeldes, os operacionais da intelligence americana na Turquia esperam aprender mais sobre a crescente rede de opositores na Síria e estabelecer novos laços com eles. “Os agentes da CIA estão no lugar e tentam buscar novas fontes e novas pessoas para recrutar”, diz um oficial da intelligence árabe regularmente informado pelos colegas americanos.

Funcionários norte-americanos e veteranos da CIA afirmam que a Administração “está a considerar ajuda adicional para os rebeldes, como o fornecimento de imagens de satélite e outros detalhes sobre a posição e a movimentação das tropas do governo sírio. Dizem que a Administração está a ponderar a possibilidade de ajudar a oposição para formar um serviço secreto rudimentar, mas ainda não tomou qualquer decisão sobre essas medidas ou acerca de tornar a ação mais agressiva como o envio directo de agentes da CIA na Síria.
[…]

O Departamento de Estado autorizou 15 milhões de Dólares em ajuda não-letal, tal como suprimentos médicos e equipamentos de comunicação para os grupos de oposição na Síria.

O Pentágono continua a desenvolver uma série de operações militares, a pedido de Obama no início de Março para o planeamento de emergências. Martin E. Dempsey, presidente do Joint Chiefs of Staff (Estado-Maior Conjunto, ndt), disse aos senadores que as opções consideradas incluem pontes aéreas humanitárias, a vigilância aérea do exército sírio, e a criação de uma zona de exclusão aérea.

Além disso, os militares têm elaborado um plano de como as tropas da coligação devem proteger os estoques de armas químicas e biológicas na Síria, caso uma verdadeira guerra civil ameace a segurança.

Mas altos funcionários do governo têm enfatizado nos últimos dias que a opção militar não é considerada. “Nesta altura, qualquer coisa acerca da Síria seria hipotético em casos extremos”, disse aos repórteres o general Dempsey.

Desde Março, o que mudou é o fluxo das armas e de munições aos rebeldes. De acordo com os membros do Sirian National Council e outros ativistas, os ataques aéreos cada vez mais ferozes visam combater as forças rebeldes, cada vez mais armadas e coordenadas.

Esses ativistas disseram no mês passado que veículos do exército turco entregaram armas anti-tanques perto da fronteira, donde a seguir foram contrabandeadas para a Síria. A Turquia tem repetidamente negado e tem afirmado que estavam apenas a enviar ajuda humanitária para a oposição, em grande parte nos campos de refugiados perto da fronteira. Mas os ativistas afirmam que os Estados Unidos tinham sido consultados sobre a transferência de armas.

Bastante claro, não é?

Ipse dixit.

Fonte: New York Times

8 Replies to “Síria: caso ainda haja dúvidas…”

  1. Há uma coerência assustadora na política externa do governo de Obama. Está sempre do lado errado. Exemplo triste é o apoio dos EUA aos rebeldes da Síria. Ora, não me entenda mal. Sempre fui um crítico firme de Bashar al-Assad e seu pai tirano antes dele. Mas, no Oriente Médio, a escolha é muitas vezes entre o ruim e o pior. E, o que é previsível, Barack Obama escolheu o pior ao ficar do lado dos rebeldes islâmicos radicais contra o ditador autoritário com abundantes erros pessoais. Assad fará com que o atual governo pareça um benevolente quadro de estabilidade em comparação. A Síria abriga uma das maiores populações cristãs do Oriente Médio. Em grande parte isso se deve à crise de refugiados cristãos que foi provocada principalmente devido às turbulências no Iraque desde que os EUA interviram ali. Embora Assad seja um governante ruim, ele tem demonstrado tolerância para com as minorias religiosas, inclusive cristãs. Aliás, o próprio Assad, um alawita, é parte de uma minoria religiosa. Mas se o governo de Assad cair, a população cristã na Síria sofrerá um genocídio. Aliás, a rebelião que está se agravando já está custando caro para os cristãos sírios. Isso me faz sofrer, pois sou descendente de cristãos que fugiram da Síria e do Líbano há muito tempo, quando radicais islâmicos ganharam mais e mais influência. Os radicais islâmicos que formam a vanguarda dessa rebelião estão forçando os cristãos a fugir de seus lares enquanto avançam e intensificam sua luta para derrubar Assad. Pelo menos 9 mil cristãos da cidade síria ocidental de Qusayr foram forçados a buscar refúgio depois do ultimato de um chefe militar local da oposição armada. Há relatos de que algumas mesquitas da cidade anunciaram dos minaretes: “Os cristãos devem abandonar Qusayr dentro de seis dias”. Dois padres católicos que fugiram de Qusayr confirmaram para a agência noticiosa que ouviram o ultimato “com os próprios ouvidos” repetido dos minaretes. “A situação é insustentável na região e exposta à total desordem legal”, fontes da Fides no local dizem. Eles também temem que o destino dos cristãos em Qusayr possa afetar os 10 mil crentes que vivem em outras vilas na região. As regiões controladas pela oposição estão testemunhando o surgimento de formas radicais do islamismo sunita com extremistas que não estão dispostos a viver em paz com os cristãos. Muitas dessas gangues e grupos armados operam de forma independente do Exército Sírio Livre, que oficialmente rejeita tais tipos de discriminação contra as minorias. Duas gerações do governo de Assad têm garantido um governo secular na Síria, protegendo os cristãos de discriminação e garantindo seus direitos. Na semana passada, um grupo armado arrombou e profanou a igreja católica grega de Santo Elias em Qusayr. “É a primeira vez no conflito em andamento que tal episódio ocorreu, em que símbolos sagrados foram deliberadamente atingidos”, uma fonte local disse para Fides. Uns 2 milhões de cristãos compõem cerca de 10 por cento da população da Síria com a maioria pertencendo à denominação da Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia. Uma situação semelhante já se desenrolou no Iraque, onde a violência fez com que mais da metade do 1 milhão e meio de cristãos iraquianos fugisse desde o começo da invasão liderada pelos EUA em 2003. Mais de 70 igrejas sofreram ataques a bomba no Iraque durante os oito anos passados. Um dos incidentes mais sérios ocorreu em outubro de 2010, o chamado Massacre do Domingo Negro, quando terroristas abriram fogo numa missa na Igreja Católica, matando 53 cristãos assírios. Depois da queda de Hosni Mubarak no Egito, cerca de 10 mil cristãos foram forçados a abandonar tudo. O problema é que os cristãos não têm nenhum lugar para ir no Oriente Médio. Embora a Jordânia seja ainda hospitaleira, poderá logo ser o próximo dominó a cair para a revolução da Irmandade Muçulmana que está varrendo a região — com o apoio do governo de Obama…

    Fonte: http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/perseguicao-anticrista/13181-o-que-fazer-em-relacao-a-siria.html

  2. Enquanto isso no Paraguay "La embajada" conta com o apoio irrestrito do latifundiários ligados ao interesse de Monsanto e Syngenta para dar o golpe transgênico.

  3. Max, antes de mais parabens pela vitória da Itália. Eu estava a torcer pela Squadra Azurra. Deu-me um especial prazer ver a Alemanha a andar dali para fora.

    Sobre a questão da Siria, pormenores á parte, tudo tem a ver com o caminho para a invasão do Irão. 'The Path to Persia' como eles lhe chamam. Com aviões Turcos a passear nos ceus da Siria à espera de um missil, ou com outros malabarismos quaisquer, eles vão ter de arranjar um pretexto para a invasão. O Assad têm os dias contados. Continuo na expectativa sobre a posição da Russia nesta história.

    abraço
    Krowler

  4. Sobre o comentário anterior, desculpe sair do assunto, mas acho muito importante as pessoas verem esse tipo de questionamento e informação.

    obrigado
    abraços

  5. Lolol…obrigado pelos parabéns, mas eu não fiz nada…eu bem queria jogar uns minutos contra a Alemanha, mas não deixaram. Vou tentar contra a Espanha 🙂

Obrigado por participar na discussão!

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