Não uma notícia mas um “jogo”.
Imagine o Leitor um cenário altamente improvável, praticamente impossível, que serve apenas para expressar as ideia acerca da natureza do Homem e o seu relacionamento com a comunidade.
O cenário é este: depois dum terremoto devastador, no coração do Oceano Atlântico aparece uma faixa de terra, uma grande ilha, aproximadamente duas vezes Portugal.
A morfologia da ilha é caracterizada por extensas planícies e colinas, atravessada por rios e é rico em água doce.
Depois da surpreendente aparição, vários Estados reivindicam a propriedade, cada um explicando as suas razões: Estados Unidos, Argentina, Brasil, México, Cuba, Espanha, Marrocos, Portugal e até a Rússia.
A situação é única, e, claro, um acordo não é encontrado: também é discutida uma possível divisão da nova terra, mas mesmo aqui as dificuldades são muito grandes para chegar a um compromisso que possa satisfazer todos.
Enquanto isso, os anos passam, as colinas são enriquecidas por árvores, fixam-se na ilha colónias de aves, enquanto algumas expedições científicas autorizadas pelas Nações Unidas chegam no lugar e descobrem que a terra é muito fértil; depois de cuidadosa investigação, a conclusão é que, se devidamente cultivada e com a importação de animais como o gado, a ilha poderia acomodar e sustentar até dez milhões de pessoas (vinte milhões no caso de Chineses).
Finalmente, as grandes potências decidem retirar todas as reivindicações sobre a ilha que é declarada terra livre, não sujeita a qualquer jurisdição estrangeira.
Enquanto isso, começam a chegar na ilha os primeiros habitantes.
Estes são principalmente pessoas que nos Países de origem não têm nada a perder, atraídas pela ideia de começar uma nova vida numa espécie de paraíso terrestre: entre eles há jovens idealistas, eremitas, religiosos, blogueiros, mas também perseguido por crimes comuns, ansiosos de encontrar liberdade numa terra distante.
Também chegam à ilha grupos organizados, muitas vezes liderados por uma ideologia forte, impulsionados pelo sonho de criar uma sociedade ideal a partir do zero, num novo mundo.
Os Estados discutem sobre qual deveria ser a abordagem perante essas pessoas: alguns dizem que o fluxo precisa ser regulado, outros denunciam a possibilidade de que células terroristas possam formar bases de operações, outros imaginam cenários até piores.
Mas, novamente, não há acordo sobre quem deve assumir o papel de “policial” internacional, uma vez que mesmo as Nações Unidas são consideradas inadequadas para executar essa tarefa.
Assim, a ilha fica totalmente livre.
Então, esta é a premissa e aqui vai a pergunta:
num tal cenário, qual seria a evolução da situação na ilha?
O que aconteceria em 10, 30, 100 anos?
Alguns podem ver semelhanças com a história dos Estados Unidos da América e a construção da Nação por colonos, que saíram dos próprios Países para fundar um novo mundo.
Mas, nesse caso, os colonos respondiam aos poderes do Estado, e colonizavam as novas terras em nome dos líderes no Países de origem.
Nas Américas, portanto, eram formados centros de poderes que operavam por conta do poder central.
No caso da nossa ilha, no entanto, não acontece nada disso.
A terra é verdadeiramente livre, aqueles que chegam não têm que obedecer, nem há quaisquer povo indígena para massacrar.
O que aconteceria na ilha? Não “fora da ilha”, mas mesmo “na” ilha: qual seria o percurso dos novos habitantes?
A palavra aos Leitores.
Ipse dixit.
Fontes: Tra Cielo e Terra via Luogocomune
Só para ser chato : Algum bilhonario ira comprar as terras das pessoas que morariam ali. E ficaria só para si.
Max, grande questão.
Naturalmente a natureza humana ir-se-ia manifestar no seu máximo esplendor.
Eu aposto no cenario seguinte:
1 – Começariam a surgir pequenos grupos organizados de pessoas que naturalmente iriam discutir entre sí quem teria a supremacia sobre os demais.
2 – Com o tempo os grupos mais fortes ( aqueles que tinham os marginais nas suas fileiras) iriam integrar os grupos mais fracos na sua estrtura, até que se iria chegar a um ponto em que somente dois grupos restariam.
3 – Chegados a esta altura estariam criadas as condições ideais para uma guerra. Provávelmente um grupo iria ganhar essa guerra e absorver os membros do grupo rival.
4 – Os liders do grupo derrotado passariam a viver na clandestinidade e a fazer oposição ao grupo dominante, criando para isso um pequeno grupo de resistentes.
5 – Deixo agora espaço para quem quiser evoluir este cenário complexo apesar de apresentado de forma muito resumida, ou propor outros alternativos.
abraço
Krowler
Entre os habitantes, certamente haveria um líder, seja eleito por sua inteligência, ou por sua força, ou por seu relacionamento e presença junto a todos.
Para seres humanos conseguirem viver em sociedade haveria uma hierarquia, como no caso do líder que comentei antes e talvez algumas outras pessoas de confiança do líder.
Teria de haver alguma punição para atos ruins, não haveria lei (ainda?), porem, haveria a punição pelo líder ou pelo grupo movido pelos mesmo valores.
Max, como não fizeram a limpeza de programas e memórias escravagistas em seus "HDs", repetirão automaticamente as mesmas histórias e ações transformando a ilha numa sucursal de suas casas matrizes… As consequencias são óbvias. Nenhuma novidade. Sinto muito.
Gostei da pesquisa, sou grato.
Olá todos: neste jogo, eu aposto minhas fichas numa pequena chance de não repetir tudo igual, porque existe na ilha uma ausência de determinações exteriores e anteriores e tampouco um povo/terra nativo a conquistar ou dizimar.Dependendo das personalidades que tiverem gosto,autoridade consentida e condições de organizar, pode ser que prosperasse em paz, nem que fosse por um tempo.Abraços
Olá todos: a Ana, aqui de casa, vai jogar também, e me pergunta:"cada um vai para a ilha por conta?" Respondo: sim. E ela: "então vai quem tem conta". E segue:"não é qualquer refugiadozinho que vai para a ilha, são os ricos. Eles escolheriam esta ilha como um bom lugar para construir seus bunkers, e levariam mercenários para por qualquer um que tivesse lá chegado de barquinho, para correr. Tu não vês que um lugar assim como o Max descreve, é ideal para mais um paraíso de milionários!?"
A Ana é assim, gente, tem uma lógica cortante, sem nenhuma chance a ilusões! Só aguenta as minhas, porque sabe que eu alio a elas uma força e uma determinação de ferro. Isso seria necessário às personalidades que descrevo na minha aposta. Abraços da Ana e meus a todos.
Gostaria de pensar que essa ilha fosse simplesmente um sitio onde todos tivessem como objectivo o bem comum, o respeito pela ilha em si e tudo o que ela contem, sem hierarquias, sem supremacias, sem grupos organizados, ou desorganizados! simplesmente um local onde cada pessoa daria o seu melhor com os seus conhecimentos em prol da sociedade e da natureza que os rodeia!