Os elementos de Ockham

Se o Leitor ouvir duma exercitação perto da sua casa, aceite um conselho: pegue na família, na coleção dos discos de Roberto Leal, feche o gás, e afaste-se.

Melhor ir muito, mas mesmo muito longe.

O porquê é logo dito.

11 de Setembro de 2001, ataque às Torres Gémeas, Estados Unidos. Na mesma altura está em curso uma exercitação militar. Objecto: aviões civis desviados por terroristas.

07 de Julho de 2005, atentado no metropolitano de Londres, Reino Unido. Na mesma altura está em curso uma exercitação militar com o seguinte objecto: bombas sincronizadas prontas a explodir nas estações do metropolitano.

22 de Julho de 2011, massacre de Utoya, Noruega. 26 minutos antes do massacre, tinha acabado a exercitação dos militares com o seguinte objecto: ataque terrorista no qual um ou mais executores atirava a quantas mais pessoas possíveis.

Obviamente é um mero acaso. É verdade que os teóricos da conspiração poderiam encontrar aqui material mais do que suficiente para avançar com pesadas e fundamentadas dúvidas. Mas nós não.
São coisas que acontecem, ponto final.
“É a vida”, como costuma dizer-se em Portugal.


Talvez seja uma influência das estrelas, talvez a aproximação de Nibiru: mas são coincidências que não podem ser ignoradas.

Houve uma exercitação com o mesmo cenário
de Utøya no dia 22 de Julho

de Andreas Ground Foss

Desde quatro dias antes e na mesma Sexta-feira, quando o ataque foi perpetrado, unidades especiais da polícia tinham estado a treinar no simulacro duma operação terrorista que era quase idêntica à situação que poucas horas depois a equipa de emergência da polícia encontrou na ilha de Utøya.

“Aftenposten” recebeu uma confirmação de fontes confiáveis ​da polícia de Oslo, segundo as quais o exercício foi concluído por volta das 15 horas da mesma Sexta-feira.

Todos os agentes das equipas de emergência que intervieram no bairro dos prédios governamentais após o carro-bomba e que mais tarde desembarcaram em Utøya para travar Behring Anders Breivik, tinham pouco antes tomado parte, naquele mesmo dia assim como nos dias anteriores, de um treino baseado num cenário muito similar.

Então a polícia não teve remédio a não ser parar o exercício para entrar diretamente na realidade.

Com base nas informações de ‘Aftenposten’, a exercitação tinha como objectivo o que se passou com a polícia no Lago Tyrifjorden no mesmo dia: um ataque terrorista em que o único alvo de um ou mais executores era atirar contra quantas mais pessoas possível e então abrir o fogo sobre a polícia após a chegada dela.

“Era um padrão muito parecido. Foi isso que quis o acaso”, disse uma fonte confiável da polícia, que pediu anonimato.

Pois é, com o acaso não se brinca.

Voltamos atrás, não muito, apenas 6 anos. Lembram dos atentados de Londres?
Vamos ler o que declarou Peter Power perante as câmaras da televisão ITN. Power era na altura o director da empresa Visor Consultant, que tinha organizado a exercitação.

Power: Às 9:30 desta manhã estávamos em plena exercitação, por uma empresa que tem mais de mil pessoas em Londres, uma exercitação baseada em bombas sincronizadas e prontas para explodir exatamente naquelas mesmas estações do metropolitano onde aconteceu esta manhã. Eu ainda tenho os cabelos a endireitar-se na cabeça.

ITN: Para ser mais claro, tinham organizado uma exercitação sobre como gerir tudo isso e aconteceu durante a realização desta exercitação? 

Power: Sim, foi aproximadamente às 9:30 desta manhã. Tínhamos planeado esta exercitação para uma empresa, por razões óbvias não vou dizer o nome, mas eles estão a ver a televisão e sabem disso. Nós estávamos numa sala cheia de gestores de crise que estavam a encontrar-se pela primeira vez. Em cinco minutos percebemos que o que estava a acontecer era verdade e activámos os procedimentos de gestão de crises.

Interessante, não é?
E o 9/11? Bah, acerca disso já foi escrito tudo e mais alguma coisa, nem vale a pena repetir. O que interessa são estas coincidências.

Mas paramos um segundo: qual vantagem de organizar exercitações nos mesmos dias dos ataques, isso, obviamente, partindo o ponto de vista doentio dum conspirador?

Basicamente três, aplicáveis a segunda as circunstancias:
1. O facto de poder movimentar muitas unidades militares e paramilitares desfrutando duma excelente cobertura.
2. A possibilidade de desviar unidades do lugar da normal actividade.
3. A possibilidade de alcançar o lugar do ataque em tempos muitos restritos.

Isso, repetimos, na mente desviada dum conspiracionista.
Porque para nós uma coisa é evidente: tudo não passa dum mero acaso. Porque, por exemplo, quem poderia desviar as unidades militares do próprio País enquanto este é vítima dum ataque por parte de ferozes terroristas internacionais?

Acaso. Acaso e azar. Não é preciso muito mais para explicar certas coisas.

Como dizia William of Ockham? Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem, isso é: os elementos não se podem multiplicar mais do que o necessário.
Coitado do William, não conhecia os “terroristas”: com eles os elementos repetem-se, repetem-se, repetem-se….

Por isso já sabem: exercitação? Uma longa, longa viagem.

Ipse dixit.

Fonte: Afteposten,

3 Replies to “Os elementos de Ockham”

  1. Pelo jeito temos que nos preocupar mais com as exercitações.
    Não, acho que não, isso tudo é só coincidência.

    E de "Coincidência" em "Coincidências" vão fazendo as ovelhas de idiotas… e no próximo natal vão de novo se reunir em seus castelos para rir muito.

    Abraços

  2. Como gostam de repetições este 9/11 promente, ainda mais quando todos acham que o ano que vêm sera o ano de "transformações". imaginem a cara de satisfação deles ao pegar o mundo de surpresa(denovo)!

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: