Facebook e nós

A dúvida: até a que ponto pode ser segura uma aplicação como Facebook?

A suspeita: não muito, considerado todos os dados que a empresa de Mark Zuckerberg pede ao utilizador.

A prova: um grupo de pesquisadores desfrutou um alei da União Europeia segundo a qual cada pessoa do Velho Continente tem o direito de ver todos os dados que uma empresa está a guardar acerca dele.

Facebook foi obrigada a responder e mesmo assim não comunicou todos os dados na sua posse. Mas já desta forma é possível observar como não apenas os dados guardados são muitos como também contrariam a lei da privacidade que a mesma Facebook afirma utilizar.


A seguir os pontos mais salientes.

 Os dados 

Facebook não apaga as contas de imediato. Uma vez pedido o cancelamento, a conta antes é desactivada, só após 14 dias é efectivamente apagada.

Se um nosso amigo utiliza uma aplicação no âmbito de Facebook, esta pode não apenas ter acesso aos dados do nosso amigo mas também aos nossos. Para evitar isso é preciso desactivar a inteira “plataforma”, caso contrário os nossos dados continuarão a ser transmitidos.,

As conversas no chat (ou bate-papo) nunca são apagadas.

As mensagens enviadas ou recebidas com o Facebook nunca são apagadas. Podem ser excluídas pelo utilizador, mas não da memória do Facebook.

Facebook atribui um número de série aos seguintes dados: nome do utilizador, assunto, latitude, longitude, altitude, hora, texto da mensagem. Estes dado são guardados para sempre.

 As nossas mensagens


Dados da conexão: dados que podem ser sensíveis, não é claro ao longo de quanto tempo ficam na memória de Facebook.

Ao adquirir “créditos”, Facebook guarda os dados relativos ao nosso cartão de crédito. Estes são os únicos dados criptografados.

Dados relativos à nossa localização e à moeda utilizada, úteis para campanhas publicitárias personalizadas ficam na memoria de Facebook: cada localização tem um código, o que facilita uma eventual pesquisa.

Facebook guarda dados estritamente pessoais: nome verdadeiro (de acordo com o contrato de Facebook, é obrigatório comunicar o nosso nome real). Entre os outros:

  • data de nascimento
  • local de nascimento
  • educação
  • religião
  • idioma
  • componentes da nossa família
  • frases favoritas
  • última localização
  • username
  • usernames antigos
  • números de telefones
  • números de telefone dos amigos
  • fotografias
  • redes das quais somos membros

É possível limitar a visão destes dados por parte de outros utilizadores, mas Facebook tem sempre acesso.

A nossa localização

Facebook guarda os dados do nosso computador, os dados de login e a actividade por cada login. Além disso, Facebook instala um cookie no nosso computador, com o qual recebe dados como o nosso IP e o nome de todos os usurários que utilizam aquele computador.

O nosso computador

Facebook guarda as nossas fotografias. Mas não só. Cada imagem vem por definição com algumas informações, como o local onde foi tirada, a data, o tipo de câmara utilizada, a resolução, etc.
Facebook guarda tudo.

As nossas fotografias

Mas uma característica importante é que Facebook segue os nossos rastos também quando não estamos ligados à rede social.

Como já afirmado, Facebook instala um cookie no nosso computador: este continua a enviar dados também “fora” do network: por exemplo, é suficiente que uma página web tenha um widget de Facebook para que o cookie seja activado e transmita os nossos movimentos.

E isso mesmo estando desligados (com o log out) de Facebook.

Porquê?

Pergunta: porquê?

Porquê uma empresa guarda esta quantidade não indiferentes de dados? Multiplicamos os dados por todos os usurários do Facebook (mais de 500 milhões) e teremos uma mole enorme de dados que são guardados.

Porquê Facebook guarda um identikit pormenorizado de cada um de nós?

Deixo a resposta para os Leitores.
Apenas uma dica: na internet há empresas que pagam ouro só para ter o nosso endereço e-mail…

Ipse dixit.

Fonte: Libertar, Europe v. Facebook, SMH

4 Replies to “Facebook e nós”

  1. Empresas de marketing de guerrilha adoram esses bancos de dados para fazer data mining… já vi uma empresa que paga uma mensalidade pesada para a google para ter acesso à coisas meio absurdas… é bom… ele consegue criar tendências na música popular brasileira… ele cobra um $$$ do artista e faz com que o vídeo dele seja assistido por milhões de pessoas que realmente gostam do estilo, em uma semana o artista é chamado para entrevista nas televisões…

    MUDANDO DE ASSUNTO: não achei onde foi o post que o MAX falou do Alessio… olha essa reportagem:

    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/falso-corretor-quis-dizer-tudo-aquilo-que-disse

    E aí? 🙂

  2. Eles estão entendendo como a Internet pode ser útil para eles… Esse tal Zuckenberg é só uma fachada, quem é que faria um filme endeusando um mané desses? Quem tem interesses em camuflar a situação.

    Para mim, a tendência em controlar a internet é clara. A rede começou sendo aparentemente livre, até por ser algo relativamente novo, ainda sendo aperfeiçoada. Mas em curto espaço de tempo tudo pode mudar.

    Por outro lado, as formas de navegação anônima estão sendo aprimoradas também, apesar de ser algo que lembra usar internet discada. Por agora este pode ser um elemento pouco importante, mas não sabemos o que acontecerá depois…

  3. Lá está o people a complicar o fácil… Façam como EU que nunca tive nem nunca vou ter conta no FACEBOOK e já agora noutras "redes sociais"…

    Quando digo EU não me refiro a "Voz a 0 Db" este sim teve conta no faceboob mas já faz muito tempo que a "cancelou"…

    Não gostam… não comam!

  4. Aposto que as agencias de inteligencia já devem ter um gigante banco de dados com informações de cada pessoa que lhes convém. Isso deve acontecer já a muito tempo, não é de agora. Apenas estão em contante crescimento. Ninguém é anônimo a eles.

Obrigado por participar na discussão!

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