Amok

Amsterdam (Hollanda), 09 de Abril de 2011. Um jovem dispara loucamente num centro comercial de Alphen aan den Rijn, uma cidade de 70.000 habitantes, cerca de 40 km de Amsterdam, e mata seis pessoas antes de suicidar-se. Testemunhas afirmam que o homem tinha entrado no shopping Ridderhof ao meio-dia e começou a disparar contra a multidão para em seguida cometer suicídio. O nome dele era Tristan van der Vlis e tinha 24 anos. O jovem, que vivia com o pai não longe do local do massacre, tinha uma licença de arma e era proprietário de três armas de fogo.

Oslo (Noruega), 22 de Julho de 2011. Anders Breivik Behring, 32 anos, faz um massacre na Noruega, primeiro com uma bomba em Oslo e, em seguida, na ilha de Utoya, onde morrem 77 pessoas.

Istambul (Turquia), 30 de Novembro de 2011. Um homem armado com uma espingarda atira sobre a multidão perto do Topkapi e provoca três feridos graves. O tiroteio com as forças de segurança leva cerca de uma hora, em seguida, o homicida é abatido. De acordo com as testemunhas, o homem gritava Allah Akbarâ (Deus é Grande) antes de atirar contra os turistas.

Hollywood (Estados Unidos), 9 de Dezembro de 2011. A polícia armada mata um homem que abriu fogo, disparando aleatoriamente contra os carros em trânsito, ferindo gravemente uma pessoa. Teatro do disparo a famosa Sunset Boulevard no cruzamento com a Vine Street. Uma testemunha, Oscar Herrera, disse à KABC-TV ter visto o homem disparar pelo menos nove tiros contra os carros em trânsito, enquanto gritava I kill (Eu mato). Os investigadores estão a tentar entender os motivos do ataque.

Liege (Bélgica), 13 de Dezembro de 2011. Um desequilibrado atira e lança granadas contra a multidão em Liege. Pelo menos cinco vítimas, incluindo uma mulher estrangulada numa garagem antes da matança.

Firenze (Italia), 13 de Dezembro de 2011. Um homem de 50 anos, Gianluca Casseri, dispara no centro da cidade e  mata duas pessoas, ferindo outras três; depois comete suicídio no seu carro estacionado próximo da Piazza San Lorenzo. O ataque começou por volta da mesma hora daquele de Liege, às 12, 30 horas.

Blacksburg (Estados Unidos), 15 de Dezembro de 2011. Terror no campus da Virginia Tech, já cena dum tiroteio em Abril de 2007, que na altura tinha provocado trinta e dois mortos. Desta vez, um assassino entra na universidade e mata duas pessoas: o primeiro é um polícia, o outro é morto no estacionamento do campus. Depois disso, o homem suicida-se.

Fort Worth (Estados Unidos), 25 de Dezembro de 2011. Numa casa dum subúrbio de Grapevine, no Texas, são encontrados sete corpos (quatro mulheres e três homens) com idade entre 18 e 60 anos. Entre os mortos há também o autor do massacre. Todos foram mortos com uma arma de fogo, mas nenhum vizinho parece ter ouvido nada. As sete pessoas eram provavelmente parentes. O massacre foi iniciado perto da árvore de Natal logo após a abertura dos presentes.

Pune (Índia), 25 de Janeiro de 2012. Um homem sequestra um autocarro por meia hora e semeia o terror nas ruas da cidade, varrendo tudo e matando uma pessoa. Santosh Mane, 31, funcionário duma empresa de camionagem, é preso após uma hora de pânico. O homem tinha pegado num meio abandonado pelo motorista e, sem passageiros a bordo, foi para a estrada em alta velocidade. Na corrida abateu tudo o que estava no caminho: peões, sem-abrigo, carros, bancas de rua. Em cerca de 20 km causou nove mortes e 20 feridos.

Há uma luz “escura” que ilumina esta sequência de assassinatos irracionais? O objectivo parece ser atingir a multidão, pequena ou grande que seja, de forma cega  A ideia é provocar um massacre.

Difícil dizer se nos últimos anos os assassinatos em massa realmente aumentaram, como poderia sugerir o registo, ou se apenas aumentou a percepção dos mesmos assassinatos. Será certamente uma coincidência extraordinária a semelhança temporal entre os eventos de Liege e Firenze: no entanto, a coincidência aí está, clara para todos.

Vale a pena lembrar das teses de Ilia Prigogine, o Nobel belga de origem russa, segundo o qual as ideias e os pensamentos não residem nas estruturas cerebrais físicas mas numa região feita de vibrações, acerca da qual estamos todos sintonizados: onde a informação pode acumular-se e atingir um limite, além do qual intenções e aprendizagem são instantaneamente conectados.

Mas há mais além da física cerebral.

O grito e a revolta

Amok é uma palavra originária da Malásia e que significa mais ou menos “fazer uma carga furiosa e desesperada”, algo muito parecido com o que os antigos guerreiros nórdicos Berserker praticavam antes duma batalha.

De acordo com a cultura malaia, o Amok era causado por Belian Hantu, um espírito maligno que entrava no corpo e obrigava a cometer acto hediondos. Como resultado da crença, a cultura da Malásia tolerava o Amok e lidava com os efeitos sem ressentimento em relação ao assaltante.

Num caso típico de Amok, um homem que não tinha mostrado nenhum sinal prévio de raiva ou qualquer inclinação para a violência, adquire uma arma (tradicionalmente uma espada ou punhal) e tenta matar ou ferir gravemente qualquer pessoa que encontrar. O Amok normalmente ocorria em áreas densamente povoadas.

Descrito pelo primeira vez em 1770 pelo Capitão James Cook, o Amok é hoje reconhecido pela moderna psicologia que interpreta o fenómeno como uma patologia típica do Sul-Oeste asiático (Malásia, Indonésia, Filipinas e Nova Guiné) e relaciona esta com outras patologias regionais como o Latah ou o Koro.

Mas há quem não concorde. Jin-Inn Teoh, da Universidade de Aberdeen, acha que o Amok ocorre em todos os Países do mundo. Simplesmente, no Sul-Oeste asiático foi codificado e entrou a fazer parte da cultura. Há leves diferenças entre o Amok dos vários cantos do globo, mas a estrutura é a mesma.

O Amok é o cérebro que “desliga” temporariamente, libertando uma carga de violência desconhecida. Difícil não ver nisso uma reacção perante as condições adversas nas quais o Homem é obrigado a viver. É uma forma de rebelião, é como se o cérebro recusasse aceitar a realidade e decidisse, como derradeira escolha, lançar um grito, quebrar as regras e, ao mesmo tempo, punir a inactividade dos que aceitam o tal sistema.

Preocupante.
Sintomático e preocupante.

Ipse dixit.

Fontes: Wikipedia, Camilla

7 Replies to “Amok”

  1. "…É como se o cérebro recusasse aceitar a realidade e decidisse, como derradeira escolha, lançar um grito, quebrar as regras e, ao mesmo tempo, punir a inatividade dos que aceitam tal sistema".

    Isso resumiu tudo…

    Efeito colateral de alguns escravos que descobrem que não somos livres.Sem saber como deixarmos de ser.

  2. Mas meu caro ydecazio será uma dicotomia? Permita-me discordar, é que essa escolha acaba por ser a submissão á escravatura desse desejo irracional de matar. Recomendaria a essas aberrações uma inversão da ordem escolhida para lançar um grito e quebrar as regras, e que seria: suicidarem-se primeiro e assassinarem depois .
    A única explicação que lamentavelmente encontro é que são seres humanos estúpidos egoístas e indignos (uma minoria portanto) e que um dia cansados de esconder, mostraram finalmente aquilo que são, é que matar indiscriminadamente mulheres e crianças indefesos não merece qualquer tipo de explicação, merece apenas o encarceramento “ad aeternum”. Mas, nada conheço de psiquiatria e mandam as regras do bom senso que deixe “uma porta aberta” para outra explicação…mas com cuidado; para que a explicação não tenda a se transformar numa desculpa…é que quando estes indivíduos (infelizmente) chegam a tribunal desenvolvem-se as mais mirabolantes teses psicossociais para desculpar o indesculpável e até contam muitas vezes com apoio judiciário de advogados que nem cobram a estes “clientes” , Abnegação? Não! Parasitismo e necrofilia! É que a publicidade gerada mais tarde retorna o investimento, mas para os contribuintes é um mau negócio é que um prisioneiro custa em média mais de 50 euros/dia. Os condomínios de alta segurança nunca foram baratos…

  3. Querem ver que vem daqui, o termo que uso tão frequentemente quando vejo pessoas amuadas e de mau feitio? Pergunto sempre: "Então? Estás com o AMOK?"
    Acreditem que a pessoa fica furiosa de explodir! ahahahahahah!! Quem se ri sou eu, que não suporto certas atitudes. 🙂 Mas que funciona é verdade.
    Eu não digo que só descobres coisas interessantes?? :))
    Obrigada Max!

  4. o Amok só adquire o comando quando há sincronismo vibracional entre as duas entidades. Isso acontece muitas mais vezes, no nosso dia á dia, do que as pessoas possam pensar. conflitos familiares, relacionais, entre outras coisas, são muitas vezes influenciados por essas entidades. Aqui deixo uma pergunta, quem por exemplo manda bombardear a Líbia ou cria células para matar inocentes na Síria não terá ficado possesso por um Amok?

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