Origens – Parte IV

Pois é. Até aqui vimos como o Universo e o nosso planeta se formaram.
Talvez. E é um talvez bem grande, pois há algo no ar.

O problema é que o mundo científico tem atitudes repetidas e previsíveis; o que se está a passar agora já aconteceu no passado. Que se passa agora? Passa-se que desde os trabalhos de Albert Einstein, a Teoria da Relatividade tornou-se não apenas doutrina científica mas verdadeira fé. Não é possível contradizer, nem sequer questionar: a dúvida não é uma opção. E quem decide ir contra a corrente fica marginalizado, ridicularizado, excluído.
O mesmo que aconteceu com a Igreja e Galileu.

Já visto

Há algo que não bate certo, mas mesmo assim não é possível pôr em causa a Relatividade. Mesmo os evidentes fracassos.

Fracassos? Isso mesmo: fracasso.
Reparem: para explicar o Universo (até mesmo a existência dele), os cientistas têm que admitir a existência duma não bem identificada Matéria Obscura, algo que deve estar aí, no espaço, porque caso contrário as coisas não fazem sentido: não poderia existir nem funcionar um Universo com apenas as coisas que conhecemos, e a Matéria Obscura torna-se absolutamente necessária.

“Tá bom”, pode pensar o Leitor “um pouco de Matéria Obscura que mal pode fazer?”.
“Um pouco”? Estamos a falar de 90% do Universo. Isso mesmo: desconhecemos 90% do Universo, coisa que sintetizamos com o termo Matéria Obscura.


Não chega. É precisa a Matéria, sim senhor: mas a energia?
Problema: não temos energia suficiente para explicar o funcionamento do Universo.

Não temos? Pouco mal: eis a Energia Obscura. O que é isso? Ninguém sabe, mas a comunidade científica não tem dúvidas: Matéria e Energia Obscuras têm que estar aí, em qualquer lado, porque caso contrário as contas de Einstein não batem certas.
É como afirmar: não entendemos 90% do que se passa, mas apesar disso está tudo claro.

E se alguém disser “Desculpem, mas porque não procurar sem ter como base a Relatividade?” então são apenas gargalhadas e exclusão.

Isso, realço, não significa de todo que a Ciência seja coisa errada. Se eu posso escrever num ecrã e o Leitor pode ler num outro é porque existe a pesquisa científica. Mas não podemos esquecer que a Ciência é conduzida por homens, com todos os vícios danados deles.

Voltaremos sobre este assunto cedo ou tarde, porque se for verdade que os astrofísicos não entendem o comportamento das galáxias, é também verdade que outros conseguem explica-lo de forma muito razoável.

Por enquanto, voltemos ao nosso pequeno planeta.

Os Mamíferos

Assim, vimos que a vida surgiu e que as bactérias dominaram incontestadas ao longo de…de quanto? Não muito, apenas 2 mil milhões de anos.
Depois as formas de vida evoluíram, nasceram organismos mais complexos, aconteceram coisas bem esquisitas, chegaram os dinossauros e, por fim, apareceram os mamíferos. E é este o assunto que interessa, pois a série “Origens” quer falar das nossas origens, as da raça humana. E o homem é um mamífero.

Pelo que, a Terra formou-se há 4.500 milhões de anos e o homem apareceu quando? Antes começamos por falar dos Mamíferos, pois o homem faz parte desta classe. Então mudemos de pergunta: os mamíferos apareceram quando?

Não podemos ter a certeza absoluta, mas a mais antiga espécie de mamíferos encontrada nos fósseis é aquela do Megazostrodon. O nome assusta um pouco, mas de “mega” este longínquo parente não tinha mesmo nada: aliás, era bem pequeno, entre os 10 e os 12 centímetros de comprimento. O aspecto? Praticamente um rato, apenas um pouco mais magro. Idade? 200 milhões de anos.

200 milhões? Isso mesmo. Mas a Terra não tem 4.500 milhões de anos? Isso mesmo. Significa que a quase totalidade da existência do planeta se passou sem mamíferos? Isso mesmo. Significa que a quase totalidade da vida na Terra não incluiu a nossa classe? Isso mesmo. Mas Deus não tinha criado a Terra para que o homem pudesse habita-la? Assim foi dito. Mas antes de entregar as chaves preferiu esperar um bom bocado, pelo visto…

Os mamíferos, como dito, são a classe do homem. E, como tal, desde o início deve ter sido uma classe de sucesso. Talvez. Ou talvez nem por isso. Aliás, é exactamente o contrário.

A vida dos primeiros parentes era bastante feia. Doutro lado, tentamos imaginar: estamos a falar dum ser do tamanho dum rato cujo objectivo era sobreviver num ambiente dominado pelos dinossauros. Vida dura, sem dúvida, na qual a melhor forma de passar o dia era não dar muito nas vistas; por isso os primeiros mamíferos eram todos pequenos, discretos, faziam pouco barulho, nada de manifestações, nada de Occupy Jurassic.

Mas os dinossauros desapareceram uns 65 milhões de anos atrás e os mamíferos começaram a prosperar, a multiplicar-se e a crescer em tamanho e variedade. E entre os mamíferos apareceram os Primatas. Sempre parentes, mas um pouco mais chegados.

O fóssil mas antigo de Primata pertence aos bichos definidos Plesiadapis: vividos uns 60 milhões de anos atrás, surgiram na América do Norte e na Europa, os Plesiadapis eram bastante parecidos (mas não aparentados) com os esquilos, viviam nas árvores e comiam fruta e folhas.

Segundo a teoria da evolução, os Plesiadapis foram os primeiros entre os Primatas, os primeiros duma linha evolutiva que chegou até nós.

O que é um Primata? É um bicho que tem as seguintes características:

  1. uma dentição não especializada, isso é, apta para dietas carnívoras, vegetais e McDonald’s;
  2. visão a cores, com olhos frontais para avaliar as distâncias de maneira tridimensional
  3. cinco dedos em cada pata, dos quais um (o polegar) oponível

É provável que a mais importante destas três tenha sido a última, o polegar oponível, que permite uma habilidade invulgar da extremidade da pata. Experimentem convencer um porco a agarrar um garfo. E mesmo que consiga, o que faria um porco com um garfo? Mas vocês não têm nada de mais inteligente para fazer?

Ipse dixit.

5 Replies to “Origens – Parte IV”

  1. Olá Max: estou acompanhando a série, e hoje resolvi imprimir, encadernar bonitinho uns 10 exemplares e mandar para a professora de Ciências da escola pública onde a mariazinha estuda, dizendo a procedência, claro.
    A criançada tem muita curiosidade nestes assuntos e tu te revelas um professor dos primeiros anos até o pós graduação. Isso é muito útil.
    A propósito, penso que essa frase deste último texto poderia servir como tema para redação livre: "Mas Deus não tinha criado a Terra para que o homem pudesse habita-la? Assim foi dito. Mas antes de entregar as chaves preferiu esperar um bom bocado, pelo visto…"
    E assim, vou incluir, ao final de cada texto, algumas sugestões para a professora explorar/estudar o assunto com as crianças.Não é uma boa ideia? Abraços

  2. Ai… Ai, Ai… "Mas Deus não tinha criado a Terra para que o homem pudesse habita-la?" Então não foi o BIG BUM que criou o Universo, logo este Planeta onde vivemos e não sei porque raio lhe damos o nome de TERRA? Algo a que temos aversão pois cimentamos e alcatroamos TUDO!!!

  3. Opá!! Mais uma frase para redação livre, este comentário do Voz. Já acrescentei, tá ficando bom…

  4. Eu sempre soube que nossa espécie desenvolveu sua dentição para comer no Mc Donald's…

  5. Voz,Maria e Ricardo,gostei,rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs hihihihihihihihihihihahahahahahahahaha adorei, ri muito.Como sugestão tem um vídeo em http://rmorais76.blogspot.com/
    sobre O Apocalipse Quântico e o Universo Holográfico, vale ver, faz pensar e pensar faz bem.
    Abraços.

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