O Grupo dos Trinta – Parte II

Segunda e última parte do artigo dedicado ao Grupo dos Trinta.

O resultado de quanto dito até aqui: a oportunidade de entender e controlar a destrutividade dos Derivativos apresentou-se no início da década dos Noventa. O Grupo dos Trinta foi o principal actor na operação para tornar inútil qualquer tentativa de trazer sob controle público estes assassinos financeiros, cujas consequências bem conhecemos.

Vamos ver alguns dos nomes.
Apenas alguns, é suficiente.
São estas as pessoas que arruinaram a vida de centenas de milhões de famílias, milhões de empresas, das democracias dos principais Países ocidentais, para não mencionar os horrores do Terceiro Mundo e o Ambiente.
Estes senhores (não sozinhos, claro, há outros também) criaram e defenderam um dispositivo termonuclear fora de controle hoje representado por 650.000.000.000.000 de Dólares de Derivativos que pode arrasar o planeta.
Este senhores perpetraram um golpe financeiro único na História.

Paul A. Volcker presidente da Federal Reserve (o banco
central dos EUA), mas também homem da Chase Manhattan Bank.
Lord Richardson of Duntisbourne, governador do Banco Central da Inglaterra, mas também homem da Lloyds Bank.
Jacob A. Frenkel, governador do Banco Central de israel, mas também homem da Merrill Lynch International.
Geoffrey Bell, Ministro do Tesouro da Grã-Bretanha, também director da Schroders.
Domingo Cavallo, que foi Ministro da Economia da Argentina, pai do terrível desastre económico no País do Sul América.
Gerald Corrigan, Presidente da Federal Reserve Bank de New York, mas também Managing Director da Goldman Sachs e da Morgan Stanley.
Guillermo de la Dehesa, Governador do Banco Central da Espanha, Ministro das Finanças, mas também banqueiro do Banco Santander Central Hispanico e da Goldman Sachs.
Armínio Fraga Neto, Governador do Banco Central do Brasil, mas pago também pela Solomon Brothers NY e Soros Fund Management.
Toyoo Gyohten, Ministro das Finanças do Japão, mas também executivo do Bank of Tokyo.
Gerd Hausler, governador da Bundesbank (o banco central alemão), mas também no Dresdner Bank.
Mervyn King, governador do Banco da Inglaterra.
Jacques de Larosière Conseiller, governador do Banco Central da França, também executivo-chefe do BNP Paribas.
William McDonough, do Departmento de Estado dos Estados Unidos, pago também pela First National Bank of Chicago. 
Tomasso Padoa-Schioppa, Comissão Europeia, vice-director da Banca d’Italia, BCE, FMI e Bildberg.
Lawrence Summers, Secretário do Tesouro dos EUA, fiel do grupo Bilderberg. 
Jean-Claude Trichet, ex governador do Banco Central Europeu mas também Ministro das Finanças francês e parte do Grupo Bilderberg.
Axel A. Weber, presidente da Bundesbank, mas também membro do Conselho Europeu do Risco Sistémico e Conselho de Estabilidade Financeira e presidente do banco UBS.
Adair Turner, presidente da Autoridade de Serviços Financeiros da Grã-Bretanha, vice-presidente do banco Merrill Lynch Europa. 
Gerd Häusler, que trabalhou no Relatório de Estabilidade Financeira Global, no Fórum de Estabilidade Financeira, Director do Instituto de Finanças Internacionais em Washington e mesmo do grupo de consultoria financeira Lazard.
Mario Draghi, Governador do BCE.
Paul Krugman, economista.

Paul Krugman???
Com certeza, meus senhores: porque o facto duma pessoa saber qual o caminho certo não significa que depois não possa seguir o caminho mau (“façam como eu digo mas não como eu faço…”).

Aqui não se fala de conflitos de interesse bilionários, aqui fala-se dos mestres das finanças globais, dos mais importantes bancos centrais do mundo, de gigantes do sector bancário, de especulação global e dos maiores controladores do mesmo, tudo envolvido numa amálgama obscena.

Este é o Grupo dos Trinta, a lobby que ajudou deforma decisiva a provocar este cenário assustador, esse nível de criminalidade internacional. Trinta indivíduos em rotação, mas apenas trinta.
Coisas reais, tragicamente verdadeiras como verdadeiro são os nomes aqui apresentados.
Por cada um dele seria preciso preencher páginas e páginas.

Há os nomes de quem deveria ter controlado a finança, criado segurança, construído barreiras legais para proteger o resto da sociedade.
Há os nomes de quem elaborou relatórios públicos que diziam “está tudo bem” quando, na mesma altura, cuidava dos próprios interesses nas instituições privadas.

Para ler o todos os nomes dos actuais membros do Grupo dos Trinta e ver as caras deles também é possível aceder ao site do Grupo (pois tem um site, porquê esconder-se?): Group of Thirty.

E nada mais.

Ipse dixit.

Relacionado:
O Grupo dos Trinta – Parte I

Fontes: Paolo Barnard, Group of Thirty

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